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ECONÔMICA
S U P E R I N T E N D Ê N C I A D E REGULAÇÃO
DOS SERVIÇOS DE DISTRIBUIÇÃO
AUDIÊNCIAPÚBLICA
I. DO OBJETIVO ................................................................................................................. 3
V. DA CONCLUSÃO ........................................................................................................... 29
VI. DA RECOMENDAÇÃO..................................................................................................... 30
Fls. 3 Nota Técnica n.º 361/2010–SRE-SRD/ANEEL, de 6 de dezembro de 2010 – Processo n° 48500.004247/2009-37
Em 06 de dezembro de 2010.
I. DO OBJETIVO
Apresentar o resultado das análises e a metodologia a ser utilizada para definição das
modalidades e postos tarifários utilizados na Estrutura Tarifária aplicada ao setor de distribuição de energia
elétrica, conforme proposto no Submódulo 7.3 dos Procedimentos de Regulação Tarifária - PRORET.
3. Nesse sentido, esta Nota Técnica se restringe e detalha o tema de estudo referente a
modalidades e postos tarifários a serem aplicados aos consumidores da Alta Tensão. Ademais, detalha os
procedimentos relativos à definição da estrutura tarifária dos consumidores atendidos em Baixa Tensão. Para
tanto, esta Nota Técnica está estruturada em quatro seções. A primeira seção abordará as modalidades
tarifárias Azul, Verde e Convencional, com a criação da modalidade tarifária verde para o mercado livre, a
proposta de extinção da modalidade convencional para a Alta Tensão - AT e novo tratamento tarifário para o
sistema isolado. A seção seguinte apresenta a proposta de novas relações ponta/fora ponta para os
subgrupos tarifários da AT. Posteriormente, passa-se para a proposição de ajustamento nos níveis tarifários
do subgrupo B. Por fim, a quarta seção, apresenta um novo rearranjo para as tarifas do sistema subterrâneo.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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III. DA ANÁLISE
4. Atualmente são adotadas no Brasil três modalidades tarifárias aplicadas ao grupo tarifário A:
tarifa horossazonal azul, tarifa horossazonal verde e tarifa convencional, sendo esta última sem sinalização
horária ou sazonal. A diferenciação decorre do fato de que os custos relativos às Tarifas de Uso do Sistema
de Distribuição – TUSD não são inteiramente cobrados em R$/kW, sendo todo ou parte desses custos
transferidos para R$/MWh. O objetivo é de tornar a cobrança da TUSD mais equitativa, considerando os
diferentes perfis de carga dos consumidores.
5. As tarifas horossazonais são aplicadas aos consumidores atendidos em alta tensão, com o
objetivo de proporcionar que cada consumidor pague da forma mais equitativa possível o custo que ele
efetivamente imputa às redes, incentivando a modulação de suas cargas no horário de ponta do sistema,
reduzindo dessa forma os investimentos necessários para expansão das redes de distribuição e transmissão.
7. Não existe rigidez na definição do quantitativo de grupos ou cliente típico a ser utilizado para
o cálculo dos custos imputados às redes. Na prática utiliza-se o critério de clusterização dos perfis de carga e
despreza-se o sinal locacional individual.
8. Dessa forma, o custo de um consumidor típico no horário de ponta pode ser explicado por
uma função com derivadas decrescentes que correlaciona o custo de capacidade de um consumidor típico
(CMC) com o número de horas de utilização do sistema no horário de ponta ( H ), ou com o fator de carga na
ponta, como apresentado na figura pictórica a seguir.
CMC
(R$/kW)
0 _
H ou FC
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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9. A Figura 1 mostra que os custos de um consumidor típico que utiliza a rede por uma unidade
de demanda (kW) é variável de acordo com seu consumo de energia. Todavia, tais custos não são
proporcionais ao consumo, mas são decrescentes com a quantidade consumida, supondo capacidade
constante.
10. Dessa forma podemos concluir que um consumidor que solicita uma demanda máxima de
1kW no horário de ponta, mas que utiliza essa demanda máxima por um número pequeno de horas durante o
ano, ou seja, que possui um baixo fator de carga no horário de ponta, é na realidade responsável pelo
desenvolvimento de um sistema de distribuição para atendimento de uma capacidade inferior a 1kW.
11. Observe que caso cobrasse 100% do uso do sistema em R$/kW, tanto um consumidor com
longa utilização da rede no horário de ponta quanto um com curta utilização no horário de ponta incorreriam
no mesmo montante de despesa, conforme apresentado na Figura 2.
12. Note que, pelo exemplo acima, o Encargo de Uso do Sistema de Distribuição – EUSD,
decorrente da multiplicação da Demanda máxima registrada no horário de ponta pela tarifa de uso, é o
mesmo para os dois consumidores, apesar dos perfis de consumo serem diferentes. Ocorre que o
consumidor com o perfil de longa utilização tem maior probabilidade de impactar em uma expansão das redes
de distribuição.
13. Nesse sentido, considerando a característica linear da equação tarifária, para construir as
modalidades tarifárias procura-se ajustar à curva teórica do custo de capacidade às diversas retas que
representem os custos das diferentes formas de consumo, como exemplificado na figura 3.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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14. Para aproximar o valor das tarifas ao custo de atendimento dos consumidores, parte dos
custos de R$/kW são transferidos para R$/MWh. No gráfico acima o ponto de cruzamento das retas tarifárias
com o eixo das ordenadas representa a tarifa em R$/kW, enquanto que a inclinação das retas tarifárias em
relação ao eixo das abscissas representa a tarifa em R$/MWh.
15. Por definição, dada a função custo apresentada na figura 1, poder-se-ia obter “n” tarifas ao
longo do dia. No Brasil, quando foi definida a estrutura tarifária na década de 1980, foram criadas duas tarifas
horossazonais - THS: a THS Azul e a THS Verde. Essas duas modalidades tarifárias possuem valores
idênticos nos postos tarifários fora de ponta, cobrado em R$/kW. Nos horários de ponta, alguns componentes
da TUSD são cobrados apenas em R$/kW na THS Azul, caracterizando uma tarifa para consumidores com
longa utilização do sistema nos horários de ponta. Na THS Verde, esses componentes da TUSD são
cobrados apenas em R$/MWh nos horários de ponta, caracterizando uma tarifa para consumidores com curta
utilização do sistema nos horários de ponta, ou seja, com baixo fator de carga nesses horários.
16. Assim, desde a década de 80 predominou o entendimento de que não seria necessário criar
uma tarifa de média utilização (MU), bastando somente fixar uma de curta utilização (CU) e a de longa
utilização (LU) no posto tarifário ponta, assumindo-se que no posto fora de ponta todos deveriam ter uma
tarifa de longa utilização.
