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v.5, n.

2, 2011

RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE LABORAL E PERSONALIDADE ENTRE PROFISSIONAIS


DA AREA DE SAÚDE

relation between WORK stress and personality among health care


workers

Assunção RM* & Castro PF**

RESUMO: O objetivo do presente estudo foi verificar se existe relação entre estresse e persona-
lidade entre trabalhadores da área da saúde. O trabalho nos dias de hoje, parece ser um impor-
tante fator gerador de estresse. O presente estudo permite uma reflexão diante desse fenômeno
para que haja a possibilidade de diminuí-lo ao longo do tempo. Foram contatados 70 sujeitos,
entre 20 e 50 anos, profissionais atuantes na área de saúde, de ambos os sexos. Esses, respon-
deram a um questionário e foram submetidos à Escala de Vulnerabilidade ao Estresse Profissio-
nal (EVENT), segundo as especificações técnicas do mesmo. Os dados da EVENT permitiram
selecionar 30 profissionais, sendo 15 com vulnerabilidade ao estresse e 15 sem a mesma vulne-
rabilidade, para aplicação do teste da Casa-Árvore-Pessoa-(HTP) e verificação de componentes
da personalidade. Os resultados visaram possibilitar maior compreensão a fatores relacionados
com o estresse no trabalho em profissionais, assim como identificou fatores de maior relevância
neste âmbito. Os aspectos psicológicos ligados ao estresse são constantemente debatidos e es-
tudados no meio científico, no sentido de uma maior compreensão desse importante fenômeno
humano que atinge cada vez mais a população e neste trabalho observou-se que os maiores
índices de vulnerabilidade ao estresse associam-se a características no manejo de enfrentamen-
to a situações conflituosas sejam elas no ambiente familiar ou mesmo no ambiente profissional.
PALAVRAS CHAVE: Estresse. Avaliação. Psicológica. Profissional da área de saúde.

ABSTRACT: The purpose of this study was to determine if there are relation between stress
and personality among healthcare workers. The work these days seems to be a major cause for
stress in this study allows a reflection on this phenomenon, there is the possibility of decreasing
it over time. 70 subjects were contacted between 20 and 50 years old, professionals involved
in the health of both sex. These participants completed a brief questionnaire and underwent
Scale Vulnerability to Stress Training (EVENT), according to the specifications technical of the
same. The data allowed to select EVENT 30 professionals, 15 with vulnerability to stress and 15
without the same vulnerability to test application House-Tree-Person (HTP) and verification of
components of personality. The results were intended to enable greater understanding of factors
associated with stress at work as well as professionals, have identified factors most relevant
in this context.The psychological aspects related to stress are constantly debated and studied
in science, towards a greater understanding of this important human phenomenon that affects
more and more people and this study showed that the highest levels of vulnerability to stress
are associated with the handling characteristics of confrontation to conflict whether in the family
environment or even in the professional.
KEYWORDS: Stress. Psychological Assessment. Healthcare workers.

* Rogerio Manssanari de Assunção – Aluno da Universidade Guarulhos. e-mail: rogeriomanssanari@ig.com.br


**
Paulo Francisco de Catro - Professor Adjunto do Curso de Psicologia da Universidade Guarulhos e Professor Assistente Doutor do De-
partamento de Psicologia da Universidade de Taubaté. e-mail: castro.pf@uol.com.br

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INTRODUÇÃO no coletivo apresentado por trabalhadores. Um


