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FACULDADE DE ECONOMIA DO HUAMBO

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DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À ECONOMIA I

1º ANO / MANHÃ E NOITE

Huambo / Angola
2014
ECONOMIA

TEMA 2 – PROBLEMAS
ECONOMICOS
2.1 – ESCASSEZ E ESCOLHA

Partindo da definição da ciência


económica, no qual se ocupa com o
estudo da realidade. Nem toda a
realidade tem um problema económico.
A existência de um problema
económico, deve-se no facto de os bens
serem escassos. Onde temos que fazer
escolhas das alternativas disponíveis.
Pensemos num mundo sem escassez. Se
pudessem ser produzidas quantidades
infinitas de qualquer bem ou se os
desejos humanos fossem completamente
satisfeitos, quais seriam as
consequências? As pessoas não se
preocupariam em ampliar os seus
rendimentos limitados, porque teriam
tudo o que quisessem.
As empresas não necessitariam de se
preocupar com o custo do trabalho ou
com os cuidados de saúde. Os governos
não se preocupariam com os impostos,
despesas ou poluição porque ninguém se
importaria.
Alem disso, dado que cada um lhe
apetecesse, ninguém se preocuparia com
a repartição do rendimento entre os
diferentes indivíduos ou classes.
Como dito anteriormente, o elemento
fundamental para o aparecimento do
problema económico é a escassez, que
traduz o aparecimento de outros
problemas
Escassez: Impossibilidade de os bens
disponíveis satisfazerem as necessidades
presentes.
A escassez depende centralmente das
necessidades humanas. Assim, a situação da
escassez de um bem pode ser alterada pelo
gosto das pessoas.
É importante referir que a escassez e a
escolha, estão ligados. Sendo que perante
a escassez, poderão existir alternativas que
vão gerar escolhias. Pelo facto de
determinado consumidor, poder escolher
um bem em vez do outro. O mesmo
incorrerá a um custo, que é o benefício ou
o valor daquilo que deixamos de fazer para
fazer o que fizemos. A este custo
económico, chamamos de custo de
oportunidade.
Ex. Considere que, numa dada
economia, uma certa quantidade de
recursos é utilizada na construção de
20 km de estrada asfaltada. Se estes
recursos forem inteiramente
deslocados para a edificação de 2
hospitais, então o custo de
oportunidade de um hospital consiste
em 10 km de estrada asfaltada.
Assim, perante o problema
económico, deparamo-nos com três
questões centrais:

O que produzir?
Como produzir?
E para quem produzir?
• Racionalidade e Interdependência.
A escassez, obriga existência de opções
ou alternativas, que de certo modo nos
fazem incorrer a custos. Por isso, importa
que as escolhas sejam feitas com
racionalidade.
A racionalidade exige duas coisas:
optimização e
coerência.
Optimização.

O primeiro elemento da racionalidade é


tirar partido de uma melhoria, em
relação aos objectivos do agente,
sempre que essa alternativa não
represente custo adicional. A
optimização pressupõe a disponibilidade
e a definição do que é melhor.
Coerência.
O segundo elemento da racionalidade
é a coerência: se, entre duas
alternativas, uma pessoa escolhe
uma, todas as vezes que estiver nas
mesmas circunstâncias, deve manter
a escolha. Se prefere A à B, o
aparecimento de C não pode alterar a
escolha.
INTERDEPENDENCIA