17. Não obstante, as duas modalidades tarifárias são aplicadas somente para os subgrupos A4 e
A3a. Para os subgrupos A3 e A2, pela própria análise das curvas de carga, a maioria dos consumidores são
de longa utilização.
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CMC
(R$/kW) Consumidor n
Consumidor 1
0 _
H ou FC
22. Para os consumidores com elevado fator de carga no horário de ponta, o faturamento dos
componentes da TUSD de ponta em R$/kW é aderente ao custo que o consumidor impõe ao sistema de
distribuição nesses horários. Para esse tipo de consumidor, a sua demanda máxima solicitada do sistema no
horário de ponta é o fator responsável pela expansão, à montante, do sistema de distribuição necessário para
o seu atendimento.
23. No horário de ponta, a reta tarifária da THS Azul é paralela ao eixo das abscissas, pois a
TUSD é cobrada apenas em R$/kW. O exemplo a seguir ilustra a reta da THS Azul e a relação entre o fator
de carga nas horas de ponta e o custo de atendimento na ponta dos consumidores-tipo, em R$/kW.
1A Nota Técnica nº 364/2010-SRE-SRD/ANEEL detalhará quais componentes de custo que formará a TUSD em R$/kW. Ressalta-
se que a unidade de medida da TUSD Encargos é em R$/MWh.
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CMC
(R$/kW)
Tarifa
Azul
0 _
H ou FC
24. A despesa anual de um consumidor enquadrado na THS Azul, referente à TUSD no horário
de ponta é definida pela seguinte equação:
FP = TDP xD P (1)
Onde:
FP - Fatura da TUSD referente ao horário de ponta.
TDP - TUSD de demanda de ponta da THS azul, em R$/kW.
DP - Demanda máxima de ponta, em kW.ano.
25. Dessa forma, a tarifa azul é adequada aos consumidores que têm necessidade de solicitar ao
sistema elétrico no horário de ponta suas demandas máximas por um período de tempo longo, ou seja,
apresentam alto fator de carga no horário de ponta. A cobrança da TUSD no horário de ponta somente em
R$/kW para consumidores com baixo fator de carga na ponta resultaria no pagamento de valores acima do
custo que eles imputam à rede, uma vez que potência máxima desses clientes não é a variável responsável
pela construção das redes à montante.
26. Para adequar esse sinal tarifário foi criada na década de 1980 a THS Verde, que se
caracteriza pela cobrança da TUSD somente em R$/MWh no horário de ponta, de forma a proporcionar uma
cobrança mais justa do ponto de vista do custo de responsabilidade dos consumidores com baixo fator de
carga nesse horário.
27. A figura a seguir representa a relação entre as retas tarifárias das THS Azul e Verde, que
depende do Fator de Carga – FC no horário de ponta - ou o número de horas de utilização do sistema no
horário de ponta - e o custo de capacidade dos consumidores em R$/kW. Nas horas de ponta, a reta tarifária
da THS Verde sai da origem, e sua inclinação com relação ao eixo das abscissas representa a transferência
do custo de capacidade de R$/kW para R$/MWh, que pode ser calculado por meio da tangente do ângulo α.
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Tarifa
Azul
α
0 _
FC*
H ou FC
TDP x12.000
TCP = Tg (α ) = (2)
H
Onde:
TCP
- TUSD de ponta da THS verde, em R$/MWh.
Tg (α ) - Tangente do ângulo α.
TDP - TUSD de demanda de ponta da THS azul, em R$/kW.
H - Número de horas totais do mês (365 dias ano * 24 horas dia = 8.760 horas ano / 12 meses = 730
horas mês) vezes o fator de carga de cruzamento das retas tarifárias das THS Azul e Verde.
29. Dessa forma, consumidores com fator de carga menor que o FC* no horário de ponta teriam
vantagens econômicas em optar pela THS Verde, enquanto que os que possuem um FC maior que o FC*
teriam vantagens econômicas em optar pela THS Azul.
30. Nas tarifas de fornecimento publicadas até 2002, a tarifa horossazonal verde era construída
para atender consumidores com fator de carga menor que 66% no horário de ponta (FC* = 66%), ou seja,
consumidores com fator de carga menor que 66% na ponta estariam mais bem enquadrados com a tarifa
verde, enquanto que consumidores com fator de carga maior que 66% na ponta eram adequadamente
faturados com a tarifa azul.
31. A partir do primeiro ciclo de revisão tarifária ocorrida em 2003, o ponto de cruzamento das
retas tarifárias azul e verde (FC*) deixou de ser fixado em 66% passando a ser calculado em função do fator
de carga médio do nível de tensão nos horários de ponta, com base nos dados das campanhas de medição
realizadas pelas concessionárias.
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32. Ocorre que nas campanhas de medição a demanda é auferida a cada 15 minutos, que é a
mesma forma como os consumidores são faturados. Porém, essas demandas máximas são integralizadas a
cada hora, com base na média das demandas máximas de cada 15 minutos, e assim são construídas
tipologias horárias. Essa integralização elevou artificialmente o fator de carga dos consumidores-tipo,
chegando em alguns casos para próximo de 90%. A figura a seguir exemplifica esse deslocamento da reta
tarifária verde.
Tarifa
Azul
α’
0 _
90%
H
33. Devido a isso, entre os anos de 2003 e 2007 percebeu-se uma migração dos consumidores
da tarifa azul para a tarifa verde, pois os consumidores com fator de carga entre 66% e 90% passaram a
pagar uma menor TUSD pela tarifa verde, o que estava inviabilizando a aplicação conceitual da THS azul.
34. É interessante observar que pelo fato do realinhamento tarifário ter ocorrido no mesmo
período, o efeito da mudança do fator de carga percebido pelo consumidor foi amortecido.
35. No sentido de corrigir essa distorção, nos processos do 2º ciclo de revisões tarifarias
iniciados em 2007, a ANEEL fixou o fator de carga do ponto de cruzamento das retas tarifárias azul e verde
no valor original de 66%. Na ocasião, foi realizado um estudo em que se estimou, por regressão, o fator de
carga dos clientes-tipo, com base nos dados reais das campanhas de medidas, com demanda medida a cada
15 minutos. Apesar de não estarem disponíveis os dados das campanhas de medidas de todas as empresas
com demanda medida a cada 15 minutos, pois a maioria das concessionárias envia seus dados com a
demanda máxima já integralizada em 60 minutos, as regressões realizadas, com os dados disponíveis,
indicaram resultados muito próximos ao FC* de 66%.
36. O objetivo da criação de diversas modalidades tarifárias é proporcionar que a tarifa paga
pelos diversos tipos de consumidores seja a mais próxima possível do custo que esses consumidores imputam
ao sistema de distribuição. Dessa forma, o ponto de cruzamento ótimo entre as retas tarifária azul e verde é
aquele que minimiza a diferença entre o custo de capacidade dos clientes-tipo e a menor fatura paga por
esses clientes.
