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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CAROLINE COLISSI PEREIRA


DÉBORA BRENNER
FELIPE VINICIUS STEIN
GUILHERME KURTZ BIER ZANIN

PRODIST MÓDULO 02:


Planejamento da Expansão do Sistema de Distribuição

São Leopoldo
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................2
2 MÓDULO 2 – PLANEJAMENTO DA EXPANSÃO DO SISTEMA DE
DISTRIBUIÇÃO.......................................................................................................................3
2.1 Previsão de Demanda.........................................................................................................4
2.2 Caracterização da Carga e Sistema Elétrico....................................................................6
2.3 Critérios e Estudo de Planejamento..................................................................................7
2.4 Plano de Desenvolvimento da Distribuição......................................................................8
3 CONCLUSÃO......................................................................................................................10
REFERÊNCIAS........................................................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO

A fim de normatizar e padronizar as atividades técnicas relacionadas ao


desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica, a ANEEL elaborou um
conjunto de documentos, a partir da REN n° 395/2009 (atualmente em vigor a REN
n° 956/2021), denominado Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no
Sistema Elétrico Nacional (PRODIST).
O PRODIST é um conjunto de documentos regulatórios que normatizam e
padronizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho do
sistema de distribuição de energia elétrica e está dividido entre 11 módulos. Cada
um deles é responsável por detalhar as ações técnicas dos agentes de distribuição,
ou seja, das partes interessadas que estão conectadas ou que irão se conectar à
rede. O PRODIST é composto pelos seguintes módulos:
 Módulo 1 – Introdução;
 Módulo 2 - Planejamento da Expansão do Sistema de Distribuição;
 Módulo 3 - Acesso aos Sistemas de Distribuição;
 Módulo 4 - Procedimentos Operativos do Sistema de Distribuição;
 Módulo 5 - Sistemas de Medição;
 Módulo 6 - Informações Requeridas e Obrigações;
 Módulo 7 - Perdas Técnicas Regulatórias;
 Módulo 8 - Qualidade da Energia Elétrica;
 Módulo 9 – Ressarcimento de Danos Elétricos;
 Módulo 10 – Sistema de Informação Geográfica Regulatório;
 Módulo 11 – Fatura de Energia Elétrica e Informações Suplementares.

Este relatório tem como objetivo de descrever os principais tópicos abordados


no Módulo 2, onde é abordado os parâmetros para o planejamento de expansão do
sistema de distribuição, bem como estabelecer os requisitos mínimos nas
informações obtidas para que possam ser feitas os estudos deste tipo de
planejamento. Além disso, neste módulo também são definidos os critérios para
troca de informações entre os agentes envolvidos no planejamento do sistema de
distribuição e é subsidiado os estudos da ANEEL para a definição de regulamentos
específicos.
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2 MÓDULO 2 – PLANEJAMENTO DA EXPANSÃO DO SISTEMA DE


DISTRIBUIÇÃO

O Módulo 2 do PRODIST aborda critérios básicos para que os agentes do


sistema de distribuição possam realizar os estudos de expansão do sistema. As
concessionárias de energia têm como objetivo expandir as suas linhas de
distribuição ao longo de suas áreas de concessão com o intuito de aumentar sua
área de abrangência e captar mais clientes ou melhorar a qualidade da sua
distribuição de energia elétrica.
Assim, além de estabelecer os requisitos mínimos e informações necessárias
para os estudos de planejamento do sistema de distribuição, o Módulo define
critérios básicos para troca de informações entre os diversos agentes envolvidos no
planejamento do sistema elétrico de distribuição. O Módulo 2 é dividido em 4
seções, todas elas pautam minuciosamente cada assunto que deve ser abrangido
pelo planejamento da expansão do sistema de distribuição.

