Você está na página 1de 6

RESPOSTAS

QUESTÃO 01.

Recentemente, veio à tona uma preocupante prática da Nature Boss,


uma empresa de hotéis que opera sob o slogan 'sinta-se na praia mesmo longe
dela'. A empresa vinha retirando placas de rochas dos recifes do Cabo Branco,
na Paraíba, mais especificamente a ponta de Cabo Branco, para utilizá-las como
atração turística em sua rede de hotéis. Além disso, durante o processo de
limpeza das rochas, os animais, especialmente os ouriços-do-mar, eram
inadvertidamente jogados na areia, causando ferimentos nos pés dos visitantes
e também a vida do animal.
A ponta do Cabo Branco possui uma extensão de aproximadamente 1,16
km e é caracterizada por apresentar um terraço de abrasão marinha que é
acompanhado por uma falésia. Esse terraço é composto por aglomerados de
rochas arenito-ferruginosas que se estendem por centenas de metros em
direção ao mar. Essas rochas fazem parte dos recifes que se estendem
paralelamente à linha da costa e, juntamente com a diversificada disposição de
rochas e sedimentos, criam vários micro-habitats que são cruciais para a fixação
de diversas espécies marinhas. Infelizmente, essas espécies são as principais
vítimas da prática adotada pelo hotel.
Essa ação tem gerado preocupação não apenas entre os defensores do
meio ambiente, mas também entre os turistas que frequentam os hotéis da
Nature Boss. Os recifes do Cabo Branco são ecossistemas frágeis e essenciais
para a biodiversidade marinha, e a remoção de rochas pode causar danos
significativos a esse ambiente único. A Nature Boss precisa rever suas práticas
e tomar medidas para preservar o meio ambiente e o bem-estar dos animais
marinhos. Os bentons são organismos de suma importância devido ao potencial
bioindicador que possuem, bem como decomposição de matéria orgânica,
distribuição de oxigênio e bases de cadeias alimentares. A conservação dos
recifes do Cabo Branco e de sua vida marinha é uma responsabilidade de todos
nós, e é fundamental que empresas turísticas atuem de maneira sustentável e
consciente em prol da preservação desses ecossistemas únicos.
Sob tal preocupação a turma de Oceanografia da UFPB na aula de
biologia marinha irá visitar a praia de Cabo Branco – onde está sendo a retirada
das rochas pelo Hotel. Com o objetivo de realizar um estudo do grupo de
organismo bentônicos chamados ouriços-do-mar que são animais globulares
espinhosos (equinodermos) da classe Echinoidea que, por sua vez,
desempenham um papel importante na regulação da população de algas e na
saúde do ecossistema costeiro. O estudo averiguará também a ocorrência
destes organismos e sua integridade, já que são bioindicadores do ambiente
marinho e a prática realizada pelo hotel os vitimiza. Ferir esses animais não
apenas causa sofrimento a eles, mas também coloca em risco todo o
ecossistema e biologia do local.
Com o objetivo de aprofundar ainda mais o conhecimento sobre esses
animais e sua rica biodiversidade, está planejada uma visita complementar aos
lotes de exemplares depositados na Coleção de Invertebrados Paulo Young,
localizada no Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal
da Paraíba (CIPY-DSE-UFPB). Esta coleção abriga exemplares coletados na
área de estudo ao longo de um período que se estende de 1978 a 2007. A visita
tem como propósito a obtenção de informações presentes nas etiquetas dos
espécimes, bem como a oportunidade de conhecer uma ampla gama de
espécies desses organismos, enriquecendo assim o entendimento da
biodiversidade local.
Para a coleta de ouriços-do-mar, será realizada na região da Ponta do
Cabo Branco (07° 08' 50" S e 34° 47' 51" W), situada ao sul da Praia do Cabo
Branco, João Pessoa, Paraíba, Brasil, conhecida como o ponto mais oriental das
Américas. Essa coleta será conduzida de forma não invasiva, respeitando o
ambiente marinho. Os pesquisadores/alunos acompanhados por professores
que já atuam nessa área estarão equipados com snorkel e máscaras,
adentrando a zona de maré baixa na região do mesolitoral/antepraia, onde os
ouriços são frequentemente encontrados. Utilizarão redes de pesca de pequeno
porte e alta delicadeza para capturá-los de maneira suave. Luvas de borracha
também serão empregadas, não apenas para proteção pessoal, mas também
para minimizar o estresse nos ouriços durante o processo de coleta. Após a
coleta, os ouriços serão transferidos para recipientes contendo água do mar,
onde poderão ser minuciosamente examinados pelos alunos sob a supervisão
do docente responsável, antes de serem devolvidos ao seu habitat natural.
Essas práticas garantem a pesquisa respeitosa e educacional sobre os
ouriçosdo-mar e seu ambiente natural.
A escolha desse organismo se justifica pela sua importância ecológica
como herbívoro, contribuindo para o controle do crescimento de algas nas
regiões costeiras, ornamentação de pratos culinários, além de sua relevância
como indicador de saúde do ecossistema. Urge a necessidade de averiguar as
consequências dessa retirada de placas de Rochas pela Nature Boss, pois se
os ouriços pararem de frequentar essas áreas, entender-se-á que o ecossistema
marinho será comprometido cada vez mais.
GONDIM, Anne Isabelley et al. Echinodermata da Praia do Cabo Branco, João Pessoa,
Paraíba, Brasil. Biota Neotropica, v. 8, n. 2, p. 151–159, 1 jun. 2008.
HICKMAN, C.P., Roberts, L.S. and Keen, S.L., 2016. Princípios integrados de zoologia.
Grupo GenGuanabara Koogan.
RAFAEL BARTY DEXTRO. Ouriço-do-mar - características, fotos - Animais. Disponível em: .
Acesso em: 4 nov. 2023
QUESTÃO 02.

