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Análise dos Indicadores de Continuidade

Estabelecimento da Regulação do PRODIST


BONFADA, C.B; SOUZA, R. C.
Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Santa Maria
Santa Maria/RS, Brasil
kbonfada2006@hotmail.com, camargosouzarosiel@gmail.com

fornecimento da eletricidade. Tal medida possibilitou que a


Resumo - Este trabalho apresenta a qualidade do serviço, QEE fosse normalizada, com o propósito de oportunizar
abordando os aspectos dos indicadores coletivos de parâmetros justos, vindo a manter os índices dentro das faixas
continuidade (DEC e FEC), na região noroeste do Rio Grande
limitantes, passível de cobrança em caso de desacordo com a
do Sul. São analisados num período de 10 anos, os indicadores
de duas distribuidoras de energia, por meio de dados norma, como aponta [3].
quantitativos da ANEEL. Os resultados evidenciam que, como De forma geral, pode-se afirmar que em alguns anos atrás,
o PRODIST foi sendo revisado ao longo do período, possibilitou o fator continuidade era tido como o principal método para se
que o DEC Apurado ultrapassasse o limite estabelecido, gerando avaliar a qualidade de um serviço. Com o passar dos anos,
a necessidade de se estabelecer estratégias de controle quanto à além do acesso universal à energia elétrica e da modernização
duração das interrupções de energia. Quanto ao FEC Apurado,
dos equipamentos que fazem uso desta, notou-se um aumento
em ambas as empresas concentram-se abaixo do limite desejado.
significativo em instituições e grupos de pesquisa destinados
Palavras-chave: Qualidade de Serviço, Índices de serviço, a investigar e promover estudos relacionando a qualidade de
Normativas e Indicadores energia do produto, em que analisa a presença de
perturbações e transitórios na rede, e avalia a prestação do
I INTRODUÇÃO
serviço na distribuição por meio de indicadores.
A Qualidade de Energia Elétrica (QEE) pode ser definida Por essa razão, alcançar a eficiência e garantir o ótimo
como um conjunto de características de energia elétrica serviço na distribuição, no ano de 2008 tem-se outro avanço,
entregue pelo distribuidor para o consumidor final, conforme pois a ANEEL dispõe os Procedimentos de Distribuição
aponta [1]. Além disso, [2] define como o desenvolvimento (PRODIST), que define metodologias de medição,
para minimizar os distúrbios causados em dispositivos que indicadores e limites de tensão [1]. Dessa forma, a arquitetura
são alimentados por fontes energéticas. Estes distúrbios dos agentes reguladores é demonstrada na Fig. 1, sendo que
podem ocorrer em instalações consumidoras ou em sistema a ANEEL é a autarquia máxima na regulação do mercado de
supridor da concessionária. Em contra senso, os autores [3] eletricidade, que abrangem concessionárias e consumidores.
destacam que a normatização busca caracterizar as condições
ideais da operação da energia elétrica, sendo que na prática é
quase que impossível o sistema se comportar com as
melhores condições ao mesmo tempo, devido à influência por
diversos fatores.
No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), criada em 1996, têm a função de regular o sistema
elétrico, sobretudo, normatizando a QEE e estabelecendo
indicadores que determinam o sistema elétrico operando de
modo satisfatório. Na concepção de [3], as normas brasileiras
foram criadas para que os distúrbios fossem identificados, e Fig. 1. Representação dos órgãos regulamentadores do mercado de energia.
Os agentes regulam as operações das concessionárias e consumidores através
assim posteriormente, fossem aplicadas medidas corretivas a
de procedimentos legais (PRODIST) que coordenam e regulam a QEE [4].
fim de normalizar e regular a QEE, a partir de uma avaliação
criteriosa entre concessionárias e consumidores. Três princípios básicos regem a qualidade do serviço,
Desse modo, ao final da década de 90, após a como disposto em [1], em que determina os procedimentos
desverticalização do mercado de energia elétrico, a Agência da qualidade do serviço empregados: a) pelas distribuidoras
criou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) [4], aos consumidores, geração e distribuição; b) para as
com a finalidade de coordenar e controlar a geração e transmissoras detentoras de Demais Instalações de