Justifica-se a escolha do presente tema, dos eixos de interpretação está justamente re-
por ser o estresse considerado como “Mal presentado pelo sujeito no ambiente do traba-
do século”, como uma epidemia semelhante lho e pode reprimir, conter ou aprisionar, esta
àquelas que em épocas como a idade media cena, vinculado ao mundo do trabalho2.
dizimou populações. Dejours2 relata que, o fator central obser-
O trabalho nos dias de hoje parece ser um vado no sofrimento e no prazer possui sua ori-
importante fator gerador de estresse. Dentro gem única na relação com o inconsciente; Na
de um ambiente laboral é de suma importância interação entre pré-consciente e inconsciente
aprender a enfrentá-lo, de forma que ele venha é onde se negociam as relações de prazer,
a se tornar positivo, trazendo benefícios indivi- de sofrimento, de desejo ou de saúde mental,
duais e coletivos. referindo-se à psicossomática, interferindo até
Segundo a Associação Brasileira para mesmo na saúde física do sujeito.
Prevenção de Acidentes1 estresse é a segunda Ainda segundo Dejours2, a psicopatologia
causa de afastamento do trabalho, no Brasil, não é nem um pouco assimilável à sua etiolo-
é uma doença ocupacional: as afecções mus- gia, e a palavra é o mediador privilegiado des-
culares esqueléticas relacionadas ao trabalho, ta relação que é trabalhada na psicopatologia
fatores de risco psicossociais podem desen- do trabalho. Assim é necessário compreender
cadear estresse, estendido como uma reação a fala, não como uma série de palavras, mas
complexa com componentes físicos e psico- como um ato implicado no ato de pensar.
lógicos, resultantes da exposição a situações
que excedem os recursos de enfrentamento da TRABALHO E HOMEOSTASE LABORAL
pessoa1. Para Dejours2, os estudos em psicopato-
O presente artigo é constituído por infor- logia do trabalho ignoram, quase sempre, o
mações sobre o estresse profissional nos tra- que constitui o medo em trabalhadores e suas
balhadores da área da saúde, permitindo uma dimensões. A psicopatologia do trabalho está
reflexão diante desse fenômeno para que haja bem capacitada para ressaltar esta problemáti-
a possibilidade de diminuí-lo ao longo do tem- ca nova, na medida em que constitui uma abor-
po e pode contribuir para os profissionais de dagem específica da relação do homem com
saúde, no que tange à identificação e trata- sua realidade, sendo assim o medo está pre-
mento, mas também à comunidade em geral sente em todos os tipos de ocupações profis-
que poderá usufruir de melhores condições de sionais, inclusive nas tarefas repetitivas e nos
atendimento na área de saúde. trabalhos de escritórios, em que pode aparecer
de maneira mais discreta, porém presente.
UMA REFLEXÃO DO PSÍQUISMO SO- O problema do medo ou aflição no trabalho
BRE ATIVIDADE LABORAL surge da oposição entre a natureza coletiva e
O modelo de homem e de subjetividade de o material do risco residual, associado à natu-
origem psicanalítica pode ser utilizado na psi- reza individual e psicológica da prevenção de
copatologia do trabalho. Tal modelo fica subja- cada instante de trabalho. O risco confirmado
cente a levantamentos e ao trabalho de inter- pelos acidentes já ocorridos no qual o sujeito é
pretar o exposto das contradições e anomalias fonte de uma ansiedade especifica, pode estar

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ligado internamente a cada cargo ou função do trabalho que reverte em proveito da homeosta-
trabalhador. se do trabalhador.
A impressão dolosa de que se deve ter
este medo para o trabalhador é assumida in- DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO
dividualmente, e assim elabora defesas espe- ESTRESSE
cíficas em relação a este medo. Com a ela- As primeiras referências à palavra “stress”
boração das defesas de cada sujeito é que significando “aflição” e “adversidade”, datam
se evidenciará o quanto foi eficaz, e quando do século XIV, mas seu uso era esporádico e
isto ocorre para o pesquisador será necessário não sistemático. No século XVII, o vocábulo,
procurar pelos sinais indiretos que são estes que tem origem no latim, passou a ser utilizado
os sistemas defensivos para encontrar o medo em inglês para designar “opressão”, descon-
no discurso do trabalhador2. forto e adversidade. Na área da engenharia
Os autores ainda relatam que, quando mostraram que as características das cargas
o trabalho, no aparelho psíquico, opõe-se à tinham que ser consideradas na escolha do
livre atividade do sujeito, pode torna-se pe- material para a construção de pontes e outras
rigoso. O bem estar, em matéria de carga estruturas. A analogia com ser humano foi ven-
psíquica, não advém só da ausência de fun- tilada, uma vez que também as pessoas con-
cionamento, mas pelo contrário, de um livre seguem lidar melhor com um tipo ou outro de
funcionamento, articulado dialeticamente com peso e variam na sua habilidade de suportar
o conteúdo da tarefa; expresso, por sua vez, carga emocional ou não. Assim, a utilização do
na própria tarefa e revigorado por ela. E em termo “stress” nas áreas das ciências e huma-
termos econômicos, o prazer do trabalhador nas passou a ser encontrada3.
resulta da descarga de energia psíquica que a Segundo Lipp3, a definição de estresse é
tarefa desencadeia, o que corresponde a uma uma reação do organismo, com componentes
diminuição da carga psíquica pessoal; se um físicos e psicológicos, frente a uma situação
trabalho permite a diminuição da carga psí- em que o sujeito se confronte com determina-
quica, ele é equilibrante, mas se ele se opõe a da situação que o amedronte, irrite, excite ou
essa redução, torna-se fatigante, sendo assim confunda ou mesmo o faça imensamente feliz,
fonte de desprazer, de tensão psíquica que na qual ocorre uma reação psicofisiológica. O
cresce até que surja a fadiga, e a partir daí a estresse está conceitualizado não como uma
patologia laboral2. reação, e sim um processo, pois no momento
Um trabalho dentro de um enfoque equi- em que o sujeito submeter-se a uma fonte de
librante, sendo livremente escolhido ou livre- estresse, um processo se instala, podendo ser
mente organizado, oferece vias de descarga um processo bioquímico (taquicardia, sudorese
mais adaptadas às necessidades do individuo, em excesso e tensão musculares, boca seca,
tornando-se um meio de relaxamento, em al- e sensação de estar em alerta); após este iní-
gumas vezes a tal ponto que uma vez a tarefa cio fisiológico poderá ocorrer, de acordo com as
terminada, o trabalhador se sente melhor por pré-disposições de cada sujeito, manifestações
tê-la começado; em geral é o caso do artista, diferentes, potencializando assim a fragilidade
do pesquisador ou do cirurgião quando estão e o enfraquecimento que pode decorrer de situ-
satisfeitos com seu trabalho. Este é caso do ações pós-traumáticas ou patologias crônicas.