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37. Nesse sentido, para esta Audiência Pública, a proposta consiste em manter o ponto de
cruzamento das retas tarifárias azul e verde em 66%. Porém, esse parâmetro poderá ser flexibilizado, de
forma que as empresas poderão propor o FC* ideal para seu sistema 2 no momento de realização da revisão
tarifária.
38. A flexibilização é necessária, pois a relação entre os CMC calculados dos consumidores,
muitas das vezes, não possui boa significância estatística com os respectivos fatores de carga. Dessa forma,
a definição do ponto de cruzamento das retas tarifárias não deve ser simplesmente o resultado de um
processo puramente matemático, mas depende, em última instância, da compreensão e análise crítica de
aspectos peculiares da área de concessão e do comportamento da carga.
39. Atualmente, a tarifa de uso para consumidores livres tem o mesmo sinal que a tarifa
horossazonal azul, com a cobrança dos custos associados aos horários de ponta e fora de ponta apenas em
R$/kW, sem a transferência do sinal tarifário de ponta para o consumo de ponta em R$/MWh.
40. O artigo 15 da Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995, discorre sobre as condições e prazos
para a migração do consumidor cativo ao ambiente de livre contratação. Entretanto, por falta de
regulamentação do Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, até 2006 somente os consumidores com
demanda contratada maior que 3.000 kW podiam migrar para o ambiente livre. Assim, por serem grandes
consumidores e possuírem elevado fator de carga, em geral estavam enquadrados na THS Azul enquanto
consumidores cativos. Portanto, a tarifa de uso paga pelos consumidores que se tornavam livres era a
mesma tarifa de uso paga por esses consumidores enquanto cativos.
42. Sendo assim, a tarifa de uso atual pode inibir a migração de consumidores para o ambiente
livre, caso esses apresentem baixo fator de carga, pois a incidência da tarifa de uso apenas em R$/kW no
horário de ponta resulta em valor acima do seu custo de atendimento. Dessa forma, caso os atuais
consumidores cativos faturados com a tarifa horossazonal verde migrem para o ambiente livre, onde a tarifa
de uso possui o mesmo sinal da tarifa horossazonal azul, apresentarão aumento em suas faturas relativas ao
uso do sistema.
43. Portanto, a proposta que se submete à Audiência Pública é a de se criar uma nova tarifa de
uso para consumidores livres com a mesma estrutura da TUSD horossazonal Verde. O objetivo é dar um
tratamento mais isonômico para os consumidores que migrem para o ambiente livre e que apresentem perfis
de carga diferentes, a fim de evitar acréscimo de pagamento para o consumidor cativo atendido na
modalidade verde que opte por essa migração.
44. Além disso, ressalta-se também a nova sistemática implementada pela Resolução Normativa
nº 414, de 9 de setembro de 2010, a qual prevê a abertura de contratos dos consumidores potencialmente e
parcialmente livres e que requer a mesma tarifa de uso, independente de se tratar de ambiente livre ou cativo.
45. A tarifa convencional de alta tensão é caracterizada pela cobrança de uma tarifa única de
demanda, em R$/kW, e de uma tarifa de consumo, em R$/MWh, e pode ser aplicada a consumidores dos
níveis de tensão A3a 3 e A4 com demanda contratada mensal inferior a 300 kW.
46. Até 2002 a tarifa convencional era caracterizada pela cobrança de uma tarifa de demanda
(R$/kW) próxima à tarifa de demanda fora de ponta da tarifa horossazonal azul e pela transferência do sinal
de ponta para a tarifa em R$/MWh. A figura abaixo ilustra essa forma de cobrança da TUSD da tarifa
convencional de AT:
CMg
(R$/kW)
Tarifa Convencional
β
TDFP
_
0
H
47. A partir de 2003, a TUSD da tarifa convencional de AT passou a ser calculada somente em
R$/kW, sem a transferência do sinal de ponta para R$/MWh, e considerando que a demanda de ponta desses
consumidores equivalente a 72% da demanda máxima, que ocorre fora da ponta.
48. Essa mudança, por um lado, provocou um aumento na componente demanda da tarifa de
fornecimento convencional de AT e, por outro lado, uma redução na componente consumo. A figura a seguir
ilustra essa mudança no sinal econômico da TUSD da tarifa convencional de AT.
3A Nota Técnica nº 126/2010-SRD-SRE/ANEEL, de 25 de novembro de 2010, propõe a agregação do subgrupo tarifário A3a ao A4.
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CMg
(R$/kW)
TD Tarifa Convencional
_
0
H
FC = TD xDC (3)
Onde:
FC - Fatura da TUSD Convencional.
TD - TUSD de demanda Convencional, em R$/kW.
DC
- Demanda máxima, em kW.ano.
Sendo que:
Onde:
TDPA - TUSD de demanda de ponta da THS azul, em R$/kW
TDFPA - TUSD de demanda fora de ponta da THS azul, em R$/kW
51. É importante salientar que a inexistência de sinal tarifário na modalidade convencional tende
a induzir a carga a um comportamento que, sob a ótica individual, ao menos inicialmente, gere o melhor
benefício a este consumidor, mas, sob a ótica do sistema como um todo, pode levar ao uso ineficiente da
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rede, pois não há incentivo à modulação, e assim, em última instância, a investimentos subaproveitados que
onerem a tarifa a longo prazo.
III.1.5. Alteração dos critérios para enquadramento e fim da Tarifária Convencional para AT
52. Ao verificar o histórico do processo de construção das modalidades tarifárias constata-se que
a imposição de enquadramento nas modalidades horossazonais deveria ser estendido a todos os
consumidores da AT. A Portaria DNAEE nº 33, de 11 de fevereiro de 1988, estabeleceu o limiar de 500 kW
para o enquadramento nas tarifas horossazonais. Posteriormente, na Resolução ANEEL nº 456 de 29 de
novembro de 2000, tais valores foram reduzidos para 300 kW, e que permaneceu em vigor na REN nº
414/2010.
53. Como vimos dentre as premissas adotadas na revisão da estrutura tarifária, duas em
específico devem ser citadas sobre tais critérios de enquadramento:
i. isonomia de tratamento entre consumidores livres e cativos nas condições associadas ao uso
dos sistemas de distribuição;
ii. uso eficiente das redes de distribuição.
54. Nesse sentido, ao analisar os mercados de AT observa-se que uma parte expressiva ainda
não possui sinalização tarifária, conforme gráfico 1, que permita adequar o uso eficiente dos sistemas de
distribuição, por meio de alterações no comportamento do consumidor e, consequentemente, no uso das
redes. Esse mercado pode anular os eventuais ganhos de eficiência obtidos com a aplicação das
modalidades tarifárias horossazonais. Ademais, com a implantação de sinalização econômica na tarifa
convencional da BT 4 , não se justifica que consumidores da AT permaneçam sem sinal tarifário.