transmissão de energia elétrica, com níveis de tensão acima Transmissão (DIT); e c) que define os indicadores e julga os
de 230 kV. Mesmo assim, com o crescente consumo de padrões para assegurar a qualidade. Em c ainda se destaca o
energia elétrica, as exigências impostas pelo órgão regulador provimento de mecanismos de acompanhamento e controle
e pelos próprios consumidores foram tornando-se mais do desempenho das distribuidoras, a oferta de subsídios para
amplas, principalmente em efeitos de contingência, como a a melhoria e expansão da infraestrutura e a disponibilidade
redução da duração e a frequência das interrupções no do consumidor e centrais geradores terem acesso aos
parâmetros de avaliação do serviço executado pela Informações Técnicas, em Distribuição de Energia Elétrica,
distribuidora. em Qualidade do Serviço, em Indicadores de Continuidade.
Sendo assim, no próximo tópico serão abordadas as É por meio Superintendência de Fiscalização dos
principais consonantes relacionadas à norma brasileira Serviços de Eletricidade (SFE), que aos limites de
(PRODIST) em especial a QEE no âmbito da qualidade do indicadores de continuidade, sejam coletivos ou individuais
serviço. Também é feita uma breve menção a norma são fiscalizados regularmente pela ANEEL. Caso esses
internacional do IEEE da qual, a norma brasileira baseou-se limites dos indicadores sejam descumpridos, a distribuidora
em sua criação. No item IV é feita uma análise de dados dos deverá submeter-se a fazer compensação de créditos ao
indicadores de continuidade, DEC e FEC em uma consumidor, esses dados são repassados mensalmente para
concessionária da região noroeste do Rio Grande do Sul, ANEEL, se não for cumprido a distribuidora será submetida
a penalidades, previstas na Resolução nº. 63/2004, e poderá
abordando como o regulamento do PRODIST impactou o
receber multa, de acordo com a avaliação da equipe de
cenário local. Por fim, são apresentadas as principais
fiscalização, referendada pela diretoria colegiada da
sugestões e a visão crítica dos autores deste trabalho
Agência[1].
referenciando a qualidade do serviço na região analisada. É através do módulo 8 do PRODIST[1], no subitem 4.6
Ocorrências emergenciais, a definição da coleta de dados
II NORMATIZAÇÃO DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA para o cálculo dos indicadores, onde aborda que, é necessário
considerar todas ocorrências emergenciais, incluindo dias
A Qualidade de Energia distribuída pelas concessionárias, considerados críticos e de natureza improcedente. Considera-
no Brasil é fiscalizada e regulamentada através da ANEEL. se como um exemplo de interrupção de natureza
Para fiscalizar a parte referente à distribuição, a ANEEL criou improcedente[1], onde é citado que as ocorrência/reclamação
uma serie de regulamentos, com o intuito de estabelecer os de defeito interno nas instalações das UCs e endereço da
procedimentos relativos à qualidade da energia elétrica - reclamação onde as mesmas não forem localizadas, pelas
QEE, abordando a qualidade do produto e a qualidade do equipes de atendimento de emergência, também é
serviço prestado e a qualidade do tratamento de reclamações, considerada no cálculo.
criou os Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica As definições dos procedimentos de apuração, registro,
no Sistema Elétrico Nacional –PRODIST, Módulo 8 armazenamento e envio dos dados, encontramos no subitem
– Qualidade da Energia -Elétrica[3]. 4.7. Segundo[1], nas ocorrências emergenciais a distribuidora
A ANEEL, avalia a qualidade do serviço prestado e deve ter registrado no mínimo informações como a data (dia,
desempenho do sistema elétrico das distribuidoras, através de mês e ano) e horário (horas e minutos) do conhecimento da
controle das interrupções, do cálculo e da divulgação dos ocorrência, da autorização do deslocamento da equipe de
indicadores de continuidade de serviço. Esses dados são atendimento, da chegada da equipe e do reestabelecimento do
divulgados para os consumidores, para que os mesmos fornecimento de energia para UC.
possam ajudar no controle e fiscalização dos dados apurados
[3]. III PRODIST-MÓDULO 8 QUALIDADE DO SERVIÇO
