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BIOSSEGURANÇA

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PROJETO DE COLETA
SELETIVA DE LIXO
HOSPITALAR

Paulo Francisco Pereira


Tecnólogo em Segurança do Trabalho
Março de 2009
PROJETO DE COLETA SELETIVA DE LIXO HOSPITALAR

O PROBLEMA

Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente denominado “LIXO


HOSPITALAR”, constitui-se um problema bastante sério para os Administradores
Hospitalares, devido principalmente a falta de informações a seu respeito, gerando
mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e principalmente a
comunidade vizinha as edificações hospitalares e aos aterros sanitários.

A atividade hospitalar é por si só fantástica geradora de resíduos, inerente a


diversidade de atividades que desenvolvem-se dentro destas empresas. O grande volume
de compras de materiais e insumos para fazer funcionar, a mais complexa das
organizações, faz-nos responsável pelo destino de, números como os de que um hospital
com cerca de 800 leitos, gere um volume de lixo hospitalar igual ao coletado em
muitos municípios brasileiros.

O desconhecimento e a falta de informações sobre o assunto faz com que, em muitos


casos, os resíduos, ou sejam ignorados, ou recebam um tratamento com excesso de zelo,
onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições hospitalares, em
especial as públicas. Não raro lhe são atribuídas a culpa por casos de infecção
hospitalar e outras tantas mazelas dos nosocômios. A incineração total do lixo
hospitalar é um típico exemplo de excesso de cuidados, sendo ainda neste caso, uma
atitude politicamente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como
dioxinas e metais pesados.

Em sua grande maioria, os hospitais pouco ou quase nenhuma providência tomam


com rela…ao as toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades
desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos limitam-se a encaminhar a totalidade de
seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais,
quando estes existem, lançam diretamente em lixões ou simplesmente ‘incineram “a
totalidade dos resíduos.
E importante também destacar, os muitos casos de acidentes com funcionários
envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros e outros materiais
denominados de perfuro cortantes.

O desconhecimento faz com que este fantasma, chamado ‘LIXO HOSPITALAR”cresça


e amedronte os colaboradores e clientes das instituições de saúde.

AS SOLUÇÕES

Os constantes problemas, o desconhecimento, o medo, mas principalmente o desejo


de que o assunto fosse tratado de uma forma técnica, profissional, levou-nos a
desenvolver um projeto que resolva definitivamente o problema ‘LIXO HOSPITALAR
na instituição.
Objetivos do Projeto

- Elevar a qualidade da atenção dispensada ao assunto ‘resíduos sólidos dos serviços de


saúde”;

- Permitir o conhecimento das fontes geradoras dos resíduos. A atividade Hospitalar


gera uma grande variedade de tipos de resíduos distribuídos em dezenas de setores com
atividades diversas;

- Estimular a decisão por métodos de coleta, embalagem, transporte e destino


adequados;

- Reduzir ou se possível eliminar os riscos a saúde dos funcionários, clientes e


comunidade;

- Eliminar o manuseio para fins de seleção dos resíduos, fora da fonte geradora;

- Permitir o reprocessamento de resíduos cujas matérias primas possam ser reutilizadas


sem riscos à saúde de pacientes e funcionários;

- Reduzir o volume de resíduos para incineração e coleta especial;

- Colaborar para reduzir a poluição ambiental, gerando, incinerando e encaminhado aos


órgãos públicos a menor quantidade possível de resíduos.

Etapas para Elaboração do Projeto

- Reconhecer as fontes geradoras dos resíduos hospitalares;

- Identificar e classificar todos os tipos de resíduos por fonte geradora ou setores e


serviços envolvidos;

- Rotinizar condutas para seleção, coleta e transporte dos resíduos hospitalares,


classificando-os conforme as normas técnicas que foram estabelecidas e legislação
vigente contemplando periculosidade, volume e reciclagem;

- Definir atribuições aos diversos serviços e setores envolvidos, com a


operacionalização do programa em cada uma das suas diferentes etapas.

