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SUSTENTABILIDADE

AULA – 3
Abordagem
Socioambiental

Olá, caro (a) aluno (a)!

Os problemas ambientais já vêm sendo enfrentados por muitos anos,


com a tentativa de remediar os danos causados pelo ser humano no meio
ambiente. Alguns problemas sócias e ambientais estão associados o efeito
do aquecimento global, o desmatamento, a perda da diversidade biológica e
social, a poluição dos rios e mares, sendo o homem o principal causador
destes problemas.
É por isso que se faz necessário buscar medidas que possam intervir
nessas causas, a sociedade como um todo tem essa responsabilidade sendo
o governo o principal para tomar medidas para intervir, a escola também tem
um papel preponderante, pois a mesma é quem forma futuros cidadãos.
Neste módulo veremos sobre os problemas socioambientais, o
conceito deste problema, o papel da escola e do governo.

Bons estudos!
Ao final deste texto, você deverá apresentar os seguintes
aprendizados:
Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá
 Compreender os quais são os problemas socioambientais;
como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade
 Entender o qual o papel da educação e do governo para a
de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e
remediação dos problemas ambientais.
Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo.

 Compreender o conceito de psicologia


 Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia
 Conhecer as áreas de atuação do psicólogo.
3 ABORDAGEM SOCIOAMBIENTAL

Desde a década de 1970, as autoridades mundiais tornaram-se conscientes


das limitações e destrutividade que ameaçam a existência humana. Essa situação tem
sido chamada de "sociedade de risco", embora os problemas sociais e ambientais em
que a humanidade corre risco de extinção sejam decorrentes da produção de riqueza
e pobreza, fruto da modernização dos processos econômicos (CALEGARE; JUNIOR,
2012).
O tema socioambiental ganhou destaque no final do século XX, quando
surgiram preocupações sobre modos de produção que não esgotassem os recursos
necessários para sustentar o modo de produção capitalista no contexto da
reestruturação produtiva. Duas linhas predominam entre os estudos. No entanto,
aqueles que procuram denunciar a destruição ambiental, e aqueles que apontam a
interferência humana nos efeitos dessa destruição, apesar de seu foco analítico,
apontam o capitalismo como a causa primária de grandes mazelas socioambientais,
insiste em preservar a racionalidade ideológica e o modo de vida que o desencadeia
(MONTEIRO, 2017).
Diegues (2001) define os problemas sociais e ambientais associados a este
problema como envolvendo muitos fatores: o efeito do aquecimento global, o
desmatamento, a perda da diversidade biológica e social, a poluição dos rios e mares,
o aumento da desertificação, o esgotamento dos recursos naturais é um problema que
afeta a todos. Os resultados dos processos na biosfera e nas comunidades que a
habitam.
A insegurança alimentar, também se manifesta no fato de que a agricultura
depende da indústria e de grupos financeiros monopolísticos que detêm patentes de
sementes, fertilizantes, pesticidas, herbicidas e fungicidas; biodiversidade,
diversidade cultural e perda social da autonomia de decisão (LEANDRO, et al., 2015).
O desenvolvimento desse cenário e suas possíveis soluções são sustentados
por dois tipos de entendimento: 1) o homem moderno conectado de forma agressiva
e conquistadora com a natureza, que tem causado profundos danos ao meio
ambiente. Hoje não há apenas uma crise socioambiental, mas uma crise da
modernidade, que pode ser superada com a ajuda de uma mudança fundamental de
paradigmas científicos, do racionalismo moderno, do consumismo, das relações
humano/natural, etc. 2) os processos de modernização trouxeram benefícios
inegáveis para a humanidade, ao mesmo tempo em que causaram prejuízos na
produção e no consumo. A tarefa da ciência e da nova tecnologia é corrigir esses erros
e contribuir para o desenvolvimento contínuo e o progresso da sociedade moderna
(CALEGARE; JUNIOR, 2012).
O problema se estende muito além do esgotamento dos sistemas físicos e
naturais da Terra. A dimensão a que chamamos ecológica é um aspecto do problema
e, ao mesmo tempo o resultado da clarificação de outras dimensões como a social,
política, tecnológica, económica e ideológica/cultural. Todas essas dimensões se
cruzam e mudam entre si, tornando muito complexa a chamada crise ambiental (ORSI,
2016).
Todos esses fatores, juntamente com outros, como: paz, qualidade de vida e
desenvolvimento, formam um problema global. Segundo os autores, a globalização
dos problemas socioecológicos tem levado à elaboração de cenários denominados
“crises ambientais”, posteriormente renomeados por alguns autores como “crises
socioecológicas”.
Nesse sentido, o ensino pautado na educação socioambiental teria os
seguintes objetivos:
 Construir novas formas de grupos sociais se relacionarem com o meio
ambiente;
 Discutir assuntos de interesse geral que afetem todas as sociedades;
 Conscientizar sobre a distribuição injusta do acesso aos recursos naturais
envolvendo os cidadãos em atividades comunitárias.

