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1 Introdução
No contexto da regulação do setor de distribuição de energia, a determinação apropriada dos
níveis de perdas técnicas é crucial para garantir a melhoria contínua e adequada do
fornecimento de energia aos consumidores, o incentivo às empresas para o gerenciamento do
sistema de distribuição, a referência na caracterização dos investimentos para redução das
perdas técnicas e combate às perdas não técnicas e a modicidade tarifária.
Nesse sentido, este documento tem como objetivo apresentar as contribuições do Grupo
Equatorial para aprimoramentos da regulamentação que define a metodologia de cálculo de
perdas técnicas na distribuição, no âmbito da Tomada de Subsídio nº 013/2022 (TS 013/22) da
ANEEL. Para isso, serão descritas análises teóricas e estatísticas acerca dos 9 (nove) temas
fundamentais propostos para a agenda dessa TS 013/22, quais sejam:
Este documento está estruturado em quatro seções. Essa primeira, introdutória, que será
seguida da segunda seção contendo uma contextualização sobre a evolução do arcabouço
regulatório de perdas técnicas. Na terceira seção, traz-se o descritivo das reflexões e das análises
realizadas pelo Grupo Equatorial sobre os 35 (trinta e cinco) questionamentos elencados na TS
013/22. Na quarta seção, pontuam-se as considerações finais.
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2 Contextualização
Desde o Primeiro Ciclo de Revisão Tarifária Periódica (RTP) das distribuidoras, a ANEEL realiza o
cálculo das perdas com o intuito de subsidiar a determinação do nível de perdas (técnicas e não
técnicas) a ser considerado para cada distribuidora. O procedimento estima as perdas técnicas
por meio da aplicação de metodologia regulatória de cálculo, sendo as perdas não técnicas
obtidas pela diferença entre as perdas totais (energia injetada no sistema de distribuição menos
a energia fornecida pelo sistema de distribuição) e as perdas técnicas (calculada pela aplicação
da referida metodologia).
Em que pese o incentivo ter sido criado para atuar sobre as perdas não técnicas, a distribuidora
também pode se beneficiar caso haja redução das perdas técnica no período tarifário. Nesse
sentido, as empresas também devem procurar realizar ações com vistas a reduzir o nível de
perdas técnicas, por exemplo, na construção de subestações, no seccionamento de
alimentadores, no recondutoramento de circuitos, dentre outras medidas. Obviamente, as
ações para a redução das perdas devem estar baseadas em estudos que comprovem quais são
os níveis adequados de perdas, de forma a caracterizar os investimentos para redução das
perdas como prudentes.
Não obstante o fato de a definição do nível de perda técnica para fins de cobertura tarifária
ocorrer no momento da revisão de cada distribuidora, sem sofrer mudanças no decorrer do
ciclo, ao contrário do que ocorre com as perdas não técnicas regulatórias das distribuidoras que
possuem trajetória de redução, a metodologia de cálculo de perdas técnicas possui alguns
parâmetros regulatórios que visam incentivar as distribuidoras a adotarem medidas eficientes
de controle dos níveis das perdas técnicas, além de reduzir a assimetria de informações ao evitar
a solicitação de informações de difícil fiscalização.
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A metodologia em vigor foi aprovada por meio da Resolução Normativa nº 656, de 7 de abril de
2014, após a realização da Audiência Pública nº 26/2014. Nesse contexto, o procedimento
detalhado de cálculo da metodologia atual foi consolidado na citada Audiência por meio da Nota
Técnica nº 57/2014-SRD/ANEEL.
Após aplicação desde 2014 e diante de contribuições da sociedade nos diversos processos de
revisão tarifária periódica das distribuidoras, é possível concluir que existem oportunidades para
aprimoramento da metodologia vigente, razão pela qual foi incluído na Agenda Regulatória
2020-2021 o item 13, intitulado “Avaliar aprimoramento na regulamentação da apuração das
perdas técnicas regulatórias”. Na Agenda Regulatória atual (biênio 2022-2023), a atividade
relacionada ao aprimoramento da metodologia está contemplada no item 3.