Por serem seres fotossintetizantes os fitoplâncton são de suma


importância na produtividade primária dos oceanos, pois além de serem
importantes para oxigenação da água, constitui a base da cadeia alimentar
aquática. É necessário que o fitoplâncton recebam luz e nutrientes para que
possam crescer. Quanto mais os oceanos são aquecidos, devido ao
aquecimento global, mais suas condições se tornam heterogêneas, isso dificulta
a locomoção dos nutrientes nas profundidades do oceano, em direção a
superfície. Sendo assim, as altas temperaturas estariam diminuindo a
quantidade de nutrientes disponíveis no ambiente, para as microalgas (BOYCE
et al., 2010). Entre os assuntos que visam a conservação da biodiversidade, esse
é um assunto que, definitivamente, deve ser levado em consideração. É
necessário a sensibilização popular, para contribuir com medidas que que
amenizem o aquecimento global, pois seu efeito sobre o fitoplâncton marinho é
só uma das consequências que o aquecimento global traz, e, se medidas não
forem tomadas, toda a vida no planeta receberá o ônus da ação antrópica.
BOYCE, D. G.; LEWIS, M. R.; WORM, B. Global phytoplankton decline over the past
century. Nature, v. 466, n. 7306, p. 591, 2010.

QUESTÃO 03.

A sobrevivência de organismos nectônicos em ambientes de águas


profundas é influenciada por vários fatores. As profundezas do oceano estão sob
pressão muito alta devido à coluna de água acima. Os organismos nectônicos
devem ter adaptações físicas para suportar essas tensões, como um corpo
robusto. Portanto, em grandes profundidades, a luz solar não penetra
profundamente na água, limitando a fotossíntese. Os organismos nectônicos
devem contar com fontes alternativas de alimento, como presas
bioluminescentes. A disponibilidade de alimentos no fundo do mar é limitada e
os organismos nectônicos devem frequentemente usar estratégias de captura
para capturar presas ou ser eficientes na localização de fontes de alimento.
Portanto, detectar presas, predadores e parceiros reprodutivos no fundo
do mar requer adaptações sensoriais especiais, como órgãos luminosos e
órgãos sensoriais altamente desenvolvidos. a temperatura da água pode em
maiores profundidades torna-se muito baixo e são necessárias adaptações
fisiológicas para manter a função metabólica. Um exemplo de organismo
nectônico que enfrenta esses desafios é o peixe-anelídeo das profundezas,
também conhecido como "peixe-víbora" (Chauliodus sloani) Este peixe tem
adaptações para sobreviver no mar profundo, incluindo uma boca grande com
dentes afiados para capturar presas maiores, órgãos luminosos que o ajudam a
atrair presas na escuridão, e uma bexiga natatória que ajuda a regular a
flutuabilidade em diferentes profundidades, permitindo-lhe controlar a sua
posição na coluna de água. Suas adaptações o tornam um exemplo fascinante
de como os organismos se adaptam a ambientes desafiadores no fundo do mar.

QUESTÃO 04.

