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1 Introdução
A regulamentação da continuidade da energia elétrica no Brasil foi iniciada com a
Portaria DNAEE n° 046/78, de 17 de abril de 1978. Desde então, dois regulamentos da ANEEL
introduziram importantes aperfeiçoamentos sobre o assunto: a Resolução ANEEL n° 024/2000,
de 27 de janeiro de 2000, e o Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica
no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST.
A metodologia para o estabelecimento dos limites dos indicadores DEC e FEC por
análise comparativa vem sendo aplicada a cerca de dez anos. Durante este período, a
experiência acumulada nas diversas análises e as discussões com agentes interessados
permitiram a identificação de aperfeiçoamentos. Alternativamente, foram publicados alguns
trabalhos que trataram especificamente sobre o assunto, com contribuições acadêmicas
importantes.
Salienta-se que na maioria das análises apresentadas neste documento foram utilizados
os dados do Ofício Circular n° 0018/2009-SRD/ANEEL, de 26 de junho de 2009. Não foram
utilizados os dados enviados este ano pelas distribuidoras em atendimento ao PRODIST,
conforme disposto no art. 22 da Resolução Normativa n° 395/2009, pois os mesmos não
estavam disponíveis até o encerramento da análise apresentada neste documento. Deseja-se,
contudo, que apesar das diferenças que poderão ser observadas nos dados, o estudo que visa o
estabelecimento da metodologia não seja prejudicado.
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Este documento está organizado em seis seções. Após esta introdução, a Seção 2
apresenta um resumo da metodologia vigente. A Seção 3 apresenta uma revisão das
contribuições apresentadas na Consulta Pública n° 043/2009, além de três propostas
encontradas na literatura. A quarta seção apresenta a metodologia proposta. A seção seguinte
apresenta uma discussão sobre a metodologia proposta, ressaltando alguns pontos que devem
receber contribuições. A última seção apresenta as bibliografias utilizadas no desenvolvimento
deste texto.
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2 Metodologia Vigente
Nesta seção será apresentada a metodologia utilizada pela ANEEL para o
estabelecimento dos limites dos indicadores coletivos, DEC e FEC. A ANEEL utiliza os
indicadores coletivos para analisar o desempenho dos conjuntos de unidades consumidoras,
além de analisar o desempenho das distribuidoras, estados, regiões e do país. Adicionalmente, é
através dos limites coletivos que se estabelecem os limites dos indicadores individuais, DIC, FIC
e DMIC.
Entrada
x1
Saída
x2
f y
xn
A Tabela mostra a correlação entre alguns parâmetros que poderiam ser considerados
como entrada para f. Esses parâmetros se relacionam, de alguma forma, com o desempenho
dos conjuntos (Tanure, 2004). Foram utilizados os atributos dos conjuntos fornecidos pelas
distribuidoras à ANEEL referentes ao ano de 2007 (4007 conjuntos). Foi utilizado um
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desempenho (DEC e FEC) médio de três anos (2005 a 2007), de forma a filtrar as variações
desses indicadores.
Tabela 2.1: Matriz de correlação entre os atributos e os indicadores coletivos.
ERP AREA PNI CMM NUC DEC FEC
ERP 1 0,185 0,293 0,190 0,250 -0,017 -0,039
AREA 0,185 1 0,028 -0,016 0,002 0,260 0,329
PNI 0,293 0,028 1 0,948 0,859 -0,180 -0,187
CMM 0,190 -0,016 0,948 1 0,891 -0,193 -0,191
NUC 0,250 0,002 0,859 0,891 1 -0,199 -0,196
DEC -0,017 0,260 -0,180 -0,193 -0,199 1 0,698
FEC -0,039 0,329 -0,187 -0,191 -0,196 0,698 1
• área (km2);
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Para determinar os limites de cada cluster, é utilizada uma técnica conhecida como
Yardstick Competition. Esta técnica consiste em determinar a referência do cluster a partir de um
limite estatístico. No caso de conjuntos atendidos por sistemas isolados (não pertencentes ao
SIN) a referência adotada para o estabelecimento dos limites é a mediana do cluster, enquanto
que para os conjuntos pertencentes ao SIN é adotado como medida estatística o segundo decil
do cluster. Ou seja, para o sistema isolado, os limites para os indicadores são determinados pelo
valor observado no espaço amostral de 50% dos conjuntos do referido cluster, enquanto que
para o SIN os limites para os indicadores correspondem aos valores observados no limite do
espaço amostral de 20% (melhores) dos conjuntos daquele cluster.
Por fim, os limites para cada ano são definidos a partir de uma função exponencial
decrescente, para um intervalo de tempo estabelecido, partindo dos limites previamente
estipulados, chegando aos limites estabelecidos para o cluster. O período de transição foi
estabelecido levando em consideração as características de cada sistema e a variação de
desempenho requerida, adotando o período médio de duas revisões tarifárias: oito anos.
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DEC
DECMAX
DEC50%
LIMITE
LIMITE i =
DEC 20%
DECMIN
0 t
ANO ANO ANO
0 1 8
Uma vez que os conjuntos de um mesmo cluster são semelhantes, poder-se-ia exigir o
mesmo desempenho para todos eles. Entretanto, sabendo-se que há algumas características
não capturadas pela metodologia comparativa, a adoção dos percentis 20 e 50, assim como o
horizonte de oito anos para cumprimento dos limites, são flexibilizações para garantir a coerência
do método.