a) Seção 2.1 – Previsão de Demanda: consiste em estabelecer os critérios aos


quais as distribuidoras devem considerar ao realizar os estudos de carga,
compreendendo periodicidade, horizonte de abrangência, coleta de
informações e pontos de interesse;
b) Seção 2.2 – Caracterização da Carga e do Sistema Elétrico: consiste em
estabelecer critérios para que as distribuidoras caracterizem a carga das
unidades consumidoras conectadas no seu sistema e carregamentos de suas
redes e transformadores;
c) Seção 2.3 – Critérios e Estudo de Planejamento: estabelece os critérios
técnicos e econômicos que se devem observar para planejar a expansão do
sistema de distribuição;
d) Seção 2.4 – Plano de Desenvolvimento da Distribuição: apresenta o resultado
dos estudos realizados em todos os níveis do sistema de distribuição,
incluindo o planejamento das obras a serem executadas pela distribuidora e
encaminhados para a ANEEL.
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2.1 Previsão de Demanda

Esta seção é responsável por definir critérios e orientar as distribuidoras na


elaboração dos seus estudos de previsão de carga em curto, médio e longo prazo,
ao utilizar as informações dos seus respectivos acessantes e do seu próprio sistema
de distribuição.
Para isso, a distribuidora deve manter as informações do seu sistema de
distribuição e dos seus acessantes em sistemas de informações geoprocessadas. A
distribuidora possui a responsabilidade de manter os dados utilizados e os estudos
de previsão de demanda arquivados por, no mínimo, dez anos. Além disso, a
previsão de demanda deve considerar, no mínimo, o histórico consolidado de carga
dos últimos cinco anos, levando em conta o histórico de perdas técnicas e os
ganhos relativos aos planos de eficiência energética.
Destacam-se os seguintes critérios:

a) Procedimentos para elaboração dos estudos de previsão de demanda no


Sistema de Distribuição de Alta Tensão (SDAT).

 Horizonte de previsão de 10 anos, com periodicidade anual, devendo um


novo estudo ser realizado a cada ano;
 Carga caracterizada por demanda de potências ativa e reativa;
 As cargas devem ser categorizadas como leve, média e pesada;
 A geração distribuída deve ser lavada em conta;
 Os pontos de interesse são as barras secundárias das subestações de
conexão com a rede básica, as barras de conexão das instalações de
centrais geradoras, de unidades consumidoras e outras unidades
distribuidoras atendidas pelo sistema de alta tensão, assim como as
barras primárias das subestações de distribuição;

b) Procedimentos para elaboração dos estudos de previsão de demanda no


Sistema de Distribuição de Média Tensão (SDMT).
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 Sobre procedimentos de elaboração de estudos em redes de média


tensão
 Horizonte de previsão de 5 anos, com periodicidade anual, devendo um
novo estudo ser realizado a cada ano;
 A previsão deve categorizar as áreas em termos de relevância;
 Carga caracterizada por demanda de potências ativa e reativa;
 As cargas devem ser categorizadas em períodos de ponta, ponta e fora de
ponta, em concordância com o perfil das curvas de carga verificadas do
sistema em análise;
 Os pontos de interesse são as barras secundárias das subestações de
distribuição, assim como a sua distribuição ao longo do sistema de média
tensão;
 Deve ser destacada a eventual necessidade de extensão ou de reforço do
sistema para cobrir novas áreas com baixa densidade de carga;
 A geração distribuída deve ser caracterizada pelo seu tipo, sazonalidade e
disponibilidade.

c) Sobre perdas e eficiência energética

 As estimativas de perdas técnicas devem observar os critérios do Módulo


VII do PRODIST;
 A distribuidora deve possuir medidores alocados nas Subestações de
Distribuição para que sejam apuradas as perdas técnicas;
 A distribuidora deve instalar os medidores no secundário dos
transformadores ou na saída dos alimentadores;
 Os requisitos mínimos dos medidores estão previstos no Módulo 5 do
PRODIST;
 A previsão de demanda para os barramentos primários deve,
preferencialmente, considerar cenários de evolução tecnológica que,
eventualmente, venham permitir a estimativa de redução do consumo;
 A distribuidora deve considerar programas de eficiência energética na
previsão de demanda.
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2.2 Caracterização da Carga e Sistema Elétrico

