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NT Nº 10/2022 – RE/TF – PR/RE

NOTA TÉCNICA Nº 10/2022 – RE/TF - PR/RE

CONTRIBUIÇÕES À CONSULTA PÚBLICA Nº 13/2022

- METODOLOGIA DE APURAÇÃO DAS PERDAS TÉCNICAS -

COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS – CEMIG

BELO HORIZONTE, 03 DE OUTUBRO DE 2022.


NT Nº 10/2022 – RE/TF – PR/RE

OBJETIVO

O objetivo desta Nota Técnica é apresentar as contribuições da CEMIG para a Tomada de


Subsídios nº 13/2022 que trata de aprimoramentos na metodologia de apuração das perdas técnicas
regulatórias.

I)- INTRODUÇÃO

Em 06/07/2022 foi aberto período de contribuições para a Tomada de Subsídios nº 13/2022 que
tem como objeto “Obter subsídios para aprimoramentos na regulamentação que define a
metodologia adotada pela ANEEL para o cálculo de perdas na distribuição das concessionárias
de distribuição” e cujo prazo se encerra em 03/10/2022.

As discussões sobre esta temática atendem ao previsto no Item 3 da Agenda Regulatória 2022/2023
que visa tratar sobre “aprimoramentos na regulamentação e nos procedimentos para o cálculo de
perdas técnicas na distribuição”. Neste sentido, a referida Tomada de Subsídios apresenta um
conjunto de 35 questionamentos tratando de vários aspectos associados à metodologia e aos
procedimentos de cálculo das perdas técnicas na distribuição.

No âmbito deste ambiente de discussões metodológicas, e no intuito de contribuir com o Regulador


na construção de um ambiente regulatório eficiente e sustentável, a CEMIG passa a apresentar seu
entendimento acerca dos questionamentos elencados Nota Técnica nº 0047/2022–SRD/ANEEL e,
de forma complementar, manifestar seu posicionamento favorável aos argumentos apresentados
na contribuição da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Eletrica – ABRADEE.

II)- RESPOSTA AOS QUESTIONAMENTOS APRESENTADOS NA NOTA TÉCNICA


Nº 0047/2022–SRD/ANEEL

Visão Geral

III.3. Metodologia de cálculo das perdas do Sistema de Distribuição de Alta Tensão - SDAT

Questão 1. Quais os principais pontos a serem aprimorados na metodologia de cálculo de perdas


na distribuição? Por quais razões?

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Ainda que consideremos que a metodologia de apuração de perdas técnicas retrate com bastante
fidelidade a realidade das perdas das concessionárias, certos pontos podem ser aprimorados no modelo,
os quais mencionaremos adiante, de maneira sucinta:

SDMT:

- Representação das cargas de MT e BT: atualmente o GeoPerdas duplica as cargas de MT e BT para


representar as parcelas relativas de 50 % de carga ativa potência constante e 50 % da carga ativa de
impedância constante. Isto poderia ser feito por 1 única carga representada no OpenDSS pelo model=8.

- Representação das cargas fictícias de PNT: para o ajuste do fluxo de potência pela medição, o programa
GeoPerdas inclui 1 carga espelho em cada carga de BT e MT. Esta abordagem também duplica a
quantidade de cargas em cada alimentador, comprometendo o tempo de execução do fluxo de potência.
Sugere-se que sejam debatidas alternativas para realizar este ajuste, como por exemplo a utilização do
parâmetro loadMult do OpenDSS que permite ajustar-se todas as cargas de uma única só vez.

Questão 2. A metodologia de cálculo de perdas do SDAT, que utiliza o sistema de medição, é a mais
adequada para obtenção das perdas nesse segmento?

Sim. A apuração das perdas técnicas no segmento de SDAT é realizada por meio de medições
em pontos de fronteira, geradoras, subestações, suprimentos e clientes AT, seguindo as exigências do
PRODIST – Módulos 2 e 7. Pode-se afirmar que da forma como a apuração de perdas técnicas é realizada,
ela aproxima do comportamento real do sistema, sendo, portanto, a mais adequada para a apuração das
perdas técnicas no SDAT.

Questão 3. Existem aspectos a serem aperfeiçoados na metodologia de cálculo do SDAT? Caso


positivo, quais?

Não. Entende-se que a metodologia atual já é consolidada e apresenta confiabilidade e precisão


na obtenção apuração das perdas técnicas no SDAT.