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• Para as redes MT das distribuidoras que não possuam subestação com primário
em AT, o conjunto deve ser composto pelas redes em MT de sua propriedade
até o ponto de conexão com o agente supridor.
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b) Método de Classificação
Foram realizadas várias contribuições sobre esses temas. A Nota Técnica n.°
0138/2009-SRD/ANEEL apresentou um resumo das contribuições recebidas, reproduzido a
seguir.
Com relação aos atributos dos conjuntos, as contribuições recebidas discorreram sobre
duas temáticas principais: necessidade de novos atributos e exclusão de algum atributo atual e
avaliação dos atributos com base nas correlações. As contribuições a respeito da necessidade
de aumentar o número de atributos de forma a representar melhor os conjuntos foram
convergentes. Os agentes concordam que os atributos precisam ser aperfeiçoados, de forma a
refletir as características técnicas e as especificidades da área de concessão.
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Alguns agentes concordam que a correlação entre os atributos não é muito relevante, e
afirmam que o importante é estabelecer atributos que possibilitem a formação de agrupamentos
homogêneos. Já outras contribuições afirmam que o efeito da correlação entre os atributos deve
ser avaliado no âmbito do método de agrupamento utilizado. Essa análise deve ser feita com
base na validação estatística do modelo.
Foi verificada uma baixa correlação entre os atributos e os indicadores DEC e FEC.
Algumas contribuições afirmam que o DEC e o FEC são conseqüências da gestão e não dos
atributos, razão da baixa correlação verificada. Já outros agentes opinaram que os indicadores
DEC e FEC devem ser refletidos nos atributos e a baixa correlação pode acarretar análises e
comparações distorcidas do desempenho das distribuidoras.
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Uma vez definidas as variáveis que representam as características dos conjuntos, foi
aplicada a técnica de cluster dinâmico para a definição dos conjuntos semelhantes. Essa técnica
permite que sejam analisados os conjuntos individualmente, definindo-se, para cada elemento,
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Após a formação dos agrupamentos, aplica-se a metodologia DEA para a obtenção dos
limites dos indicadores. O DEA é aplicado para cada agrupamento, sendo realizado para o DEC
e para o FEC. Os conjuntos são associados a um sistema de produção. Com este enfoque, a
distribuidora pode ser considerada um transformador de recursos de rede em indicadores de
qualidade. Os insumos considerados para a aplicação do DEA foram: comprimento de rede,
capacidade instalada e recursos reconhecidos para operação e manutenção (O&M). O produto
(output) é o desempenho dos conjuntos, expresso pelos indicadores DEC e FEC. Também foi
realizada uma análise utilizando apenas o O&M como insumo.
Foi considerado um ajuste gradual nos limites a serem estabelecidos no decorrer dos
anos, de acordo com a diversidade dos conjuntos nos agrupamentos. Tal ajuste objetiva atenuar
o decréscimo nos limites de conjuntos que não tiveram boas comparações.
O trabalho apresentou uma análise dos conjuntos de uma distribuidora brasileira, onde
foi possível avaliar diversos atributos além dos utilizados atualmente pela ANEEL. Ademais, o
trabalho propõe a utilização de outro método de classificação.
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Primária. Entretanto, em uma análise posterior realizada com os resultados dos agrupamentos, o
autor decidiu excluir a variável Área do Município.
O trabalho apresenta ainda uma análise do desempenho dos conjuntos face aos limites
estabelecidos pela ANEEL. Segundo o autor, a análise de violação dos limites com relação aos
agrupamentos das variáveis de Mercado e Sistema Elétrico permite inferir sobre a
responsabilidade da distribuidora pelo descumprimento dos limites ou o incorreto
estabelecimento dos limites por parte da ANEEL.
Após uma análise prévia das variáveis, identificou-se uma grande heterogeneidade entre
as distribuidoras. Portanto, para atender a hipótese de comparabilidade das DMUs assumida em
um modelo DEA, foi aplicada uma análise de agrupamentos para separar as distribuidoras em
clusters mais homogêneos. Os agrupamentos foram obtidos através da metodologia SOM.
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O modelo DEA utilizado tem orientação output. Desta forma, é utilizado um conjunto de
variáveis de entrada (inputs), a partir das quais a distribuidora busca o máximo desempenho na
continuidade (DEC e FEC). Os inputs utilizados foram a participação da classe industrial (%I), o
consumo por consumidor (CPC) e o carregamento (MWh/km). Como o DEC e FEC são saídas
indesejadas, o trabalho utilizou as razões Max(DEC)/DEC e Max(FEC)/FEC como outputs.
Após a definição dos limites globais para as distribuidoras, aplica-se uma modelagem de
programação linear para serem definidos os limites dos conjuntos de unidades consumidoras.
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4 Metodologia Proposta
Na seção anterior foram apresentadas algumas contribuições sobre a metodologia de
estabelecimento dos limites de continuidade para os indicadores coletivos, DEC e FEC. Baseado
na análise das contribuições, apresenta-se nesta seção uma proposta de aperfeiçoamento para
a metodologia atualmente empregada pela ANEEL.
