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Sumário
A origem e evolução da ergonomia......................................................................... 3
Conceito ................................................................................................................ 11
Antropometria........................................................................................................ 14
Biomecânica ......................................................................................................... 18
UNIDADE II ............................................................................................................. 1
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 23
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NOSSA HISTÓRIA
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A origem e evolução da ergonomia
A origem e a evolução da ergonomia estão relacionadas às transformações sociais,
econômicas e, sobretudo, tecnológicas, que vêm ocorrendo no mundo do trabalho. A
ergonomia surge de modo mais sistematizado por volta de 1940, sua origem prática está,
em parte, associada às necessidades de guerra, basicamente ligadas à construção de
aviões e armas mais adaptados às características dos seres humanos e, portanto, mais
facilmente manejáveis por uma quantidade maior de pessoas. Segundo Iida (2005, p. 6):
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de trabalho, visando maior conforto e adequação anatômica pelas pessoas. Isto se aplica
aos sapatos, colchões, carros, etc.”. Rio (1999, p. 22-23) distingue três fases históricas
dos estudos e pesquisas relacionados ao trabalho:
2ª. O erro humano - que pode levar aos acidentes e a custos econômicos. Surge a
consciência de que os estudos devem se concentrar no homem, a fim de respeitar e
conhecer seus limites;
Você sabe quais são os principais objetivos da ergonomia? Ela atua para garantir
o bom funcionamento do sistema produtivo das empresas ou se preocupa também com a
saúde dos trabalhadores? Devemos entender que a ergonomia como ciência não é um
estudo independente, mas sim comum a diversas outras disciplinas, como a Medicina do
Trabalho: estudo da biomecânica, antropometria e fisiologia; Engenharia da produção:
EPIs e CIPA; Ciências Humanas e Sociais: psicologia, sociologia, antropologia; e, com a
Economia: administração, relações sindicais. Todas estas áreas do conhecimento buscam
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criar a ergonomia com uma diretriz ética e técnica fundamental: Adaptar o trabalho ao ser
humano e nunca o contrário!
Moraes e Mont’Alvão (2000) indicam alguns métodos e técnicas para este processo
de intervenção. As autoras recomendam as pesquisas participantes, onde o
usuário/cliente/consumidor/funcionário expressa sua opinião sobre a forma de executar a
tarefa, o funcionamento do posto, as dificuldades pertinentes às ferramentas em uso, ou
mesmo, o desconforto proveniente de alguma situação. Deste modo, nas pesquisas
descritivas o pesquisador/ ergonomista procura conhecer e interpretar a realidade, sem
nela interferir, somente descreve, classifica e interpreta os dados, eventos, fatores,
situações ou problemas. Para tanto, os métodos recomendados pelas autoras para fazer
uma exploração ergonômica são:
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operacional, seja nos escritórios, no setor administrativo. Diversas etapas são descritas
por diferentes autores para explicarem a maneira apropriada para a análise ergonômica.
Moraes e Mont’Alvão(2000) dividem este processo em cinco etapas:
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A partir de que Wojciech Jastrzebowski da Polônia (1857) definiu ergonomia
juntando dois termos gregos ergon= trabalho e nomos= leis naturais, os
pesquisadores têm procurado estabelecer as leis fundamentais baseadas nas quais
este disciplina em desenvolvimento pode ser classificada como uma ciência6 . O
conceito de Jastrzebowski para esta proposta trata da maneira de mobilizar quatro
aspectos da natureza anímica, quais seriam a natureza físico-motora, a natureza
estéticosensorial, a natureza mental-intelectual e a natureza espiritual-moral. Esta
ciência do trabalho portanto significava a ciência do esforço, jogo, pensamento e
devoção. Uma das idéias básicas de Jastrzebowski é a proposição chave de que
estes atributos humanos deflacionam-se e declinam devido a seu uso excessivo ou
insuficiente.
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Adam Smith significaram postos e métodos de trabalho distintos de seus antecessores. E
é nesse bojo que aparece a proposição de Wojciech Jastrzebowski, autor da primeira
definição de ergonomia.
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a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia, e psicologia na solução dos
problemas surgidos desse relacionamento. Esta ergonomia com seu paradigma
mecânico/termodinâmico do ser humano foi o desaguar de atividades portanto milenares
a partir de diversas disciplinas científicas como mostra o quadro abaixo.
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baseavam na análise e nos estudos dos materiais que retornavam e no relato de seus
problemas operacionais. Assim sendo, em seu nascedouro, a Ergonomia se alimentou
profundamente de dados e estudos de manutenção bélica.