Segundo [3] é através dos indicadores, que a ANEEL
avalia das interrupções no fornecimento de energia elétrica,
esses indicadores baseiam-se nos indicadores internacionais A. Conjunto de unidades consumidoras
retirados de norma do IEEE, SAIDI - System Average O Conjunto de unidades consumidoras é definido através
Interruption Duration Index e SAIFI - System Average de Subestações de Distribuição-SED[1].
Interruption Frequency Index.  SED que possuam número de unidades
Podemos destacar, como principais indicadores de consumidoras igual ou inferior a 1.000 devem
continuidade coletivos, o DEC (Duração equivalente por ser agregadas a outras, formando um único
consumidor) e FEC (Frequência equivalente de interrupção conjunto.
por consumidor), baseado no CAIDI - Customer Average  SED com número de unidades consumidoras
Interruption Duration Index[3]. Já os indicadores de superior a 1.000 e igual ou inferior a 10.000
continuidade individuais, referenciados através, CAIFI - podem ser agregadas a outras, formando um
Customer Average Interruption Frequency Index[3], único conjunto.
podemos destacar como sendo: DIC (Duração de interrupção  Não é permitido a agregação de duas ou mais
individual por unidade consumidora), FIC (Frequência de SED cujos números de unidades consumidoras
interrupção individual por unidade consumidora), DMIC sejam superiores a 10.000.
(Duração máxima de interrupção contínua por unidade
consumidora ou ponto de conexão) e DICRI (Duração da B. Sistema de atendimento às reclamações dos acessastes
interrupção individual ocorrida em dia crítico por unidade As distribuidoras devem fornecer, mecanismos de
consumidora ou ponto de conexão). atendimento emergenciais, de fácil acesso e de forma
Com o intuito de melhorar a qualidade do serviço prestado acessível aos acessastes. Estes poderão através desse canal
ao consumidor, os limites dos indicadores estão definidos em apresentarem suas reclamações quanto a problemas
resolução específica da ANEEL, e passam por processos relacionados ao serviço de distribuição de energia elétrica[1].
rigorosos, são revistos na Revisão Tarifária Periódica (RTP)
de cada distribuidora, que acontece em média a cada quatro
anos[1]. Podem ser encontrados no site da ANEEL, no link
C. Indicadores de tempo de atendimento às ocorrências
emergenciais 𝐷𝐼𝐶 = 𝑡(𝑖) (1)
Esses indicadores, avaliam desde o atendimento das
ocorrências emergenciais, até o tempo médio de
deslocamento das equipes, tempo destinado na execução dos Onde:
serviços realizados através da distribuidora. Além dos i = índice de interrupções da unidade consumidora no período
dispostos eles medem a eficácia do restabelecimento do de apuração, variando de 1 a n;
sistema de distribuição pelas equipes de manutenção e t(i) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade
operação. A apuração dos indicadores é feita mensalmente, consumidora considerada ou ponto de conexão;
correspondentes aos meses do ano civil[1]. n = número de interrupções da unidade consumidora
Os dados relativos às ocorrências emergenciais são considerada, no período de apuração.
apurados por meio de procedimentos auditáveis,
contemplando desde a coleta dos dados das ocorrências até a 2) Frequência de Interrupção Individual por Unidade
transformação dos mesmos em indicadores. Consumidora (FIC)
A distribuidora deverá apurar os seguintes indicadores:
Tempo Médio de Preparação (TMP), Tempo Médio de O FIC é o indicador de continuidade que demonstra o
Deslocamento (TMD), Tempo Médio de Execução (TME), número de vezes que uma Unidade Consumidora ou Ponto de
Tempo Médio de Atendimento a Emergências (TMAE), e Conexão ficou sem energia elétrica, num determinado
Percentual do número de ocorrências emergenciais com período de tempo. Ele é considerado pela ANEEL como (2):
interrupção de energia (PNIE)[1]. 𝐹𝐼𝐶 = 𝑛 (2)
A distribuidora deverá registrar para todas as ocorrências Onde:
emergenciais, e armazená-las em formulários adequados, n= o número de interrupções da unidade consumidora ou por
pelo tempo mínimo de 5 anos, ao qual estará disponível para ponto de conexão considerado, no período de apuração;
ANEEL e acessantes, através de meio magnético ou
digital[1]. 3) Duração Máxima de Interrupção Individual por Unidade
Consumidora (DMIC)