Assim, uma alternativa viável para a ausência de algumas informações por conjunto de
unidades consumidoras é realizar uma pré-clusterização, comparando-se primeiramente as
distribuidoras, para as quais é mais fácil obter algumas variáveis que se relacionam com a
continuidade do serviço. Realizada a comparação entre empresas, o passo seguinte é comparar
os conjuntos das empresas consideradas semelhantes.
Uma vez obtidos os atributos para estudo, torna-se fundamental selecionar o menor
número possível de atributos que representem bem as características fundamentais que
diferenciam as distribuidoras em termos de continuidade do serviço. Para a etapa de análise de
clusters, deve-se evitar que atributos muito correlacionados entre si sejam utilizados na
comparação, pois assim estar-se-ia atribuindo mais peso para a característica representada por
esses atributos.
Uma técnica bastante utilizada para redução de variáveis é a análise fatorial, uma classe
de métodos estatísticos multivariados cujo principal objetivo é definir uma estrutura subjacente
em uma matriz de dados. A análise fatorial analisa a estrutura das inter-relações (correlações)
entre um grande número de variáveis, definindo um conjunto de dimensões latentes comuns,
denominadas fatores (Hair et al., 2005).
Uma vez determinados os fatores e a explicação de cada variável nesses fatores, pode-
se reduzir a quantidade de variáveis, na medida em que elas representem uma mesma
característica (compõem o mesmo fator) e possuam correlações elevadas entre si. Variáveis
altamente correlacionadas e membros do mesmo fator devem ter perfis semelhantes de
diferenças ao longo de grupos em análise de variância ou análise de discriminante. Assim, se
uma variável pertencente a um fator é incluída, torna-se menos importante incluir outras
pertencentes ao mesmo fator e altamente correlacionadas com a primeira, pois possuem menos
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poder preditivo adicional do que variáveis pertencentes a outros fatores. Isso não significa que as
demais variáveis do fator sejam menos importantes que a primeira, mas sim que seu efeito já
está em grande parte representado pela variável do fator incluída (Hair et al., 2005).
A metodologia proposta está baseada nos seguintes passos, a serem apresentados nas
subseções a seguir:
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Para a seleção das variáveis listadas na Tabela 4.1 o modelo fatorial escolhido foi a
análise de componentes principais, disponibilizada pelo software estatístico SAS® Enterprise
Guide 4.2.
A) Variáveis Socioeconômicas
4. Índice de Gini
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D) Características do Mercado
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MSA é um índice que varia de 0 a 1, alcançando 1 quando cada variável é perfeitamente prevista
sem erro pelas outras variáveis. A medida pode ser interpretada com as seguintes orientações:
0,8 ou acima, admirável; 0,7 ou acima, mediano; 0,6 ou acima, medíocre; 0,5 ou acima, ruim; e
abaixo de 0,5, inaceitável (Hair et al., 2005).
Passo 1
As variáveis foram reunidas em um único fator, com cargas elevadas e altas correlações
entre si. Assim, escolheu-se a variável “Renda per Capita” para representar as demais na análise
fatorial geral, em virtude de sua facilidade de compreensão e exatidão (disponível por município),
além de ser representativa da capacidade de pagamento dos consumidores, o que pode implicar
em maior ou menor disposição a pagar pela qualidade do serviço.
Todas as variáveis apresentaram baixa MSA. Assim a MSA geral foi de apenas 0,386, o
que indica que as variáveis não são suficientemente correlacionadas a ponto de uma análise
fatorial ser utilizada para redução de variáveis. A variável “Área da Concessão” apresentou a
MSA mais baixa, sendo assim selecionada para a análise fatorial geral, e excluída do próximo
passo da análise deste subgrupo de variáveis.
A análise fatorial resultou em dois fatores, sendo que o segundo apresentou apenas
uma variável com carga significativa (Densidade de Consumo por km de Rede). As variáveis de
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Passo 2
A) Variáveis Socioeconômicas
Todas as variáveis apresentaram baixa MSA, de modo que a MSA geral foi de apenas
0,476, o que indica que as variáveis não são suficientemente correlacionadas a ponto de uma
análise fatorial ser utilizada para redução de variáveis. A variável “Densidade de Estradas
Pavimentadas” apresentou a MSA mais baixa, sendo assim selecionada para a análise fatorial
geral, e excluída do próximo passo da análise deste subgrupo de variáveis.
A variável “Consumo da Classe Rural” apresentou MSA baixa (0,48). Desse modo, a
variável foi selecionada para a análise fatorial geral, e excluída do próximo passo deste subgrupo
de variáveis.
Passo 3
Com apenas três variáveis em análise, ainda assim o método selecionou dois fatores, os
quais explicaram menos de 80% da variância total. A variável “Densidade de Unidades
Consumidoras” dominou o 2º fator, enquanto “Índice Pluviométrico Anual” e “Densidade de
Descargas Atmosféricas” apresentaram cargas elevadas no 1º fator (0,839 e 0,796,
respectivamente). Entretanto, essas duas variáveis não apresentaram correlações muito
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elevadas entre si (0,52). Assim, decidiu-se por utilizar as três variáveis na etapa de análise
fatorial geral.