Segundo nos relata Iida (1990), os cientistas que haviam participado desse esforço
de guerra decidiram continuar a empreitada voltando-se para a produção civil, utilizando
os métodos, técnicas e dados obtidos para a indústria. Numa precursora forma de
extensão universitária, são formados laboratórios universitários para atender a demandas
industriais, com sucesso. Em decorrência é formada em 1947 a primeira sociedade de
Ergonomia do planeta, a Ergonomics Research Society. Nasce a corrente de ergonomia
chamada de fatores humanos (Human Factors Engineering ou HFE ), como uma
continuidade da prática acima mencionada em operações civis. Desde então a corrente
HFE tem buscado responder à seguinte pergunta: o que se sabe acerca do ser humano e
que pode ser empregado nos projetos de instrumentos, dispositivos e sistemas. Em suas
interfaces com o operador humano a HFE, até o presente, tem sido baseada em
procedimentos experimentais que vão do laboratório clássico para o estudo de fatores
humanos em si mesmo até às modernas técnicas de simulação, buscando uma melhor
conformação das interfaces entre pessoas e sistemas técnicos. Os principais tratados de
ergonomia foram produzidos nos anos 60 tendo como dominante a abordagem HFE. Os
mais interessantes a nosso ver são Woodson e Conover, (USA, 1966) e Grandjean (Suiça,
1974), aqui lançado pela Editora Qualimark sob o título “Ergonomia”. Uma compilação
acessível destes livros pode ser obtida em Iida, (1991). Para um uso prático de
especialistas recomendamos o “Ergonomic Checkpoints” editado pela International Labour
Office, em Genebra, com o apoio da International Ergonomics Association – IEA.
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em 1955 por Obrendame & Faverge como análise do trabalho. Estes autores
preconizavam que o projeto de um posto de trabalho deveria ser precedido por um estudo
etnográfico da atividade e mostravam o distanciamento entre as suposições iniciais e o
auferido nas análises. A proposta veio a ser formalizada somente em 1966 por Alain
Wisner8 já como Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
AS ERGONOMIAS CONTEMPORÂNEAS
A década de 1970 marca a passagem definitiva da análise situada para o campo
da ação com uma crescente integração da ergonomia na prática industrial, para o que, foi
decisivo o mesmo ambiente que engendra o movimento pela gestão da qualidade. Surge
em especial na Europa um conceito novo, a intervenção ergonômica, hoje expressão
corrente nos EUA, Japão,
França, Alemanha, Canadá, Suécia e Brasil, apenas para citar os países onde
existe um maior avanço da ergonomia. As mudanças de paradigmas econômicos, no limiar
dos anos 80, ampliaram este quadro fazendo brotar duas novas considerações que dão à
ergonomia seu formato atual da ação ergonômica. A primeira delas nos Estados Unidos e
Países Nórdicos, preconiza que os projetos de melhoria ergonômica são mais bem
sucedidos numa perspectiva maior e inseridas na estratégia organizacional, e que foi
chamada a partir de 1990 de Macroergonomia (Brown Jr., 1990). A segunda nova vertente
amplia este mesmo debate para o nível das contingências sociais e culturais, a que uma
empresa está afeita no seu ambiente mediato e que foi cunhada por seu autor em 1974
de Antropotecnologia(Wisner, 1974, 1980). Examinemos, pois, estes três formatos da
ação ergonômica contemporânea.
Conceito
O conceito de ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos
(lei ou regra). “Pode-se dizer que a ergonomia se aplica ao projeto de máquinas,
equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde,
conforto e eficiência no trabalho” (DUL; WEERDMEESTER, 1995, p. 17). Muitos autores
buscam conceituar a ergonomia como uma ciência associando-a a diversos enfoques. O
termo ergonomia data de 1857, quando o polonês W. Jastrzebowski nomeou como título
de uma de suas obras o “Esboço da Ergonomia ou Ciência do Trabalho baseada sobre as
Verdadeiras Avaliações das Ciências da Natureza”. Oficialmente o termo Ergonomia foi
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adotado na Inglaterra em 1949, ano da fundação da Ergonomic Research Society -
Sociedade de Pesquisa Ergonômica. Vejamos alguns conceitos:
Há muitos outros autores que tratam desse tema e também vários outros modos de
conceituar ergonomia, mas independentemente do autor, o enfoque desta ciência está no
homem, no seu processo de trabalho para a eliminação de riscos e esforços, na constante
busca da maximização do conforto e da eficiência do sistema. Para Kroemer (2005) as
contribuições dos estudos ergonômicos auxiliam no ajuste das exigências do trabalho em
relação do ajuste de carga física e mental, a concepção de máquinas, ferramentas ou
instrumentos que ofereçam maior eficácia, precisão com segurança, buscando sempre
adaptar o ambiente às necessidades do trabalhador.
Intervenção ergonômica
O conceito de intervenção ergonômica inicialmente desenvolvido pela escola
francesa de Ergonomia (Wisner, 1974, Duraffourg et al. 1977; Guérin et al. 1991) é hoje
uma forma internacional de atuação do profissional que trabalha com a ergonomia9 . A
efetividade da ergonomia consiste no fato de resultar em transformações positivas no
ambiente de trabalho (ambiente aqui tomado em seu sentido amplo, o que inclui a
tecnologia e a organização como seus componentes). Segundo um consultor norte-
americano contemporâneo (Burke, 1998), o trabalho de preparar um diagnóstico é
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irrelevante se este não criar mudanças positivas. Isto significa que a intervenção
ergonômica é uma tecnologia da prática que objetiva modificar a situação de trabalho para
torná-la mais adequada às pessoas que nela operam. Diferencia-se desta forma de
estudos e análises de caráter apenas descritivo ou sem comprometimento de fato com as
mudanças no trabalho, como a produção de laudos ou diagnósticos puramente
acadêmicos.
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concepção de soluções ergonômicas varia de acordo com a natureza do problema e da
forma com a demanda foi instruída e ainda dos resultados da fase anterior. A
implementação ergonômica se constitui na fase final de uma intervenção.