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a. Medições intermediárias: o modelo vigente de cálculo das perdas técnicas regulatórias
possui duas etapas de cálculo. A primeira refere-se ao impacto nas perdas técnicas devido a
carga regular, e o segundo, o impacto nas perdas técnicas devido a carga regular + irregular.
Para esta segunda análise, é utilizado unicamente os valores de energia mensais informados
na saída dos alimentadores (entidade CTMT da BDGD). Esta abordagem é importante pois
passa a considerar o impacto da carga irregular nas perdas técnicas. Entretanto, ela traz
limitações em sua acurácia devido ao fato de não considerar a correta alocação da PNT ao
longo do alimentador. Em que pese esta informação seja de difícil levantamento,
entendemos que há um caminho alternativo para que essa imprecisão seja mitigada.
c. Classe de Eficiência: Desde o 3CRTP (2011) a ANEEL passou aplicar as perdas ABNT
provenientes na NBR 5440 nos transformadores de distribuição. Na revisão metodológica
ocorrida em 2014 (AP 026/2014), apesar das contribuições contrárias dos agentes do setor,
foi mantida a aplicação da norma, agora em versão atualizada. Nesta nova versão, também
do ano de 2014, decidiu-se aplicar as perdas de eficiência E, e após quatro anos, mais
precisamente, 15/04/2019, passou a ser aplicada a eficiência D. Assim, reiteramos
solicitações anteriores de reconsideração e reavaliação das perdas dos transformadores
MT/BT pelo padrão ABNT. As perdas nominais ABNT (eficiência D) não refletem as perdas
nominais dos transformadores em campo, trazendo assim um sinal regulatório equivocado,
tanto do ponto de vista de reconhecimento em perdas, quanto de investimentos prudentes.
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Deveria a distribuidora realizar a substituição de um ativo não depreciado que não tenha um
reconhecimento real das suas perdas nominais? Esta ação não nos parece um investimento
prudente. Simulações realizadas pela Equatorial demonstram impacto da ordem de 0,2% nas
perdas técnica caso fosse utilizadas as perdas nominais (eficiência E) que refletem melhor as
perdas nominais de placa dos transformadores que estão em campo. Diante do exposto,
propõe-se que (i) seja considerada a eficiência vigente no período de aquisição do ativo pela
distribuidora; ou alternativamente (ii) uma perda nominal média entre a proposta em (i) e a
eficiência D.
e. Fluxo de carga considerando harmônicos: Estudos recentes, inclusive no âmbito do P&D das
distribuidoras, demonstram a variação de perdas técnicas quando da presença de
harmônicos. Sugere-se, portanto, que sejam realizados estudos específicos para abordar esse
assunto.
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3.2 Metodologia de cálculo das perdas do Sistema de Distribuição de Alta Tensão
– SDAT
Sim. O levantamento das medições é que melhor reflete as perdas técnicas reais em campo dado
que é a energia que de fato fluiu no sistema. Em que pese o aperfeiçoamento de modelos
teóricos de cálculo de perdas técnicas, a perda apurada por medição é a mais precisa. Ademais,
as distribuidoras já possuem sistemas e áreas responsáveis pela avaliação e consolidação destes
dados, trazendo, além da maior precisão inerente a dados de medição frente à cálculos
matemáticos, maior confiabilidade na sua apuração.
Não. Conforme mencionado na questão de nº2 a atual metodologia de apuração por medição é
a recomenda.
Sim. Inclusive, as variações dos valores de perdas na alta tensão entre empresas é algo esperado,
primeiro pelas diferenças em extensão de rede e topologia, e segundo pois as perdas são
altamente sensíveis com relação a localização dos pontos de injeção e carga. Assim, qualquer
alteração da localização destes pontos, efeitos sazonais, fluxos reversos em função do despacho
da geração, tendem a impactar diretamente as perdas na AT.
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Conforme respondido na pergunta de número 5, não há necessidade de se estabelecer um
procedimento formal. Ademais, o envio de uma grande massa de dados de medição traria
complexidade ao processo, em muitos casos onde pode não haver necessidade. Reiteramos o
posicionamento de que a ANEEL tem prerrogativa, como regulador, em aditar casos em que
julgar necessário.
