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DEPARTAMENTO DE DIREITOS HUMANOS SAÚDE

E DIVERSIDADE CULTURAL
V Curso Intersindical Saúde Trabalho e Direito
“Saúde Mental e Trabalho”
2018
Profª Jacqueline Wilhelm Caldas
Psicóloga e Especialista em Direito Sanitário
Mestre em Saúde Pública
ENSP/FIOCRUZ
Saúde Mental

complexo

intersetorial

multidisciplinar
Saúde Metal no Trabalho

É um campo de conhecimento em construção, cujo propósito é o


estudo da dinâmica da organização e dos processos de trabalho
visando à promoção da saúde mental do trabalhador por meio de
ações diagnósticas, preventivas e terapêuticas.
(Penido e Peroni, p.33, 2013)
Saúde Mental
Limites e fronteiras
A noção de sofrimento para Freud
 Do nosso próprio corpo condenado a decadência e à dissolução;
 Do mundo externo que pode voltar-se contra nós com forças de
destruição esmagadoras e impiedosas;
E finalmente dos nossos relacionamentos com os outros.
(Freud, 1998, XXXI, p.85)
A noção de sofrimento para Dejours

A noção de sofrimento é central para Dejours.

Implica um estado de luta do sujeito contra as forças que o estão


empurrando em direção à doença mental.
(Dejours, p,10,)
Sofrimento Mental
 Pode ter causas em doenças mentais, comportamentais,
relacionamentos, educação, religião, etc.

 Todo sofrimento mental pode ocasionar sofrimento físico que em


somatizações podem se transformar em doenças do corpo.
Mecanismos psicológicos de defesa
 Repressão

 Negação

 Racionalização

 Formação reativa
 Projeção

 Sublimação
Ansiedade
Situações protóticas que causam ansiedade segundo Freud:
1. Perda de um objeto desejado (privação)
2. Perda de amor (rejeição)

3. Perda de identidade (prestigio)


4. Perda de autoestima (culpa)
As mudanças no mundo do trabalho e o
sofrimento mental

 Processo de globalização definiu transformações no trabalho;


 Deslocamento de parte do processo produtivo;
 Transformação do perfil da classe trabalhadora (polivalente);
(Lacman e Sznelver,2004)
As mudanças no mundo do trabalho e o
sofrimento mental

Centralidade do trabalho

Trabalhador
(psíquico e subjetivo
Globalização - saúde/doença
 Transformações - reflexos na dinâmica social da família ao Estado.
 Injunção de adesão a valores.
 Desenvolvimento tecnológico argumento poderoso para justificar a
inevitabilidade da Reestruturação Produtiva.
A ideologia da cultura da Excelência
É a mesma face apresentada pela ideologia da globalização.
 Valores conformam crenças e mitos.
 Força de tais princípios atinge todos os trabalhadores.
 Elementos da ideologia – competitividade, flexibilidade, culto a
velocidade e agilidade, evitação de sentimentos, apagamento da
ética, polivalência.
Organização do trabalho e seus
desdobramentos
 Flexibilização

 Polivalência

 Invisibilidade e máscaras do sofrimento psíquico

 Expressões de sofrimento
Trabalho – fronteiras e implicações
 Psicopatologia do trabalho e psicopatologia do desemprego.
 Perda do emprego culmina em desgaste – prolongamento configura
um verdadeiro trauma para autoestima, para a identidade e para a
Saúde Mental.
 Precarização do trabalho – trabalho informal, em tempo parcial,
subcontratação ou contratos temporários.
(Seligmann – Silva, 2011) 2003)
Christophe Dejours
PSICODINÂMICA DO TRABALHO
Christophe Dejours
PSICODINÂMICA DO TRABALHO
 Pioneiro em abordar a centralidade do trabalho;
 Postula a continuidade entre o funcionamento psíquico no trabalho e
fora dele;
 Introduziu o conceito de normalidade resultante do compromisso
entre o sofrimento e as estratégias individuais e coletivas.
Christophe Dejours
PSICODINÂMICA DO TRABALHO
O saudável define-se pelo enfrentamento das imposições e pressões
do trabalho que causam instabilidade psicológico;
O patológico implica falhas nos modos de enfrentamento e instala-se
quando o desejo da produção vence o desejo dos sujeitos
trabalhadores.
O sofrimento para a psicodinâmica
dejouriana
 Dejours se propõe a responder: como fazem os trabalhadores para
resistir aos ataques ao seu funcionamento psíquico provocados pelo
trabalho?
 Novo modelo tornou-se possível a partir do momento em que a
“normalidade” foi considerada um enigma.