Questão 4. Os níveis de perdas no SDAT estão adequados?

As perdas no SDAT dependem de vários fatores combinados, sendo os principais:


1. Infraestrutura de distribuição de cada concessionária;
2. Mercado de energia elétrica atendido na área de concessão;
3. Existência e a localização de geração;
4. Pontos de conexão com a rede básica;
5. Fatores climáticos sazonais, como a variação de carga e geração que ocorrem nos períodos seco e
úmido.
Com base no exposto, pode-se afirmar que não existe um parâmetro único para responder se os
níveis de perdas no SDAT estão adequados.

Questão 5. Como auditar as perdas apuradas por medição do SDAT? Um eventual procedimento
de auditagem deveria ser aplicado a todas as distribuidoras ou apenas em casos específicos? Qual
critério deveria ser usado para estabelecer a aplicação de um eventual procedimento de
auditagem?

Uma vez que as perdas no SDAT são apuradas principalmente por meio das tabelas UNTRAT e
BE do BDGD, uma maneira possível de auditagem é a verificação da correspondência dos valores de

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energia destas tabelas, bem como a tabela CTMT que define as energias injetadas no SDMT. Entende-se
que o principal critério para esta auditagem é a comparação das energias injetadas e passantes nos níveis
de transformação.

Para esta comparação ser realizada no sistema da Cemig, alguns pontos específicos devem ser
levados em conta, tais como: 1) a existência de alimentadores cuja energia vêm de uma subestação da
transmissora, por exemplo por meio de uma transformação 230 kV / 13,8 kV; e 2) a existência de geradores
de MT que injetam nas SEs por meio de circuitos exclusivos, situação distinta dos geradores de MT que
injetam no tronco dos alimentadores, situação já capturada pela medição dos alimentadores. Entende-se
que o modelo pode ser aprimorado, para representar melhor estas situações e facilitar a auditagem, por
meio da análise dos dados presentes no BDGD.

Questão 6. O envio de dados padronizados por ponto de medição seria uma possibilidade? Quais
os aspectos positivos e negativos dessa abordagem?

A padronização dos dados por ponto de medição é uma possibilidade. Como aspecto positivo
vislumbra-se maior transparência na apuração das perdas no SDAT.

Entretanto, a viabilidade deste envio dependerá do formato de padronização a ser definido. Por
exemplo, um dos formatos padrões é o arquivo de memória de massa de cada ponto de medição que
posteriormente é analisado e avaliado no Sistema de Medição, conforme detalhado nas questões 7 e 8, a
seguir. Além das medições de energia, este arquivo contém as medições de tensão e corrente de 5 em 5
minutos, entre outras grandezas. Assim, entende-se que o fornecimento destes arquivos para todos os
pontos de medição apresentará complexidade do ponto de vista de sistemas computacionais, tal como a
necessidade de adaptação da BDGD para o envio destes dados. Sendo assim, a questão deve ser mais
detalhada entre o órgão regulador e as concessionárias.

Ressalta-se que as medições dos suprimentos da distribuidora em AT e de unidades geradoras e


consumidoras conectas no SDAT já são padronizadas, pois os SMF são modelados na CCEE.

Questão 7. A confiabilidade dos dados de medição – principalmente os que não pertencem ao


Sistema de Medição de Faturamento (SMF) – é adequada?

Sim. São aplicadas algumas metodologias de tratamento sobre os dados de medição, tais como
as memórias de massa dos medidores, a fim de garantir a confiabilidade dos dados. Dentre os
procedimentos aplicados sobre os dados de medições, sejam das linhas ou alimentadores, estão a análise
e o monitoramento de alarmes, onde são indicados problemas como correntes e tensões zeradas, lacunas
de dados, coleta atrasada etc.

Também, são realizadas avaliações em conjunto com as medições do sistema de operação, como
exemplo, o registro das energias dos relés de proteção, de modo que estas medições devem ser próximas
entre si e qualquer divergência é analisada.

Questão 8. Em caso de falhas na apuração da medição de algum ponto de medição, quais são os
procedimentos adotados? Tais procedimentos deveriam ser detalhadamente definidos?

Conforme mencionado na resposta da questão 7, as ocorrências de falhas na apuração da


medição são detectadas por meio do sistema de tratamento de dados de medição e acompanhadas pela
equipe especializada.