Sim. Algumas metodologias são aplicadas aos dados de medição a fim de garantir a
confiabilidade deles, dentre os procedimentos estão a implementação de medições em
alimentadores, permitindo a confirmação dos montantes de energia medidos pelos
transformadores nas subestações, o registro dos dados de energia por relés de proteção,
utilizados na comparação com os valores de medições oficiais, e por fim, o monitoramento de
alarmes via plataforma de medição, onde são indicados problemas como correntes e tensões
zeradas, lacunas de dados e coleta atrasada.
Questão 9. Na maioria dos casos são significativas as variações diárias das unidades
geradoras nos alimentadores de distribuição?
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Concernente a geração distribuída fotovoltaica, recomenda-se a utilização de um perfil único
diário (perfil típico de geração fotovoltaica) aplicado para todos os dias do ano.
Com relação a grandes usinas, em geral os perfis de carga apresentam comportamento
homogêneos entre si. Assim, recomenda-se, caso a ANEEL deseje modelar estes agentes no
OpenDSS, a representação de três curvas de carga diárias (dia útil, sábado e domingo) - opção
ii. Em que pese não concordarmos com a modelagem destes geradores conforme explicitado no
parágrafo seguinte, e ainda assim, caso a ANEEL decida por modelar esses geradores,
entendemos que a opção ii é a mais viável por não suscitar alterações estruturais na rotina de
cálculo atual do ProgGeoPerdas, manter a mesma simplificação ao que hoje se aplica para todas
as curvas de carga BT e MT (representação por 3 curvas de cargas diárias), e, por fim, guardar
coerência com a modelagem proposta no item de geração distribuída.
Sim, uma vez que esses dados são também contabilizados na CCEE.
Questão 11. Caso opte-se por calcular as perdas dos circuitos que possuem geração,
qual seria a alternativa mais adequada para a curva de carga? Teriam outras opções
além das anteriormente elencadas?
Falando especificamente da geração distribuída, inicialmente seria a adoção de uma curva típica
única (não vemos necessidade em diferenciar por dia útil, sábado e domingo assim como é feito
para a carga) para representar o perfil de curva da energia injetada em p.u. Essa curva seria
ajustada à energia mensal injetada medida para consideração no cálculo das perdas técnicas.
Já para a geração de grande porte, sugerimos que o alimentador seja classificado como atípico,
assim como respondido na pergunta nº 9.
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Questão 12. A distribuidora possui sistema de subtransmissão que interliga SED? Caso
positivo, a distribuidora dispõe de medição de modo a totalizar as perdas desse
sistema?
Sim. Nestes casos sugerimos que caso todos os pontos de medição (injeção, cargas e
subestações) estejam disponíveis, a apuração da perda técnica por balanço de medição
prevaleça com relação ao cálculo do fluxo de potência.
Sim. Estes casos devem continuar sendo tratados como atípicos uma vez que o modelo de
cálculo regulatório não está adequado para a representação destas redes. Entretanto, cabe
mencionar ainda que seu cálculo é possível, porém requer uma alteração na estrutura de dados
da BDGD. Assim, deve-se ponderar se essa alteração deve ser feita, pois o universo de redes
com essas características é muito pequeno no Brasil, e, portanto, recomenda-se manter o
tratamento atual de considerar redes atípicas.
Aproveitando o tema, reforçamos que a rotina do GeoPerdas muitas vezes traz uma avaliação
equivocada no momento da montagem das redes que possuem esta configuração pois são
apontados erros de faseamento, níveis de tensão BT em redes de média e vice-versa. Mesmo
que o percentual limite de erros críticos sejam maiores para redes classificadas como atípicas,
deve-se rever a avaliação feita.
Sim. Devido ao seu crescimento exponencial verificado nos últimos anos, a tendência é que com
o tempo sua representação seja importante para um cálculo mais adequado das perdas técnicas.
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Questão 16. Considerando o número de unidades com geração e o acréscimo de
complexidade ao cálculo, é importante considerar as demais fontes de geração no
cálculo de perdas?
