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Stress e Burnout: Os impactos Fisicos e emocionais nos profissionais da

saúde.
Ou o impacto na saúde mental dos profissionais da saúde ocasionados
pelo Stress e Burnout
( esse titulo acho que da pra modificar, é só mais ou menos uma ideia)

Resumo:

O Stress e Burnout se fazem cada vez mais presentes no cotidiano de trabalho.


As diversas e elevadas demandas no setor de trabalho ocasionam cada vez
mais um elevado desgaste físico e emocional. O Objetivo deste estudo é
discutir a respeito dos impactos do stress e síndrome de burnout ocasionados
na saúde mental de profissionais da saúde. Que medidas são necessárias
quanto a tais questões, buscando compreender as melhores formas de lidar
com tais impactos. Este estudo é uma revisão da literatura, tendo sido
utilizados diferentes bases de dados para a seleção de artigos publicados, nos
últimos 12 anos. Os descritores utilizados foram “stress”, “burnout”, “saúde
mental” “profissionais da saúde”. Através deste estudo pôde-se compreender e
ressaltar a importância dos cuidados com a saúde mental dos profissionais da
saúde.

Palavras-chaves: Stress, Burnout, Saúde Mental, Profissionais da Saúde.

INTRODUÇÃO

Os potenciais efeitos do estresse ocupacional sobre o bem-estar físico e


emocional dos profissionais tem sido objeto de estudo de pesquisas científicas
nos últimos anos, por se tratar de um importante problema de saúde. O
estresse ocupacional é decorrente da percepção do trabalhador de que o
ambiente laboral é ameaçador à sua saúde física e/ou mental, por acreditar
que esse ambiente possui demandas excessivas ou por ele próprio não possuir
recursos suficientes para enfrentá-las (França & Rodrigues, 1997). Um dos
possíveis efeitos da exposição crônica ao estresse ocupacional é o
desencadeamento da síndrome de Burnout (SB) ou esgotamento profissional,
fenômeno que afeta profissionais que possuem intenso contato com os
usuários de seus serviços, como os profissionais da saúde, da educação,
policiais, assistentes sociais, entre outros (Ministério da Saúde do Brasil &
Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil, 2001).

O stress foi caracterizado por Selye (1956) como uma "Síndrome Geral de
Adaptação" (SGA) decorrente de um evento que exige esforço do indivíduo em
termos de adaptação. Este evento ambiental, denominado estressor, gera a
quebra da homeostase interna do indivíduo, alterando a capacidade do
organismo de manter sua constância. O referido autor dividiu o stress em três
fases, a saber: a) alarme: reação de alerta, que prepara o indivíduo para a luta
ou a fuga; b) resistência: tentativa de restabelecer o equilíbrio interno por meio
de uma ação reparadora, gastando energia para esta adaptação; e c)
exaustão: caracterizada pelo esgotamento físico e psicológico, momento em
que as doenças são manifestadas, podendo ser fatais.

Especificamente no que se relaciona ao stress no contexto ocupacional,


destaca-se a questão do Burnout, um conceito que caracteriza uma síndrome
psicológica produzida em resposta aos estressores interpessoais crônicos no
trabalho. Tal conceito encontra-se associado à exaustão de energia decorrente
de uma má adaptação a um trabalho estressante, prolongado e com elevada
carga tensional, descrevendo uma condição de profissionais cujo trabalho
requer elevado grau de contato interpessoal.

O burnout manifesta-se através de três dimensões: a) esgotamento emocional:


sentimento de estar sobrecarregado; b) despersonalização: surgimento de
atitude de frieza e distanciamento direcionada aos colegas e ao trabalho; e c)
reduzida realização pessoal: sentimentos de incompetência e falta de
produtividade e realização no trabalho (Maslach, Schaufeli & Leiter, 2001).

Macedo (2005), ao investigar em uma população de profissionais de saúde


mental as dificuldades encontradas por eles na execução de seu trabalho,
encontrou os seguintes fatores: sobrecarga de trabalho, pressão em forma de
cobrança excessiva, pouca valorização do trabalho, reduzido tempo para
atendimentos, condições de trabalho inadequadas tanto materiais quanto
técnicas, falta de treinamento e de capacitação de pessoal, falta de
reconhecimento, desempenho de mais de uma função, baixa remuneração,
falta de incentivo, falta de diálogo com as chefias, chefes imediatos sem
capacitação técnica para a função e pouca preocupação com a qualidade dos
serviços prestados.

Na mesma perspectiva, Swoboda et al. (2006) encontraram que a


ambiguidade de função, conflitos na equipe, doença do usuário e falta de
tempo constituem aspectos do trabalho vivenciados como estressantes.

Mediante ao conteúdo explicito a cima, o objetivo geral deste estudo é analisar


os impactos na saúde mental de profissionais da saúde, ocasionados pelo
stress e síndrome de Burnout. E como objetivo especifico, compreender a
importância de investir em prevenção e promoção de saúde mental dos
profissionais da saúde. (LEMBRO QUE NESSA EXPLICAÇÃO NECESSITA
TER UM OBJETIVO GERAL E ESPECIFICO). ( você pode agregar mais).