55. Outrossim, a forma de cálculo da tarifa convencional não permite apurar o real custo
imputado ao sistema desses consumidores, uma vez que é pré-definida uma relação teórica na composição
do seu custo, com base nos custos apurados para os postos tarifários ponta e fora de ponta, conforme já
demonstrado anteriormente.
composição do mercado do grupo A composição do mercado do grupo A
(NUC) (MWh)
Convencio Convencio
nal (Cb) nal (Cb)
38% 15%
56. Por meio de uma análise mais detalhada desse mercado, verifica-se que consumidores com
cargas expressivas, na maioria das distribuidoras, consumidores do grupo A (A3a, A4 e AS) com capacidade
de transformação superior a 225 kV, devem ter uma subestação abrigada, com medição de faturamento no
primário. Isso, por sua vez tende a ter um impacto significativo para a rede em que se conecta. Além disso,
soma-se o fato de que dada a magnitude desses consumidores é de se supor que possuem condições de
gerenciar seu perfil de consumo. O gráfico 2 apresenta um histograma do mercado convencional do grupo A.
40%
30%
20%
10%
0%
(0 ‐ 100) (100 ‐ 150) (150 ‐ 200) (200 ‐ 250) (250 ‐ 300) (300 ‐ 500) (> 500)
NUC 71,01% 14,43% 7,41% 3,44% 2,03% 0,67% 1,00%
MWh 35,73% 16,90% 13,00% 8,28% 5,76% 1,72% 18,62%
57. Em face das análises realizadas, propõe-se a alteração, em um primeiro momento, do limite
de enquadramento compulsório para a tarifa horossazonal de 300 kW para 150 kW. Tal alteração provocará o
reenquadramento de 47,4% do mercado de energia (MWh), que corresponde a 14,6% dos consumidores
atualmente enquadrados como convencionais. A regulamentação irá prever um prazo de 12 meses para
possibilitar a adequação dos contratos vigentes.
58. Posteriormente, no próximo ciclo tarifário, quarto ciclo de RTP, extinguir-se-á a modalidade
convencional. Tal condição garante a previsibilidade para o mercado se adequar, permitindo a migração
gradual para a modalidade horossazonal.
59. Para o sistema isolado aplicar-se-á a mesma regra da tarifa convencional do sistema
interligado. Por outro lado, será estendida a aplicação das modalidades tarifárias verde e azul, conforme
apresentado nas seções anteriores, para o sistema isolado. Ressalta-se, entretanto, que o sinal na tarifa de
energia de 72% no horário de ponta será mantido. Isso se justifica, uma vez que o sistema isolado é atendido
preponderantemente por usinas térmicas. Por sua vez, o sinal sazonal será excluído e não será aplicada as
regras das bandeiras tarifárias 5 . na Nota Técnica nº 361.
5Para melhor entendimento da proposição aqui apresentada deve-se consultar a Nota Técnica nº 363/2010-SRE/ANEEL, de 6 de
dezembro de 2010, que trata do sinal econômico da tarifa de energia.
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III.2.1. Diagnóstico
60. A relação ponta / fora de ponta – RPFP expressa a relação entre a tarifa do posto tarifário
ponta - TPT e a tarifa do período complementar ao dia - TFPT, posto tarifário fora de ponta, ou seja:
(5)
61. Segundo as características de carregamento do sistema, a tarifa de ponta TPT é maior que a
TFPT, o que resulta em RPFP maior que 1 (um). Deve-se ao fato de que as expansões da rede ocorrem,
preponderantemente, para atender à carga demandada no horário de ponta, o que implica um custo médio
maior ao usuário que faz o uso da rede de distribuição nesse período.
62. A metodologia de cálculo dos custos marginais de capacidade tem como resultado os custos
discretizados por hora. No passo seguinte do cálculo esses custos são agregados por postos tarifários. Dessa
forma, as RPFP podem ser determinadas quando do cálculo dos custos marginais de capacidade.
63. Todavia, a RPFP é calculada utilizando a caracterização de carga sob a influência dos sinais
de preços das tarifas vigentes, ou seja, o sinal de preço a ser calculado, e a vigorar, é dependente do sinal de
preço existente. Dessa forma, a correta avaliação da RPFP deve ser realizada de forma dinâmica, com
diversas iterações de cálculo, utilizando elasticidades de resposta do mercado ao sinal de preço. Ademais, a
aplicação direta dos resultados poderia ocasionar instabilidade dos sinais horários de preço.
64. Ressalta-se, ainda, que na metodologia de cálculo dos custos marginais de capacidade o
horário de ponta é definido de forma coincidente em todos os subgrupos tarifários. Dessa forma, o horário de
ponta definido não expressa, necessariamente, o período de máxima carga das redes do subgrupo tarifário.
65. Como forma de avaliação da evolução do sinal horário de preço a Tabela 1 apresenta a
evolução das relações ponta fora de ponta ao logo do tempo. Não obstante, cabe observar que os valores
constantes na tabela abaixo referem-se aos valores padronizados que atualmente são empregados somente
em parte da TUSD, como veremos mais adiante.
Tabela 1 – RPFP atuais
Livro Verde
Subgrupo Portaria DNAEE nº
(DNAEE/MME 6 - 1987 7 RPFP atual 9
Tarifário 33/1988 8
1985)
A1 4,78 4,76 4,76 4,81
A2 4,36 4,37 4,37 4,35
A3 3,66 3,66 3,65
3,67
A3a 2,02 3,00 2,99
A4 1,27 1,27 3,00 3,00
BT - - - 5,00
AS 1,01 1,01 2,05 3,00
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Fls. 17 Nota Técnica n.º 361/2010–SRE-SRD/ANEEL, de 6 de dezembro de 2010 – Processo n° 48500.004247/2009-37
66. Os trabalhos publicados pelo DNAEE/MME 10 apresentaram um estudo de caso que propunha
tarifas de aplicação para cada posto tarifário, ponta e fora de ponta. As RPFP foram resultado das tarifas de
aplicação. Tais relações foram aplicadas às tarifas finais vigentes à época; todavia, dada a inexistência de
tarifas horárias, a aplicação limitou-se às tarifas de ultrapassagem.
67. Em 1987 as tarifas do subgrupo tarifário A3 foram segregadas por nível de tensão em dois
subgrupos, A3 e A3a, com RPFP distintas. A Portaria DNAEE nº 033, de 11 de fevereiro de 1988, definiu os
conceitos e terminologias da estrutura tarifária horossazonal. A Portaria DNAEE nº 044, de 15 de março de
1988, deu eficácia às tarifas horossazonais, aprovando as especificações técnicas do Registrador eletrônico
programável.