Como a geração solar fotovoltaica representa 99% das unidades de GD instaladas no país,
entendemos que apenas a sua modelagem seja suficiente. Caso, eventualmente, haja outro tipo
de GD significativa em algum alimentador, ele passaria a ser classificado como atípico.
Questão 17. Qual a melhor opção para se obter a energia mensal gerada: utilizando-
se o OpenDSS como um estágio que precede o cálculo ou por meio da formulação
descrita anteriormente nessa seção? Existem outras opções a serem avaliadas?
Questão 18. Existe outra base de dados que poderia ser utilizada para a obtenção da
irradiância solar, além da base de dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar
desenvolvido pelo INPE?
Questão 19. Qual a periodicidade para a consideração da irradiância e da temperatura,
tendo em vista a disponibilidade de informação: diária, mensal, anual ou alguma outra
forma?
Questão 20. Como considerar a irradiância e a temperatura tendo em conta a
localização geográfica da unidade com geração: i) usar a localização geográfica
unidade com geração sem qualquer simplificação; ii) por conjunto de unidade
consumidora; iii) por área de concessão; iv) por região ou alguma outra forma?
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Uma proposta considerada mais fidedigna aos dados de GD e com a introdução de variáveis com
menor grau de incerteza seria a modelagem da GD a partir dos dados de energias geradas
mensais, já declarados na BDGD, nas entidades UGxT.
Com esta informação da energia mensal, uma modelagem semelhante ao que o Geoperdas e
ProgGeoperdas já realiza para as cargas poderia ser efetuada para os elementos de geradores,
transformando o dado de energia mensal em demandas máximas. Desta forma, garante-se que
a energia de geração declarada na BDGD (energia que é injetada na rede de distribuição) será
exatamente a mesma energia injetada pelos geradores na rede do cálculo de fluxo de potência
no OpenDSS.
Em estudos feitos pela Equatorial para modelar a GD, foi utilizado o objeto “Generator” do
OpenDSS conforme exemplo abaixo:
“New Generator.gd_exemplo bus1= barra_gd_exemplo.1.2.3.0 conn=Wye model=1 kv=13.8
kw=50 pf=0.92 daily = curva_gd vmaxpu=1.5 vminpu=0.93”
Nesta modelagem, o dado de potência declarado não é o de potência instalada declarada na
BDGD, mas sim o dado de demanda da GD calculado a partir de sua energia injetada mensal,
variando mês a mês, conforme a mesma modelagem já efetuada para as cargas.
A opção pelo objeto Generator justifica-se pois este não demanda os dados de temperatura e
eficiências, e modela corretamente a geração de forma menos complexa. Além disso, foi
verificado que o objeto “EnergyMeter” do OpenDSS registra corretamente no campo Gen_kWh
os dados de geração obtidos do objeto “Generator”, porém não registra este dado de geração
quando a GD é modelada pelo objeto “PV System”, fato este que corrobora ainda mais com a
opção de modelagem via objeto “Generator”.
Nesta modelagem alternativa proposta, a única necessidade de adequação seria na curva de
carga dos consumidores com GD, uma vez que nos instantes em que a GD está injetando energia
na rede (excedente) a carga (energia fornecida pela rede) deve ser zerada, que é o que de fato
ocorre na operação real do sistema: sempre que o medidor registra geração injetada na rede
pela GD, o consumo do cliente – observado pela rede – é nulo. Neste caso, o perfil de carga dos
clientes prossumidores devem ser zerados durante o período de geração de sua GD associada.
Sem essa adequação, o cálculo ficaria impreciso, pois é preciso garantir que no fluxo de potência
que a energia injetada pelos geradores não seja consumida pelo cliente associado àquela GD.
Portanto, nesta abordagem alternativa a da ANEEL, a modelagem torna-se mais precisa e menos
complexa, pois evita-se a necessidade de dados de entrada estimados, garante-se a modelagem
precisa e real da energia injetada dos geradores distribuídos no fluxo de potência.