As três variáveis foram agrupadas em um único fator, com cargas elevadas. O fator
único explicou 86% da variância total dos dados. As variáveis “Potência Nominal Instalada” e
“Número de Unidades Consumidoras” apresentaram correlação muito elevada (0,94), de modo
que foi escolhida a variável “Número de Unidades Consumidoras” para a etapa de análise fatorial
geral, por ser mais confiável. Assim, a variável “Potência Nominal Instalada” foi excluída. Apesar
da alta correlação com o “Número de Unidades Consumidoras” (0,71), a variável “Extensão de
Rede Aérea Primária” também foi selecionada para a análise fatorial geral, uma vez que ambas
variáveis são utilizadas há bastante tempo pela ANEEL e possuem um histórico confiável.
Foram determinados 3 fatores, com 81% da variância total. Após aplicação da rotação
ortogonal VARIMAX, os fatores apresentaram as seguintes cargas:
Tabela 4.2: Fatores obtidos das características de mercado
Rotated Factor Pattern
Factor 1 Factor 2 Factor 3
cons_r 0,94972 0,22648 0,08373
cons_com 0,93765 0,22835 0,13096
cons_i 0,91349 -0,0251 0,03448
perc_cons_r 0,12738 0,89373 -0,0427
perc_cons_com 0,31541 0,8002 0,31813
cons_med_i 0,00325 -0,5804 0,49389
perc_cons_i -0,0822 -0,944 0,10682
cons_med_r 0,29436 0,03931 0,80788
cons_med_rur -0,1459 -0,132 0,76573
cons_med_com 0,57469 0,20113 0,71094
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Passo 4
Passo 5
Passo 6
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5. Área da Concessão
D) Características do Mercado
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A variável “Percentual de Consumo da Classe Industrial” apresentou a menor MSA (0,479). Essa
variável foi selecionada e separada da análise seguinte.
Foram selecionados quatro fatores, com 73% da variância total, conforme Tabela 4.3 (após
rotação VARIMAX).
Tabela 4.3 : Fatores selecionados do Passo 3.
Rotated Factor Pattern
Factor1 Factor2 Factor3 Factor4
nuc 0,89340 0,35166 -0,08064 0,03943
erap 0,87553 -0,18236 -0,10659 0,00332
cons_rur 0,86031 -0,29841 0,09002 -0,03141
Cons_RCI 0,80203 0,47196 0,14850 0,09001
area 0,55024 -0,18518 -0,15062 0,54192
mwh_km -0,08039 0,82405 0,44485 0,06071
nuc_area 0,08982 0,79598 0,24022 0,08939
cons_med_i -0,31043 0,41780 0,31606 -0,06774
perc_cons_rur 0,00438 -0,72383 0,06641 0,06261
cons_med_r 0,09688 0,23427 0,84333 0,23256
renda_pc 0,14730 0,36000 0,75677 0,02558
cons_med_rur -0,09032 0,05064 0,72124 -0,19781
chuva_anual -0,21744 -0,06500 0,63719 0,39611
dens_raios 0,01215 0,09870 0,14365 0,92612
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densidades destacam-se por sua correlação alta (0,724) e por cargas próximas nos fatores.
Assim, decidiu-se por manter a variável “Densidade de Unidades Consumidoras”, por ser mais
simples e mais correlacionada com DEC e FEC, excluindo-se a outra densidade.
Foram selecionados quatro fatores. As cargas fatoriais após rotação VARIMAX são
mostradas na Tabela 4.5 a seguir.
Tabela 4.5 : Fatores selecionados do Passo 5.
Rotated Factor Pattern
Factor1 Factor2 Factor3 Factor4
area 0,88165 0,11878 -0,24199 0,01947
erap 0,78984 -0,18962 0,17370 -0,28764
nuc 0,71038 -0,12356 0,57020 -0,14216
chuva_anual -0,22290 0,81891 0,03083 -0,00486
cons_med_r -0,06084 0,75528 0,43187 -0,00722
dens_raios 0,41207 0,70849 -0,16303 0,24020
nuc_area -0,01750 0,23744 0,77955 0,18097
cons_med_i -0,20932 0,13690 0,07645 0,80824
perc_cons_rur -0,03447 0,12550 -0,55793 -0,60326
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As variáveis do segundo fator apresentam correlações médias e baixas entre si. Assim,
as três foram mantidas. O mesmo ocorre com as variáveis que têm cargas altas nos demais
fatores, sendo todas mantidas.
A) Variáveis Socioeconômicas
5. Área da Concessão
D) Características do Mercado
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Nas figuras a seguir são apresentados os box plots dos atributos obtidos da análise
fatorial por região do Brasil. O box plot, conforme apresentado na Figura 4.1, é um gráfico que
possibilita representar a distribuição de um conjunto de dados com base em alguns de seus
parâmetros descritivos, quais sejam: a mediana (Q2), o quartil inferior (Q1), o quartil superior
(Q3) e do intervalo interquartil (IQR=Q3-Q1) e outliers. Os outliers são os objetos que estão
acima da cerca superior ou abaixo da cerca inferior.
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Em relação aos atributos característicos da área de concessão, Figura 4.2 a Figura 4.6
região cujos índices pluviométricos são mais elevados é a Norte. Já na região Centro-Oeste a
CEMAT e a Enersul são oultiers superior e inferior, respectivamente. A região que possui a
menor densidade de estradas pavimentadas também é a Norte. Como a densidade de estradas
pavimentadas foi obtida por estado, os valores das distribuidoras na região Sudeste ficaram
muito próximos, ficando a mediana igual ao Q1 e ao Q3.
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Figura 4.6 : Box plot concentração das unidades consumidoras por região.