Levando em consideração a realidade local dos alunos de ensino médio


do Brejo Paraibano, a aula será iniciada com uma breve introdução sobre
biodiversidade em geral, posteriormente centralizando nos organismos marinhos
e sua grande diversidade de espécies, grupos e suas características gerais.
Expondo a importância desses organismos marinhos para a vida no planeta,
suas ligações com os ecossistemas costeiros, seu papel na regulação do clima,
na produção de oxigênio, na oferta de alimentos e na descoberta de novos
compostos bioativos. Para isso, será utilizado livros didáticos fornecidos pela
escola, bem como a utilização de artigos científicos para um melhor
embasamento.
Para tornar a aula mais atrativa e interativa, serão utilizadas diversas
estratégias artísticas e lúdicas com base no método intuitivo, pois elas estimulam
a criatividade, a expressão, a imaginação e a sensibilidade dos alunos, além de
favorecerem a aprendizagem significativa e prazerosa. Com isso, utilizaremos
imagens, algumas espécies de crustáceos, moluscos, peixes e poríferos
conservadas em álcool e vídeos que mostrem essa diversidade de organismos
marinhos, ressaltando sua beleza e complexidade. Posteriormente a aplicação
de uma atividade prática, onde os alunos terão o contato direto com esses
organismos, desenhando e descrevendo as características que diferenciam
certos grupos de animais marinhos, finalizando com a construção coletiva de
uma maquete de ecossistemas marinhos utilizando materiais recicláveis,
envolvendo os alunos em debates e discussões, sobre a poluição e como ela
prejudica esses ecossistemas, estimulando o pensamento crítico e a reflexão
sobre a conservação da diversidade de organismos marinhos.
QUESTÃO 05.

A praia do Cabo Branco é a oitava praia da cidade de João Pessoa, no


sentido Sul-Norte, coordenadas: -7.132169, -34.820802 . Ela está situada entre
as praias de Tambaú e Seixas. Na parte Sul da praia, encontra-se a falésia do
Cabo Branco, composta por sedimentos da formação Barreiras, com uma
altitude que varia de 10 a 30 metros. A granulometria dos sedimentos em área
de praia é em nível de areia com grãos finos e médios. A declividade do assoalho
marinho é de 15°. Esta praia não recepciona rios.

Pós praia é o limite da maré alta que chega e a região de costa se inicia,
mas ainda podendo ser banhado pelo mar em caso de tempestade.
Antepraia é a região entre marés, ou seja, entre o nível da maré baixa e
o da maré alta.
Facepraial é a área que as ondas começam a arrebentar até a área que
a maré baixa alcança.
QUESTÃO 06.

De acordo com o artigo estudado, o descarte indiscriminado de plásticos


representa uma séria ameaça aos ecossistemas marinhos. Esses materiais
podem levar centenas de anos para se degradarem e quando se degradam
liberam toxinas que impactam negativamente a vida marinha. Além de que
animais como tartarugas, baleias, golfinhos e aves marinhas frequentemente
ingerem plásticos, confundindo-os com alimentos ou juntos ao seu alimento, o
que resulta em problemas graves, como intoxicação, sufocamento e danos
físicos.
Além dos microplásticos fornecerem substrato para a adesão e
colonização de micro-organismos, que podem vir a aumentar a distribuição de
resíduos tóxicos na água, desta forma prejudicando a vida dos organismos
aquáticos.
Os microplásticos, por sua vez, comprometem toda a cadeia alimentar
marinha, desde o zooplâncton até peixes e aves, acumulando-se especialmente
nos predadores. Esse acúmulo tem sérias consequências, incluindo intoxicação
severa, obstrução do tubo digestivo e dos tecidos de absorção, perda de peso e,
em casos extremos, mortalidade. Além disso, essas minúsculas partículas
afetam a capacidade reprodutiva dos animais marinhos reduzindo a quantidade
de óvulos e espermatozoides produzidos pelos organismos, além que podem
causar danos genéticos devido à absorção de substâncias tóxicas, como
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, levando a problemas como
imunotoxicidade, neurotoxicidade e genotoxicidade em moluscos.

RESUMO

Nos últimos anos, têm surgido novas formas do plástico que levantam questionamento enquanto
nocividade à saúde da vida marinha, a exemplo dos micro e nano plásticos, pois os níveis de
resíduos plásticos têm aumentado significativamente na natureza. Este estudo tem como objetivo
analisar e identificar os principais impactos que esses plásticos causam para a comunidade
marinha. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura na base de conhecimento
Bibliometrix sobre o tema, que identificou 115 artigos. Os resultados apontam um aumento
exponencial da produção de plástico, derivado a isso, cerca de 13 milhões de toneladas chegam
aos oceanos a cada ano. Com base nisso, são diversos os impactos que os micro e nano
plásticos causam à vida marinha. As principais pesquisas realizadas foram do Elsevier Science
direct, IOP Science, Science Advice by European Academies, sites oficiais da UFBA e da ONU.

Link do artigo: https://doity.com.br/media/doity/submissoes/artigo-


06510068de8c76c8844f1fe71b963cc89b2c667e-arquivo.pdf

Você também pode gostar