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Figura 1 - Curva de Carga da ,odelagem proposta pela ANEEL na NT 47/2022
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Apesar das discussões apresentadas quanto a uma modelagem que traga maior simplicidade e
maior precisão ao elemento de geração distribuída fotovoltaica, entendemos como prudente
que - anteriormente a aplicação integral na metodologia regulatória - seja realizado um período
de testes para evitar equívocos na representação da GD, ou comportamento inesperado do
cálculo do fluxo, que podem causar não convergências ou reconhecimento incorreto das perdas
técnicas. Após esse período de teste, e com maior maturidade desta implementação da GD -
que é extremamente relevante na apuração das perdas técnicas - concordamos que a
modelagem da geração seja integrada ao modelo regulatório.
Por fim, devido a importância do perfil de carga da energia injetada na rede pela GD no cálculo
perdas técnicas, sugere-se que as curvas sejam medidas através de um processo adicional a ser
realizado na mesma campanha de medidas detalhada no módulo 2 do Prodist. Este processo,
além de subsidiar aprimoramentos no cálculo das perdas técnicas conforme mencionado, pode
auxiliar outras frentes de estudo, como por exemplo, estudos tarifários, planejamento de redes,
etc.
Questão 21. Qual das opções deve ser adotada para representar as características
elétricas das linhas do SDMT e SDBT? Existiria outra forma não abordada nesse
documento?
A opção V seria a mais desejável já que ela traz consigo a representação completa da geometria
da rede e dados dos condutores, incluindo-se nessa representação o condutor de neutro, que
na metodologia atual é considerado com a mesma bitola do condutor de fase. Segue exemplo
abaixo de representação:
New Wiredata.CondutorFase
GMR=0.0244 DIAM=0.721 RAC=0.306 ~ normamps=530
~ Runits=mi RADunits=in GMRunits=ft
New Wiredata.CondutorNeutro
GMR=0.00814 DIAM=0.563 RAC=0.592 ~ normamps=340
~ Runits=mi RADunits=in GMRunits=ft
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Entretanto, algumas informações necessárias para essa representação podem não estar
disponíveis por completo já que o detalhamento e complexidade no levantamento de cada
arranjo é grande.
Uma solução para garantir tal representação mais completa e correta dos arranjos geométricos,
sem exigência de requisição de todos dados deste modelo para a distribuidora, seria a utilização
do campo “GEOM_CAB” da entidade SEGCON da BDGD, que já apresenta os arranjos de cada
condutor (horizontal, vertical, triangular, compacto, etc), associado a alguns valores
padronizados de distâncias para cada tipo de arranjo. Desta forma, seria preciso adotar valores
padronizadas de distâncias horizontais entre os condutores para cada tipo de arranjo (valores
“x” do Linegeometry). Para as alturas (valores “h” do Linegeometry), poderia ser utilizado o dado
de altura (ALT) da entidade PONNOT associada a cada segmento de rede (via código PN_CON),
porém considerando-se as adaptações necessárias para a modelagem das alturas de cada
condutor a partir do dado de altura do poste.
Entretanto, considerando-se que estas informações do modelo podem não estar disponíveis por
completo, concordamos com a opção ii (impedância de sequência positiva (R1, X1) e as de
sequência zero (R0, X0) ou iii (impedâncias de sequência positiva (R1, X1), as de sequência zero
(R0, X0) e as capacitâncias (C1 e C0)). Entretanto, é importante destacar que nenhuma destas
abordagens representa precisamente a impedância do condutor neutro. Sugerimos, portanto,
que a não declaração específica da bitola do condutor neutro seja compensada, por exemplo,
com incremento nas perdas diversas aplicáveis às redes BT, e do qual poderia ser auferido com
estudos de cálculo de perdas em algumas redes BT com e sem a modelagem do neutro pela
geometria completa dos condutores.