Surgiu então uma nova forma de lidar com os problemas ambientais, que já não
explicava apenas os problemas naturais, mas explorava os problemas sociais e
ambientais. Brugger (1994), define as questões socioambientais como:

Numa primeira aproximação, um sistema ecossocial (ou socioambiental)


pode ser entendido como um ecossistema alterado pela presença de um
sistema sociocultural. Difere de um ecossistema natural pelo fato de, para
além da obediência a leis naturais, sujeitar-se também a leis ditadas pela
expressão de necessidades e aspirações humanas. Por sua vez, um sistema
sociocultural designa um conjunto de quatro componentes interdependentes
e abertos ao meio ambiente. Estes elementos são denominados,
respectivamente, subsistema biológico, econômico, político e cultural.
(BUNGE, 1989, apud VIEIRA, 2002, p.51).
Para Nascimento e Barbosa (2020), os problemas sociais e ambientais
configuram-se como uma das novas expressões dos problemas sociais, cujos efeitos
interferem seriamente na vida humana e exigem o desenvolvimento de estratégias de
enfrentamento adequadas. Claro, é importante se posicionar sobre qual é o problema
social e ambiental. "A introdução do conceito de 'parceria' no componente ambiental
é justificada, pois destaca uma oportunidade política para avançar no entendimento
de que o componente social não pode ser dissociado do componente ambiental nesta
discussão." Sendo o meio ambiente baseado na relação do ser humano com os
elementos naturais, podemos entender que o meio ambiente é o resultado da relação
do ser humano com a natureza e da forma como o homem age em relação ao meio
ambiente.

Problemas Socioambientais

Tratar os problemas ambientais como "problemas sociopolíticos além de suas


dimensões biológica, química e física" desenvolve um viés ambientalista que favorece
a formação cidadã. Portanto, a importância de se tratar das questões socioambientais
no ambiente escolar é que ofereça ao aluno a oportunidade de desenvolver o
discernimento, o pensamento crítico e a responsabilidade socioambiental ao analisar
problemas relacionados à ciência e tecnologia (SANTANA, 2008).
Surgiu então uma nova forma de lidar com os problemas ambientais, que já não
explicava apenas os problemas naturais, mas explorava os problemas sociais e
ambientais.
Todos os setores da sociedade devem estar atentos a esses problemas. A
escola, por outro lado, é uma instituição, mas não a única, que visa formar cidadãos
capazes de tomar decisões em contextos sociais, com o compromisso educativo de
aumentar a consciência dos contextos sociais e promover a participação dos alunos
nas questões sociais (SANTANA, 2008).
Os problemas sociais e ambientais, estão frequentemente associados à
industrialização, urbanização, consumismo e aumento dos níveis de pobreza, mas
não podem ser considerados como os únicos bodes expiatórios que explicam a
dimensão destes problemas, a complexidade destes problemas está também
relacionada com outros fatores. A forma como a economia funciona, assim como o
processo de globalização, tem o Consenso de Washington como um de seus
principais impulsionadores, pois, a Nova Ordem Mundial é impulsionada pela pobreza
humana e pelo meio ambiente.

O enfrentamento dos problemas ambientais e a opção por um


desenvolvimento sustentável passam, portanto, necessariamente pela
correção do quadro alarmante de desigualdade social e da falta de acesso da
população pobre aos seus direitos sociais básicos, o que, diga-se de
passagem, também é causa potencializadora da degradação ambiental.
(FENSTERSEIFER, 2008).