O DMIC é o indicador de continuidade que demonstra a


duração máxima de tempo que uma Unidade Consumidora ou
Ponto de Conexão ficou sem energia elétrica, num
determinado período de tempo. Ele limita o tempo máximo
de interrupção, para impedir que a distribuidora deixe o
consumidor um longo tempo sem energia elétrica.

𝐷𝑀𝐼𝐶 = 𝑡(𝑖)𝑚𝑎𝑥 (3)

Fig. 2. Representação do fluxograma se apuração e avaliação dos tempos Onde:


das ocorrências emergenciais [1]. Máx [t(i)] = valor correspondente ao tempo da máxima
duração de interrupção contínua (i), no período de apuração,
verificada na unidade consumidora considerada, expresso em
D. Indicadores de continuidade do serviço de distribuição horas e centésimos de horas.
Os indicadores de continuidade do serviço de
distribuição de energia elétrica, são apurados de acordo com 4) Duração da interrupção individual ocorrida em dia crítico
à duração e frequência de interrupção. por unidade consumidora ou ponto de conexão (DICRI)
Com exceção do indicador DICRI, que deverá ser 𝐷𝐼𝐶𝑅𝐼 = 𝑡 í (4)
apurado por interrupção ocorrida em dia critico, os demais
indicadores são calculados para apurações mensais, Onde:
trimestrais e anuais[1]. Tcrítico= a duração da interrupção ocorrida em Dia Crítico.
Os Indicadores de Continuidade individuais: São Já os Indicadores de Continuidade Coletivos: são
apurados para todas as unidades consumidoras, ou por um apurados para cada conjunto de unidade consumidora,
ponto de conexão, conforme [3]são eles: conforme [3]são eles:
1) Duração Equivalente de Interrupção por Consumidor
1) Duração de Interrupção Individual por Unidade (DEC)
Consumidora (DIC)
DEC é o indicador de continuidade que demonstra o
O DIC é o indicador de continuidade que demonstra tempo médio que um consumidor de um conjunto
quanto tempo uma Unidade Consumidora ou Ponto de considerado ficou sem energia elétrica, num determinado
Conexão ficou sem energia elétrica, num determinado período de tempo. Sua equação é a (5):
período de tempo. Seu cálculo pode ser elaborado pela 𝐷𝐸𝐶
equação (1): ∑ 𝐷𝐼𝐶 (𝑖)
= (5)
𝐶𝑐
Onde: diretamente na qualidade do serviço. As causas apontadas
DIC = duração de interrupção individual por unidade para esse cenário se deve ao aumento de 12,02% do número
consumidora ou ponto de conexão expressa em horas; de consumidores nos primeiros cincos anos de aplicação do
j = índice de unidades consumidoras atendidas em BT e MT PRODIST. Nesse período houve cinco revisões da
faturadas do conjunto; normatização. Já no período de 2014 a 2018, esse aumento de
Cc = número total de unidades consumidoras faturadas do consumidores foi de 11,58%, coincidindo com outras cinco
conjunto, no período de apuração, atendidas em BT ou MT. revisões no mesmo período. Outra característica marcante é
que, o DEC Limite foi sendo reajustado para valores cada vez
2) Frequência Equivalente de Interrupção por Consumidor menores, e de certa forma, ocasionando a ultrapassagem dos
(FEC) valores padrão. Pode-se citar ainda, as condições climáticas
adversas, dificuldades de acesso a locais, equipe de
FEC é o indicador de continuidade que demonstra o
atendimento e uso de equipamentos de proteção de energia.
número de interrupções médio que um consumidor de um
conjunto considerado sofreu num determinado período de
tempo. Sua equação é a (6):
∑ 𝐹𝐼𝐶 (𝑖)
𝐹𝐸𝐶 = (6)
𝐶𝑐

Onde:
FIC = frequência de interrupção individual por unidade
consumidora ou ponto de conexão expressa em número de
interrupções.

Fig. 4. Representação do indicador DEC da RGE S/A .