Não. Esta foi uma simplificação com baixo custo de implementação que atendeu pleitos feitos
anteriormente, mas que agora precisa ser revista em função da reabertura da discussão
metodológica. A principal motivação é pelo fato de modelar o condutor de neutro como se fosse
um quarto condutor de fase, aplicando as mesmas impedâncias das fases, o que sabemos na
prática que não procede. Além disso, foi necessário inserir um elemento reator, que em análises
realizadas com e sem a implementação do objeto “Reactor”, foi possível concluir que a inclusão
deste elemento dificulta a convergência numérica de alguns alimentadores, ao introduzir a
tensão entre neutro e terra.
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Não. Como já mencionado na pergunta nº21, a partir de análises realizadas com e sem a
implementação do objeto “Reactor”, foi possível concluir que a inclusão deste elemento
dificulta a convergência numérica de alguns alimentadores, ao introduzir a tensão entre neutro
e terra.
Ademais, foi observado que as perdas técnicas do objeto “Reactor” inserido entre o neutro e o
terra, não são considerados pelo objeto “EnergyMeter”. Assim, entendemos que tal modelagem
não é uma opção adequada por dificultar a convergência numérica do fluxo de potência, além
de não agregar as perdas deste elemento à contabilização regulatória.
A abordagem proposta sem o elemento “Reactor”, com o cuidado de realizar o aterramento dos
transformadores via conexão do PAC_2 destes a terra, assim como dos elementos BT
conectados no secundário do Trafo, é vista como a mais adequada. Entretanto, é preciso
verificar como considerar no cálculo as perdas ocasionadas pelo aterramento, uma vez que esta
abordagem do “Node .0” também não modela corretamente a resistência de aterramento das
concessionárias.
Sim, entendemos que é um elemento importante a ser considerado pois impacta a magnitude
de corrente à montante dos transformadores.
No esquemático real de um transformador¹, conforme figura 31, a modelagem regulatória atual
não contempla o Im, referente a corrente magnetizante. Esta componente é relevante pois
ocorre no elemento primários do transformador e é responsável por pela força magnetomotriz
para estabelecimento do fluxo no núcleo do transformador. A corrente de magnetização (Im),
junto com a corrente parasita e histerese (Ic) compõem a corrente em vazio (Ie).
As perdas devido a Ic referem-se às perdas do núcleo dissipada pelas perdas por histerese e as
perdas por correntes parasitas (foucault). São as perdas que associamos ao elemento Ferro do
transformador.
Assim, para representação completa da corrente em vazio ou excitação (Ie), é necessário
modelar também a componente Im, uma vez que a componente Ic já é contemplada. Sem esta
1
Fonte: Dissertação de Mestrado. Modelagem de transformadores de distribuição para aplicação em
algoritmos de fluxo de potência. José Luis Choque Caparó. UNESP. 2005.
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consideração, o transformador não é representado por completo, impactando as perdas
técnicas calculadas em elementos a montante.
25. Para considerar essa reatância basta adicionar o parâmetro %imag quando da definição
do objeto Transformer?
Sim, pois quando este parâmetro não é definido, o OpenDSS acabado adotando o valor default
para a impedância de magnetização, que é zero. Já com relação aos valores em si, é possível
utilizar as corretes de excitação da norma ABNT NBR 5440:2014, descontando-se a componente
da corrente referente às perdas em vazio, conforme equacionamento:
Sendo:
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O carregamento máximo de um transformador é um problema térmico, cuja solução depende
da sua curva de carga. Em outras palavras, o carregamento máximo a que um transformador
pode ser submetido ao longo do tempo, sem provocar perda de vida útil adicional, depende do
produto P(ti) x ti. Assim, um transformador com curva de carga mais constante ao longo do dia
(maior fator de carga) suporta um carregamento menor, enquanto um transformador com
carregamento máximo de curta duração (menor fator de carga) suporta um carregamento
maior. No primeiro caso (fator de carga elevado) uma sobrecarga de menor intensidade já pode
ser um problema. Já no segundo caso (baixo fator de carga), uma sobrecarga de maior
intensidade pode ocorrer sem causar nenhum problema ao transformador.
Adicionalmente cabe mencionar que ao longo do ano ocorrem manobras temporárias que
podem prejudicar esta análise, uma vez que a BDGD é estática e considera apenas uma única
fotografia de 31/dezembro para representar todo o ano. Assim, esta análise pode trazer
avaliações equivocadas em função desta particularidade da base.