Sobre as características do sistema elétrico, Figura 4.7 e Figura 4.8, com exceção da
região Nordeste, são verificados outliers em todas as regiões em relação ao número de
consumidores. Na região Centro Oeste a Chesp e a CELG-D são ouliers inferior e superior,
respectivamente. Já na região Norte a CELPA é outlier, na região Sudeste a CEMIG e a
Eletropaulo e na região Sul a COPEL-DIS Já para o atributo extensão de rede primária são
verificadores outliers nas regiões Nordeste (COELBA), Sul (COPEL-D) e Sudeste (CEMIG,
Elektro e CPFL-Paulista).
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Figura 4.9 : Box plot porcentagem do consumo da classe industrial por região.
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Figura 4.10 : Box plot porcentagem do consumo da classe rural por região.
Figura 4.11 : Box plot porcentagem do consumo da classe residencial por região.
Figura 4.12 : Box plot consumo médio da classe industrial por região.
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Figura 4.13 : Box plot consumo médio da classe rural por região.
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Já o cluster (1) concentra, em sua maioria, distribuidoras das regiões Sul e Nordeste.
Possui maior percentual de consumo de energia da classe rural e uma pequena concentração de
número de unidades consumidoras por área de concessão. Neste cluster são identificados 909
conjuntos.
Como o cluster (2) possui uma pequena quantidade de conjuntos é necessário diminuir o
número de clusters No próximo nível do dendrograma os clusters (1) e (2) serão agregados,
passando a existir apenas três clusters. A distribuição das concessionárias considerando três
clusters é apresentada na Tabela 4.7.
Tabela 4.7: Distribuição das concessionárias considerando três clusters.
Cluster Distribuidoras Conjuntos
(1) 40 949
(2) 14 1858
(3) 9 434
39
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Figura 4.16 : Divisão dos três clusters obtidos com o método de Ward.
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Na Figura 4.17 a Figura 4.28 são apresentados os box plots obtidos com os três
clusters.
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Figura 4.20 : Box plot concentração das unidades consumidoras para os 3 clusters.
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Figura 4.24 : Box plot porcentagem do consumo da classe industrial para os 3 clusters.
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Figura 4.25 : Box plot porcentagem do consumo da classe rural para os 3 clusters.
Figura 4.26 : Box plot consumo médio da classe residencial para os 3 clusters.
Figura 4.27 : Box plot consumo médio da classe industrial para os 3 clusters.
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Figura 4.28 : Box plot consumo médio da classe rural para os 3 clusters.
Na Figura 4.29 e Figura 4.30 a média e a mediana dos atributos padronizados são
apresentadas, respectivamente, para os três clusters.
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a CJE. Também são identificados outliers quando analisado o consumo médio da classe
industrial, no cluster (1) são as distribuidoras Manuas Energia e EMEPC, no cluster (3) a CELPA
e CERON.
7. Área Retangular
Com os sete atributos acima, puderam ser definidos também atributos que são
combinações destes, chegando a um total de 12 atributos:
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Decidiu-se novamente pela análise fatorial dos atributos disponíveis, uma vez que se
deve evitar que variáveis representativas de uma mesma característica sejam utilizadas
conjuntamente, o que significaria atribuir mais peso para essa característica em detrimento das
demais.
Após a retirada das duas variáveis no Passo 1, quatro fatores foram selecionados, e as
cargas fatoriais foram definidas após rotação VARIMAX conforme Tabela 4.9.
Tabela 4.9 – Fatores após a rotação – Passo 2.
Rotated Factor Pattern
Factor1 Factor2 Factor3 Factor4
pni_kva 0,90971 0,09314 0,05585 0,12204
cmm_mwh 0,90800 -0,08176 0,07742 0,11147
nuc_urb 0,86626 -0,13471 0,08000 0,14745
ermt_rur 0,10984 0,87515 -0,16577 0,03240
perc_ermt_urb 0,57533 -0,59454 0,36955 0,10299
nuc_ermt 0,56161 -0,65777 0,00547 -0,07870
perc_nuc_urb 0,51376 0,02613 0,74441 0,06174
nuc_rur 0,16133 0,45302 -0,73795 -0,00244
ermt_urb 0,19537 0,03764 0,03734 0,97611
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Tabela 4.10 : Correlação das variáveis com cargas elevadas no primeiro fator do Passo 2.
nuc_urb pni_kva cmm_mwh
nuc_urb 1,00000 0,73888 0,78470
pni_kva 0,73888 1,00000 0,90826
cmm_mwh 0,78470 0,90826 1,00000
A variável “Extensão de Rede de Média Tensão Rural” apresentou MSA abaixo de 0,5.
Essa variável foi selecionada e excluída do próximo passo da análise fatorial.
As variáveis dominantes no primeiro fator apresentam correlações médias entre si, como
mostra a Tabela 4.12 a seguir.
Tabela 4.12 : Correlação das variáveis com cargas elevadas no primeiro fator do Passo 5.
nuc_urb perc_nuc_urb perc_ermt_urb
nuc_urb 1,00000 0,51429 0,57962
perc_nuc_urb 0,51429 1,00000 0,61062
perc_ermt_urb 0,57962 0,61062 1,00000
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Decidiu-se então excluir a variável “Percentual de Rede de Média Tensão Urbana”, por
ser mais correlacionada com as demais, mantendo-se as outras duas.