é um conceito que rege as relações


entre as coisas, indivíduos, etc. Cada
um é capaz de através de seus actos,
causar efeitos, positivos ou negativos,
influenciando. Significando que deve
existir uma interligação de todo o
processo.
Troca.
A partir do princípio da racionalidade, cada um
produz o que sabe fazer melhor, e consumir o
que gosta mais. Sendo que será pelo meio da
troca que poderemos dispor daquilo que não
produzimos e necessitamos para o nosso
consumo. Uma das formas de resolver o
problema económico é o sistema económico
que se centra na troca. Quanto mais trocas
existirem, melhor. Porque, quanto mais trocas
forem possíveis, mais racional é a afectação.
A possibilidade da troca, nasce
essencialmente da diferença entre as
pessoas. Nem todos sabemos fazer bem
as coisas. Por isso, aproveitamos as
vantagens de habilidade de cada um,
podendo obter pela troca uma melhoria
para todos. Precisando que exista uma
interdependência
Factores de produção
Para responder as três questões,
qualquer sociedade tem de efectuar
escolhas acerca dos factores de
produção e das produções.
• São bens e serviços utilizados
(inputs) para produzirem bens e
serviços (outputs).
Produções: são os vários bens ou
serviços úteis que resultam do
processo de produção.
Os factores de produção são
classificados em três: terra, trabalho
e capital.
• Terra: os recursos naturais. A dádiva
da natureza para os nossos
processos produtivos.
Trabalho: tempo desprendido pelas
pessoas na produção. É o factor de
produção mais comum e o mais
crucial para uma economia
industrial avançada.
Capital: formado pelos bens duráveis
de uma economia, produzidos com
vista a produzirem outros bens. Os
bens de capital, incluem máquinas,
estradas, computadores, martelos,
camiões, altos-fornos, edifícios, etc. A
acumulação de bens de capital
especializado é essencial para o
objectivo do desenvolvimento
económico.
FRONTEIRA DAS POSSIBILIDADES
DE PRODUÇÃO OU CURVA DAS
POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO.
Os países não podem ter quantidades
ilimitadas de todos os bens. Estão
limitados pela tecnologia e recursos
que possuem.
Suponhamos que uma
economia produz dois bens
económicos, espingardas e
manteiga. A mesma economia,
aplica todos os seus recursos a
produzir os bens.
A quantidade máxima de
produção dos bens, depende da
qualidade dos recursos da
economia e da eficiência
produtiva com que os mesmos
são utilizados.
POSSIBILIDADE DE PRODUÇÕES
ALTERNATIVAS.
Possibilidades Manteiga Espingardas

A 0 15
B 1 14
C 2 12
D 3 9
E 4 5
F 5 0
O quadro acima representado,
demonstra que como os
recursos e tecnologia são
limitados obrigam a que a
produção de espingardas e
manteiga sejam limitados.
A medida que aumenta a
produção de manteiga,
transferimos trabalho, terra e
máquinas da produção de
espingardas. Por isso a
produção de manteiga aumenta.
A fronteira das possibilidades de
produção ou curva das
possibilidades de produção;
representa as quantidades
máximas de produção que podem
ser obtidas por uma economia,
dado o seu conhecimento
tecnológico e a quantidade de
factores de produção
disponíveis.
A FPP representa o menu de escolhas
disponíveis para a sociedade.
EFICIENCIA PRODUTIVA, INEFICIENCIA E
RECURSOS DESAPROVEITADOS.

Eficiência; refere-se à relação entre os


resultados obtidos e os recursos
empregados.
A Eficiência produtiva; ocorre quando a
economia está operando na sua fronteira de
possibilidades de produção (FPP). Isso
acontece quando a produção de um bem é
obtida ao menor custo possível, dada a
produção do outro bem.
Ou seja; é quando a produção de um bem
atinge seu nível máximo, dado o nível de
produção do outro bem.

A eficiência produtiva implica que não é


possível a uma economia, dada a tecnologia
e as quantidades de factores produtivos
disponíveis, aumentar a produção de um
determinado bem, sem reduzir a produção
de um outro. Por outras palavras,
Pelo contrário; Ineficiência produtiva
significa que é possível produzir mais de um
bem sem sacrificar a quantidade produzida
de outros: a ineficiência produtiva ocorre em
situações de desemprego de factores ou em
situações em que a tecnologia disponível
não está a ser utilizada da melhor forma.
Na eficiência produtiva, a economia
esta sobre a fronteira de possibilidades
de produção, enquanto a ineficiência
produtiva; significa que a economia,
esta dentro da fronteira de
possibilidade de produção.
Quando há recursos não utilizados, a
economia não estará seguramente na
sua fronteira de possibilidades de
produção mas algures no seu interior.
CONCLUSÃO DA FPP.