A ergonomia é uma disciplina para a ação sobre o real, e, como tal, se expressa de
forma especialmente pertinente para os projetos de mudanças na tecnologia física e de
gestão. Os desdobramentos de uma intervenção ergonômica, no âmbito científico e
tecnológico podem ser muitos, mas o que confere a uma ação no ambiente de trabalho, o
caráter de intervenção ergonômica é o resultado materializado num projeto implantado de
mudanças para melhor. Assim, uma intervenção cujo resultado aparentemente pífio seja
a redefinição de especificações da compra de mobiliário (Santos e Palmer, 1992) é
ergonômica na medida em que atinge um resultado em termos de boas modificações da
situação de trabalho; inversamente, uma profunda reflexão detalhada e interessante sobre
as dimensões psíquicas dos maquinistas ferroviários sem repercussões concretas
(Moscovici, 1977) não caracteriza uma intervenção ergonômica10 .
Antropometria
A etimologia da palavra vem do grego e significa anthropos, homem, e, metron,
medida, ou seja, forma de mensurar as medidas físicas do corpo humano ou de suas
partes. Inicialmente parece ser uma tarefa muito simples, mas, se você considerar que
cada indivíduo tem um biótipo específico para altura, peso, medida de mãos, dedos,
braços, pernas, peito do pé, coxas, quadril, ombros, etc., então é preciso ter cuidado para
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dimensionar postos de trabalho, uniformes, calçados entre outros Equipamentos de
Proteção Individual. As variações das medidas diferem entre sexo, homens e mulheres;
faixa etária entre crianças, jovens, adultos e idosos; etnia; genótipo; região climática, etc.
Na figura 2 podemos observar algumas diferenças nas proporções corporais para diversas
etnias. O homem americano branco e negro, o japonês e o brasileiro. Os movimentos
migratórios fazem com que hábitos alimentares, locais de convívio, clima e culturas se
mesclem gerando descendentes miscigenados, ou seja, mistura de etnias em decorrência
de fatores externos.
Ectomorfo: tipo físico de formas alongadas. Tem corpo e membros longos e finos,
com um mínimo de gorduras e músculos. Os ombros são mais largos, mas caídos. O
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pescoço é fino e comprido, o rosto é magro, queixo recuado e testa alta e abdômen estreito
e fino.
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um trabalho seguro e produtivo Iida (2005) comenta sobre cinco princípios para a
aplicação das medidas antropométricas. São eles:
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Biomecânica
A biomecânica ocupacional implica no estudo dos movimentos corporais e das
forças relacionadas ao trabalho. Quando um operador de máquinas vai utilizar
determinada ferramenta ou transportar algum material qual a postura adotada? Que
músculos estão presentes nesta atividade? Este operador conhece as consequências de
posturas inadequadas? Há possibilidade de ele desenvolver doenças ocupacionais ou
mesmo se acidentar em função do estresse muscular? A ergonomia também está
presente em todas estas situações e objetiva encontrar soluções para eliminar ou
minimizar alguns distúrbios decorrentes de uma biomecânica ocupacional incorreta ou
inadequada. Mas quais ações ergonômicas são cabíveis? As pausas, ajustes de
mobiliário, melhoria no layout, redução de jornada de trabalho, avaliação do biorritmo,
melhorias na organização do trabalho, etc.
Esta preocupação não é recente como possa parecer para alguns. Bernardino
Ramazzini, médico italiano, considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”, já realizava
estudos sobre este tema desde 1700. Este estudioso analisou diversas categorias
profissionais (mineiros, químicos, ferreiros, parteiras, coveiros, joalheiros) com o objetivo
de sistematizar e classificar as doenças segundo a natureza e o grau de nexo com o
trabalho. Ramazzini associou que certos movimentos violentos ou irregulares, bem como,
o constante posicionamento inadequado da coluna ou de outras regiões do corpo levavam
ao adoecimento de muitos artesões. Em alguns postos de trabalho não há como se ter
uma postura adequada, por exemplo, os trabalhadores que permanecem agachados,
submersos ou em altura. É preciso redesenhar postos, ferramentas, equipamentos,
melhorar posturas para a promoção da redução da fadiga, dores corporais, adoecimentos,
acidentes com lesões permanentes ou afastamentos.
Para Iida (2005, p. 165) existem três situações principais em que a má postura pode
produzir consequências danosas:
Trabalhos estáticos que envolvem uma postura parada por longos períodos.
Trabalhos que exigem muita força.
Trabalhos que exigem posturas desfavoráveis, como o tronco inclinado e
torcido. (Grifo meu).
Algumas posturas são básicas para todas as pessoas e para todas as profissões:
posições sentada, deitada e em pé. Para cada uma destas posturas há o esforço de feixes
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musculares específicos para manter a posição do corpo na execução das tarefas
laborativas. A permanência prolongada de uma determinada postura pode provocar dores
localizadas naquele conjunto de músculos solicitados na manutenção da mesma.
Permanecer muito tempo em pé pode levar a problemas de dores nos pés e pernas como
varicose, varizes ou trombose. E sentar-se sem encosto compromete os músculos
extensores do dorso, fazer rotações do corpo independente de estar sentado ou em pé
com certeza levará a problemas de coluna em geral e utilizar ferramentas com pegas
inadequadas decorre em problemas no antebraço.