68. Ademais, após a publicação da Portaria DNAEE nº 33/1988, o subgrupo tarifário A3, com
nível de tensão maior do que 25 kV e menor de 69 kV, foi denominado de subgrupo tarifário A3a. Outra
alteração foi a mudança das RPFP dos subgrupos tarifários A3a e A4, de 2,02 e 1,27, respectivamente, para
3,00. Tais relações foram mantidas até a celebração dos contratos de concessão.
69. Com a edição da Resolução ANEEL nº 594/2001, o encargo relativo ao uso da rede de
distribuição foi adicionado exclusivamente na componente ponta, alterando a RPFP para o 1º ciclo de
revisões periódicas das concessionárias de distribuição.
70. Posteriormente a Resolução ANEEL nº 166/2005 determinou que cada componente da tarifa
de uso dos sistemas de distribuição fosse calculada segundo um critério particular de rateio, conforme Tabela
2.
10idem
11 Apesar desse componente da TUSD ser rateado em forma de selo, na prática somente foi considerado na ponta de carga, uma
71. A alteração da forma de cálculo, agora por componente, manteve as RPFP somente para as
componentes rateadas pelos custos marginais. Os gráficos a seguir apresentam a evolução das RPFP da
TUSD de diversas distribuidoras para dos diversos subgrupos tarifários.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
Fls. 19 Nota Técnica n.º 361/2010–SRE-SRD/ANEEL, de 6 de dezembro de 2010 – Processo n° 48500.004247/2009-37
73. Ressalta-se que o método de cálculo dos custos marginais de capacidade possibilita a
estimativa das RPFP. Todavia, é necessário conhecer as curvas de carga e de redes sem a influência do
sinal de preço existente; dado indisponível. Uma solução prática para este problema é a chamada
demodulação de carga, quando curvas de carga sem a influência dos sinais de preço são estimadas. Para
tanto, pode-se utilizar as elasticidades do mercado frente aos sinais de preço ou por meio da estimativa
gráfica das curvas de carga.
74. As elasticidades do mercado ao sinal de preço não é um cálculo tão trivial, além disso, a
demodulação gráfica das curvas de carga resume-se em uma técnica bastante subjetiva. Mesmo conhecendo
o correto modelo de reação do mercado existem algumas dificuldades práticas, tal como o da estabilidade
tarifária.
75. Com base no exposto, propõem-se estender a aplicação das RPFP aplicadas às
componentes rateadas pelo custo marginal de capacidade 12 à TUSD de aplicação - tarifas finais -, de modo a
garantir sua estabilidade ao longo do ciclo, conforme Tabela Abaixo:
76. Assim, volta-se ao ponto inicial dos sinais existentes nos contratos de concessão, evitando as
distorções atualmente existentes com o tratamento individual de cada componente tarifário, garantindo uma
estabilidade do sinal que não se alterará anualmente nos anos de reajustes tarifários, devendo ser
aprimorado, se necessário, somente no 4º ciclo de revisão tarifária.
77. Essa prática evitará a volatilidade do sinal percebido pelo consumidor, seja pelo incremento
de custos em postos específicos, seja pela alteração, por exemplo, do critério de faturamento dos custos de
rede básica que passará a considerar uma tarifa fora de ponta 13 .
12 A tabela 2, apresentada anteriormente, mostrou os componentes da TUSD segundo a REN 166/2005. Entretanto, a Nota Técnica nº 364/2010-
SRE-SRD/ANEEL apresenta uma nova proposta de alocação dos componentes da TUSD e os itens de custo a serem rateados pelo CMC.
13 A REN nº 399/10 propôs para o próximo ciclo tarifário da transmissão 2011/2012, a criação de uma tarifa fora de ponta (TUST fora de ponta),
79. Adicionalmente à proposta, deve-se prever, para os anos tarifários que sucederem a
aplicação da nova regra, um mecanismo de monitoramento do comportamento do mercado que permita:
acompanhar a resposta do mercado face ao novo sinal tarifário; acompanhar a evolução do carregamento do
sistema.
80. Os dados obtidos permitirão auxiliar as ações da ANEEL no curto prazo, bem como servirão
de base para os estudos do próximo ciclo tarifário. Ainda, permitirão avaliar as eventuais externalidades
negativas que se relacionam ao sinal tarifário definido.
81. Tal mecanismo deve ter como premissa a simplicidade, e deverá primordialmente utilizar-se
dos dados já existentes na ANEEL.
i. a metodologia utilizada para a proposição das RPFP, juntamente com o detalhamento dos
cálculos;
ii. os impactos no mercado de cada subgrupo tarifário e classe de consumo.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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86. Atualmente no Brasil o faturamento das unidades consumidoras atendidas em baixa tensão é
diferenciado de acordo com os subgrupos tarifários e classes e subclasses de consumo, como demonstrado
na Tabela 4.
87. A princípio todas as tarifas aplicadas ao consumidor final deveriam ser obtidas por meio do
custo marginal que este imputa à rede. Se o preço foi definido rigorosamente igual ao custo marginal, os
14 A Resolução Normativa nº 414, de 9 de setembro de 2010, previu o prazo de 24 meses, contados a partir de sua publicação, para
que a distribuidora transfira as instalações de iluminação pública que estejam sob sua responsabilidade, extinguindo a eventual
diferença entre as tarifas B4a e B4b.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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consumidores indicarão sua disposição a pagar pelo uso da rede, justificando novos investimentos para
ampliar a capacidade.
88. Em uma segunda etapa de fixação de tarifas, a definição dos custos marginais deve ser
adaptada para atender a outros objetivos entre os quais a capacidade financeira da concessão e a
capacidade de pagamento dos consumidores. Se os preços foram fixados rigorosamente iguais aos custos
marginais pode ocorrer excedente ou déficit financeiro devido a custos marginais maiores ou menores,
respectivamente, do que os custos médios incorridos pelos concessionários.
89. Os sistemas elétricos em expansão têm características de redução progressiva dos custos
marginais. Todavia, existem casos em que a expansão se torna onerosa, tal como para regiões com baixo
adensamento populacional. Nesses casos os custos marginais tendem a ser maiores do que os custos
médios.
90. Nesse sentido, pode-se admitir a tarifação abaixo do custo marginal, como alternativa para os
casos de externalidades negativas. Sabe-se que as redes rurais possuem custos superiores aos das redes
urbanas, todavia, a tarifação ao custo marginal poderia incentivar o uso de geradores diesel, inibindo o
desenvolvimento rural e causando prejuízos ambientais.
91. O cálculo dos custos marginais de capacidade é condição first best para a definição tarifária.
A metodologia de cálculo adotada no Brasil possibilita a obtenção de uma proxy dos valores dos custos
marginais de capacidade de diversos consumidores típicos, para diferentes períodos de tempo.