Em função disso, entendemos não ser adequado definir uma limitação da carga.
Em que pese a negativa e os argumentos apresentados na pergunta nº 26, caso ainda assim a
ANEEL decida fazer a limitação, sugerimos que seja adotado o valor limite de 180% pois (i) já
utilizado em ciclos anteriores (ii) é uma situação factível de ocorrer na prática (iii) ajudaria a
minimizar imprecisões do cálculo atual devido a base física ser estática (fotografia de 31/dez e
não representar manobras temporárias de curta duração).
Com relação ao valor referencial de 180%, entendemos que é um valor aplicável tomando como
base a NBR ABNT 5356:2017 - Parte 7 (guia de carregamento para transformadores imersos em
líquido isolante). Na tabela 4 (limites de corrente e temperatura aplicáveis para carregamento
acima dos valores nominais de placa) – têm-se que o carregamento de emergência de curta
duração para transformadores de distribuição pode chegar a 2 p.u. A NBR aborda corrente pois
é um problema térmico – aquecimento pela passagem de corrente. Sabe-se que variações de
tensão podem alterar a relação entre potência e corrente (s=vi), mas, de forma geral, é possível
estender para o carregamento
No parágrafo 68 da Nota Técnica é citado que “propõe-se que na avaliação do carregamento
máximo dos transformadores de distribuição seja considerado o somatório das demandas
máximas de todas as cargas conectadas ao equipamento”. Deste modo estaria sendo somada
as demandas máximas não coincidentes. Isso está equivocado, sendo que o correto é calcular a
demanda máxima obtida pela curva agregada coincidente de todas as cargas conectadas a um
transformador.
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Questão 28. Deve-se proceder à limitação da carga quando exceder a máxima
capacidade de condução dos condutores? Qual limite deve-se estabelecer para essa
finalidade?
Entendemos como não viável pois o próprio carregamento excessivo de um condutor já poderá
causar aumento na queda de tensão e consequente glosa/não convergência do alimentador,
penalizando assim a distribuidora no reconhecimento de suas perdas técnicas. Ademais, estudos
da distribuidora e o alto nível de convergência obtidos nos últimos processos tarifários,
demonstram que este item não é um ponto que requer tratamento específico no cálculo das
perdas técnicas.
Além disso entendemos que esse é um procedimento complexo de implementar, alto custo
computacional (verificação em 24 patamares) e cuja aplicação poderia apenas ser na limitação
da perda do respectivo trecho avaliado e não da carga em si. A limitação da carga prejudicaria a
avaliação da perda nos demais elementos da rede e não apenas no condutor. Ademais, a
limitação do carregamento dos transformadores em 180%, já ajudaria a amenizar indiretamente
eventuais ocorrências de sobrecarga em condutores, sendo algo mais factível de se implementar
do ponto de vista computacional.
3.8 Tratamento regulatório para a distribuição das cargas entre as fases no SDBT
e no SDMT
Questão 29. Deve-se proceder à redistribuição das cargas entre as fases do circuito
quando o desbalanceamento ultrapassar um determinado valor?
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Questão 30. Qual a melhor forma de ser determinar um limite para o
desbalanceamento de carga ao longo do alimentador?
Chamamos atenção unicamente para o item de energia injetada, onde seria conveniente deixar
clara a inclusão da energia injetada de geração distribuída, uma vez da sua crescente relevância
no fluxo de energia.
Energia injetada: corresponde à energia injetada no nível de tensão proveniente de agentes
supridores (transmissores, outras distribuidoras e geradores), mini e microgeração distribuída e
de geração própria, necessária para atendimento de seu mercado (cativo, livre e suprimento) e
das perdas de seu sistema de distribuição. Não deve ser considerada a energia proveniente de
outros níveis de tensão da distribuidora. Este dado deve ser obtido de medições (operativas ou
de fronteira).
Chamamos atenção de que os dados de energia fornecida da BDGD são ajustados ao mês civil,
ao passo que no SAMP referem-se ao mês competência, definido em função da janela de
faturamento de cada consumidor. Assim, essa comparação direta fica prejudicada.