2. Características do stress e Síndrome de Burnout:

O stress foi caracterizado por Selye (1956) como uma "Síndrome Geral
de Adaptação" (SGA) decorrente de um evento que exige esforço do indivíduo
em termos de adaptação. Este evento ambiental, denominado estressor, gera a
quebra da homeostase interna do indivíduo, alterando a capacidade do
organismo de manter sua constância. O referido autor dividiu o stress em três
fases, a saber: a) alarme: reação de alerta, que prepara o indivíduo para a luta
ou a fuga; b) resistência: tentativa de restabelecer o equilíbrio interno por meio
de uma ação reparadora, gastando energia para esta adaptação; e c)
exaustão: caracterizada pelo esgotamento físico e psicológico, momento em
que as doenças são manifestadas, podendo ser fatais.

O estresse é inerente à vida do ser humano. É um fator que está


presente, sem distinção, em várias pessoas, contexto e sociedade. “O estresse
situa-se a dimensão interativa homem/meio/adaptação, ocasionando
crescimento e desgaste, além de ser intrínseca a condição de viver”
(FERREIRA E BARBOSA 2018, p. 21). Chiochetta et al. (2017) entende ser
uma reação comportamental e bioquímica, podendo ser reações de estresse
leve e elevado, a primeira induz o corpo a uma resposta fisiológica, que poderá
proporcionar vantagens ao indivíduo e a segunda associa a um desgaste que
pode levar ao mal-estar mental e físico.

O estressor em si, no entanto, não determina toda a reação de stress. A


percepção e a interpretação do indivíduo ante uma dada situação como
excedendo seus recursos pessoais ou sobrecarregando-o são de demasiada
importância para o desencadeamento do processo de stress. É, portanto, a
partir da avaliação que o indivíduo faz de seu ambiente e de seus recursos
pessoais que se acionam estratégias direcionadas a lidar com demandas
internas e/ou externas desencadeadas por estressores (Lazarus & Folkman,
1984).

Silva e Costa (2008), considerando o paradigma do modelo psicossocial de


atenção, constataram indicadores de sofrimento psíquico entre os profissionais,
envolvendo dificuldades nas relações em equipe, com o usuário e com a
organização. Quanto à aferição do burnout, Robinson, Clements e Land (2003)
identificaram altos níveis de exaustão emocional em enfermeiros da área.

A síndrome de Burnout (SB) foi descrita pela primeira vez pelo psiquiatra
Herbert Freudenberger em 1974 (Freudenberger, 1974) e atualmente está
inserida na Classificação Internacional de Doenças CID-11sob o código QD85
(Organização Mundial da Saúde [OMS], 2019). Christina Maslach (1976)
propôs um modelo teórico para caracterizar a SB, definindo-a como uma
resposta prolongada a estressores interpessoais crônicos no trabalho que se
apresenta em três dimensões interdependentes: exaustão emocional,
despersonalização e redução da realização pessoal (Maslach, Schaufeli &
Leiter, 2001).

A exaustão emocional é caracterizada pelos sentimentos de estar


sobrecarregado e exaurido de seus recursos físicos e emocionais, levando ao
esgotamento de energia para investir nas situações que se apresentam no
trabalho (Maslach et al., 2001). Esta dimensão é considerada qualidade central
e manifestação mais óbvia da síndrome, estando associada a sentimentos de
frustração diante da percepção dos profissionais de que não possuem
condições de depreender energia para atender os pacientes como faziam
anteriormente (Maslach & Leiter, 2008; Carlotto & Câmara, 2008).

Na medida em que a exaustão emocional se agrava, a


despersonalização ou cinismo pode ocorrer, os quais são caracterizados por
uma postura distante ou indiferente do indivíduo em relação ao trabalho, aos
colegas e aos pacientes (Maslach et al., 2001). A despersonalização é
considerada uma resposta à exaustão emocional, constituindo-se como
estratégia de enfrentamento do indivíduo diante do estresse crônico (Maslach
et al., 2001; Maslach & Leiter, 2008).

A perda gradual de empatia e indiferença em relação ao trabalho


culmina na insensibilidade afetiva e afastamento excessivo do público que
deveria receber seus serviços (Carlotto & Câmara, 2008), comprometendo a
habilidade dos profissionais de saúde de prover cuidado de qualidade para
seus pacientes. De acordo com Moss et al.(2016), essa dimensão também
pode ser expressa por comentários não profissionais dirigidos a colegas de
trabalho, pela culpabilização de pacientes por seus problemas ou pela
incapacidade de expressar empatia/pesar quando um paciente morre.

A importância dos cuidados com a saúde mental dos profissionais da


saúde

Segundo Carvalho (2017); Gomes et al. (2018) o desgaste oriundo da


exposição a carga de trabalho é o grande responsável por afastamento através
da licença médica que pode está ligado a ansiedade, depressão, estresse,
insônia, doenças infectocontagiosas e as doenças físicas, bem como os
acidentes no trabalho.