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GERADORES E as variações do ES- pulsiona contra os obstáculos. Podendo ser


TRESSE o estresse de atingir uns desafios, como por
Segundo Lipp3 diante da quebra da home- exemplo: em cargos gerenciais, técnicos ou
ostase interna, exigindo que o organismo se contato com o público. Porém, seria um es-
adapte, pode ser desencadeado um evento tresse negativo e prejudicial o distresse ou
estressor, diante de uma determinada situação angústia, sendo originado com a sensação de
(o sujeito que se envolve em um acidente, por desamparo e frustrações transformando o es-
exemplo, ou mesmo uma situação na qual re- tresse em distresse. Bohalander5 ainda nos diz
ceba uma promoção) que gera um desgaste que embora o corpo experimente certo grau de
e poderá se transformar em um processo de estresse, sendo ele, eustresse ou distresse,
estresse. Todas as situações sejam de origem em todas as situações, a preocupação maior
positiva ou não, poderão gerar adaptações ou será com o estresse relacionado ao ambiente
mudanças, assim ocorrerá a presença de es- de trabalho.
tressores, este processo pode ser tanto inter- Para Robbins6, o estresse é uma condição
no como externo, sendo necessário distinguir dinâmica na qual um indivíduo é confrontado
seus estressores. com uma oportunidade, limitação ou demanda
Segundo Selye4, o estresse é um com- em relação a alguma coisa que ele deseja e
ponente normal do funcionamento do corpo e cujo resultado é percebido, simultaneamente,
corresponde à consciência de viver. O autor como importante e incerto.
emprega dois termos separados, eustress e França7 pôde perceber em estudos que,
distress, mas esclarece que as reações quími- quando se submete um organismo a estímulos
cas subjacentes são iguais. O termo eustress que ameacem sua homeostase, ou seja, seu
do latim eu refere-se às consequências positi- equilíbrio orgânico, ele tende a reagir com um
vas das experiências vividas pelo indivíduo. O conjunto de respostas específicas, que cons-
termo distress, com o prefixo latino dis, refere- tituem uma síndrome, que é desencadeada
-se à dissonância ou desacordo e relaciona-se independentemente da natureza do estímulo,
à fase negativa e de aflição. denominando assim o estresse.
Bohalander5 define estresse, como um re- França7, ainda nos diz que podemos atual-
sultado de uma exigência feita ao sujeito, que mente compreender melhor o fenômeno estres-
o obrigue a lidar com um comportamento ou se, sabendo que ele em si, não sendo bom nem
ação no limite, sendo originado por duas fontes, ruim, e ainda sendo impossível é indesejável er-
atividade física e atividade mental e emocional, radicá-lo. Ao contrário, ele pode ser um recurso
tendo como reação física do corpo a ambos os importante e útil para uma pessoa fazer frente
tipos de estresse. Do ponto de vista bioquímico ás diferentes situações de vida que ela enfrenta
as duas formas de reação serão as mesmas, em seu cotidiano. Sendo que a resposta ao es-
porém sendo interpretadas de maneira positiva tresse surge, ou é ativada pelo organismo, com
ou negativa por psicólogos. objetivo de mobilizar recursos os quais possibi-
Segundo Bohalander5 o eustresse seria o litem ao sujeito enfrentar situações, as mais va-
estresse positivo que pode vir acompanhado riadas, que são percebidas como difíceis e que
de uma realização e a euforia, o eustresse é exige deste sujeito, esforço.
considerado uma força benéfica que nos im- Assunção, Castro8, realizaram a análise