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Análise dos postos de trabalho
Ao longo do estudo sobre ergonomia analisamos diversas áreas e métodos que
otimizem melhorias nos postos de trabalho. Mas qual o significado técnico deste termo tão
utilizado em segurança do trabalho? Para Iida (2005, p. 17) a análise dos postos de
trabalho:
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trabalho que vão desde o tempo gasto na execução até o percentual de falhas, erros,
incidentes e acidentes. A ergonomia busca priorizar a postura, o esforço, as tensões, as
pausas. É bem verdade que todos os aspectos abordados em nosso estudo são
relevantes, pois os fatores físicos ambientais, a organização do trabalho, os fatores
cognitivos na execução das tarefas, o layout, a biomecânica, etc., todos devem estar
presentes ao se fazer uma análise ergonômica, pois deve-se ter um “olhar” macro para
que se possa contemplar a soma dos fatores que viabilizam um posto de trabalho
ergonomicamente correto, e não apenas a altura de um monitor ou de uma cadeira.
Ergonomia Cognitiva
A ergonomia cognitiva é para Guimarães (2000, p. 4.3-1) uma área que “engloba
os processos perceptivo, mental e de motricidade”. Pense agora o que você mais utiliza
mentalmente para executar suas tarefas diárias: memória? Cálculos? Raciocínio lógico?
Criatividade? Alguns destes aspectos mais que outros? Todos ao mesmo tempo? Qual é
a carga mental que você precisa “gastar” para ser produtivo/competente?
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Domínio afetivo: está associado aos interesses, apreciações, atitudes,
valores que estão presentes durante o ato de aprender, as relações
emocionais pertinentes entre o aprendiz e a instrução ou conhecimento a ser
assimilado (princípio de internalização).
Domínio psicomotor: diz respeito às ações motoras ou musculares
decorrentes da manipulação de objetos, ferramentas, instrumentos durante
o processo de aprendizagem (princípio de automatização).
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motivação, investimentos, e, principalmente, a participação integrada de ações da
diretoria, gestores e trabalhadores.
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Métodos/Ferramentas de Avaliação Ergonômica
Desde a década de 70 vêm sendo desenvolvidos roteiros para execução de uma
análise ergonômica, alguns dos quais se converteram em modelos e serviram de base
para outras propostas metodológicas (LIMA, 2004). Wisner (1987) fez referência aos
métodos como protocolos de avaliação das condições de trabalho. Para Iida (2005), o
método é um procedimento para estabelecer a relação entre causa e efeito, sendo
composto pelas etapas que vão da hipótese ao resultado. Na prática, a avaliação
ergonômica do trabalho é realizada através de métodos/ferramentas e normas, que
consideram um grupo de condições de trabalho e um foco específico, melhor definida
por Másculo e Vidal (2011): “O método ergonômico consiste no uso de recursos dos
campos de conhecimento que possibilitem averiguar, levantar, analisar e sistematizar o
trabalho e suas condições, através de instrumentos qualitativos e quantitativos”. Essa
definição é alinhada com o significado da palavra “método”, definindo-o como o conjunto
dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim e chegar a um
conhecimento científico (MICHAELIS, 2009). Essa definição embasará a classificação
dos métodos para o desenvolvimento deste artigo; entretanto, é válida para este estudo
e não representa um novo conceito. No intuito de contribuir para a fluidez, e ainda,
respeitar as diferentes nomenclaturas, o termo ferramenta será utilizado como sinônimo
de método de avaliação ergonômica. Nos quadros de 1 a 5 são apresentados os 24
métodos/ferramentas de avaliação ergonômica revisados neste artigo, e suas
características fundamentais, classificados como métodos com base nas definições
adotadas e agrupados por tipo de avaliação.
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Quadro 1 - Métodos/ferramentas ergonômicas para avaliação de riscos posturais e posto de
trabalho.
(Continua)
FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DE RISCOS POSTURAIS E POSTO DE TRABALHO
Método Definições Procedimentos
Checklist de São utilizados para avaliação de riscos Em observação ao checklist, percebe-se que a
Couto para trabalhos manuais, DORT, ferramenta permite uma avaliação simplificada do
lombalgias, trabalhos informatizados, fator biomecânico no risco para distúrbios
condição ergonômica e condição musculoesqueléticos de membros superiores
biomecânica. relacionados ao trabalho. Neste checklist, as
perguntas avaliam seis aspectos: sobrecarga
física, força com as mãos, postura no trabalho,
posto de trabalho e esforço estático, repetitividade
e organização do trabalho e ferramenta de
trabalho.
Constitui-se de perguntas que são Avaliação das condições ergonômicas em postos
avaliadas percentualmente em intervalos, de trabalho e ambientes informatizados – Versão
indicando resultados de péssimo – alto 2013. Este checklist avalia os aspectos
risco (abaixo de 31%) à excelente – relacionados à estação de trabalho, sistema de
ausência de risco (próximo a 100%) trabalho e ambiente.