92. Ocorre que, para o Subgrupo tarifário da baixa tensão, o cálculo da tarifa de referência é
obtido com base nas curvas de carga de todas as classes - residencial, industrial, rural, iluminação pública,
comercial e AS. Além disso, considera-se todo o mercado de BT como passante dessas redes, sendo o custo
marginal de expansão o mesmo para todo o subgrupo B, independente se a rede é rural ou urbana. Ressalta-
se que em alguns casos o rural utiliza a rede do A4, porém apresentando um custo de expansão de
alimentadores diferentes de uma rede urbana.
93. Em relação ao subgrupo AS, onde se aplica a tarifação binômia, dividida em capacidade e
consumo, a seção seguinte detalha a proposta ora submetida à Audiência Pública. Para os demais
agrupamentos, quais sejam: B2 rural, B3 demais classes e B4 iluminação pública, a proposta consiste em
adequar essa estrutura tarifária, por meio do ajustamento em seus níveis tarifários. Porém, antes de detalhar
a proposta passa-se agora sobre um breve histórico da formação da estrutura tarifária da baixa tensão.
94. Em 17 de maio de 1968 foi editado o Decreto n.º 62.724, que estabeleceu as normas gerais
de tarifação para as empresas concessionárias de serviços públicos de energia elétrica. Em seu artigo 2º
foram criados os grupos tarifários A e B, separando, respectivamente, as unidades consumidoras conectadas
em tensão igual ou superior a 2.300 V, das atendidas em tensão inferior.
95. Além disso, no capítulo que trata da estrutura básica de tarifas permitiu o estabelecimento de
“tarifas para os consumidores do Grupo B, residenciais, não residenciais e iluminação pública” (parágrafo
único do art. 21). Desse modo, ao longo dos anos foram surgindo subclasses tarifárias aplicadas para a baixa
tensão até chegar a estrutura apresentada na tabela 4.
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96. Ocorre que com a publicação da Lei n.º 8.631, de 4 de março de 1993, que dispôs sobre os
níveis das tarifas para o serviço público de energia elétrica e extinguiu o regime de remuneração garantida, foi
permitido que as concessionárias de distribuição promovessem a aplicação de tarifas diferenciadas para cada
classe de consumidor final, desde que respeitado o nível tarifário homologado pelo poder concedente. Nesse
sentido, o art. 35 do Decreto nº 774, de 18 de março de 1993, assim dispôs:
Art. 35. Respeitados a estrutura dos grupos, subgrupos e classes definida pelo DNAEE e o
valor médio da tarifa de fornecimento do concessionário distribuidor, devidamente
homologado, poderá este promover alterações compensatórias nos níveis das tarifas de
fornecimento entre as classes de consumidor final.
97. Ressalta-se que com a desequalização tarifária ocorrida, as tarifas passaram a ser
diferenciadas por área de concessão. Ademais, com o processo de privatização e desde a assinatura dos
contratos de concessão manteve-se inalterada a relatividade entre os níveis tarifários da baixa tensão. Desse
modo, respaldados nos contratos de concessão e buscando garantir a modicidade tarifária é que se propõe
uma adequação dos níveis tarifários para o subgrupo B, a fim de se adequar a estrutura da baixa tensão à
realidade atual.
98. Observa-se que, apesar da tarifa de baixa tensão ser construída com base em conceitos
marginalistas, a sua abertura nas diferentes classes tarifárias – B2 rural, B3 demais classes e B4 iluminação
pública – não segue tal conceito, baseando-se em percentuais pré-estabelecidos, conforme apresentado
anteriormente. Constata-se ainda que não há uma padronização dos desvios em relação à tarifa de
referência, apresentando diferenças significativas entre as distribuidoras como se vê no Gráfico 4.
60%
50%
(1-(Tarifa))/(Tarifa B1)
40%
30%
20%
10%
0%
-10%
-20%
Distribuidoras
B2 B3 B4a B4b
99. Essa heterogeneidade entre as empresas tem ocasionado efeitos indesejáveis. Em algumas
concessionárias, a título de exemplo, a conjugação de um expressivo mercado B2 rural, que em 2007
representava 27% do mercado total, com o maior desvio tarifário contribuía para que a distribuidora obtivesse
a maior tarifa B1 residencial no Brasil.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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100. Desse modo, a proposta que se submete à Audiência Pública consiste em duas etapas. A
primeira será homogeneizar a relatividade entre os subgrupos tarifários da baixa tensão para todas as
concessionárias, respeitando as diferenças tarifárias entre as áreas de concessão. A segunda etapa será o
cálculo do custo marginal de capacidade de cada subclasse da baixa tensão.
101. A etapa 1 será cumprida ao longo do 3º ciclo tarifário e consistirá em convergir o desvio
tarifário das subclasses da baixa tensão em relação à tarifa de referência para a meta estabelecida na tabela
abaixo.
102. Após realizar um levantamento das 63 distribuidoras, foi obtida a tabela acima. A título de
exemplo, e para melhor entendimento, observe que para a subclasse B2 Rural, em média o desvio em
relação à tarifa de referência está em 39%. Porém, enquanto empresas possuem uma relação de 48%, outras
essa relação é de 31%. Portanto, a meta é convergir para a relatividade mínima, a fim de homogeneizar os
desvios e proporcionar modicidade tarifária à área de concessão. Para o caso do B3 demais classes, a meta
é igualar à tarifa de referência. Conforme se observa a convergência se dará em três anos, a fim de suavizar
o impacto tarifário.
103. A segunda etapa levantará os custos marginais das diversas classes de consumidores
visando melhor discriminação das tarifas. Esse estudo será realizado durante o 3º ciclo de RTP e a
factibilidade de aplicação ocorrerá quando da apresentação da metodologia do 4º ciclo de RTP.
105. Esse tipo de rede apresenta maiores custos de implantação em relação às redes aéreas (seja
convencional, compacta ou isolada), porém, pode apresentar custos menores de manutenção (em alguns
casos os custos com O&M são maiores). O FEC das redes subterrâneas é menor, já que o sistema é
abrigado em relação a descargas atmosféricas e presença de árvores, porém o DEC tende a ser maior que
nas redes aéreas, pois é maior a dificuldade de acesso ao ponto de falha. Estudos internacionais apontam
que em nenhum caso o enterramento em larga escala de redes aéreas é justificado, pois os custos tendem a
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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serem maiores que os benefícios. Assim, a instalação de redes subterrâneas é justificada em casos
específicos para alcançar determinados objetivos de consumidores.