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dos dados gerais e técnicos sobre a produção tas, foi realizado um levantamento do aspecto
científica relacionada ao estresse no trabalho, de investigação exposto no texto, após a leitu-
com ênfase nas estratégicas de avaliação psi- ra o material foi catalogado em seis categorias
cológica empregada nos estudos realizados. para agrupamento dos objetivos e conclusões:
Foram levantados 105 textos obtidos a partir a maior parte dos estudos tratou sobre alguma
da busca pela combinação de duas palavras- estratégia de avaliação do estresse laboral e
-chave: “avaliação” e “estresse no trabalho”, descrição de diferentes recursos de enfrenta-
nas bases de dados PsycInfo (Psychological mento para os estressores do trabalho (41,94%
Information of American Psychological Asso- - N=39); em seguida, observaram-se trabalhos
ciation) e BVS-PSi (Biblioteca Virtual de Saú- que estudavam e descreviam diferentes fato-
de); destes, 12 foram excluídos da análise por res desencadeantes de estresse profissional,
tratarem de elementos fisiológicos e anatômi- considerando-se o ambiente de trabalho, ele-
cos do estresse. mentos pessoais ou a integração de ambos
Após análise dos dados dos 93 textos res- (20,43% - N=19); outro componente que rece-
tantes observou-se que a maioria dos textos beu atenção dos textos foi o estresse em traba-
foi publicada na forma de artigos de periódi- lhadores da área de saúde, fato decorrente do
cos científicos (63,44% - N=59), seguida por alto índice de situações de estresse funcional
capítulos de livros (22,58% - N=21) cataloga- nesse grupo, pelo fato de absorverem, de cer-
dos nas duas bases de dados estudadas. No ta forma, as tensões dos outros indivíduos em
que se refere ao ano de publicação dos traba- sua atuação profissional (11,83% - N=11); por
lhos, houve maior incidência em 2006 (10,75% fim, a menor incidência de estudos centrou-se
- N=10) e 1996 (9,68% - N=19), o período de nas pesquisas e reflexões sobre estresse pós-
menor número de publicações foi meados da -traumático (9,68% - N= 9); trabalhos relacio-
década de 80 e início dos anos 90. Quando nados à Síndrome de Burnout (8,60% - N=8) e
o idioma do texto foi verificado, observou-se algum tipo de relação entre estresse e estrutu-
que prevaleceram as publicações em inglês ra familiar (7,52% - N=7)8.
(94,62% - N=88), possivelmente pelas bases
de dados investigadas. OBJETIVO
A maior parte dos textos tratava de pes- O objetivo do presente estudo foi verificar
quisas com delineamento empírico (72,04% a relação entre estresse e personalidade em
- N=67), utilizando diferentes estratégias de trabalhadores da área da saúde.
coleta de dados. A maior parte dos estudos foi
realizada com sujeitos adolescentes e adultos, MÉTODO 
perfazendo 39,79% (N=37) dos trabalhos. Participantes 
Ao analisar os instrumentos aplicados Foram contatados 70 sujeitos, entre 20
para a coleta de dados, observou-se a utiliza- e 50 anos, profissionais atuantes na área de
ção de escalas e inventários diversos (39,79% saúde, de ambos os sexos. Esses colabora-
- N=37), seguidos pelo uso de instrumentos dores responderam a um breve questionário e
variados de avaliação (22,58% - N=21), sem foram submetidos à Escala de Vulnerabilidade
uma especificidade para um determinado teste ao Estresse Profissional (EVENT), segundo as
psicológico. Além das informações já expos- especificações técnicas do mesmo.

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Os dados da EVENT permitiram selecionar Trabalho (EVENT) 