(Brant & Minayo – Gomes, 2003)


O sofrimento para a psicodinâmica
dejouriana
 As investigações tiveram como direção as “estratégias elaboradas
pelos trabalhadores” para enfrentar mentalmente a situação do
trabalho.
 Objeto de estudo - o sofrimento e as defesas contra a doença.
 O sofrimento será concebido como vivência subjetiva.
Christophe Dejours
PSICODINÂMICA DO TRABALHO
O sofrimento designa a primeira abordagem que separa a doença da
saúde.
 Entre o homem e a realização do trabalho existe, às vezes, um
espaço de liberdade que autoriza uma negociação para adaptá-la às
suas necessidades.
A eficácia simbólica da estratégia
defensiva
A ideologia defensiva é funcional a nível de grupo (coletiva), de sua
coesão, de sua coragem e é a garantia da produtividade.
É assegurada pela participação de todos, requer uma coesão e uma
solidez a toda prova.
(Dejours, p.71,72, 1992).
O grupo profissional armado da ideologia defensiva, elimina aquele
que não consegue suportar o risco. Desta maneira, o que se mostrar
mais frágil será objeto dos riscos dos outros.
 Objetivo- é mascarar, conter, e ocultar uma ansiedade
particularmente grave. É um mecanismo de defesa elaborado por um
grupo social particular.
 Característica- ser dirigida não contra uma angustia proveniente de
conflitos intrapsíquicos de natureza mental, e sim ser destinada a
lutar contra um perigo e risco reais.
 Função- consiste em manter a distância o risco de afastamento do
corpo ao trabalho.

(Dejours, p. 34-36 - 1992)


Sofrimento mental
o Resulta das condições de trabalho – ambiente físico, ambiente
químico, ambiente biológico as condições de higiene de segurança e
as características do posto do trabalho.
o Dejours in Betiol (1994) afirma que as condições de trabalho
prejudicam a saúde do corpo do trabalhador.
(Dejours,2009)
Sofrimento mental
 Resulta da organização do trabalho – divisão do trabalho, o conteúdo
da tarefa, o sistema hierárquico, as modalidades de comando, as
relações de poder, as questões de responsabilidade.

 Para Dejours (1994) a organização do trabalho atua no nível do


funcionamento psíquico.
(Dejours,2009)
Por que passaremos a falar em ideologia
defensiva e não mais estratégias
defensivas?
A situação subjetiva enuncia-se como se o sofrimento fosse
resultado de um enfraquecimento da estratégia defensiva e não
consequência do risco ou dano no trabalho.
E a estratégia de defesa passa a ser vista como promessa de
felicidade, e a defesa da defesa é erigida em ideologia.
Trabalho e medo
 Medo – responde por um aspecto concreto da realidade. Está
presente em todos os tipos de ocupações profissionais.
 Algumas categorias profissionais são expostas a riscos relacionados a
integridade física.
O risco é frequentemente coletivo, na maioria das situações de
trabalho.
(Dejours, 1992)
Os sinais indiretos do medo

 As atitudes com relação ao risco de acidentes, como também a recusa


de certas regras de segurança, as respostas de desprezo são apenas
fachada (mecanismo de defesa).

(Dejours,1993)
Um contraexemplo:
aviação de caça
 Condições de trabalho: cabine com espaço mínimo, acento metálico,
variação de temperatura, barulho, vibrações, etc...

 Toda melhoria na performance do avião permite ao piloto correr mais


risco.
Um contraexemplo:
aviação de caça

A admiração de que são objeto e orgulho inigualável em relação as


outras profissões são precisamente fundadas na confrontação com
esse perigo.
Psicodinâmica do Trabalho
 Equilíbrio ou fadiga pelo trabalho? Formulação do paradoxo
psíquico do trabalho. O que pode ser fonte de equilíbrio para uns, é
causa de fadiga para outros.