106. As redes subterrâneas podem apresentar diversas tensões, tanto no primário quanto no
secundário. Podem ser do tipo: radial, dupla alimentação, reticulado etc. Cada uma possui um determinado
custo, dependendo do projeto do sistema, normas de construção, densidade de carga, tipo de terreno, acesso
às obras, tipo de edificação e de serviço. As redes subterrâneas reticuladas, feitas para grandes
adensamentos de carga, apresentam os maiores custos dentre os tipos de redes subterrâneas, em torno de
10 a 15 vezes 15 em relação à rede aérea convencional, de acordo com a experiência internacional. Ou seja, é
um custo muito superior até mesmo em relação às redes aéreas mais dispendiosas, como as compactas e
isoladas (multiplexadas), que não chegam a custar duas vezes o valor da rede aérea convencional. Além das
questões como obras civis e equipamentos especiais, outro ponto que encarece o sistema subterrâneo é que
o projeto, por apresentar dificuldades para realização de modificações e alterações, geralmente é
sobredimensionado e comporta aumentos de carga significativos.
107. Assim, surge a questão sobre a partilha entre os consumidores do custo de se construir redes
subterrâneas, ou seja, quem deve arcar com os custos, já que apenas poucos consumidores são
beneficiados pelo sistema subterrâneo. Há também que se considerar a disposição dos consumidores em
arcar completamente com o custo do sistema subterrâneo. Estudos norte-americanos concluíram que o
aumento tarifário para cobrir os custos do enterramento de redes variaria entre 81% e 126% 16 . Ou seja, pode
ocorrer que os consumidores, ao se responsabilizarem pelo custo da rede subterrânea, simplesmente não
queiram ser supridos por esse tipo de sistema. Por outro lado, muitas vezes o sistema subterrâneo é a única
alternativa de suprimento pela concessionária, sendo imposta ao consumidor a utilização dessa rede.
108. Destacam-se, abaixo, alguns exemplos gerais norte-americanos utilizados para custear o
sistema subterrâneo:
ii. Fundos criados a partir de taxa sobre a receita da distribuidora: uma taxa estadual/local
(formatada pela agência reguladora) incide sobre a empresa distribuidora (percentual sobre
sua receita anual), formando um fundo, que será utilizado em projetos de enterramento de
redes. Uma vantagem desse método é a pouca interferência nas tarifas. Uma desvantagem é
o prazo extenso de aplicação de taxa para formação do fundo necessário.
iii. Financiado pelo proprietário: os pagamentos são feitos à prefeitura, e podem apresentar ou
não juros, dependendo do prazo de pagamento. Uma vantagem desse método é a boa
convergência entre quem paga e quem se beneficia. Entretanto, a fragilidade desse método é
que todos os proprietários devem aceitar os custos sob a sua responsabilidade na obra total.
15Edison Electric Institute. 2004. “Out of sight, out of mind? A study on the costs and benefits of undergrounding overhead power
lines”. Bradley W. Johson. Washington, DC.
16Florida Public Service Commission. 2005. Preliminary Analysis of Placing investor-owned electric utility transmission and
110. Há diversos casos específicos (estaduais) dos EUA de formas de financiamento do sistema
subterrâneo 17 . Há que se notar que os problemas locais de tempestades com presença de tornados e
extensivos gastos no reparo dos sistemas são fato que talvez facilite a adoção dos procedimentos abaixo:
i. Na Flórida, por exemplo, o padrão adotado é de redes aéreas, mas todas as empresas
distribuidoras têm que apresentar procedimentos onde o consumidor pode optar pelo
enterramento das redes, responsabilizando-se pelo custeio do projeto (diferença entre o
custo do sistema subterrâneo e um sistema aéreo equivalente).
ii. No estado de Massachusetts uma forma utilizada é a criação de “áreas de taxação especial”,
onde os consumidores têm suas faturas mensais aumentadas para financiarem o sistema
subterrâneo. Essas áreas são criadas através da requisição da maioria dos proprietários do
local.
iv. Na Flórida, uma distribuidora local, sujeita à aprovação da agência reguladora, anunciou sua
intenção de arcar com 25% do custo da conversão de linhas aéreas para subterrâneas para
as conversões patrocinadas pelo governo, esperando, com isso, encorajar o governo a
investir em redes subterrâneas.
v. A Progress Energy, empresa atuante na Carolina do Norte, do sul e Flórida, converte redes
aéreas em subterrâneas sem custo em centros comerciais de cidades, se essas áreas
tiverem densidade de carga suficiente. O município deve concordar em receber o serviço de
iluminação pública de forma subterrânea e satisfazer outros quesitos.
vi. A legislação da Carolina do Norte aprovou um sistema onde a empresa de energia local é
responsável pela coleta mensal de, no máximo, $1 dos consumidores residenciais e de, no
máximo, $5 dos demais consumidores, formando um fundo especial para redes
subterrâneas, gerido pela própria empresa. Porém, os consumidores que já eram supridos
por sistema subterrâneo e que o haviam financiado através de taxas não aceitaram serem
taxados novamente para o financiamento dos demais consumidores que ainda não eram
supridos por sistema subterrâneo.
17Infrasource. 2007. Undergrounding assessment Phase 1 Final Report: Literature review and analysis of electric distribution
111. Os casos norte-americanos e dos países europeus são diferentes do caso brasileiro, pois
aqui os sistemas subterrâneos, além de participarem com percentual muito baixo na quantidade total de
redes, são utilizados geralmente em sistemas em baixa tensão, e em grandes aglomerados urbanos, por via
das vezes centros comerciais de grandes cidades, enquanto que nos demais países citados os propósitos do
enterramento de redes é diferente.
112. A grande maioria dos casos de sistemas subterrâneos no Brasil diz respeito a sistemas em
baixa tensão. Esses sistemas podem suprir tanto grandes consumidores, quanto consumidores de pequeno
porte. Para esse último caso, a tarifa de faturamento é a do nível de tensão, ou seja, BT. Para o primeiro
caso, a Resolução nº 414/2010 descreve o subgrupo tarifário AS como “tensão de fornecimento inferior a 2,3
kV, atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição”. O consumidor pode optar por ser faturado
nesse subgrupo, ao invés de no BT, desde que possua carga instalada maior que 75 kW.
113. Observe que o consumidor que atende aos requisitos acima poderia ser enquadrado como
subgrupo A4 (13,8kV), mas não o é, pois a única alternativa de suprimento é o sistema subterrâneo e em
baixa tensão. A tarifa para consumidores enquadrados no subgrupo AS é construída considerando como
base um valor maior que a tarifa para o subgrupo tarifário A4 (13,8kV) - percentual menor que 10%, variando
por distribuidora -, apresentando as modalidades horossazonais verde e azul e a convencional. Ou seja, não
há cálculo de custo marginal para o sistema subterrâneo.