(SOARES; SILVA, 2012)
EWA, O EWA (Ergonomics Workplace Analysis) Avalia os seguintes aspectos: espaço de trabalho,
também é uma metodologia criada pelo Instituto atividade física geral, levantamento de cargas,
chamado de Finlandês de Saúde Ocupacional (FIOH) posturas de trabalho e movimentos, risco de
FIOH utilizada para identificar riscos acidente, satisfação com o trabalho, restrições,
ergonômicos do local de trabalho. Tem comunicação entre trabalhadores, tomada de
como base a fisiologia do trabalho, decisão, repetitividade, atenção, iluminação,
biomecânica ocupacional, aspectos temperatura ambiente e ruído.
psicológicos, higiene ocupacional e um
modelo participativo de organização do
trabalho (PACOLLA;
SILVA, 2009).
LUBA - Avalia cargas relacionadas à postura da Considera os índices de desconforto, expressos
Loading on parte superior do corpo (mão, braço, através de pontuação numérica, e o número
the Upper pescoço e costas), sendo a postura de máximo de movimentos em posturas estáticas, no
Body uma parte do corpo classificada de acordo intuito de avaliar estresse postural e atuar na
Assessment com os ângulos das articulações prevenção de distúrbios osteomusculares (KEE;
(ROMAN-LIU, 2014). KARWOWSKI, 2001).
OCRA Método desenvolvido pela Dra. Daniela Também chamado de índice OCRA, baseia-se na
Colombini e Dr. Enrico Occhipinti, na relação entre Ações Reais Técnicas (ATA), obtidos
Clínica de Lavoro de Milão em 2000, que por meio da análise de tarefas e ações de
por meio de um checklist avalia e Referência Técnica (RTA). O valor RTA é obtido
recomenda ações para prevenção de levando-se em conta a frequência e repetitividade
riscos decorrentes de esforços repetitivos. de movimentos dos membros superiores, uso
Também considera fatores mecânicos, excessivo da força, tipo de postura inadequada ou
ambientais e organizacionais que falta de variação postural, períodos de recuperação
forneçam evidências da relação de insuficientes e fatores adicionais, tais como
causalidade com DORT (COLOMBINI; vibração e compressão do tecido localizado. O
OCCHIPINTI, 2006). método OCRA fornece dois índices separados
(ombro e cotovelo / pulso / mão) para cada um dos
lados direito e esquerdo do corpo
(CHIASSON, 2012).
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Quadro 1 - Métodos/ferramentas ergonômicas para avaliação de riscos posturais e posto de
trabalho
(Continuação)
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Quadro 1 - Métodos/ferramentas ergonômicas para avaliação de riscos posturais e posto de
trabalho
(Conclusão)
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Quadro 2- Métodos/ferramentas ergonômicas para avaliação de carga física (continua)
FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DA CARGA FÍSICA
Método Definições Procedimentos
NIOSH - Método que avalia a carga levantada O NIOSH considera:
National pelos trabalhadores sem causar lesões, LPR: Limite de Peso Recomendado, ou seja, o
Institute of foi concebido em 1981, e revisado ao peso da carga suportada por trabalhadores sadios
Occupa- longo dos anos, tornando-se uma num período de tempo, sob determinadas
tional Safety equação que fornece métodos para a condições, sem aumentar o risco de lombalgia.
and Health avaliação de tarefas de levantamento Sua fórmula considera a distância horizontal entre
assimétrico de cargas e levantamento de o indivíduo e a carga, a distância vertical entre
objetos com pegas não ideias com ambos, o deslocamento, o ângulo de assimetria, a
ambas as mãos (ERGO, 2006). frequência média de levantamentos e a qualidade
da pega.
IL: Índice de Levantamento, fornece uma
estimativa do nível de estresse físico em
levantamento manual;
Terminologia e Definições de Dados: Define os
parâmetros do levantamento, peso da carga,
distância horizontal, altura vertical, altura vertical
percorrida, ângulo de assimetria, posição do
corpo, frequência e duração do levantamento,
classificação da pega e controle motor
significativo.
INSHT (Inst. É um método de avaliação de riscos na Considera severidade do dano (ligeiramente
Nac. MMC (Manipulação Manual de Cargas) prejudicial, prejudicial, extremamente prejudicial)
Seguridad (CCOO, 2015). e a probabilidade de ocorrência do dano (alta,
Higiene em média, baixa). Entretanto, por ser de
el Trabajo aplicabilidade individual e subjetiva, recomenda-
se combinar os resultados técnicos com as
condições de trabalho e a opinião dos
trabalhadores.
JSI – JOB O método JSI, também conhecido como Utiliza como parâmetros a intensidade, duração e
STRAIN critério semi-quantitativo, criado em 1995 frequência do esforço, postura, ritmo e duração do
INDEX ou SI por Moore & Garg, quantifica a exposição trabalho e avalia o índice de sobrecarga para os
ou a fatores de risco MSD (desordens membros superiores, sendo baseado no campo
MOORE musculoesqueléticas) para as mãos e da fisiologia, biomecânica e epidemiologia, e vem
AND GARG pulsos, fornecendo um índice que leva sendo amplamente aplicado na indústria. Vários
em conta o nível de percepção de estudos validam a ferramenta, em termos de
esforço, tempo de esforço como uma conteúdo relevante e consistente, validade
percentagem do tempo de ciclo, número preditiva (identifica corretamente um perigo), e
de esforços, mão e postura de pulso, validade externa (eficaz em diferentes cenários)
velocidade de trabalho e tempo de (CABEÇAS, 2007).
deslocamento (CHIASSON, 2012).