Tem o objetivo de definir diretrizes para as distribuidoras caracterizarem a


carga de suas unidades consumidoras e o carregamento de suas redes e
transformadores, por meio de informações provinda de medição.
A campanha de medição deve ser realizada a cada revisão tarifária, e a cada
duas revisões tarifárias deve ser realizada pesquisa de posse de equipamentos e
hábitos de consumo (pesquisa direcionada a apurar os tipos de equipamentos
instalados e sua forma de utilização pelos consumidores) para as diversas classes
de unidades consumidoras.
Também deve-se realizar a estratificação das unidades consumidoras que
estão conectadas ao sistema de distribuição. A primeira classificação de
estratificação deve considerar as faixas de tensão dos subgrupos tarifários, já que o
objetivo principal é o cálculo das tarifas. Esta estratificação é absolutamente
necessária.
a) SDAT - 230 kV;
b) SDAT - 88 kV a 138 kV;
c) SDAT - 69 kV;
d) SDMT – igual ou superior a 2,3 kV e inferior a 69 kV;
e) SDBT – inferior a 2,3 kV;

Para as unidades consumidoras conectadas ao Sistema de Distribuição de


Média Tensão (SDMT), a estratificação deve ser feita por potência demandada nas
seguintes faixas:
a) Até 50 kW;
b) Acima de 50 kW até 150 kW;
c) Acima de 150 kW até 300 kW;
d) Acima de 300 kW até 800 kW;
e) Acima de 800 kW.

Para as unidades consumidoras conectadas ao Sistema de Distribuição de


Baixa Tensão (SDBT), a estratificação deve ser feita nas classes, como segue:
a) Residencial;
b) Rural;
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c) Industrial;
d) Comercial, Poder Público e Consumo Próprio;
e) Serviço Público;
f) Iluminação Pública;
g) Qualquer classe, classificada no subgrupo tarifário AS.

Para as unidades consumidoras com instalações conectadas a um sistema


subterrâneo de distribuição, classificadas como subgrupo tarifário AS, de acordo
com as definições constantes na Resolução Normativa nº 414/2010, a estratificação
deve ser feita de forma idêntica as unidades consumidoras atendidas pelo SDMT.

2.3 Critérios e Estudo de Planejamento

Tem como objetivo, especificar os critérios e estudos técnicos e econômicos


que devem ser observados para o planejamento da expansão dos sistemas de
distribuição e subsidiar a definição dos pontos de conexão das instalações dos
acessantes. Vale ressaltar que esses estudos são, muitas vezes, realizados, com a
Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Para Sistema de Distribuição de Alta Tensão (SDAT), o objetivo do
planejamento é definir um plano de obras para o horizonte de estudo, visando
adequar o sistema existente às melhores condições operativas e atender as
necessidades do crescimento da geração e do consumo de energia elétrica. Os
estudos de planejamento do SDAT contemplam dois horizontes: Planejamento de
curto e médio prazo (cinco anos) e Planejamento de longo prazo (dez anos).
No planejamento do SDAT devem ser considerados critérios econômicos,
ambientais e de segurança, além de aspectos como carregamento para operação
normal ou em contingência, tensão para operação normal ou em contingência e
qualidade do produto e serviço.
A distribuidora deve participar dos estudos do planejamento setorial, que
tenham por objetivo a expansão e melhoria dos sistemas de transmissão para
atendimento a sua área de concessão. A distribuidora deve fornecer os dados que
subsidiam esses estudos, participar das propostas de alternativas de expansão e
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melhoria, e avaliar a compatibilidade das obras sob sua responsabilidade com


demais obras sob responsabilidade de outras distribuidoras ou transmissoras.
Para o planejamento das Subestações de Distribuição (SED) e do SDMT, cuja
função é definir a expansão dos alimentadores, a expansão das SED existentes e a
localização das novas SED, compondo um conjunto de obras para atender o
incremento de carga, observados os critérios técnicos, econômicos e ambientais. A
seção estabelece que os estudos de conexão de acessantes no SDMT devem
possuir horizonte dos estudos de cinco anos e das SED é de dez anos, ambos
discretizados anualmente. Esses estudos devem ser revisados a cada ano e devem
incluir uma avaliação crítica entre o planejado e o realizado no ano anterior.
Para o planejamento do SDBT é definido a expansão das redes secundárias
do sistema de distribuição, compondo um conjunto de obras para atender o
incremento da carga, observados os critérios técnicos, contábeis e econômicos. O
planejamento do SDBT deve definir um plano de obras para um horizonte de cinco
anos, visando adequar o sistema existente ao atendimento de novas cargas e às
melhores condições operativas.