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Alguns procedimentos podem ser detalhados como o órgão regulador questiona. Entretanto, os
diferentes tipos de falhas e as suas respectivas ocorrências (quantidades) fazem com que a criação destes
procedimentos seja um desafio, uma vez que cada tipo de falha requer um tipo diferente de procedimento.
Possivelmente, cada concessionária apresentará procedimentos distintos, dificultando a padronização.

Por outro lado, a criação dos procedimentos padronizará e evitará dúvidas acerca dos tratamentos
atualmente realizados.

III.4. Critérios para a classificação de circuitos atípicos e reconfigurados

Questão 9. Na maioria dos casos são significativas as variações diárias das unidades geradoras
nos alimentadores de distribuição?

Na maioria dos casos, nas unidades geradoras de MT conectadas nos alimentadores da Cemig
observa-se que não ocorrem variações diárias significativas nas energias injetadas. Em geral, as PCHs
apresentam uma curva de injeção mais “flat” e as UFVs apresentam uma curva que acompanha a
irradiação solar. Desta maneira, acredita-se que a simulação destas usinas por meio de 1 curva diária (24
patamares) é uma aproximação adequada, como atualmente já é realizado pela empresa.

Questão 10. As distribuidoras possuem os dados de medição dos geradores conectados aos
circuitos de média tensão com injeção de potência significativa?

A Cemig possui os dados de medição dos geradores de MT tanto para clientes livres, como para
as usinas de MT do regime de compensação.

Questão 11. Caso opte-se por calcular as perdas dos circuitos que possuem geração, qual seria a
alternativa mais adequada para a curva de carga? Teriam outras opções além das anteriormente
elencadas?

Na simulação dos alimentadores atípicos com injeção significativa de GD, a Cemig utiliza 1 curva
de geração (diária, 24 patamares) obtida por meio de dados de medição dos geradores. Assim, a energia
ativa mensal injetada pelo gerador é distribuída por meio desta curva, de maneira semelhante a
transformação consumo mensal em demanda, utilizada no estabelecimento das demandas das UCs no
banco de dados GeoPerdas.

Mais especificamente, entendemos como adequado a utilização de uma única curva tanto para os
dias úteis, sábado e domingo (vide questão 9).

Questão 12. A distribuidora possui sistema de subtransmissão que interliga SED? Caso positivo, a
distribuidora dispõe de medição de modo a totalizar as perdas desse sistema?

Sim. A Cemig possui sistema de subtransmissão, em geral, no nível de 34,5 kV, que interliga
Subestações de Distribuição. Ela possui sistemas de medição que possibilitam totalizar as perdas deste
sistema.

Questão 13. O tratamento dispensado ao Spot Network pela metodologia de perdas é adequado?

Sim. Vide questão 14.

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Questão 14. O tratamento dispensado a redes subterrâneas reticuladas pela metodologia de perdas
é adequado?

Sim. A Cemig possui 35 alimentadores com a rede Spot Network que apresentam características
específicas, tais como a rede de BT em malha que impede a sua exportação e validação no BDGD. Desta
forma, estes alimentadores são simulados como atípicos pela concessionária.

III.5. Incorporação de microgeração e minigeração distribuída ao modelo de cálculo de perdas por


fluxo de potência

Questão 15. A incorporação da microgeração e minigeração distribuída ao modelo de cálculo de


perdas é necessária?

Sim. A incorporação da microgeração e minigeração distribuída ao modelo de cálculo de perdas é


uma evolução na apuração das perdas técnicas e na correta separação entre PT e PNT.

Questão 16. Considerando o número de unidades com geração e o acréscimo de complexidade ao


cálculo, é importante considerar as demais fontes de geração no cálculo de perdas?

Sim. Apesar do número de fontes de geração diferente da solar não ser significativo, é oportuna a
sua incorporação no modelo de cálculo de perdas.

Questão 17. Qual a melhor opção para se obter a energia mensal gerada: utilizando-se o OpenDSS
como um estágio que precede o cálculo ou por meio da formulação descrita anteriormente nessa
seção? Existem outras opções a serem avaliadas?

Conforme exposto na NT, a estimação da energia real gerada por uma UC com GD é uma tarefa
complexa, devido a existência de consumo e geração simultâneos dentro da unidade e o fato do medidor
de energia só registrar os valores líquidos de consumo e geração das UCs com GDs.