O próximo passo foi a retirada das observações atípicas, denominadas outliers, de forma
a evitar que subestações atípicas formem clusters com quantidades de conjuntos muito
reduzidas. A análise de outliers foi realizada separadamente para cada um dos pré-clusters. O
critério para definição de outliers foi o mesmo apresentado na Figura 4.2.1.
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O software SAS® Enterprise Miner Client 6.1 adota uma medida estatística denominada
CCC (Cubic Clustering Criterium) para a definição do número ideal de clusters numa dada
amostra. O CCC foi proposto por Sarle em 1983, e seu valor é obtido comparando-se o valor
esperado do coeficiente R² (distância inter-cluster) com a aproximação do valor esperado de R²
sob a suposição de que os grupos são provenientes de uma distribuição uniforme p-dimensional.
Nesse caso, o CCC indicaria a presença de uma estrutura de agrupamento dos dados diferente
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da partição uniforme. O número de grupos da partição final estaria relacionado com valores de
CCC maiores que três (Mingoti, 2007). O SAS® Enterprise Miner Client 6.1 escolhe como número
ideal de clusters aquele em que o gráfico do CCC apresenta um pico acima do valor mínimo
especificado (opção CCC cutoff), cujo valor padrão é três.
Para o pré-cluster (1), com 733 conjuntos, adotou-se inicialmente 20 sementes para o
método hierárquico. O critério utilizado para a seleção das sementes iniciais foi o critério padrão
(default) do “SAS® Enterprise Miner Client 6.1”. A Figura 4.32 apresenta o gráfico do CCC, com
sete clusters selecionados pelo método. O valor do CCC para sete clusters foi de 7,62.
Selecionado o número de clusters pelo critério CCC, executa-se o método k-means com
sete clusters. A Figura 4.33 apresenta a distribuição de conjuntos nos sete clusters selecionados.
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A Tabela 4.14 mostra as estatísticas Pseudo-F, CCC e Distância Inter-Cluster (R²) para
a clusterização do pré-cluster (1).
Tabela 4.14 : Estatísticas da clusterização k-means no pré-cluster (1).
Pseudo-F 551,8076
CCC 41,26374
Distância Inter-cluster 82,0157%
A Tabela 4.15 apresenta as estatísticas para cada variável nos sete clusters do pré-
cluster (1). Ressalta-se que NUC = Número de Unidades Consumidoras; ERMT = Extensão de
Rede de Média Tensão (km) e CMM = Consumo Médio Mensal (MWh).
Tabela 4.15 : Estatísticas das variáveis nos clusters do pré-cluster (1).
NUC ERMT ERMT % NUC CMM /
Variável: NUC Rural
Urbano Rural Urbano Urbano NUC
Cluster 1.1
Mínimo 1 - 0,21 - 0% 0,03
Máximo 3.705 879 444,92 30,95 28% 0,78
Média 763 55 100,15 2,77 3% 0,22
Mediana 224 - 42,24 - 0% 0,12
Desvio Padrão 1.069 164 121,90 5,73 7% 0,21
Coeficiente de Variação 140% 297% 122% 207% 234% 98%
Cluster 1.2
Mínimo - 18.125 - 30,34 87% 0,10
Máximo 6.270 43.938 556,59 202,85 100% 0,75
Média 652 30.356 79,79 109,12 98% 0,37
Mediana 78 28.687 4,32 101,58 100% 0,35
Desvio Padrão 1.101 7.520 131,34 40,41 3% 0,16
Coeficiente de Variação 169% 25% 165% 37% 3% 44%
Cluster 1.3
Mínimo 5.479 7.509 191,98 14,76 45% 0,07
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Para o pré-cluster (2), com 1412 conjuntos, adotou-se inicialmente 50 sementes para o
método hierárquico. O critério utilizado para a seleção das sementes iniciais foi o critério padrão
(default) do SAS® Enterprise Miner Client 6.1. A Figura 4.34 apresenta o gráfico do CCC, com 20
clusters selecionados pelo método. O valor do CCC para 20 clusters foi de 3,71.
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Selecionado o número de clusters pelo critério CCC, roda-se o método k-means com 20
clusters. A Figura 4.35 apresenta a distribuição de conjuntos nos 20 clusters selecionados.
A Tabela 4.16 mostra as estatísticas Pseudo-F, CCC e Distância Inter-Cluster (R²) para
a clusterização do pré-cluster (2).
Tabela 4.16 : Estatísticas da clusterização k-means no pré-cluster (2).
Pseudo-F 709,4517
CCC 72,8383
Distância Inter-cluster 90,6399%
A Tabela 4.17 apresenta as estatísticas para cada variável nos 20 clusters do pré-cluster
(2). Ressalta-se que NUC = Número de Unidades Consumidoras; ERMT = Extensão de Rede de
Média Tensão (km) e CMM = Consumo Médio Mensal (MWh).
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Para o pré-cluster (3), com 306 conjuntos, adotou-se inicialmente 10 sementes para o
método hierárquico. O critério utilizado para a seleção das sementes iniciais foi o critério padrão
(default) do SAS® Enterprise Miner Client 6.1. A Figura 4.36 apresenta o gráfico do CCC, com
cinco clusters selecionados pelo método. O valor do CCC para cinco clusters foi de 8,55.
Selecionado o número de clusters pelo critério CCC, roda-se o método k-means com
cinco clusters. A Figura 4.37 apresenta a distribuição de conjuntos nos cinco clusters
selecionados.