(Dejours, 1990)
Carga psíquica do trabalho
 Proposta- duas ordens de fenômenos: os elementos afetivos e
relacionais.
 Não é possível quantificar uma vivência, (qualitativa) individual ou
coletiva que é por definição subjetiva.
A subjetividade da relação homem-trabalho tem efeitos concretos e
reais: absenteísmo e ou presenteísmo.

 (Dejours, 1990)
Abordagem econômica do funcionamento
psíquico
A carga psíquica do trabalho resulta da confrontação do desejo do
trabalhador à imposição do empregador, contida na organização do
trabalho.
 Em geral a carga psíquica do trabalho aumenta quando a liberdade de
organização do trabalho diminui.
(
Abordagem econômica do funcionamento
psíquico
A angústia, o medo, a frustração e a emoção (afetos psíquicos)
possuem traduções somáticas: palpitação, hipertensão, tremores,
suores, etc.
A energia pulsional que não acha descarga no exercício do trabalho
se acumula no aparelho psíquico, ocasionando um sentimento de
desprazer e tensão.
A Patologia Clínica
 Todo excesso conduz a aparição da fadiga e sofrimento. Para
compensar uma fadiga física o aparelho psíquico também é impelido
a contribuir através da vontade.

A fadiga pode resultar de uma carga psíquica e ter uma tradução


somática, e é uma testemunha não específica da sobrecarga que pesa
sobre um ou outro dos setores do organismo psíquico e somático.
(Dejours, p.30)
Alterações nas relações subjetivas:
crise de solidariedades dos coletivos de
trabalho
 Desengajamento pessoal, destruição das relações de confiança,
qualidade medíocre de trabalho.
 Produto específico do próprio sofrimento psíquico, em resposta ao
trabalho patogênico.
A organização do trabalho prescrito e a
realidade do trabalho
 As escolhas técnicas e operatórias feitas pelos agentes, em todos os
níveis de qualificação, devem ser entendidas a partir da mobilização
efetiva da iniciativa, da inventividade, da cooperação dos operários,
para preencher e ultrapassar as incoerências, as inconveniências, as
insuficiências e as impossibilidades práticas da organização prescrita
do trabalho.
(Dejours,1990)
A corrosão das defesas coletivas
 Cada equipe se fecha e adota um estilo nas relações com o executivo,
com o trabalho e com as outras equipes;
 Surgem ideologias defensivas diferenciadas;
A corrosão das defesas coletivas
 Se exacerbam as contradições ao ponto de as equipes se
confrontarem;
 Provocam o desencadeamento de crueldades;
 As ideologias defensivas destinadas a lutar contra o sofrimento
voltam-se contra os próprios operadores.

(Dejours, 1990)
Para concluir...
A experiência mostra que a via de acesso a vivência subjetiva e
intersubjetiva passa exclusivamente pela palavra dos trabalhadores e
não pela observação dos atos, dos fatos, dos comportamentos e dos
modos operatórios.
 É na interlocução dos pesquisadores-trabalhadores que emerge uma
parte importante do iceberg da realidade, mascarada na profundeza
das estratégias coletivas em face da organização do trabalho.
A função psicológica do Trabalho
O Real da Atividade
Yves Clot
A função psicológica do trabalho tem como objeto uma reflexão
sobre a ação e os métodos de transformação das situações de
trabalho.

A função social do trabalho realiza ao mesmo tempo a produção de


objetos e a produção de trocas que dão aos primeiros seu valor numa
determinada sociedade.
(Clot,2007)
A função psicológica do Trabalho
O Real da Atividade
Yves Clot
O real da atividade compreende também aquilo que não se faz, o que
não se pode fazer, aquilo que se busca fazer sem conseguir;
 Paradoxo: aquilo que se faz para não fazer aquilo que se tem a fazer;
 Aquilo que se faz sem querer fazer;
 Atividades suspensas ou impedidas não podem ser excluídas da
análise.
Assédio Moral no Trabalho:
Interpessoal
Organizacional
PERSONALIDADE
constituição, temperamento e caráter
PERSONALIDADE
 Latin persona: máscara teatral por trás da qual o ator falava; palavra
derivada de per sonare: soar através.