Entretanto, existem outras opções que podem ser avaliadas: a própria utilização dos valores
líquidos de consumo e geração, informados na BDGD (conforme item 51. Da NT 0047/2022-SRD) – é uma
boa aproximação para a simulação das UCs com GD na BT e cálculo de perdas no alimentador. Para este
caso, deve-se garantir a utilização de 1 curva de carga para a UCBT que impeça o consumo de energia
durante o período de geração (i.e. as horas de irradiação solar).

Questão 18. Existe outra base de dados que poderia ser utilizada para a obtenção da irradiância
solar, além da base de dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar desenvolvido pelo INPE?

Outra possível base para o caso da Cemig é o Atlas Solar de Minas Gerais.

Questão 19. Qual a periodicidade para a consideração da irradiância e da temperatura, tendo em


vista a disponibilidade de informação: diária, mensal, anual ou alguma outra forma?

Caso a opção de utilização da temperatura e da irradiância seja adotada, sugere-se que que as
informações de temperatura e irradiância sejam definidas de forma mensal, devido ao cálculo de perdas
ser baseado em simulações de fluxo de potência diários, isto é, um fluxo de potência diário para o dia útil,
outro para o sábado e outro para o domingo, de cada um dos 12 meses do ano.

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Questão 20. Como considerar a irradiância e a temperatura tendo em conta a localização geográfica
da unidade com geração: i) usar a localização geográfica unidade com geração sem qualquer
simplificação; ii) por conjunto de unidade consumidora; iii) por área de concessão; iv) por região
ou alguma outra forma?

Caso a opção de utilização da temperatura e da irradiância seja adotada, entende-se que a


proposta iii) é a mais simples de ser adotada.

Ainda com relação as questões 19. e 20. considerando a quantidade de alterações no modelo de
perdas e novas informações que serão requisitadas às concessionárias, a Cemig entende que há outras
maneiras, mais simples, de simular as UGBTs e que podem representar as perdas técnicas
satisfatoriamente, como por exemplo a utilização do objeto do OpenDSS generator, de maneira
semelhante ao tratamento dado as UGMTs, sejam elas PCHs ou UFVs.

III.6. Definição da impedância das linhas

Questão 21. Qual das opções deve ser adotada para representar as características elétricas das
linhas do SDMT e SDBT? Existiria outra forma não abordada nesse documento?

De maneira resumida, o OpenDSS está preparado para trabalhar com as 5 alternativas


apresentadas, sendo que o programa GeoPerdas atualmente utilizam a alternativa nº i, conforme já
mencionado na Nota Técnica. Ressalta-se que neste caso, o OpenDSS ao receber somente os valores de
R1 e X1 (de impedância de sequência), atribui valores default para as os parâmetros (R0, X0, C0 e C1) e
internamente converte a impedância de sequência para impedância de fases, o que é equivalente a
alternativa nº iv, com diferenças de aproximação numérica.

A alternativa nº iii pode ser interessante de ser adotada, uma vez que trará uma precisão adicional
ao cálculo de perdas técnicas. Entretanto, para o cálculo das impedâncias de sequência (R1, R0, X0, X1,
C0 e C1) são necessários além dos parâmetros dos condutores (raio médio geométrico, diâmetro e
resistência AC), dados relacionados a estrutura física da linha, tais como: a distância de separação entre
os condutores fase e neutro e a altura destes em relação ao solo. Estes dados comumente variam de
segmento para segmento, visto que a estrutura utilizada pode-se alterar, bem como a altura dos cabos ao
solo.

Assim, para esta abordagem, sugere-se que sejam considerados simplificações, tais como, por
exemplo: a utilização de um único arranjo/geometria para as redes convencionais, um arranjo para as
redes protegidas e outro para as redes isoladas. Caso este tipo de simplificação não seja adotado, esta
alternativa, bem como as de nº IV e V se tornarão inviáveis para a maioria, se não todas, as
concessionárias.

Neste sentindo, entende-se que a manutenção da opção nº i é adequada. Ressalta-se que a


extensão que a ANEEL fez a tabela SECCON criando o campo “r_regul” permite manter a rastreabilidade
da resistência de sequência positiva fornecida com a resistência própria do condutor.

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Questão 22. A solução implementada para considerar o neutro com a inserção do quarto condutor
nas linhas do SDMT e SDBT é adequada?