A Tabela 4.18 mostra as estatísticas Pseudo-F, CCC e Distância Inter-Cluster (R²) para
a clusterização do pré-cluster (3).
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A Tabela Tabela 4.19 apresenta as estatísticas para cada variável nos cinco clusters do
pré-cluster (3). Ressalta-se que NUC = Número de Unidades Consumidoras; ERMT = Extensão
de Rede de Média Tensão (km) e CMM = Consumo Médio Mensal (MWh).
Tabela 4.19 : Estatísticas das variáveis nos clusters do pré-cluster (3).
NUC ERMT ERMT % NUC CMM /
Variável: NUC Rural
Urbano Rural Urbano Urbano NUC
Cluster 3.1
Mínimo - 6.213 - 38,77 86% 0,09
Máximo 2.827 30.083 998,73 173,32 100% 0,53
Média 812 17.286 327,62 97,69 95% 0,28
Mediana 717 16.371 188,06 93,28 95% 0,28
Desvio Padrão 771 5.926 350,41 36,98 5% 0,12
Coeficiente de Variação 95% 34% 107% 38% 5% 42%
Cluster 3.2
Mínimo - 138 - 0,87 68% 0,03
Máximo 1.258 13.808 737,23 171,58 100% 0,45
Média 232 2.852 84,09 20,38 92% 0,20
Mediana 114 1.991 16,50 13,80 94% 0,18
Desvio Padrão 298 2.524 136,58 22,54 8% 0,07
Coeficiente de Variação 128% 89% 162% 111% 9% 37%
Cluster 3.3
Mínimo 61 - - - 0% 0,04
Máximo 5.420 193 492,60 12,46 32% 0,40
Média 758 8 36,74 0,43 1% 0,13
Mediana 322 0 2,12 - 0% 0,12
Desvio Padrão 1.200 33 101,03 1,95 5% 0,07
Coeficiente de Variação 158% 408% 275% 455% 493% 52%
Cluster 3.4
Mínimo 623 759 976,10 7,82 27% 0,11
Máximo 5.999 30.025 2.347,85 179,08 93% 0,55
Média 2.612 9.051 1.519,51 63,22 75% 0,26
Mediana 2.244 7.361 1.457,02 59,36 77% 0,24
Desvio Padrão 1.459 6.388 396,38 36,08 12% 0,11
Coeficiente de Variação 56% 71% 26% 57% 17% 41%
Cluster 3.5
Mínimo 185 363 15,80 4,45 33% 0,02
Máximo 6.418 18.308 1.044,12 84,53 80% 0,46
Média 2.505 4.965 446,08 29,45 64% 0,17
Mediana 2.049 3.530 413,75 23,89 66% 0,14
Desvio Padrão 1.668 4.116 257,09 19,71 11% 0,10
Coeficiente de Variação 67% 83% 58% 67% 17% 56%
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Dos critérios de comparação existentes na literatura foram utilizados neste trabalho três
critérios. São eles:
Diferentemente da média dos valores apurados para os três últimos anos, na base
utilizada para o presente estudo foram utilizados dados de DEC e FEC apurados apenas para o
ano de 2008. Para amenizar o efeito de eventuais valores apurados excessivamente baixos,
foram determinados o percentil cinco do DEC e do FEC dos conjuntos para cada pré-cluster de
distribuidoras, constantes da Tabela 4.20. Os conjuntos que apresentaram indicadores inferiores
aos mínimos estabelecidos não foram considerados na análise comparativa. A definição do
percentil 5 foi arbitrária, e necessária para amenizar o efeito da não aplicação da média no
histórico.
Tabela 4.20: Percentil cinco do DEC e FEC dos conjuntos das distribuidoras.
Conjuntos
Pré-cluster DEC FEC
Total Considerados
1 4,56 3,38 733 683
2 3,53 2,42 1412 1314
3 7,83 6,50 306 285
O DEA tem se tornado um dos métodos de análise comparativa mais utilizados pelos
reguladores (Simab et al., 2009). O DEA é um método não paramétrico que estima a eficiência
de uma unidade de produção, em termos comparativos aos melhores padrões de uma amostra
de unidades produtivas. A eficiência é uma relação entre insumos e produtos – quanto mais
produtos uma unidade produz para uma determinada quantidade de insumos (lógica do produto),
61
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ou alternativamente, quanto menos insumos uma unidade gasta para obter alguma quantidade
fixa de produtos (lógica do insumo), mais eficiente é a unidade.
(4.3)
Onde,
A lógica adotada no modelo DEA foi a do produto, já que o objetivo é obter a máxima
qualidade dado os insumos. Quanto ao tipo de rendimento de escala adotado no modelo, o
rendimento constante de escala é o mais adequado, já que os conjuntos já foram clusterizados e
são razoavelmente homogêneos quanto ao porte (Pessanha, 2006). Aplicando o retorno
constante de escala a eficiência obtida é a técnica. A medida de eficiência técnica orientada ao
produto propõe-se a responder a seguinte questão: “de quanto podem ser aumentadas
proporcionalmente as quantidades de produtos sem mudar as quantidades de insumos?”