Ao longo da curva, todos os factores


de produção estão a ser utilizados.
Dentro da curva, alguns factores não
estão a ser utilizados.
Acima da curva, não temos suficiente
tecnologia e nem recursos para tal
produção.
CUSTO DE OPORTUNIDADE
A vida esta repleta de escolhas. Dado
que os recursos são escassos, temos
que pensar constantemente o que fazer
com o tempo e o rendimento limitado
que possuímos. Quando decidimos
algo ao invés de outra, significa que
prescindimos uma em relação a outra.
O benefício da alternativa perdida é o custo
de oportunidade da decisão.
Num mundo de escassez, a escolha de
uma coisa significa prescindir de
qualquer outra coisa. O custo de
oportunidade de uma decisão é o valor
do bem ou do serviço de que se
prescinde.
Crescimento económico desloca a
FPP para fora.
a) Um país pobre antes do
desenvolvimento. Tem de aplicar parte
dos seus recursos na alimentação,
possuindo poucas infra-estruturas.
b) O crescimento dos factores de
produção e o progresso tecnológico
fazem deslocar para fora a FPP
Com o crescimento económico, o país
move-se de A para B, expandindo
pouco o consumo alimentar comparado
com o crescimento do consumo de
bens de luxo. O país pode aumentar o
seu consumo de ambos os bens se o
desejar.

OBS: DOIS GRAFICOS (FOLHA 11)


As economias têm de escolher entre
bens públicos e bens privados.
a) Uma economia rural isolada, vive ao
nível de subsistência poupando pouco
para bens públicos, como auto-
estradas ou saúde pública.
b) Uma economia urbana moderna é
mais abastada e decide despender
uma maior parcela do seu maior
rendimento em bens públicos ou
serviços do estado (estradas, protecção
do ambiente, educação).

FIGURA 1.4
O investimento para consumo futuro
exige o sacrifício do consumo
presente.
Um país pode produzir tanto, bens de
consumo, como bens de investimentos
a) Imagine três países que se encontram
nas mesmas condições, possuindo a
mesma FPP, com diferentes taxas de invest.
 O país 1 não investe para o futuro e permanece
em A1.
O país 2 reduz moderadamente o
consumo e investe em A2.
O país 3 sacrifica muito o consumo actual
e investe fortemente.
b) Nos anos seguintes, os países que
investem mais fortemente tomam a
dianteira. Assim, o país 3 que foi
poupador deslocou muito para fora a
sua FPP enquanto a FPP do país 1
permaneceu estática. Os países que
investem mais, têm no futuro
investimento e consumo maiores.

FIGURA 1.5
OS TRÊS PROBLEMAS DE
ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA
Qualquer sociedade humana, seja um
país industrial avançado, uma
economia de planeamento central ou
uma sociedade avançada, tem que
defrontar e resolver três problemas
económicos fundamentais, que são: O
que produzir? Como produzir? E
para quem produzir?
De facto, são as três questões da
organização económica e cruciais, quer
actualmente quer no inicio da civilização
humana.
O que produzir?
Significa que o pais, tem que saber, quais os
bens e em que quantidades poderá
produzir, determinar quando deve produzir
cada um dos inúmeros bens e serviços
possíveis.
Como produzir?
Qualquer sociedade tem de determinar
quem irá produzir, com que recursos e de
que forma tecnológica.
Para quem produzir?
Para quem são os bens produzidos? Quem
usufruirá do fruto da actividade económica
e a distribuição do rendimento e da riqueza
justa e equitativa?
ECONOMIAS DE MERCADO, ECONOMIAS
DIRIGIDAS E MISTAS.
Quais são as diferentes formas de uma
sociedade responder as três questões do
problema económico. As diferentes
sociedades estão organizadas em sistemas
económicos alternativos e a economia
estuda os vários mecanismos que uma
sociedade pode usar para aplicar os seus
recursos escassos.
Em geral, distinguimos duas formas de
organização económica. De um lado os
governos tomam a maioria das decisões
económicas. Do outro lado, as decisões
económicas, são tomadas nos mercados pelos
diferentes indivíduos e empresas.
Economia de mercado: é aquela em que os
indivíduos e as empresas privadas tomam as
decisões económicas mais importantes sobre a
produção e o consumo.
Economia dirigida: é aquela em que o
governo toma as decisões importantes
acerca da produção e distribuição.
Apesar de existirem estas duas formas de
sistemas económicos alternativos, é
importante sabermos que nenhuma das
sociedades se enquadra completamente
numa das formas referidas. Sendo que, em
vez disto, todas as sociedades são de
economias mistas, com elementos de
mercado e de direcção central.
Referencias Bibliográficas.

Samuelson, P e Nordhaus – Economia.


Neves, José César. 8ª Edição – Introdução à
Economia.
MUITO
OBRIGADO PELA
PACIÊNCIA

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