Além disso, deve-se ressaltar, que as questões sociais e ambientais não só


afetam negativamente a sociedade, atentando contra a dignidade humana, a
cidadania e os direitos como também representam uma situação social e econômica
em detrimento do setor. Em relação ao setor produtivo, pode-se dizer que a pobreza
primária é um obstáculo ao desenvolvimento econômico
Portanto, o combate aos problemas sociais e ambientais faz parte do
capitalismo atual, desafio que reúne países desenvolvidos e em desenvolvimento em
diversos fóruns internacionais para buscar uma agenda comum que promova a
efetivação e integração de um modelo de desenvolvimento mais sustentável.
Mercados - Estado e sociedade, porque, como veremos em breve, nem o Estado nem
o mercado sozinho têm sido eficazes na solução dos problemas que assolam a
humanidade (WISNIEWSKI; BOLLMANN, 2012).
Mas, aonde se deve tratar de questões socioambientais?
Todos os setores da sociedade devem estar atentos a esses problemas. Já a
escola é uma instituição, mas não a única, que visa formar cidadãos capazes de tomar
decisões em contexto social, com o compromisso educativo de dar a conhecer o
contexto social e promover a participação das pessoas alunos com problemas sociais
(SANTANA, 2008).
Os governos que enfrentam restrições de recursos devem limitar o escopo dos
problemas que enfrentam. Alguns países em desenvolvimento classificaram suas
prioridades relacionadas a questões ambientais e intervenções na preparação de
planos nacionais de ação ambiental (NEAPs) na ordem de gestão de recursos
hídricos, desmatamento e erosão do solo. Diferentes prioridades foram encontradas
em níveis locais devido às condições específicas de cada região (MARGULIS, 1996).
O processo de decidir quais problemas têm maior importância é, por fim,
político. As comunidades afetadas pela degradação ambiental, os maiores poluidores,
especialistas ambientais, ONGs e agências governamentais devem chegar a um
consenso sobre as questões ambientais mais importantes. E esse consenso deve ser
respaldado por análises técnicas e econômicas sólidas.
A participação é uma característica fundamental do processo de priorização
das questões ambientais, especialmente no nível local. Mesmo quando se tenta
formular uma análise econômica rigorosa e quantificar os danos causados pelos
problemas ambientais, todas as estimativas exigem um envolvimento próximo dos
atores locais. Somente os indivíduos afetados podem conhecer o impacto de vários
problemas em sua qualidade de vida, e suas preferências só podem ser aprendidas
por meio do envolvimento direto (MARGULIS, 1996).
No entanto, fica claro que a consideração das questões sociais e ambientais é
importante para a sustentabilidade da economia, tanto do ponto de vista do setor
privado quanto do setor público, e daí a importância de entender como é construído o
Responsabilidade socioambiental no contexto da relação mercado, estado e
sociedade (WISNIEWSKI; BOLLMANN, 2012).

Educação Socioambiental

A questão fundamental da educação ambiental é a relação entre educação e


sociedade, considerando os diferentes tipos de relações que as pessoas têm em
relação à natureza e à sociedade. Faça conexões e informações como uma
possibilidade de se ver como parte de seu ambiente.
Sob esse ponto de vista, entende-se que a própria educação socioambiental é
uma proposta de uma nova consciência que propõe uma mudança de valores e
atitudes perante diversos segmentos da sociedade, sendo este um dos maiores
desafios, a educação cívica. Essa educação deve estar atenta às questões
socioambientais e as organizações, como elementos representativos da sociedade,
devem evoluir para uma nova visão de gestão que busque aliar ideias
conservacionistas a benefícios econômicos por meio de políticas ambientais bem-
sucedidas como resposta a uma economia globalizada. Isso pode não parecer fácil,
pois educação socioambiental é todo processo cultural que visa formar indivíduos
capazes de viver em equilíbrio com seu meio (SOUSA, 2008).
Processos formais e informais já estão criando consciência e interferindo
ativamente, se não resolvendo, na conscientização de muitas pessoas sobre o
problema crescente da degradação ambiental e na busca de novos elementos de
alfabetização. Essa ainda é a esperança de muitos que, acreditam que a sociedade
está mais sensível e sensível aos problemas ambientais. Essa “luz no fim do túnel”
vem principalmente das instituições de ensino, das empresas e da sociedade em
geral, construindo a comunidade por meio de um processo educacional democrático
e de longo prazo.
A educação socioambiental é entendida como reflexão, mudança de atitudes e
comportamentos, revisão de valores, reflexão de sistemas, levando a uma maior
mobilização, divulgação, sensibilização e prática educativa. Mas responsabilidade
socioambiental não é apenas um conceito, é uma atitude. Significa adotar, individual
e coletivamente, práticas social e ambientalmente benéficas que melhorem a
qualidade de vida das pessoas (SOUSA, 2008).
A integração das questões socioambientais, na prática educacional por meio
de programas escolares que visam integrar a escola à realidade, promover a cidadania
crítica por meio da aprendizagem social e engajar-se em ações compartilhadas e
colaborativas (escolas, sociais, governos) para desenvolver políticas públicas
democráticas e sustentáveis) (SANTOS; BACCI; FERREIRA, 2019).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CALEGARE; M. G. A; JÚNIOR, N. S. Inter e/ou transdisciplinaridade como condição


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MONTEIRO, C. R. T. A Questão Socioambiental: Uma pauta necessária para o
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ORSI, R. A. Problemas socioambientais e a dimensão política do espaço.


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WISNIEWSKI, M. L G; BOLLMANN, H. A. A responsabilidade socioambiental no


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constituição brasileira de 1988. REDES, Santa Cruz do Sul, v. 17, n. 1, p. 115 – 140,
2012.
FENSTERSEIFER, Tiago. Estado socioambiental de direito e o princípio da
solidariedade como seu marco jurídico-legal. Artigo elaborado em 2008.
Disponível em: https://bit.ly/3PAw6kw. Acesso em: 14 dez. 2022.

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Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. São
Paulo: NUPAUB/USP; Annablume; Hucitec, 2000.

BRUGGER, P. Educação ou Adestramento Ambiental. Santa Catarina: Letras


Contemporâneas, 1994. (Coleção teses).

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