(Ferreira et al., 2009)
Quanto maior o insumo, maior deve ser o produto da unidade de produção. Portanto, é
necessário identificar os atributos, cujos aumentos melhoram a qualidade da continuidade do
fornecimento. Nos trabalhos descritos na Seção 3.2 são propostos vários tipos de insumos, são
eles:
3. extensão de rede;
4. potência instalada;
62
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6. número de transformadores;
8. tipo de seccionadores;
Dos insumos citados, os quatro primeiros estão disponíveis por conjunto de unidades
consumidoras. Para obter os insumos restantes será necessário solicitar tais informações às
distribuidoras.
Para aplicação do DEA foi utilizado o pacote FEAR (Wilson, 2009) implementado para o
programa R 1 . No referido pacote a medida de eficiência é estimada com a função de distância
de Shephard (1970) – neste caso, para orientação a produto as eficiências são menores ou
iguais a um.
1
http://cran.r-project.org/
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Tabela 4.22. Os resultados obtidos do Cluster 12 são apresentados na Tabela 4.23 e Tabela
4.24.
Tabela 4.22 : Insumos e produtos dos conjuntos do Cluster 5.
Insumos Produtos
64
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Conjuntos que possuem eficiência 100% fazem parte da fronteira de eficiência e são
referência de produtividade para os conjuntos que não são eficientes. O conjunto CEMIG-D_CRF
possui 87,94% de eficiência, ou seja, considerando os insumos utilizados pelo conjunto é
possível aumentar a produção em 13,7% (1/0,8794=1,137). Para obter os valores de DEC e FEC
eficientes, basta multiplicá-los pelas as eficiências obtidas do modelo DEA. Na Tabela 4.24 são
65
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Tendo sido definidos os “valores alvo” de DEC e FEC para cada conjunto, deve-se
definir a trajetória de limites dos conjuntos anualmente. Não é apresentada nesta consulta uma
proposta fechada, sendo cogitadas algumas alternativas. A primeira seria uma trajetória linear
simples, partindo-se do limite vigente do conjunto (estabelecido em resolução) até o valor alvo
estabelecido por alguma das metodologias apresentadas. Neste caso, o valor alvo deveria ser
atingido no final do ciclo tarifário (que varia entre as distribuidoras de três a cinco anos).
Como uma última análise, são apresentados na Tabela os valores globais de DEC e
FEC apurados com os conjuntos considerados na análise, o número de conjuntos considerados
eficientes para cada distribuidora e sua porcentagem.
Tabela 4.25 : Valores globais de DEC e FEC apurados das distribuidoras e seus conjuntos eficientes.
Conjuntos Apurado
Distribuidora Cluster Utilizados Eficientes % DEC FEC
AES-SUL 1 50 0 0,00 19,09 11,50
CAIUA-D 1 8 0 0,00 7,22 6,83
CEAL 1 30 2 6,67 20,90 16,41
CEEE-D 1 48 0 0,00 25,62 17,40
CELPE 1 96 4 4,17 16,40 8,22
CFLO 1 1 1 100,00 20,06 8,52
CHESP 1 7 0 0,00 18,90 37,82
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5 Discussão
Apresentou-se na seção anterior uma proposta de metodologia para o estabelecimento
dos limites dos indicadores coletivos de continuidade, DEC e FEC. A metodologia foi dividida em
cinco tópicos, conforme ilustra a Figura 5.1.
Para a seleção dos atributos das distribuidoras, foi aplicada a técnica de análise fatorial,
que, conjuntamente com a análise das correlações, indica as variáveis que possuem informação
útil à análise. Buscou-se detalhar bastante o procedimento, com a descrição das etapas passo a
passo, facilitando assim as contribuições.
Q.3. Das variáveis analisadas, existem variáveis que deveriam ter sido selecionadas
ou excluídas?
69
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A análise dos atributos dos conjuntos foi semelhante à realizada para os atributos das
distribuidoras. Atributos mais relacionados ao sistema elétrico e ao mercado da distribuidora
foram predominantes, por serem mais facilmente obtidos em comparação aos geográficos e
sócio-econômicos.
O atributo Área Retangular foi uma tentativa de se obter um critério robusto para a
definição da área do conjunto, dificuldade enfrentada com o atributo vigente que representa a
área. Entretanto o atributo não demonstrou ser importante para a análise, e não foi selecionado.
Com o envio regular dos dados geo-referenciados pelas distribuidoras a partir do próximo ano,
novas análises poderão ser realizadas.
Após a análise das variáveis dos conjuntos, realizou-se a clusterização dos conjuntos
em cada pré-cluster. Nesta etapa foi realizada a análise dos conjuntos discrepantes (outliers).
70
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Enfim, a última etapa da metodologia proposta é a definição dos limites dos indicadores
DEC e FEC para os conjuntos de unidades consumidoras. Foram apresentadas três formas
diferentes de definição dos limites: percentil, benchmark e DEA.
O método DEA tem tido aplicação crescente em regulação, e é uma técnica interessante
para se definir a eficiência dos conjuntos com relação à qualidade. O ranking das eficiências
obtido por este modelo é um diferente paradigma no estabelecimento dos limites, pois os valores
ideais (eficientes) de DEC e FEC para os conjuntos em um dado cluster não serão os mesmos,
mas sim proporcionais a seus atributos.
Q.9. Qual estratégia é a mais indicada para a definição dos limites de continuidade?
Q.12. Qual seria a melhor forma de definir a trajetória para os conjuntos atingirem os
valores alvo?
71
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6 Referências
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