30 profissionais, sendo 15 com vulnerabilidade A Escala de Vulnerabilidade ao Estresse
ao estresse e 15 sem a mesma vulnerabilida- no Trabalho (EVENT) avalia o quanto as cir-
de, para aplicação do teste da Casa-Árvore- cunstâncias do cotidiano do trabalho influen-
-Pessoa (HTP) e verificação de componentes ciam a conduta da pessoa, a ponto de caracte-
da personalidade. rizar certa fragilidade10.
O instrumento relaciona-se com medidas
Instrumentos  de estresse, e grupos profissionais podem se
Questionário diferenciar em relação à intensidade com que
O questionário utilizado foi um instrumento percebem sua vulnerabilidade. O instrumen-
de coleta de dados, constituído por uma série to é destinado a pessoas de 17 a 54 anos. A
ordenada de perguntas que deveriam ser res- EVENT pode ser aplicada tanto individualmen-
pondidas por escrito e poderiam ser sem a pre- te quanto coletivamente, em grupos de 60 pes-
sença do entrevistador9. soas, no máximo10.
A entrevista padronizada ou estruturada é
aquela em que o entrevistador segue um ro- Desenho da Casa-Árvore-Pessoa (HTP)
teiro previamente estabelecido. É um proce- O HTP, técnica projetiva de desenho da
dimento utilizado na investigação social, para Casa-Árvore-Pessoa (House-Tree-Person)
a coleta de dados. A entrevista é um encontro para obter informações sobre como uma pes-
entre duas pessoas, a fim de que uma delas soa experiencia sua individualidade em rela-
obtenha informações a respeito de determina- ção aos outros e ao ambiente do lar. Como to-
do assunto, mediante uma relação de natureza das as técnicas projetivas, o H-T-P estimula a
profissional. Trata-se, pois de um diálogo efe- projeção de elementos da personalidade e de
tuado de maneira metódica. Tem como objetivo áreas de conflito dentro da situação terapêu-
principal à obtenção de informações do entre- tica, permitindo que eles sejam identificados
vistado, sobre determinado assunto ou proble- com o propósito de avaliação e usados para o
ma. É importante instrumento de trabalho nos estabelecimento terapêutico efetivo11-12.
vários campos das ciências sociais9.
Segundo Lakatos e Marconi9, a pesquisa Procedimento
de campo é aquela utilizada com o objetivo de A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
conseguir informações e/ou conhecimentos Ética da Universidade Guarulhos sob o nº
acerca de um problema, para o qual se procu- SISNEP/394-2009, segundo a resolução CNS
ra uma resposta, ou de uma hipótese, que se 196/96- parecer n° 12/2009. O contato foi feito
queira comprovar, ou ainda, descobrir novos com os profissionais da área da saúde mantido
fenômenos ou as relações entre eles. O inte- nas instituições, onde os profissionais foram
resse da pesquisa de campo está voltado para convidados a participar da presente pesquisa.
o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, Procedeu-se a aplicação do questionário,
instituições e outros campos, visando à com- aos componentes da amostra, que versava so-
preensão de vários aspectos da sociedade.   bre o tempo de atuação dos mesmos na área
da saúde e os motivos que os levaram a optar
Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no por esta área.

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Foi aplicado o questionário em profissio- Classificação de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho

nais da área da saúde com idade entre 20 e


50 anos, de ambos os sexos. A aplicação do 27,14% 27,14%

questionário ocorreu na própria instituição a


todos os presentes e que consentirem sua par-
ticipação por meio do termo de consentimento
livre e esclarecido, durante o horário de início
14%
ou término de plantão, horários de intervalo. 25,71% 2,85%
E após a entrevista foram convidados 70 Superior Médio Superior Médio Médio Inferior Inferior

profissionais para aplicação da EVENT. A partir


dos resultados obtidos na escala foram sele- Pode-se identificar, nesta amostra, que a
cionadas 15 com vulnerabilidade ao estresse e maioria absoluta dos participantes indicou alta
15 sem vulnerabilidade ao estresse, que foram ou baixa vulnerabilidade ao estresse no traba-
submetidas ao teste HTP. lho, apenas um pequeno número de profissio-
nais da saúde indicou índices médios quanto
RESULTADOS E DISCUSSÃO ao construto avaliado.
A pesquisa foi desenvolvida no período de Além destes dados foi possível verificar
fevereiro de 2009 a janeiro de 2010, em que que há um grande número de profissionais
foi utilizado um questionário para os dados com alta vulnerabilidade ao estresse no traba-
sóciodemográficos e a aplicação da Escala lho, esse quadro é predominantemente decor-
de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho – rente de elementos voltados ao clima e funcio-
EVENT. Os dados foram organizados aos su- namento organizacional, ou seja, das relações
jeitos com vulnerabilidade e sem vulnerabilida- que são estabelecidas no ambiente profissio-
de ao estresse e aplicou-se o teste H.T.P. nal como esquemas funcionais e hierárqui-
Participaram da aplicação do questionário cos, além de elementos da rotina de trabalho,
e EVENT, 70 colaboradores. Na EVENT, os responsabilidades cotidianas assumidas pelos
dados foram os seguintes: 27,14% apresenta- profissionais e exigências que se desenvolvem
ram indicadores elevados de vulnerabilidade nas funções cotidianas.
ao estresse e 17,14% indicaram valores médio Em se tratando de clima e funcionamen-
superiores; por outro lado, 27,14% apresenta- to organizacional foi considerado com classi-
ram indicadores rebaixados de vulnerabilidade ficação superior em 94,73% (N=18) dos cola-
ao estresse e 25,71% com percentis com clas- boradores, elemento que trata das relações
sificação médio inferiores; apenas 2,85% dos que são estabelecidas no ambiente profissio-
participantes apresentaram escores médios nal como esquemas funcionais e hierárqui-
quanto à vulnerabilidade ao estresse. cos, além de elementos da rotina de trabalho,
responsabilidades cotidianas assumidas pelos
profissionais e exigências que se desenvolvem
nas funções cotidianas.
Pressão no trabalho com escores supe-
riores em 73,68% (N=14) dos profissionais,
aspectos que consideram as pressões que