CLASSIFICAÇÃO DO LIXO HOSPITALAR

Infectantes

- Resíduos sólidos, resíduos em estado sólido ou semi-sólido e líquidos cujas


particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos;

- Resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes biológicos) ;


- Sangue hemoderivados;

- Excreções, secreções e líquidos orgânicos;

- Meios de cultura;

- Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas;

- Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas;

- Resíduos advindos de área de isolamento;

- Resíduos alimentares de área de isolamento;

- Resíduos de laboratório de análises clínicas;

- Resíduos de unidade de atendimento ambiental;

- Resíduos de sanitário de unidades de internação;

- Objetos perfuro cortantes provenientes de centros cirúrgicos

Especiais

Radioativos compostos por materiais diversos, expostos à radiação, resíduos


farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados; e resíduos químicos
perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).

Comuns

Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, sobras de preparo de alimentos.

RECOMENDAÇÕES

- Resíduos infectantes não poderão ser dispostos no meio ambiente sem prévio
tratamento ou reciclados;

- Restos alimentares in natura não poderão ser encaminhados para alimentação animais;

- Resíduos sólidos do grupo A deverão ser acondicionados em sacos plásticos grossos,


brancos leitosos e resistentes com simbologia de substância infectante. Devem ser
esterilizados ou incinerados;

- Os perfuro cortantes deverão ser acondicionados em recipientes rígidos, estanques,


vedados e identificados com a simbologia de substância infectante;

- Os resíduos sólidos do grupo A não poderão ser reciclados;


- Será contratado e ou relocado do quadro funcional um responsável técnico,
devidamente registrado em conselho profissional para o gerenciamento de resíduos.

IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS HOSPITALARES

1- RESÏDUOS INFECCIOSOS – Material proveniente de isolamentos,


sangue humano e derivados, material patológico, materiais perfurantes e
cortantes, resíduos de diagnóstico e tratamento (gaze, drenos, sondas,
absorventes e qualquer material sujo com resíduos e fluídos corpóreos) e
peças anatômicas provenientes de amputações e biopsias. Passou a ser
denominado de grupo 1.

2- RESÍDUOS ESPECIAIS – Material radioativo, farmacêuticos e


químicos. Passou a ser denominado de grupo 2.

3- RESÍDUOS GERAIS OU COMUNS - Materiais provenientes das áreas


administrativas, resíduos alimentares da produção de alimentos, áreas
externas e jardins, sucatas e embalagens reaproveitáveis. Passou a ser
denominado de grupo 3.

ACONDICIONAMENTO E DESTINO DOS RESÍDUOS HOSPITALARES

GRUPO 1 - Material perfuro cortante em caixas de papelão reaproveitadas e


adaptadas para esta finalidade, demais resíduos em sacos plásticos brancos
identificados com a simbologia de material infectante – destino: incineração ou
aterro sanitário através de sistema de coleta especial;

GRUPO 2 – Material radioativo conforme legislação própria do CNEN; material


farmacêutico é devolvido aos fabricantes conforme acordo na compra do próprio
material;

GRUPO 3 – Vidros, plásticos, papel, papelão, metais e outros materiais


recicláveis recebem embalagens próprias conforme o tipo de material – destino:
reciclagem interna ou venda como sucatas diversas.
Toda a elaboração do projeto teve como premissa básica de que “a separação e
embalagem deve ser feita no local de origem e não deve ser admitida a separação
posterior”.

Tomemos como base que na implantação de um projeto em um hospital de 200


leitos, verificou-se que apenas 5% em peso do lixo hospitalar, classificava-se
como sendo do grupo 1,ou seja,resíduos que realmente necessitavam de cuidados
e atenção especial, os demais 95% eram idênticos aos gerados nos ambientes
domésticos.
O lixo hospitalar apresenta risco potencial a saúde e ao meio ambiente,
devido à presença de material biológico, químico, radioativo, perfurocortante. O
tratamento adequado previne infecções cruzadas, proporciona conforto e
segurança à clientela a à equipe de trabalho,bem como mantém o ambiente limpo
e agradável.

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Elaborado por.:
Paulo Francisco Pereira
Tecnólogo em Segurança do Trabalho

Feira de Santana-BA
Março de 2009

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