A solução de consideração do neutro como um quarto condutor nas linhas de SDMT e SDBT é
adequada. Ressaltamos novamente o fato já mencionado na questão 21, a respeito da transformação de
impedâncias de sequência em impedâncias de fases. No caso da simulação com o quarto condutor, o
neutro será criado com a mesma impedância própria dos condutores fases.

Por outro lado, uma vez que a maioria dos Sistemas de Distribuição brasileiros são solidamente
aterrados, isto é, em geral, todos os postes com equipamentos são aterrados, além do aterramento no
padrão do medidor das unidades consumidoras, a premissa de nível de tensão igual a zero entre o
condutor neutro e o terra pode ser considerada uma boa aproximação. Neste caso, a simulação com 3
condutores, por meio do fornecimento de uma impedância de sequência (R1, R0, X0, X1, C0 e C1), deverá
apresentar resultados semelhantes, uma vez que a contribuição do condutor neutro no cálculo das
impedâncias de sequência já é contemplada.

Desta forma, a utilização das impedâncias de sequência (alternativas nº I, II ou III) pode ser mais
adequada para a simulação do condutor neutro. Inclusive, mesmo adotando-se simplificações como as
sugeridas na Questão 21, deve-se considerar a existência de combinações nas quais o condutor neutro
tem bitola diferente dos condutores fases, o que levará a diferentes valores de impedância de sequência.

Questão 23. Realizar o aterramento do neutro através do objeto Reactor é a melhor opção? Ou seria
mais adequada a modelagem em que a resistência do neutro não seria considerada?

A alternativa proposta no item 60 da nota técnica parece mais interessante que a realização do
aterramento do neutro pelo objeto Reactor, visto que elimina a inclusão deste objeto que de fato não existe
fisicamente nos alimentadores das concessionárias.

Simulações realizadas pela Cemig, com a alteração da resistência do reator de 15ohms para
0,0001 ohms não indicaram alteração no valor das perdas técnicas, demonstrando que este objeto nas
condições atuais pode ser dispensado. Deve-se levar em conta a resposta da questão 22, pois caso haja
uma simplificação do 4º condutor, ambas as alternativas serão dispensadas.

III.7. Inserção da impedância de magnetização ao modelo dos transformadores de distribuição

Questão 24. A representação da reatância de magnetização se faz necessária?


Sim.

Questão 25. Para considerar essa reatância basta adicionar o parâmetro %imag quando da
definição do objeto Transformer?
Sim.

III.8. Tratamento regulatório para o carregamento dos transformadores de distribuição

Questão 26. Deve-se proceder à limitação da carga quando exceder a potência nominal do
transformador de distribuição em um determinado montante?

A Cemig entende que esta limitação não deve ser realizada, por trazer uma complexidade adicional
ao modelo de apuração das perdas, com poucos benefícios práticos.

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Por outro lado, uma análise do BDGD/GeoPerdas que agregue as demandas máximas de um dia
típico das UCs de um transformador pode fornecer um panorama da sobrecarga dos transformadores –
desde que a demanda máxima seja ajustada pelo fator de carga da curva típica – além de ser de
implementação simples, como por exemplo, por meio de consulta SQL.
De todo modo, esta não é uma situação comum na base da concessionária, conforme
levantamento realizado no banco GeoPerdas de 2021.

Questão 27. O limite de 140% está adequado para essa finalidade?


Caso opte por esta limitação, a Cemig entende-se que o limite de 140% não é adequado para esta
finalidade, devendo um valor superior ser escolhido, como por exemplo 200%. As justificativas são:

1. Em situações excepcionais, para a liberação de carga em circuitos de BT existentes, a Cemig admite


como carregamento máximo para os transformadores MT/BT convencionais o valor de 150% da potência
nominal do transformador, conforme a norma da Cemig ND-3.1 “Projetos de Redes de Distribuição Aéreas
Urbanas” de jan/2014.

2. Há de se levar em conta que a carga BT do modelo é estimada pelas curvas da campanha de medidas
e sorteadas dentro das classes e faixas de consumo, portanto passíveis de não representar
adequadamente a sobrecarga do transformador.

Questão 28. Deve-se proceder à limitação da carga quando exceder a máxima capacidade de
condução dos condutores? Qual limite deve-se estabelecer para essa finalidade?

De igual maneira à questão 28, a Cemig entende que esta limitação não deve ser realizada, por
trazer uma complexidade adicional ao modelo de apuração das perdas, com poucos benefícios práticos.
Como justificativa, cita-se a dificuldade de se estender o programa OpenDSS, para esta funcionalidade
que é uma característica de programa de fluxo de potência ótimos.