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esses profissionais sofrem em suas atividades Diante do exposto foi possível observar
funcionais, tanto no que se refere às tarefas que quando a escolha profissional pela área da
desenvolvidas quanto aos contatos que viven- saúde centrou-se no auxílio ao próximo, houve
ciam em sua rotina de trabalho. menor incidência de vulnerabilidade ao estres-
Infraestrutura no trabalho com valores su- se, indicando que os profissionais com uma
periores em 57,89% (N=11) dos sujeitos, item atitude principalmente altruísta e com foco no
que avalia o conjunto de recursos que o local outro tendem a desenvolver seu trabalho de
de trabalho dispõe para a realização das fun- maneira mais saudável. Quando o motivo da
ções dos profissionais da área da saúde, além escolha pela área da saúde foi pessoal, com
do espaço físico destinado às atividades pro- foco em si mesmo, os escores de vulnerabili-
fissionais e de convívio. dade ao estresse foram bastante semelhantes
e não conclusivos. Assim, é possível observar
Tabela 1. Relação entre escolha profissio- que os motivos da escolha por profissões em
nal e vulnerabilidade ao estresse.

Vulnerabilidade Vulnerabilidade Vulnerabilidade


Motivo da Escolha Alta Média Baixa
N % N % N %

Ajudar o próximo 13 41,93 1 3,24 17 54,83

Identificação com a área da saúde e escolha pessoal 15 50,00 1 3,24 14 46,66

Interesse e objetivos financeiros 3 50,00 - - 3 50,00

Escolha ou influência familiar 4 66,66 - - 2 33,33

Falta de opção 3 100,00 - - - -

Doença na família - - 1 33,33 2 66,66

Por acaso 1 50,00 - - 1 50,00

Não responderam à questão 3 75,00 - - 1 25,00

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saúde interferem na saúde laboral dos traba- Pode-se identificar em indivíduos com bai-
lhadores e, portanto, importante para outras xa vulnerabilidade ao estresse que se trata de
reflexões sobre o assunto, a serem desenvol- indivíduos que apresentam uma resistência a
vidos de forma mais ampla. situações de estresse, porém que trazem em
suas características traços relacionados à sua
Resultado H.T.P personalidade indicando necessidade de con-
Quadro 1. Resultados observados no trole, preocupação consigo mesmo, inadequa-
H.T.P. dos dois grupos ção ou rejeição, culpa, constrição e tensão in-

TRAÇOS DE PERSONALIDE OBSERVADOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE OBSERVADOS


NOS INDIVÍDUOS SEM VULNERABILIDADE AO NOS INDIVÍDUOS COM VULNERABILIDADE AO
ESTRESSE ESTRESSE.

Insegurança, retraimento, descontentamento. Rigidez.


Retraimento, regressão, preocupação consigo mesmo,
fixação no passado, impulsividade e necessidade de Medo ou fuga do ambiente.
gratificação imediata.
Necessidade de apoio. Necessidade de segurança e ansiedade manifesta
Introversão e fantasia e indicando atitude de
Constrição.
desconfiança usual excessivamente defensiva.
Certo controle em conter a ansiedade e tensão
interna, assim como obter segurança em seus Tensão, ansiedade, energia, organicidade.
comportamentos.
Revela Fantasia. Introversão e fantasias em projeções.
Indicativo de maior segurança em relação aos
Insegurança, retraimento, descontentamento e
indivíduos com vulnerabilidade alta e ansiedade mais
regressão.
moderada em relação às expectativas do cotidiano.
Presença de traumas. Traços comuns a características humanas.
Características dentro da normalidade humana. Traços típicos da população.
Certa tensão e ambiente. Rigidez e tensão.
Culpa, inadequação ou rejeição. Forte tensão e ansiedade, energia e organicidade.
Desamparo, perda de autonomia. Traços característicos típicos da população.
Necessidade de controle. Necessidade de segurança e ansiedade manifesta.
Traços normais dentro das características humanas. Normalidade dentro das características humanas.