115. É importante salientar que existem também, ainda que em quantidade ínfima no sistema
brasileiro, redes subterrâneas para outros níveis de tensão. Porém, nesse caso a tarifa a ser aplicada é a do
nível de tensão correspondente. A tarifa AS somente é aplicada a consumidores que se enquadrem na
descrição da Resolução nº 414/10, transcrita acima.
117. Entretanto, repare-se que a tarifa como um percentual do subgrupo A4 apresenta uma
distorção em relação custo que o sistema subterrâneo apresenta. Trata-se de sistema em BT e, além disso,
subterrâneo, e devido a essas duas características, apresenta tarifas maiores que as redes aéreas de alta
tensão. Porém, é certo que a participação financeira impede que se aplique sobre o sistema subterrâneo seu
real custo marginal, pois a idéia é que a participação financeira cubra a diferença de custos entre o sistema
subterrâneo e um sistema aéreo. Mesmo assim, em virtude da imperfeição inerente ao mecanismo da
participação financeira, ou seja, da dificuldade de mensuração dos investimentos que foram realizados
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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especificamente para o sistema, o custo marginal do sistema subterrâneo é maior do que o custo marginal do
sistema em baixa tensão. Portanto, sugere-se o início da mensuração do custo marginal dessas redes
subterrâneas, para que se tenha um real conhecimento a respeito de seu custo, apesar de não ser aplicado
diretamente. Isso ajudaria a construir a tarifa para o sistema subterrâneo de uma forma mais embasada, à
medida que forneceria um balizador para as tarifas. A construção do custo marginal seá feita apenas a partir
do 4º ciclo de revisões tarifárias, por questões operacionais.
119. É certo que haverá aumento tarifário para os consumidores do subgrupo AS, mas deve-se
lembrar que esses consumidores são beneficiados pela melhor qualidade operativa desse sistema, além de,
na grande maioria das vezes, não precisarem arcar com os custos do rebaixamento de tensão. Ou seja, tais
consumidores gozam de benefícios que os demais consumidores de outros níveis de tensão não possuem.
120. Portanto, seguindo o conceito de que as tarifas que refletem o custo que o consumidor
imprime à rede são as que levam a maior racionalidade no uso do sistema, sugere-se a construção da tarifa
do AS com o custo marginal do BT. A denominação do subgrupo tarifário continuaria a mesma, AS, e os
limites para a aplicação da tarifa AS também. Dessa forma, o problema da aplicação de TUSD diferentes
quando da migração desses consumidores para o ambiente livre estaria também resolvido 18 .
121. Abaixo segue simulação de impacto tarifário para os consumidores classificados como AS
Azul. Nota-se que o aumento é bastante relevante na TUSD Ponta, porém, na maioria dos casos o impacto é
negativo na TUSD Fora Ponta, o que leva a um impacto menor na fatura total final do consumidor. É
importante frisar que a simulação feita levou em consideração apenas a modificação em questão, ou seja, a
construção da tarifa com a TUSD do BT. Essa é apenas uma das alterações propostas na estrutura tarifária, e
a tarifa para os sistemas subterrâneos, assim como para os demais subgrupos, sofrerá impacto do somatório
das alterações na estrutura tarifária. Assim, o impacto final da tarifa AS deverá levar em conta o resultado
final das alterações na estrutura tarifária, e não somente esta, a fim de avaliar a implementação gradual ou
não desta proposta.
Tabela 6: Impacto tarifário para os consumidores AS com o uso da TUSD BT
Aumento
TUSD P TUSD FP Fatura
ELETROPAULO (dados de 2010) 57,9% 10,9% 17,3%
CEMIG (dados de 2009) 52,1% -32,5% 9,2%
LIGHT (dados de 2009) 29,6% -36,6% 9,3%
CEB (dados de 2009) 44,3% -32,7% 7,3%
CEEE (dados de 2009) 58,2% -19,6% 14,0%
COPEL (dados de 2009) 34,9% -38,4% 5,8%
Média 10,4%
18 Atualmente, para o mercado cativo a TUSD aplicada é a do AS e quando da sua migração para o mercado livre a TUSD é a do
BT.
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122. A Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, art. 15, § 6º, assegura aos fornecedores e respectivos
consumidores o livre acesso aos sistemas de distribuição e transmissão de concessionário de serviço público,
mediante ressarcimento do custo de transporte envolvido, calculado com base em critérios fixados pelo Poder
Concedente.
123. A Lei n° 9.427, de 26 de dezembro de 1996, art. 3°, com a redação pela Lei n° 10.848, de 15
de março de 2004, art. 9°, estabelece incumbência da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para
homologar as tarifas de energia elétrica na forma da mencionada Lei, das normas pertinentes e do Contrato
de Concessão.
124. O Decreto nº 2.335, de 6 de outubro de 1997, Anexo I, art. 4º, inciso X, estabelece a
competência da ANEEL para atuar, na forma da lei e dos contratos de concessão, nos processos de definição
e controle de preços e tarifas.
125. O Decreto nº 4.562, de 31 de dezembro de 2002, art. 1º, parágrafo 1º, estabelece que na
definição do valor das tarifas para os contratos de conexão e de uso dos sistemas de transmissão ou
distribuição a que se refere este artigo, serão consideradas as parcelas apropriadas dos custos de transporte
e das perdas de energia elétrica, bem como os encargos de conexão e os encargos setoriais de
responsabilidade do segmento de consumo.
126. A Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, alterou o art. 3º da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro
de 1996, destacando, dentre as competências da ANEEL o estabelecimento das tarifas de uso dos sistemas
de distribuição e de transmissão.
127. Neste sentido, os contratos de concessão para distribuição de energia elétrica estabelecem
na cláusula que trata das tarifas aplicáveis na prestação dos serviços que a ANEEL, de acordo com
cronograma previsto no contrato, procederá às revisões dos valores das tarifas de comercialização de
energia. Em igual forma prevê mecanismos de reajuste periódicos entre revisões.
V. DA CONCLUSÃO
128. Diante do exposto, esta Nota Técnica buscou apresentar as análises sobre o Tema de Estudo
Modalidades e Postos Tarifários utilizados na Estrutura Tarifária aplicada ao setor de distribuição. Para isso
abordou assuntos pertinentes às modalidades tarifárias Azul, Verde e Convencional, às relações ponta/fora
ponta para os subgrupos tarifários da AT, ao ajustamento nos níveis tarifários do subgrupo B, além de novo
tratamento para as tarifas do sistema subterrâneo.
VI. DA RECOMENDAÇÃO
130. Ante o exposto recomenda-se a submissão desta Nota Técnica à diretoria colegiada e
posteriormente à Audiência Pública para recebimento de contribuições da sociedade
RODRIGO SANTANA
Especialista em Regulação
Superintendência de Regulação Econômica – SRE
De acordo,
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.