 Conjunto integrado de traços psíquicos incluindo todos os fatores


biológicos, físicos, e socioculturais de sua formação.
(Manual do Exame psíquico uma introdução à psicopatologia. Bastos, C. L. 2000)
Constituição

 Características morfofisiológicas intrínseca do indivíduo, inatas e de


origem genética.
 Inclui-se o tamanho e a forma corporal, a robustez e a fragilidade, a
suscetibilidade e resistência às doenças.

(Manual do Exame psíquico uma introdução à psicopatologia. Bastos, C. L. 2000)


Temperamento

 Consiste na forma básica de reação individual aos estímulos em suas


tendências afetivas e instintivas fundamentais. Por exemplo, são
traços de temperamento a expansividade, a introversão, a
sensibilidade, a emotividade, a explosividade, etc.
 (Manual do Exame psíquico uma introdução à psicopatologia. Bastos, C. L. 2000)
Caráter
 Refere-se ao conjunto de características psicológicas complexas,
adquiridas durante o desenvolvimento, através do qual o indivíduo se
relaciona com o mundo, em sua forma peculiar de estabelecer
vínculos pessoais e sociais, incluindo os aspectos éticos e morais.

(Manual do Exame psíquico uma introdução à psicopatologia. Bastos, C. L. 2000 )


Assédio Moral no Trabalho
Estudiosos do Assédio Moral no Trabalho
 Heinz Leymann

 Marie-France Hirigoyen

 Margarida Barreto

 José Roberto Heloani


Margarida Barreto
 Assediar alguém significa estabelecer um cerco e não dar trégua ao
outro, humilhando, inferiorizando e desqualificando de forma
sistemática e repetitiva por meio de ataques verbais, gestuais,
perseguições e ameaças veladas ou explícitas que vão
desestabilizando emocionalmente a vida do outro.
José Roberto Heloani
 Caracteriza o processo do assédio pela intencionalidade de
neutralizar certos indivíduos por meio de sua constante
desqualificação.
Marie-France Hirigoyen enfoca a
perversidade das relações
 Considera os aspectos subjetivos e comportamentais que
caracterizam vítima e agressor e prioriza o sofrimento das vítimas.
 Na abordagem de Hirigoyen (2003) o assédio moral nasce de forma
silenciosa, sorrateira e traiçoeira.
Marie-France Hirigoyen
 AMT somente é possível quando a hierarquia ou a direção da
empresa deixa isto acontecer e se omite.
 Se uma empresa é vigilante e severa com relação a essas práticas, o
assédio moral não prospera.
Heinz Leymann
 Estudou diferentes grupos profissionais e qualificou o processo
encontrado de “psicoterror”.
 Introduziu o conceito de Mobbing para descrever formas de assédio
ocorridas dentro das organizações.
 Trata-se de um fenômeno de grupo que corresponde a perseguições
coletivas e violência.
Heinz Leymann
“A deliberada degradação das condições de trabalho através do
estabelecimento de comunicações não éticas (abusivas) que se
caracterizam pela repetição por longo tempo de duração de um
comportamento hostil que um superior ou colega (s) desenvolve (m)
contra um indivíduo que apresenta, como reação, um quadro de miséria
física, psicológica e social duradoura”.

(Heinz Leymann,1984)

)
Heinz Leymann
Catalogou quatro grupos de ações:

• Ações contra a dignidade;