É um aprimoramento do método de
Rodgers, feita com base em vídeos. Se
propõe a avaliar mãos e pulso. Sugere a
avaliação de 6 fatores, dividindo-a em
hemicorpo direito e esquerdo
(GUIMARÃES, 2004).
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Quadro 2- Métodos/ferramentas ergonômicas para avaliação de carga física
(C
onclusão)
FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DA CARGA FÍSICA
Método Definições Procedimentos
KIM – Key É utilizado para avaliar tarefas que Segundo o ETUI - Instituto Sindical Europeu
Indicator Method envolvem operações de movimentação (2014), duas ferramentas KIM foram
manual (DOUWES, KRAKER, 2014). desenvolvidas para a avaliação dos riscos no
caso de tarefas de: levantar, manter, colocar; e
empurrar ou puxar uma carga. Considera o
número de levantamentos ou transporte de carga
por dia de trabalho, a sua duração total no dia
(<5s) e a distância total percorrida no
transporte da carga, o que gera uma pontuação
de duração de 1 a 10.
Este método realiza a descrição da A análise de risco é baseada num modelo de
tarefa e a avalição separadamente, dose (duração multiplicada pela intensidade).
quando os itens chaves são pontuados
sem necessitar de medições exatas
(imprecisão calculada) (OSHA - Agência
Europeia para a Segurança e
Saúde no Trabalho, 2015).
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de múltiplas fontes
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UNIDADE II
Abordagem Ergonômica Moderna
1
Na obra “Compreender o Trabalho Para Transformá-lo”, Guérin
(2001) propõe que a atividade possui um papel integrador no trabalho, pois
é nela que as contradições entre o prescrito e o real se materializam; é
onde trabalhador mobilizará conhecimentos para driblar as variabilidades;
é o local onde os valores dos indivíduos são projetados e histórias são
construídas. Portanto, para que uma análise ergonômica tenha bons
resultados é de suma importância uma compreensão significativa da
atividade de trabalho.
A Noção de Variabilidade
As empresas, na organização do processo de trabalho, planejam e
fornecem os meios necessários à produção, na medida em que dividem tarefas,
estabelecem critérios, nor- mas e regras definindo, assim, os objetivos a serem
alcança- dos no processo de trabalho. Muitas vezes, adotam como referência
um pressuposto herdado de Taylor, cuja máxima reside na concepção de um
“operário médio”, bem treinado e que trabalha em um posto estável (Wisner,
1987). Porém, o que se observa no cotidiano é que esta estabilidade não
corresponde à realidade. Os estudos demonstram uma dife- rença entre o que é
previsto e o que é realizado, entre o desejável e o real, pois nas situações de
trabalho ocorrem variações freqüentes, em decorrência de vários fatores. Den- tre
eles, vale ressaltar a organização do trabalho bem como aqueles relacionados às
características do trabalhador.
2
Quanto às caracte- rísticas do trabalhador, a literatura aponta as fontes de va-
riabilidade do indivíduo como as de natureza inter e intra individuais, levando-se
em conta os aspectos físicos, psí- quicos e cognitivos, neles inseridos, a
experiência como história das representações mentais, o envelhecimento como
história biológica e outras intrinsecamente ligadas à histó- ria do trabalho. É
neste contexto do real que a atividade realmente ocorre e não naqueles
previstos, malgrado os esforços da organização na sua tentativa de estabilização
do processo ou ainda da normatização.
3
pro- dução e a organização do trabalho. Portanto, é necessário integrar estas
variações de maneira a facilitar a qualidade de vida no trabalho e a favorecer, a
contento, o funciona- mento da produção.
4
de outros trabalhadores, a elaboração de novos parâmetros para esta atividade
ou, até mesmo, a utilização eventual de uma estratégia operatória antiga. Esta
capacidade de regulação constitui uma compe- tência, que é necessário
considerar nas diferentes etapas de um projeto industrial ou organizacional,
objetivando atin- gir um funcionamento que possibilite uma produção está- vel
em quantidade e qualidade.
5
empresas conside- rarem este elemento nas etapas de um projeto industrial/
organizacional.
6
integrar a noção de variabilidade, se conside- rarmos a singularidade de cada
situação estudada, a vari- abilidade natural do homem e, por vezes, a volatilidade
da ação? Quais as conseqüências desta integração para o pro- cesso de
trabalho?
7
contexto de seus esfor- ços para solucionar um problema, criam ligações
temporári- as e dão significado a estímulos previamente neutros (p. 98). A
competência permite ao indivíduo atribuir um signi- ficado para a ação nas
situações de trabalho. Segundo Vergnaud (1985), a competência de um
indivíduo pressu- põe um repertório de procedimentos ou métodos alternati- vos,
que lhe permite se adaptar de forma mais fina às dife- rentes situações que se
apresentam. Isto ocorre em função do valor que ele atribui às diferentes
variáveis da situação. Assim, o operador é capaz de adotar o procedimento
corre- to em menor espaço de tempo, com menor custo operacional e de forma
menos aleatória, o que lhe permite transitar com maior ou menor grau de
dificuldade na diversidade das si- tuações às quais é confrontado. Nessa
perspectiva, as com- petências são descritas do ponto de vista da atividade,
possibilitando a compreensão da própria ação.