III.9. Tratamento regulatório para a distribuição das cargas entre as fases no SDBT e no SDMT

Questão 29. Deve-se proceder à redistribuição das cargas entre as fases do circuito quando o
desbalanceamento ultrapassar um determinado valor?

De igual maneira à questão 28, a Cemig entende que esta redistribuição não deve ser realizada,
por trazer uma complexidade adicional ao modelo de apuração das perdas e com poucos benefícios
práticos. Como justificativas cita-se o seguinte:
1. Em geral, as cargas trifásicas e bifásicas não consomem de igual maneira nas 3 (ou 2) fases,
fazendo com que algum grau de desequilíbrio sempre exista no sistema. A norma da Cemig ND-3.1
“Projetos de Redes de Distribuição Aéreas Urbanas” de jan/2014 admite o desequilíbrio máximo
permissível o limite de 2 0%, tanto para transformadores trifásicos como monofásicos a 3 fios.

30. Qual a melhor forma de ser determinar um limite para o desbalanceamento de carga ao longo
do alimentador?

A norma da Cemig ND-3.1 “Projetos de Redes de Distribuição Aéreas Urbanas” de jan/2014 admite
o desequilíbrio máximo permissível o limite de 20%. Este desequilíbrio ´

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Dadas às incertezas associadas à transformação consumo mensal em demanda, já mencionadas


na resposta da questão 27, sugere-se a adoção do valor mais conservativo de pelo menos 40 %, bem
como a apuração deste desequilíbrio por meio de consultas SQL.

III.10. Aprimoramento das definições regulatórias de energia injetada e energia fornecida

31. As definições de energia injetada e de energia fornecida apresentadas descrevem


adequadamente o que deve ser considerado no computo desses montantes para fins do cálculo de
perdas?

A Cemig entende que a definição de energia injetada e energia fornecida apresentadas no item 75
da Nota Técnica nº 0047/2022–SRD/ANEEL estão adequadas, desde a definição de “gerador” abarque e
energia injetada na rede pela microgeração e minigeração.

32. Há correspondência que permita a comparação entre os valores informados na BDGD e no


SAMP Balanço Energético? Caso negativo, qual a diferença entre as fontes de informação.

Existem algumas diferenças em relação a BDGD e o SAMP Balanço Energético, tais como: 1. o
BDGD por armazenar todos os pontos de IP não recebe as UCs que concentram as IPs não medidas dos
municípios, para fins de faturamento e que constam no SAMP. 2. No BDGD também não são alocados os
consumos relativos a faturas de consumo irregular.

33. A segregação da energia fornecida: em energia fornecida ao mercado livre, energia fornecida
ao mercado cativo e energia fornecida à outras distribuidoras contempla todas as situações
presentes no sistema de distribuição? Seria necessária a abertura de outros tipos de energia?

Conforme já mencionado na questão 5, pode ser interessante a segregação entre as energias


injetadas por GDs de MT que injetam nas SEs por meio de circuitos exclusivos da energia injetada por
GDs de MT que injetam no tronco dos alimentadores, situação já capturada pela medição dos
alimentadores.

III.11. Aprimoramento na interface que acessa o OpenDSS

34. Quais as vantagens e desvantagens de se adotar a interface DSS Extensions comparativamente


à interface COM?

A Cemig utiliza o DSS Extensions desde 2018 e informa que a principal vantagem comparada à
interface COM é o ganho de performance/velocidade de execução do cálculo. Outra vantagem é a
capacidade de inspeção das ferramentas de desenvolvimento (exemplo: Visual Studio) aos objetos do
OpenDSS, situação não permitida pela interface COM.

35. Há algum ponto de atenção em se empregar essa nova interface?

Sugere-se a manutenção da interface COM original para fins de comparação dos resultados e
performance. Se for o caso, a ANEEL deve compilar 2 versões do GeoPerdas, uma com a interface COM
e outra com o DSS Extensions.

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III)- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A CEMIG mais uma vez reconhece e parabeniza a Agência pelo seu esforço perene em aprimorar
a regulação setorial através da participação social. Em linha com este esforço, e visando contribuir
com um arcabouço regulatório mais robusto e eficiente, a CEMIG apresentou suas propostas para
o aprimoramento da metdologia de apuração das perdas técnicas na distribuição.

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