• Ações contra o exercício do trabalho;
• Manipulação na comunicação;
• Ações de iniquidade.
Trabalho
 No sentido etimológico, a palavra trabalho vem do latim tripaliare,
que significa martirizar com um tripalium: que seria uma espécie de
equipamento utilizado para torturas feito por de três paus. Assim, o
local de trabalho, para muitos, ainda passa a visão de lugar de tortura.
(Calazans & Carneiro, p.20– 2009)
Trabalho
 Conserva o sentido de empenho, sacrifício, esforço físico e
intelectual para atingir determinado objetivo.
 Para Codo (1994) o trabalho é ao mesmo tempo criação e tédio,
miséria e fortuna, felicidade e tragédia, realização e tortura dos
homens.
Assédio moral
 Ao longo da vida há encontros estimulantes, que nos incitam a dar o
melhor de nós mesmos, mas há igualmente encontros que nos minam
e podem terminar nos aniquilando.
 Um indivíduo pode conseguir destruir outro por um processo de
contínuo e atormentante assédio moral .
Assédio Moral no Trabalho
 Nas organizações, a violência e o assédio nascem do encontro da
inveja do poder do outro e da perversidade. Esse poder pode ser real
ou imaginário.
O assediador vai minando aos poucos o ambiente da pessoa sem que
ela se dê conta.
A forma como a empresa é estruturada pode colaborar para que
sujeitos inescrupulosos alcancem cargos de chefia e poder.
AMT pode ser atribuído:
 Pressões por produtividade
 Distanciamento entre empregador e empregado
 Falta de comunicação direta
 Intensificação e banalização do trabalho
 Individualismo x solidariedade
 Novo perfil
Razões para a escolha da vítima
 Despertar o medo no superior ou colega ao demonstrarem um nível
de competência;
 Não concordar com decisões ou ações que ferem a ética profissional;
 Ter melhores condições sociais e ser mais bem-sucedido
afetivamente;
 Pela própria natureza passiva da vítima, etc.
Táticas do assédiador
 As táticas da psique humana são praticadas com pessoas que se
encontram em alguma posição de inferioridade e vem a dificultar a
possibilidade de sua comprovação. Hirigoyen(2006) definirá que
uma relação de assédio se estabelece em duas fases: uma de sedução
perversa, outra de violência manifesta.
(Calazans & Carneiro, 2009)
Comunicação perversa
 Os não-ditos; a dificultação e a recusa de comunicação; a recusa ao
outro e a negação da existência do outro nos ambientes de trabalho;
as deformações na comunicação e a linguagem paradoxal com o
objetivo de confundir.

(Calazans& Carneiro, p. 62 – 2009)


Tipos de AMT
 Vertical descendente, onde o assediador é um superior
hierárquico.
 Vertical ascendente, quando o assédio parte de subordinado(s).
 Horizontal, quando os abusos morais partem de colegas no mesmo
nível hierárquico.

(Calazans & Carneiro,,2009)


É possível estabelecer o nexo causal?
 Segundo a Resolução 1488/98 do CFM para o estabelecimento do
nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do
trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e dos exames
complementares o médico deverá considerar a história clínica e
ocupacional.
As fases e táticas do assédio
O enredamento
 As injunções
 As manipulações
 A vampirização
Possíveis consequências do AMT
 Efeitos psicossomáticos  Conflitos intrapessoais
 Mudanças comportamentais  Depressão
 Alcoolismo  Burnout
 Apatia, ansiedade  Transtorno de adaptação
 Conflitos interpessoais  Insônia
 E outros...
Doenças Relacionadas ao Trabalho
 Vitimas de AMT mostram um número maior de queixas
psicossomáticas: dores de cabeça, tonturas, insônia, dor no estômago
dentre outras.
 Maior nível de depressão, de ansiedade, de afetividade negativa,
transtorno de adaptação e estresse pós-traumático se comparadas as
não vítimas de AMT.
Depressão
 Humor triste, perda de interesse e prazer nas atividades cotidianas,
dificuldade de concentração, baixa autoestima; desesperança, ideias
de culpa e inutilidade;
 Visões desoladas e pessimistas do futuro, ideias ou atos suicidas;
 Alterações psicomotoras podem variar da lentificação à agitação.
 Pode haver lentificação do pensamento.
( Doenças Relacionadas ao Trabalho Manual de procedimentos para os serviços de saúde, M.S/OPAS/OMS – p. 169 - 2002)
Burnout – Síndrome do esgotamento
profissional
 Resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais
crônicos no trabalho. O trabalhador que era antes muito envolvido
afetivamente com os seus clientes, com os seus pacientes ou com o
trabalho em si, desgasta-se.
 Instalação de uma verdadeira intolerância ao contato com aqueles
que antes eram alvo de dedicação profissional.
Transtorno de adaptação
 Estado de sofrimento e de perturbação emocional subjetivos, que
entravam usualmente o funcionamento e o desempenho sociais
ocorrendo no curso de um período de adaptação a uma mudança
existencial importante ou a um acontecimento estressante.
Transtorno de estresse pós-traumático
 Rememorações ou revivências persistentes e recorretnes do evento
estressor.
 Atitude persistente de evitar circunstâncias semelhantes ou
associadas ao evento.
 Pesadelos cujo conteúdo repete o evento traumático.
Táticas que se repetem no AMT
 isolar

 ignorar

 desmoralizar

 degradar as condições de trabalho


 forçar a pedir demissão ou desistir do emprego
Situações comuns de assédio moral
 Dar instruções confusas, transferir de setor;
 Atribuir erros imaginários, não lhe atribuir tarefas;
 Ignorar a presença na frente dos colegas
 Fazer criticas em público;
 Impor horários injustificados;
 Circular boatos maldosos sobre a pessoa, etc.
Em todos os casos de AMT encontramos
 Repetitividade