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terna, assim como certo controle em conter a tolerar uma determinada situação.
ansiedade.
Obtém segurança em seus comportamen- Enfrentamento focalizado na emoção
tos e são indivíduos que apresentam necessi- Para Straub13, no enfrentamento focaliza-
dade de gratificação imediata, necessidade de do na emoção, são usadas estratégias com-
apoio, fixação no passado, presença de trau- portamentais e cognitivas para administrar as
mas em suas vivências, traços de desamparo e reações emocionais ao estresse. As estraté-
perda de autonomia, fantasia, impulsividade, e gias comportamentais incluem buscar pesso-
indicativo de maior segurança em relação aos as que oferecem apoio social, usar álcool ou
indivíduos com vulnerabilidade alta e ansieda- outras drogas psicoativas ou manter-se ocupa-
de mais moderada em relação às expectativas das para desviar a atenção do problema, e nas
do cotidiano. cognitivas envolvem mudar a maneira como o
Para Straub13, responder ao estresse quan- estressor é avaliado ou negar informações de-
do se fala sobre maneiras a se reagir frente ao sagradáveis.
estresse, utiliza-se a palavra enfrentamento, O autor ainda relata que as pessoas ten-
sendo formas cognitivas, comportamentais e dem a utilizar a forma de enfrentamento focali-
emocionais como os indivíduos administram zado na emoção quando acreditam que pouco
situações estressantes, sendo que nessa de- ou nada possa ser feito para alterar a situação
finição está a compreensão de que o enfrenta- estressante ou quando acredita que seus re-
mento está relacionado com qualquer tentativa cursos ou capacidades de enfrentamento são
de preservar a saúde mental e física, mesmo insuficientes para as demandas da situação
que tenha valor limitado. estressante, como a perda de um ente querido.
O enfrentamento é um processo dinâmico Existem três tipos de enfrentamento focalizado
e não uma reação única, ou seja, é uma série na emoção: fuga-evitação, distanciamento e
de respostas que envolvem a interação do indi- reavaliação positiva. Na fuga-evitação, o indi-
víduo com seu ambiente13. viduo se afasta física ou psicologicamente do
As estratégias de enfrentamento, as ma- estressor. O Distanciamento envolve afastar
neiras como as pessoas lidam com situações -psicologicamente do estressor, e na reavalia-
estressantes, visam moderar ou minimizar os ção positiva requer reinterpretação da situação
efeitos de estressores sobre o bem estar físico para transformar algo negativo em positivo13.
e emocional. Visto que, nem todas as estraté-
gias de enfrentamento são eficazes, pois po- Enfrentamento focalizado no problema
dem proporcionar certo alívio em curto prazo, Para Straub13, no enfretamento focalizado
entretanto, segundo Straub13, tendem a ser mal no problema, as pessoas lidam diretamente
adaptativas em longo prazo. com a situação estressante, seja reduzindo as
O mesmo autor ainda explica que, em al- demandas ou aumentando a capacidade de li-
guns casos, não importa qual estratégia de en- dar com o estressor. Elas tendem a contar com
frentamento poderá vir a ser utilizada, pois o estratégias de enfrentamento focalizado no
estressor não pode ser eliminado e sua recor- problema quando acreditam que seus recursos
rência não pode ser impedida. Em vez disso, e situações são inconstantes.
as estratégias podem simplesmente ajudar a Para Lazarus e Folkman14 existem dois ti-

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pos de enfrentamento focalizado no problema: todo o conjunto de profissionais que se formam


o enfrentamento proativo e o enfrentamento dentro do campo da saúde, e no nosso caso da
combativo. No enfrentamento proativo, tam- saúde mental, preocupados com o sofrimento
bém chamado de enfrentamento preventivo, decorrente do trabalho segundo15.
as pessoas buscam prever ou detectar estres- O processo de produção da saúde: traba-
sores potenciais e agir antecipadamente para lho e desgaste operário, estudo que explicita a
preveni-los ou minimizar seu impacto, todavia importância da investigação da saúde a partir
no enfrentamento Combativo, o individuo rea- das relações do trabalho com o desgaste ope-
ge ou tenta escapar de um estressor que não rário que segundo Laurell; Noriega16 se dá o
pode ser evitado. Como o estressor é inevitá- desgaste um conceito que transita pelo somá-
vel, pode ser necessária a ajuda externa para tico e pelo psíquico, aparecendo tanto como
enfrentar a situação. potencialidade ou como uma manifestação,
Pode-se identificar em indivíduos com alta muitas vezes é inespecífico e não demonstrá-
vulnerabilidade ao estresse, alguns traços em vel e ou mensurável. É possível ser inferido
sua personalidade como: introversão, rigidez, por meio de indicadores globais ou ainda de
medo ou fuga do ambiente, insegurança, re- “indicadores de processo”. Por exemplo, “um
traimento, descontentamento e regressão em desses indicadores de processo poderia ser a
relação aos comportamentos, introversão e reação prolongada de estresse, e outros parâ-
fantasias em projeções e fantasias indicando metros, como o gasto e a ingestão calórica”.
atitude de desconfiança usual excessivamente A construção teórica da relação entre “pro-
defensiva, e grande necessidade de seguran- cesso de valorização, processo de trabalho,
ça e ansiedade manifesta, assim como grande cargas de trabalho e processo de desgaste
tensão interna, energia e organicidade e pode- confere certa capacidade de predição com re-
mos identificar que muitos traços estão relacio- lação ao que caracteriza o padrão de desgaste
nados a situações de estresse. de um determinado grupo de trabalhadores” 17.
A caracterização do estresse, conceitu-
ada na idéia de desgaste e por oposição de CONSIDERAÇÕES FINAIS
resistência, traz para a cena do dia a dia, do Pode-se concluir que de acordo com os
trabalho, do fazer, do ir e vir, do simples es- dados obtidos nos testes Event - Escala de
tar acordado, a imperiosa necessidade de dar Vulnerabilidade ao estresse e HTP - Casa-Ár-
conta do avanço do relógio biológico e um pro- vore-Pessoa, além do questionário sócio-de-
grama a ser executado. A organização do tra- mográfico, que a vulnerabilidade ao estresse
balho torna-se fonte de desgaste, pois envolve está relacionada com a maneira em que cada
a divisão do trabalho, o conteúdo da tarefa, um individuo conduz suas expectativas e compor-
sistema hierárquico de poder, modalidades de tamentos frente a sua vida pessoal e profissio-
comando, a distribuição das responsabilida- nal, ambas caminham juntas em relação ao
des. À organização do trabalho somam-se as agente estressor.
condições de trabalho, estas mais ainda, fontes Os indivíduos com vulnerabilidade baixa
de adoecimento. Essas condições de trabalho ao estresse, de acordo com os dados obtidos,
aliadas à organização do trabalho tornaram- em sua maioria administram de maneira altru-
-se objeto de preocupação e de intervenção de ísta seus objetivos e se propõem a realizar tais

