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O que é Ergonomia ?

E qual sua importância para o Tecnólogo em Segurança do Trabalho ?

Por.: Paulo Francisco Pereira ***

O nome Ergonomia deriva-se de duas palavras gregas: ERGOS (trabalho) e NOMOS


( leis, normas e regras). É portanto uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras
e normas a fim de organizar o trabalho, tornando-o compatível com as características físicas e
psíquicas do ser humano, isto é, adaptação do trabalho ao homem. Para a realização de seus
objetivos, a ergonomia estuda uma diversidade de fatores relacionados com o homem, a
máquina, o ambiente, a informação, a organização, e as conseqüências do trabalho na saúde do
trabalhador.

A Ergonomia está presente no dia a dia das pessoas, pois as suas aplicações estão
presentes na indústria, na mineração, no setor de serviços e no próprio lar.

Uma das principais caracteristicas da Ergonomia é sua interdisciplinalidade. Existem


diversos profissionais ligados com a questão ergonômica, seja relacionado à saúde, ao projeto de
maquinas e equipamentos ou a organização do trabalho por si.

Oficialmente, a Ergonomia nasceu em 1949, derivada da época da 2ª Guerra mundial.


Duarnte a guerra, centenas de aviões, tanques, submarinos e armas foram rapidamente
desenvolvidos, bem como sistemas de comunicação mais avançados e radares. Ocorre que
muitos destes equipamentos não estavam adaptados às características perceptivas daqueles que
os operavam, provocando erros, acidentes e mortes.

Como cada soldado ou piloto morto apresentava problemas seríssimos para as Forças
Armadas, estudos e pesquisas foram iniciados por Engenheiros, Médicos e Cientistas, afim de
que projetos fossem desenvolvidos para modificar comandos (alavancas, botões, pedais, etc.) e
painéis, além do campo visual das máquinas de guerra. Iniciava-se assim, a adaptação de tais
equipamentos aos soldados que tinham que utilizá-los em condições críticas, ou seja, em
combate.

Após a guerra, diversos profissionais envolvidos em tais projetos reuniram-se na Inglaterra


para trocar idéias sobre o assunto. Na mesma época, a Marinha e a Força Aérea dos Estados
Unidos montam laboratórios de pesquisas de Ergonomia (já conhecida por Human Factors
(Fatores Humanos), com os mesmos objetivos.

Posteriormente, com o programa de Corrida Espacial e a Guerra Fria entre URSS e os


EUA, a Ergonomia ganha um impressionante avanço junto à NASA. Com o enorme
desenvolvimento tecnológico divulgado por esta, a Ergonomia rapidamente se disseminou pelas
industrias de toda a América do Norte e Europa, e a partir daí, o mundo.
Assim, percebe-se uma Primeira Fase da Ergonomia, referente às dimensões de objetos,
ferramentas, painéis de controle dos postos de trabalho usados por operários. O objetivo dos
cientistas nesta fase, concentrava-se mais ao redimensionamento dos postos de trabalho,
possibilitando um melhor alcance motor e visual aos trabalhadores.

Numa Segunda Fase, a Ergonomia, passa a ampliar sua área de atuação, confundindo-se
com outras ciências, eis que fazendo uso destas. Assim, passa o Ergonomista a projetar postos
de trabalho que isolam os trabalhadores do ambiente industrial agressivo, seja por agentes físicos
(calor, frio, ruído etc.), seja pela intoxicação por agentes químicos (vapores, gases, partilado
sólido etc.), Percebendo nesta fase um maior comprometimento do Ergonomista adeguando o
ambiente e as dimensões do trabalho ao homem.

Em uma fase mais recente (terceira Fase), à época da década de 80, a Ergonomia passa a
atuar em outro ramo científico, mais relacionado com o processo COGNITIVO do ser humano,
ou seja, estudando e elaborando sistemas de transmissão de informações mais adequadas às
capacidades mentais do homem. Tal fase intensificou sua atuação na região da Europa,
disseminando-se a seguir pelo resto do mundo.

Por fim, na atualidade, pesquisas mais recentes estão se desenvolvendo em relação à


PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO e na ANÁLISE COLETIVA DO TRABALHO.
Especificamente a Escola Francesa de Ergonomia interessou-se por tais ciências e as vem
divulgando pelo mundo, inclusive no Brasil.

A primeira estuda as reações PSICOSSOMÁTICAS dos trabalhadores e seu sofrimento


frente à situações problemáticas da rotina do trabalho, já que muitas destas situações não são
previstas pelas empresas, e muito menos aceitas por estas. Já a Análise Coletiva do Trabalho
estabeleceu um importante diálogo entre o Ergonomista e grupos de trabalhadores, que passam a
explicar livremente suas críticas, idéias e sugestões relacionadas aos problemas que os fazem
sofrer em seu trabalho, sem sofrer pressões por parte das chefias, o que é essencial. Lembrando
que o objetivo maior da Ergonomia é o de ADEQUAR O TRABALHO AO HOMEM.

Conclusão:

Os profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho, dentre os quais, o Tecnólogo em


Segurança do Trabalho, devem estar preparados para os problemas do presente, e capacitados
para os desafios do futuro, onde a Ergonomia será sua principal ferramenta para integração e
interação com os setores produtivos e administrativos de suas organizações, desta forma,
necessitam conhecer melhor a Ciência Ergonômica, e utilizar os recursos da Tecnologia
Ergonômica em suas empresas, não só para proporcionar melhores condições de trabalho, como
também, contribuir para melhoria contínua dos novos métodos de gestão da produção e da gestão
administrativa. A ergonomia está presente nas mais diversas áreas das empresas, especialmente
nos SESMETS interagindo e se integrando na Gestão da Qualidade, em busca da Qualidade
Total, passando necessariamente pela Qualidade de Vida no Trabalho, e isso só será possível se o
ambiente de trabalho estiver ergonomicamente adequado.
O conhecimento da Ergonomia e de fundamental importância para o desempenho profissional
do Tecnólogo em Segurança do Trabalho, por se adequar as ações preventivas de acidentes e
doenças ocupacionais, dando subsídios a elaboração e implementação da política de Saúde e
Segurança do Trabalho.

*** Paulo Francisco Pereira


Discente do Curso Superior de Tecnologia em Segurança do Trabalho
UNISA - Universidade de Santo Amaro-SP - Maio/2009

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