 Persistência da ação
 Intencionalidade

 Direcionalidade

 Temporalidade
Situações que podem confundir-se com o
AMT
Conflito
Gestão por injúria
Agressões pontuais

Más condições de trabalho


Imposições profissionais
Conflito
O assédio não é um conflito. O conflito é algo simétrico, ou seja há
igualdade entre os protagonistas. As recriminações são faladas.

 No assédio não há espaço para argumentação, por trás de todo o


procedimento existe o não falado e o escondido. A relação é
dominante/dominado..
Gestão por injúria
 Neste caso os administradores lidam com seus subordinados de
forma desrespeitosa e bruta.
O que diferencia a gestão por injúria do assédio é que esta é notada
por todos.
 Todos os empregados são maltratados sem distinção.
Agressões pontuais
O assédio moral caracteriza-se antes de tudo pela repetição.
 Uma agressão pontual verbal é um ato de violência, mas não é
assédio moral, enquanto que reprimendas constantes o são, sobretudo
se acompanhadas de outras injúrias para desqualificar o indivíduo.
Más condições de trabalho
 Trabalhar em local mal iluminado, mal instalado não constitui um ato
de assédio em si, salvo se um único funcionário for tratado assim ou
se tais condições destinarem-se a desmerecê-lo.
O mesmo se aplica a sobrecarga de trabalho, que não significa
assédio, a não ser quando é exagerada ou objetiva prejudicar o
empregado.
Imposições profissionais
 Decisões legítimas que dizem respeito a organização do trabalho,
como transferências e mudanças de função de acordo com o contrato
de trabalho.

 Críticas construtivas e avaliações sobre o trabalho executado sem um


propósito de represália não constituem assédio.
AMT
 Fruto de um momento histórico e de um contexto social e econômico
definidores da forma de organização do trabalho e do desenho das
relações humanas.

O crescimento econômico aliado à modernização da gestão tem


levado os trabalhadores ao sofrimento e não ao bem estar.
(Glina e Soboll, p,279)
Assédio Moral Organizacional
“Interações entre o indivíduo ou a administração da empresa, as quais
utilizam da violência e da hostilização de forma continuada e crônica,
na formulação de procedimentos e políticas organizacionais na forma
de mecanismos de gestão abusivos sem necessariamente existir um
agressor personalizado”.
(Soboll, 2011)
Consequências para a empresa
 Aumento da acidentalidade;
 Absenteísmo;
 Menor iniciativa e aumento de tensão;
 Litígio com a justiça trabalhista;
 Degradação do ambiente de trabalho;
 Clima organizacional ruím.

e do trabalho realizado
Consequências para a empresa
 Resultados sofríveis e menor produtividade;
 Resistência e sabotagem;
 Dificuldades de relacionamento com clientes, colegas e superiores;
 Falta de confiança e credibilidade entre funcionários e líderes;
 Menor eficiência e qualidade do trabalho realizado;
Indivíduos com maior probabilidade
vítimas do AMT

 As mulheres Todas as minorias e categorias que


 Os homossexuais já sofrem preconceitos e exclusões

 Os negros pela sociedade por diversos


motivos.
Finalmente.....
A verdade oculta que negaríamos de bom grado é que os
s e r e s h u m a n o s n ã o s ã o c r i a t u r a s t e r n a s e c a r e n t e s d e a m o r,
que só o us a r i a m se defender q u a nd o atacadas; pelo
contrário, são pessoas cujos dotes instintivos devem ter em
c o n t a u m a po d e r os a d os e d e a g r e s s i vi da d e [ . . . ] .
(Freud,1930)
Obrigada!!!!

Av. das Américas, 2250 sala 215 Centro Profissional Cope I - Barra da
Tijuca
jacquelinewcaldas@gmail.com

(21) 99606-4168

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