Ficar exposto à carga de trabalho continuamente, as vivências diárias de


sofrimento e estresse e de sentimento de prazer por gostar daquilo que faz,
gera desgaste no profissional, o que pode levar este trabalhador a adoecer.
Portanto, é importante que o profissional entenda as particularidades e os
macetes existentes na sua profissão, para que assim possa criar estratégias
que o ajude a diminuir este desgaste profissional quanto pessoal, e desse
modo buscar preservar a saúde tanto mental quanto física (CARVALHO, 2017;
MOREIRA et al., 2019).

As consequências negativas de saúde, associadas aos fatores


estressores, sinalizam para um relevante impacto na qualidade vida e saúde
geral dos profissionais da enfermagem, podendo também apontar um impacto
indireto associado com a própria qualidade do trabalho prestado aos usuários e
a assistência à saúde. Tais consequências negativas podem também provocar
problemas de saúde física e mental, maior chance de cometerem erros no
trabalho e baixa satisfação no trabalho (OLIVEIRA, 2016).

Devido às condições de trabalho e a peculiaridade de suas atividades,


se faz necessário, que todos os profissionais da saúde estejam atentos a sua
saúde mental e física, uma vez que disso depende e determina a conduta do
profissional e a qualidade de seus atendimentos para com a população e a
assistência à saúde (SILVA, 2015).

Dentre as diversas possibilidades de cuidados com a saúde mental dos


profissionais, estão intervenções individuais que são voltadas à aprendizagem
de estratégias de enfrentamento adaptativas diante de agentes estressantes.
Referem-se ao treino de habilidades comportamentais e cognitivas de coping,
meditação, atividade física (Moreno, Gil, Haddad, & Vannuchi, 2011), bem
como às práticas de autocuidado, como garantir descanso adequado, equilíbrio
entre trabalho e outras dimensões da vida e envolvimento em um hobby (Moss
et al., 2016; Swensen, Strongwater & Mohta, 2018).

No que diz respeito às intervenções organizacionais, estas se referem à


modificação da situação em que são desenvolvidas as atividades laborais,
visando melhoria da comunicação e do trabalho em equipe. Incluem a
realização de treinamento com os funcionários, reestruturação de tarefas e
mudança das condições físico-ambientais, como flexibilidade de horário,
participação na tomada de decisão, plano de carreira e autonomia laboral
(Garrosa et al., 2002; Melo & Carlotto, 2017).
Enquanto as intervenções individuais implicam na responsabilidade
individual do profissional por manter sua própria saúde emocional e física, as
intervenções organizacionais remetem à responsabilidade das instituições em
criar um ambiente de trabalho saudável com melhores condições laborais para
seus funcionários. Considerando o contexto apresentado, nota-se que ambas
são necessárias para a prevenção da SB, uma vez que a mesma é
desencadeada por uma combinação de fatores ambientais, sociais e
individuais. Por essa razão, recomenda-se a utilização das intervenções
combinadas, as quais associam dois ou mais tipos de intervenções visando
modificar de forma integrada as condições de trabalho, a percepção do
trabalhador e o modo de enfrentamento diante das situações estressantes
(Garrosa et al., 2002; Melo & Carlotto, 2017; Murta & Tróccoli, 2007).

Outras estratégias para a prevenção da síndrome de Burnout incluem os


grupos de suporte, terapia cognitiva-comportamental e programas voltados
para a diminuição do estresse (Moss et al., 2016).

Considerações Finais:

O estudo presente possibilita uma maior e melhor compreensão dos


diversos fatores que devem ser ajustados ao se trabalhar a saúde mental dos
profissionais da saúde, visto que ao pensar em saúde do colaborador é preciso
pensá-la por inteiro, contemplando prevenção, promoção, vigilância a saúde e
assistência à reabilitação. Não há uma receita pronta, estas estratégias são
construídas de acordo com as necessidades de cada indivíduo ou grupo de
trabalho.

A conscientização dos impactos ocasionados pelo stress e síndrome de


Burnout na vida de tais profissionais são aspectos de grande importância para
o desenvolvimento de melhores condições de trabalho, das vivências subjetiva
do processo de trabalho e suas repercussões nos trabalhadores. O processo
de produção e as relações sociais no ambiente de trabalho são de grande
importância, uma vez que são os principais geradores de realização e, se estes
fatores estão desequilibrados pode levar ao adoecimento físico e,
principalmente, psíquico.

REFERENCIAS:

https://www.scielo.br/j/epsic/a/6nhS6MVLFFZ9cNRVKrx34MC/

https://www.scielo.br/j/estpsi/a/KwrCBXKssRgjLqp6WVk3sBg/?lang=pt

https://www.scielo.br/j/ape/a/4tFGsB6dkL7ycjB934hd5Kz/?lang=pt

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
08582020000100005

http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/magazines/
SAUDE_MENTAL_DOS_PROFISSIONAIS_DA_ENFERMAGEM_NA_UNIDAD
E_BASICA_DE_SAUDE__uma_otica_psicologica_acerca_do_trabalho_desses
_profissionais_das_UBS.pdf

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