Para fins do cálculo de perdas técnicas não há necessidade de maior abertura. A maior
segregação (ex: energia fornecida para GD) na entidade BE da BDGD seria mais uma questão
informativa e sem impactos diretos no cálculo das perdas técnicas.
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3.10 Aprimoramento na interface que acessa o OpenDSS
Não temos experiência com a interface DSS Extensions. Já com a interface COM, ela tem sido
utilizada exaustivamente há alguns anos e tem obtido bons resultados, sem mencionar a
documentação extensa disponível na internet. Em desenvolvimento internos, foi possível
conectar facilmente o OpenDSS a diversas aplicações (ex: Pyhton, Matblab, Excel, etc) via
interface COM. Há de se considerar também outras possíveis interfaces existentes, tal como a
Py.dss, elaborada por integrantes do EPRI.
Assim, para substituir um processo que já se mostra estável há alguns anos, recomendamos que
antes de iniciar uma frente de trabalho no sentido de readequação do código para esta nova
interface, que sejam feitos testes para garantia de sua aplicabilidade, estabilidade, e, em
especial, que tenha melhora significativa com relação a performance atual. Ademais, é
necessário confirmar como seria sua integração com versões futuras do OpenDSS a serem
disponibilizada pelo Epri. A ANEEL conseguiria fazer essa atualização ou dependeria de
atividades de terceiros?
Ainda, entendemos que a metodologia de perdas técnicas está passando pela primeira etapa de
aprimoramento após a implantação do fluxo de potência, assim, seria prudente focar esforços,
neste momento, para aprimoramentos que tenham impacto no resultado das perdas. Ao longo
do próximo período, pode-se fazer, em paralelo, testes com a interface proposta para garantir
sua aplicabilidade.
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4 Considerações Finais
Esta contribuição teve como objetivo fornecer a visão do Grupo Equatorial para subsidiar o
aprimoramento da regulamentação de cálculo de perdas técnicas na distribuição no âmbito da
TS 013/22. As reflexões dispostas foram divididas nos nove temas principais:
Sobre as perdas no SDAT, o grupo Equatorial entendeu que a metodologia atual é robusta e
expressa as perdas técnicas reais. Ademais, bases de dados mais detalhadas poderiam ser
encaminhadas para a ANEEL sempre que o Regulador achar necessário simular um determinado
período do balanço energético, mas sem estabelecer um fluxo formal para isso, observando a
resposta ao questionamento 5.
Quanto aos critérios de atipicidade, entendeu-se que a geração distribuída pode ser inserida no
modelo de cálculo por meio de curva horária de geração, em 24 patamares. Em relação às redes
que operam em malha ou fechamento em anel, reticulados e Spot Network, concluiu-se que a
metodologia vigente deve ser mantida.
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do objeto “Generator” no OpenDSS. A utilização desse recurso não impactou, em nenhuma
distribuidora do Grupo Equatorial, a convergência dos alimentadores.
Em relação à definição da impedância das linhas, sugerimos que a não declaração específica da
bitola do condutor neutro seja compensada, por exemplo, com incremento nas perdas diversas
aplicáveis às redes BT, e do qual poderia ser auferido com estudos de cálculo de perdas em
algumas redes BT com e sem a modelagem do neutro pela geometria completa dos condutores.
Também se entende que a inserção da impedância de magnetização ao modelo dos
transformadores de distribuição é importante para a representação completa do equipamento.
Sobre o tratamento regulatório para a distribuição das cargas entre as fases no Sistema de
Distribuição de Baixa Tensão - SDBT e no de Média Tensão – SDMT, entendeu-se que esse
procedimento não é trivial e não reflete a realidade das distribuidoras.
Por fim, entendeu-se o benefício da nova interface OpenDSS, mas alertou-se para os processos
que vão além do fluxo de potência e que tem sido gargalo, tanto na verificação de dados e
preparação para o cálculo quanto na consolidação dos resultados devolvidos pelo OpenDSS.
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