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funções por motivos pessoais, estejam estes o indivíduo que possui um cargo de liderança
motivos até mesmo relacionados com culpas, poderá influir no comportamento de uma equi-
ou mesmo por não demonstrar tais conteúdos pe, caso sua função esteja relacionada com
que foram identificados no teste H.T.P. sendo liderança, pois nota-se que nesta amostra um
em sua maioria indivíduos que por meio da dos agentes estressores é o ambiente profis-
compensação, sua resistência é maior em re- sional.
lação ao ambiente estressor, porém mesmo Contudo nota-se que os indivíduos com
que exista uma tolerância a situações de pres- vulnerabilidade ao estresse, necessitam de
são ou mesmo a frustrações, esse indivíduo ajustes e / ou acompanhamento terapêutico,
poderá compensar tais aflições com recursos mudanças em suas rotinas alimentares, mu-
negativos para o seu bem estar, sendo com danças na infraestrutura da organização e
meios externos como o uso de drogas, cigar- conscientização sobre o estresse e suas con-
ros, bebidas alcoólicas, e outros meios que po- sequências.
derão posteriormente lhe trazer malefícios, e
mesmo que contenha esta pressão do meio ou AGRADECIMENTOS
mesmo interna, esse indivíduo poderá em um Pesquisa desenvolvida com o apoio do
determinado momento trazer à tona todos os Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
conteúdos que não foram bem direcionados. Científica da Universidade Guarulhos – PIBIC-
Os indivíduos que apresentam vulnerabi- -UnG.
lidade ao estresse estão, mesmo que de ma-
neira conflitiva, entrando em contato com suas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
angústias, ao passo que, estejam em conta- 1. Associação Brasileira para Prevenção de
to de maneira consciente sobre as causas, Acidentes– Doença ocupa segundo lugar
pois o estresse não pode ser nomeado como no ranking dos afastamentos do trabalho.
o problema, sendo ele um meio do indivíduo SOS Saude Ocup Segur. 2000; 35(210):
perceber que seu corpo está reagindo de ma- 4-5.
neira sinalizadora seu desconforto psíquico ou 2. Dejours C. A loucura do trabalho. São Pau-
físico. Observou-se que os maiores índices lo: Cortez; 1987.
de vulnerabilidade ao estresse associam-se a 3. Lipp MEN. Pesquisas sobre stress no Bra-
características no manejo de enfrentamento a sil: saúde, ocupações e grupos de risco.
situações conflituosas, sejam elas no ambien- Campinas: Papirus; 1996.
te familiar ou mesmo no ambiente profissio- 4. Selye H. Stress: a tensão da vida. São
nal, sendo que o estresse é visto de maneira Paulo: IBRASA; 1959.
intrínseca mesmo que os dados relacionados 5. Bohlander G. Administração de Recursos
ao teste. Esses indivíduos possuem a mesma Humanos. São Paulo: Pioneira; 2003.
propensão a desenvolver em algum momento 6. Robbins ST. Comportamento Organiza-
um quadro de estresse, porém que poderiam cional. São Paulo: Pearson Prentice Hall;
sublimar esta condição de tensão, ou mesmo 2005.
compensar tais situações no ambiente laboral. 7. França ACL, Rodrigues AL. Stress e Tra-
Também de acordo com o grau hierárquico as balho: uma abordagem psicossomática.
consequências deste quadro alteram-se, pois São Paulo: Atlas; 1996.

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