Se nós admitirmos que toda a ação é inscrita no tempo e que ela sofre
evolução contínua, podemos afirmar que a experiência favorece a reconstituição
de um novo evento a partir de situações vivenciadas anteriormente. Este fato é
o que é visível e passível de formalização. A experiência per- mite, inclusive, a
regulação dos efeitos das más condições do trabalho, na medida em que
contribui no processo de antecipação dos incidentes.
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especialmente no que concerne ao processo de aprendizagem e à melhoria das
condições de trabalho. A prescrição polariza uma for- ma de agir.
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fundamental da atividade cognitiva que ocorre sob o impacto de um fato novo,
social.
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Esta possibilidade de abstração contribui favoravelmente para a
capacidade de antecipar os incidentes durante o pro- cesso, demonstrando,
assim, o papel essencial dos opera- dores para gerir a distância entre o trabalho
prescrito e aquele efetivamente realizado. Assim, face a uma situação anor- mal,
os operadores constróem e resolvem problemas de características singulares,
mediante processos, muitas ve- zes de natureza heurística, que combinam
uma certa criatividade com anos de experiência socialmente distribu- ída e
compartilhada entre os demais participantes.
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UNIDADE III – FISIOLOGIA DO TRABALHO
O corpo humano é um organismo complexo que pode ser amplamente
afetado por riscos químicos e físicos; o corpo também possui muitas maneiras
de regular a si mesmo quando exposto aos riscos. Para controlar os riscos para
o corpo é necessário entender como ele funciona e os tipos de danos que podem
ocorrer como resultado da exposição.
PELE
A pele é a camada externa que cobre o corpo, também conhecida como
epiderme. É o maior órgão do corpo e é formada por múltiplas camadas de
tecidos epiteliais e protege os músculos, ossos e órgãos internos subjacentes.
Uma vez que a pele entra em contato com o ambiente, ela tem um papel
importante na proteção (do corpo) contra patógenos.
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▪ Absorção: Enquanto a pele age como uma barreira, alguns químicos são
prontamente absorvidos por ela.
DERMATITE
O transtorno mais comum é a dermatite de contato e 70% dos casos se
devem a irritação primária, isto é, ação direta na pele, mais frequentemente nas
mãos e antebraços. Um irritante é um agente que danifica diretamente as células
se aplicado à pele em concentração e por tempo suficientes (isto é, todos os
efeitos são relacionados à dose), levando a dermatite de contato por irritante.
Álcalis dissolvem a queratina e alguns solventes removem o sebo. Quaisquer
efeitos diretos na pele podem tornar a superfície mais vulnerável a outros
agentes e reduzem as defesas de entrada na pele.
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DANOS FÍSICOS
Agentes físicos que podem danificar a pele incluem o clima, fricção e
lesão. Frio, vento e chuva podem causar pele rachada e o sol pode queimar ou
causar tumores de pele, então ocupações expostas a esses elementos (pesca,
agricultura) apresentam risco. Lesões por fricção são comuns em trabalhos
manuais pesados (construção e mineração) e equipamentos cortantes usados
em muitas ocupações podem levar a abrasões e lacerações.
AGENTES BIOLÓGICOS
A pele está sujeita aos efeitos de agentes biológicos tais como infecções
virais de animais, infecções por leveduras e fungos quando contato prolongado
com água ocorre e infecções por antraz onde produtos animais são manuseados.
CÂNCER
Tumores de pele benignos e cânceres podem resultar de contato com
creosoto, óleos minerais e radiação ultravioleta e radiação ionizante (trabalho
com radioisótopos, radiologistas) podem causar câncer de pele. Exposição à
radiação ultravioleta ao trabalhar em áreas externas também é uma causa
comum de câncer de pele.
OUTROS EFEITOS
Trabalhos que envolvem óleos minerais podem levar a acne oleosa
particularmente nos antebraços e coxas. Poros obstruídos que se tornam
infectados produzem cravos e pústulas. Cloracne, com cravos e cistos na face e
pescoço resulta dos efeitos de alguns hidrocarbonetos aromáticos policlorinados
nas glândulas sebáceas. Alterações na pigmentação da pele podem resultar do
contato químico. Fortes soluções alcalinas e ácidas causam queimadura.
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Há, no entanto, doenças e transtornos que podem afetar adversamente a
função e eficácia geral do sistema. Estas doenças podem afetar o diagnóstico
em decorrência da relação próxima do sistema músculo esquelético com outros
sistemas internos. O sistema músculo esquelético se refere ao sistema que tem
seus músculos conectados a um sistema músculo esquelético interno e é
necessário para que os seres humanos de movimentem para uma posição mais
favorável.
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é uma rede de células especializadas que comunicam
informações sobre o ambiente dos nossos corpos e nós mesmos. Ele processa
estas informações e causa reações em outras partes do corpo. O sistema
nervoso está dividido, grosso modo, em duas categorias: o sistema nervoso
central e o sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central (SNC) é a parte
maior do sistema nervoso e inclui o cérebro e a medula espinhal. O sistema
nervoso periférico é um termo para as estruturas nervosas coletivas que não
estão no SNC.
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psicose orgânica tóxica, epilepsia, Parkinsonismo e alterações
comportamentais.
SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino é o nome coletivo dado a um sistema de pequenos
órgãos que liberam moléculas sinalizadoras extracelulares conhecidas como
hormônios. O sistema endócrino é essencial para regular o metabolismo,
crescimento, desenvolvimento, puberdade e função dos tecidos. Também tem
um papel importante na determinação de nosso humor. O sistema endócrino é
um sistema de sinalização de informação muito similar ao sistema nervoso. No
entanto, o sistema nervoso utiliza os nervos para transportar as informações,
enquanto o sistema endócrino utiliza principalmente vasos sanguíneos como
canais de informações por meio dos quais transporta os hormônios.
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O SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório move nutrientes, gases e resíduos de e para as
células para ajudar a combater doenças e ajudar a estabilizar a temperatura e o
pH do corpo. Este sistema pode ser visto estritamente como uma rede de
distribuição de sangue, mas algumas pessoas podem considerar o sistema
circulatório como composto pelo sistema cardiovascular, que distribui o sangue
e o sistema linfático, que distribui a linfa. Os principais componentes do sistema
circulatório humano são o coração, o sangue e os vasos sanguíneos. O sistema
circulatório inclui:
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O SANGUE
A produção de hemoglobina, o pigmento vermelho que transporta
oxigênio nas células, é inibida pelo chumbo inorgânico que interfere com os
sistemas de enzimas. O resultado é anemia caracterizada por pele e membranas
mucosas pálidas, fadiga e algumas vezes dispneia de esforço. Arsina e estibina
causam o rompimento dos glóbulos vermelhos (hemólise) e o resultado
novamente é anemia. Radiação X (acidentes nucleares) ou benzeno pode
causar leucemia (crescimento excessivo das células sanguíneas),
provavelmente por ação na síntese do DNA.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
A principal função do sistema respiratório é a troca de gases entre o
ambiente externo e o sistema circulatório. Isto envolve retirar o oxigênio do ar e
levar para o sangue e liberar o dióxido de carbono (e outros resíduos gasosos)
do sangue de volta para o ar. Na inalação, a troca gasosa ocorre nos alvéolos,
as pequenas bolsas que são o componente funcional básico dos pulmões. As
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paredes alveolares são extremamente finas (aprox. 0,2 micrômetros). Essas
paredes são compostas de uma única camada de células epiteliais próximas dos
capilares sanguíneos que, por sua vez, são compostos de uma única camada de
células endoteliais. A proximidade desses dois tipos de células permite a
permeabilidade para gases e, portanto, a troca gasosa. O oxigênio é levado para
o sangue enquanto o excesso de dióxido de carbono é liberado.
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anos. No entanto, à medida que os pulmões se tornam menos flexíveis e porosos
sua função é amplamente reduzida. Os sintomas incluem insuficiência
respiratória, tosse e mal estar geral. A insuficiência respiratória geralmente
começa apenas com esforço severo. À medida que a doença progride, a
insuficiência respiratória pode estar presente todo o tempo. A tosse geralmente
não está associada com catarro, mas pode eventualmente estar associada com
sangue. Em decorrência da baixa oxigenação do sangue pelos pulmões
danificados, as unhas e lábios podem parecer pálidos ou azulados.
O TRATO GASTROINTESTINAL
O trato gastrointestinal é o sistema usado pelo corpo para ingerir, quebrar
e absorver nutrientes, assim como excretar resíduos. Ingestão como uma rota
tóxica de entrada na indústria é improvável, mas pode ocorrer se as pessoas
puderem comer ou fumar em suas estações de trabalho, arriscando, dessa
forma, a contaminação pelas mãos ou a partir de superfícies contaminadas.
Vômito e diarreia são mecanismos naturais de defesa contra toxinas ingeridas e
o ácido gástrico neutraliza os invasores alcalinos até certo ponto e também mata
bactérias. Absorção de toxinas é relativamente menos eficiente do que via
inalação, também limitando a entrada no corpo. No entanto, qualquer agente
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irritante ou corrosivo que afetaria as membranas mucosas do trato respiratório
também pode causar edema nos lábios, boca e epiglote (causando engasgo) e
ulceração do esôfago e estomago.
O FÍGADO
O fígado é um dos principais órgãos metabólicos usados para processar
nutrientes que foram absorvidos no sangue a partir do trato gastrointestinal ou
via outras rotas tais como inalação. O fato de que é usado para quebrar materiais
significa que é particularmente suscetível a quaisquer toxinas no corpo. As
células do fígado podem se regenerar após danos tóxicos, sendo que a causa
mais comum é o álcool. No entanto, a absorção contínua pode interromper o
processo de regeneração e causar dano permanente no fígado. Doença hepática
pré-existente pode tornar isso mais provável.
SISTEMA EXCRETOR
O rim tem um papel importante na manutenção do equilíbrio de fluidos e
eletrólitos por meio de filtragem e sua reabsorção seletiva no sangue. Ele excreta
(por meio da urina) resíduos indesejados (incluindo toxinas), que se tornaram
solúveis em água por meio do metabolismo no fígado.
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OS OLHOS
Não há necessidade de explicação quanto à função dos olhos. Também
está claro que eles são relativamente frágeis. Os olhos são protegidos até certo
ponto pelos ossos frontais acima deles e pelas pálpebras, juntamente com o
reflexo de piscar.
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REFERÊNCIAS
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