2.4 Plano de Desenvolvimento da Distribuição

A última secção basicamente é para apresentar o conteúdo do plano de


desenvolvimento da distribuição (PDD), e a forma de armazenamento dos dados
correspondentes, que devem ser mantidos por dez anos pelas distribuidoras,
devendo a distribuidora enviá-lós pela ANEEL em formato específico a ser definido
pela agência. O PDD apresenta o resultado dos estudos de planejamento elétrico e
energético de distribuição, baseando-se no planejamento do SDAT, SED, SDMT e
SDBT, onde o PDD dever definido anualmente.
O PDD deve ser apresentado pela distribuidora à ANEEL até́ o dia 30 de abril
de cada ano e deve conter:
a) plano de obras do SDAT;
b) plano de obras das SED;
c) plano de obras do SDMT;
d) plano de obras do SDBT;
e) lista de obras realizadas no ano anterior;
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Sobre os procedimentos para apresentação e encaminhamento do plano de


obras da lista de obras realizadas:
a) Deve existir coerência entre o PDD da distribuidora, incluindo todos os dados
de carga e geração e cronograma de obras, com as informações fornecidas
pela distribuidora ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), para
realização de seus estudos de ampliação, reforços e operação.
b) As obras realizadas no ano anterior e o plano de obras de- vem ser
apresentados separadamente, em obras de SDAT, de SED e no SDBT, e
compostas por módulos definidos pela ANEEL, caracterizados por dados
técnicos e operativos e por seu valor unitário.
c) As obras relativas ao SDMT e ao SDBT, devem ser encaminhadas de forma
agregada, já as obras para o SDAT e SED, devem ser relacionadas
individualmente.

As obras devem ser cadastradas por nível de tensão, diferenciando entre


redes aéreas e subterrâneas e entre área rural e urbana, sendo classificas em:
a) expansão das redes elétricas;
b) renovação dos ativos na distribuição;
c) melhoria na qualidade do sistema.

Adicionalmente, as obras deverão ser identificadas em:


a) obras do programa luz para todos;
b) obras com participação financeira de terceiros;
c) obras vinculadas com planejamento setorial;

A universalização dos serviços de energia elétrica e o Programa Luz para


Todos devem ser considerados nos estudos de previsão de carga, e as respectivas
obras devem constar no PDD, e serem informadas em destaques.
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3 CONCLUSÃO

Pode-se dizer que o módulo dois possui uma importância enorme para a
manutenção do sistema de distribuição no Brasil, sem ele, não seríamos capazes de
ter um sistema capaz de suportar os significativos aumentos de carga anuais. Vale
ressaltar que, a partir de todos esses procedimentos de planejamento, é que as
obras de manutenção e, também, de construção no sistema são realizadas.
Portanto, o objetivo principal é sempre entregar e suprir a demanda dentro dos
padrões regulamentados pela própria ANEEL.
Além disso, percebe-se no módulo 6 do PRODIST um detalhamento, das
informações trocadas entre os acessantes e a distribuidora no que se refere aos
demais módulos. No módulo 6 são estabelecidas os parâmetros referentes às
informações respectivas em cada módulo, particularmente. Além do mais são
estabelecidas as obrigações das partes interessadas com o intuito de atender os
procedimentos, critérios e requisitos dos módulos técnicos.
Por fim, conclui-se que a troca de informações de forma coerente, além de
fomentar a concorrência, ela também auxilia, de forma direta e indireta, em como a
energia elétrica é distribuída, tendo em vista que, outros órgãos, como, por exemplo,
a EPE, podem auxiliar no planejamento da distribuição.
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REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Procedimentos de


distribuição de energia elétrica no sistema elétrico nacional (PRODIST).
Módulo 2 – Planejamento da Expansão do Sistema de Distribuição, DF, 2021.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Procedimentos de


distribuição de energia elétrica no sistema elétrico nacional (PRODIST).
Módulo 6 – Informações Requeridas e Obrigações, DF, 2021.

MIRANDA, Manoel Eduardo; LAMIN, Hugo. A importância do Prodist na


distribuição de energia elétrica. [s. l.], p. 1-4, 13 jun. 2017. E-book.

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