1. Dados do FEC – Concessionária RGE S/A


A análise do FEC compreendendo os mesmos
consumidores esteve abaixo dos valores tidos como padrão,
alcançando a qualidade de serviço ideal do conjunto elétrico
da concessionária, como se verifica na Fig.3. Isso se deve em
função de reparos e melhorias em redes de distribuição,
Fig. 3. Representação do fluxograma de apuração e avaliação dos
condições climáticas favoráveis e pela poda da vegetação ao
indicadores de continuidade [4]. redor da rede. A redução em números de interrupções do FEC
Apurado ao longo do período de 10 anos foi de 28,40%, e o
FEC Limite também sofreu reajustes ao longo do período,
apresentando 40,33% de redução. Percebe-se que, mesmo o
IV ANÁLISES DE DADOS
limite tendo um percentual maior de redução, o índice
A metodologia aqui empregada baseou-se em análise de apurado mostrou-se mais eficiente.
dados quantitativos dos indicadores de continuidade ao longo
de dez anos, da região noroeste do Rio Grande do Sul,
disponível em [5]. A pesquisa busca comparar os indicadores
da concessionária de energia elétrica RGE S/A e da
permissionária Cermissões, discutindo os impactos que a
regulamentação do PRODIST acarretou desde a primeira
versão aprovada (2009) do PRODIST até a sua versão mais
recente (2018). Para tanto, foram utilizados os indicadores
DEC e FEC, enquanto que o DIC, FIC e DMIC são dados
sigilosos.
1. Dados do DEC – Concessionária RGE S/A
O gráfico da Fig. 2 representa o comportamento do DEC Fig. 5. Representação do indicador FEC da RGE S/A.
anual num intervalo de 10 anos da Concessionária RGE S/A,
que conta com 1.492.551 consumidores. Verifica-se que, 2. Dados do DEC – Permissionária Cermissões
com o passar dos anos o PRODIST foi sendo revisado, com Para fins de comparação, serão analisados os indicadores
o propósito de manter a eficiência e garantir a entrega da de uma permissionária de energia da região das Missões/RS,
energia elétrica em unidades consumidoras de modo com 26.329 consumidores. A análise compreende o período
adequado. No entanto, percebe-se que o DEC Apurado a de 2012 até 2018, em função de não possuir os indicadores
partir do ano de 2013, tornou-se superior ao limite padrão dos anos anteriores, em virtude da transição de cooperativa
estabelecido no regulamento (DEC Limite), atingindo de eletrificação, pra operação como permissionária de energia
elétrica. No período analisado, a empresa teve um aumento A reflexão dos resultados a partir da visão dos autores, é
de 3,56% de consumidores. Sendo assim, na Fig. 4 é possível que com o estabelecimento da Smart Grid, se a qualidade do
perceber que os indicadores do DEC para o período estão serviço for dimensionada de modo correto, proporcionará
abaixo do limite, caracterizando como excelente qualidade do maior confiabilidade. No entanto, há necessidade de ajustes,
produto. Por exemplo, em 2018 o limite do DEC previsto era por exemplo, em proteções com fluxo inverso. Por se tratar
de 47,67 horas, enquanto o apurado resultou em 20,97 horas. de uma proteção bidirecional, é necessária muita atenção nas
configurações.
REFERÊNCIAS
[1] ANEEL, “Procedimentos de Distribuição no Sistema Elétrico
Nacional–PRODIST MÓD 8,” p. 88, 2018.
[2] F. De, S. Maurer, D. José, and A. Pomilio, “UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE CAMPINAS Avaliação da Qualidade da Energia
Elétrica,” 2018.
[3] ANEEL, “Revisão da metodologia de definição de limites para os
indicadores de continuidade DEC e FEC das distribuidoras,” pp.
1–6, 2014.
[4] G. P. Colnago, “A Nova Norma de Qualidade da Energia Elétrica
Brasileira e um Medidor de Baixo Custo,” no. August, 2011.
Fig. 6. Representação do indicador DEC da Cermissões [5] “resultado @ www2.aneel.gov.br.” .

3. Dados do FEC – Permissionária Cermissões


Do mesmo modo, o FEC Apurado está abaixo do indicador
limite desejado, caracterizando a permissionária de energia
como prestadora de serviços de modo eficiente. Por
conseguinte, o indicador tido como limite do FEC foi de
28,91 interrupções. O valor do indicador apurado foi de 11,39
interrupções, garantindo a excelência na qualidade do
serviço.

Fig. 7. Representação do indicador FEC da Cermissões

V CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou sintetizar a qualidade do serviço,
abordando os aspectos de indicadores coletivos de
continuidade (DEC e FEC), na região noroeste do Rio Grande
do Sul. Foram comparados os indicadores de duas
distribuidoras de energia, através de dados quantitativos
durante o período de 10 anos. Foi possível perceber que, o
nível de qualidade dos serviços prestados pela permissionária
de energia, teve impacto positivo, a partir da regulamentação
do PRODIST. Nos indicadores da concessionária de maior
porte, fica visível que o DEC fica mais suscetível a
ultrapassar os limites padrão, embora o FEC mantém-se
abaixo. Sendo assim, é nítido que pra distribuidora, o maior
esforço é criar mecanismos que venham controlar a duração
das interrupções de energia, e não a frequência dos
incidentes.

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