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AULA 5

Iª PARTE SOBRE A INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ECONOMIA


POLÍTICA

CAPITULO II: CONCEITOS ECONÓMICOS FUNDAMENTAIS

II.1. A Questão Nuclear. A raridade dos recursos económicos

II.2. Regimes Económicos

II. 1. A Questão Nuclear. A raridade dos recursos económicos

O denominador comum de todas as análises económicas é precisamente a ideia da


raridade dos bens, ou dos recursos, ou seja, os bens são, por definição, raros
(escassos); existindo, no entanto, em quantidades insuficientes para satisfazer as
necessidades de todos os homens. Distinguem-se deste modo daqueles bens que, por
existirem em quantidades ilimitados (como o ar), se designam por bens livres.

A raridade dos bens ou recursos têm consequências directas na vida das pessoas, por
serem insuficientes, eles exigem opções de escolha. Sendo assim, o homem é
confrontado com três problemas fundamentais:

 Que bens produzir e em que quantidades?


 Como produzir esses bens?
 Para quem os produzir?

II. 1.1 – Que Bens Produzir e em que Quantidades

A sociedade tem que escolher entre milhares de bens e de serviço (pão ou rádio) e
quais as quantidades em que os vai produzir (muitos pães e poucos rádios ou muito
rádios e poucos pães?).

II. 1.2. Como produzir os bens? Com que recursos? Com que trabalho?

É indispensável levar a cabo uma escolha eficiente dos métodos produtivos. Na


verdade, se a economia fizer escolhas certas havendo consequentemente menos
desperdícios ficará mais perto da sua fronteira das possibilidades de produção.

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Mas se os especialistas em rádios forem trabalhar para a agricultura ou se no solo
produtivo se instalar uma fábrica de rádios, tal escolha será ineficiente.

A eficiência produtiva verifica-se quando uma economia não pode aumentar a


produção de um bem sem reduzir a de outro, ou seja, está rigorosamente em cima da
linha de fronteira da possibilidade de produção.

Fronteira das possibilidades de produção

As sociedades não podem ter tudo o que desejam. Estão limitadas pelos recursos e
tecnologias disponíveis. Um país pode decidir que parte dos seus recursos limitados
vai para o exército e que parte vai para as outras actividades (ex. Educação, indústria,
saúde, etc.).

Exemplo: Percentagem do Produto Nacional aplicado no exército:

Japão = 1%; Estados Unidos = 5%; Coreia do Norte = 20% e Angola =?

Quanto maior quantidade de produto for para o exército, menor será o que esta
disponível para o consumo e investimento.

Considerando uma economia que produz apenas dois bens económicos, espingardas
e manteiga. As espingardas representam a despesa militar e a manteiga corresponde
à despesa civil. Ao aplicar os recursos disponíveis na produção dos dois bens,
podemos obter as seguintes combinações.

Quadro 1

Possibilidades A B C D E F
Manteiga (Ton.) 0 1 2 3 4 5
Espingardas (Unidades) 15 14 12 9 5 0

Recursos e tecnologias limitados obrigam a que a produção de espingardas e


manteiga seja limitada. À medida que nos deslocamos de A para B... para F, estamos
a transferir trabalho máquinas e terra da indústria de armamento para a produção de
manteiga e podemos portanto, aumentar à produção de manteiga.

Representação gráfica:

Transferindo as quantidades (do quadro 1) por um gráfico teremos:

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Figura 1 Figura 2

A figura 1 apresenta as combinações alternativas do par de produção a partir do


Quadro 1. Por sua vez a figura 2, apresenta uma curva que une os pontos das
possibilidades de produção.

Esta fronteira mostra a função ao longo da qual a sociedade pode substituir


espingardas por manteiga. Pressupõe um dado estado de tecnologia e uma dada
quantidade de factores de produção.

Pode o estudante perguntar como é possível um país transformar manteiga em


espingarda? A manteiga é transformada em espingardas não fisicamente, mas
pela alquimia do desvio dos recursos económicos de uma utilização para outra.

A curva ou Fronteira das Possibilidades de Produção (FPP) representa a


quantidade máxima de produção que podem ser obtidas por uma economia, dado
o seu conhecimento tecnológico e a quantidade de factores de produção
disponíveis. A FPP representa a lista de escolhas de bens e serviços disponíveis
para a sociedade.

II. 1.3. Para Quem são os Bens Produzidos?

Trata-se de saber como serão distribuídos os bens que foram produzidos, como
deve ser repartida a riqueza gerada no país.

A Riqueza irá ser Distribuída pelos Cidadãos de Forma Equitativa ou de


Forma Desigual?

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A questão mil vezes debatida ao longo dos séculos a cerca da justiça e injustiça na
repartição da riqueza é precisamente analisada no âmbito deste 3º problema
económico fundamental.

II. 2. Regimes Económicos

Quais são as diferentes formas de uma sociedade responder as questões de: O


que? Como? E para quem?

As diferentes sociedades estão organizadas em sistemas económicos


alternativos, e a economia estuda os diferentes mecanismos que uma sociedade
pode usar para aplicar os seus recursos escassos.

A resolução dos problemas económicos fundamentais pode ser equacionada de


duas maneiras radicalmente diferentes:

 Pelo Estado: através da planificação da economia;


 Pelo Mercado: através do sistema de preços.

II. 2.1 Economias Centralizada ou dirigida

Numa economia centralizada, a resolução dos problemas económicos


fundamentais cabe ao Estado, através da planificação da economia. A direcção do
planeamento estabelece num plano, que determina o que cada cidadão tem de
produzir e o que recebe.

No plano da lei fundamental do sistema económico; são definidos:

 Os bens que devem ser produzidos;


 A tecnologia utilizada;
 Os preços desses bens e os rendimentos dos sujeitos económicos.

Todas as decisões de o que? Como? Para quem? são entregues para uma
entidade única, sendo assim resolvidos por via administrativa.

II. 2.2. Economia de Mercado

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Numa economia do mercado, os problemas são resolvidos pelo sistema de preços
resultante do encontro entre a oferta e a procura, geralmente através do
pagamento em dinheiro.

a). O que produzir ou que bens produzir?

A resposta é dada pelos consumidores quando diariamente fazem as suas


escolhas económicas, optando por comprar o bem A ou o bem B.

 A Procura Individual: traduz o comportamento individual de cada um dos


consumidores;
 A Procura Agregada: traduz a soma das procuras individuais.

Se num certo mercado a procura agregada aumentar, a oferta mantida constante


será insuficiente para satisfazer todas as necessidades, já que, as empresas
planeiam a produção dos bens em função da procura esperada.

Perante este cenário o preço terá tendência para aumentar. Pois só assim se fará
a selecção entre a procura excessiva: quem tiver a pagar mais ficará na posse dos
bens.

A subida dos preços fará aumentar os lucros das empresas, levando desse modo
ao aumento de produção: quanto maior é a quantidade de bens produzidos e
vendidos naquele preço, mais lucro obterá a empresa, e o lucro é o seu móbil
fundamental.

Maior procura Aumento dos preços Aumento da oferta

Menor procura Queda dos preços Diminuição da oferta

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a). Como produzir esses bens?

Numa economia de mercado a resposta é fornecida pela concorrência entre as


empresas.

Na economia de mercado as empresas não controlam os preços, estes se formam no


mercado em função da oferta e da procura.

Quanto menos eficiente for a produção, maior será os custos de produção da empresa
e, consequentemente, menor serão os seus ganhos.

Quanto mais eficientes forem os métodos de fabrico, menores serão os custos de


produção e maiores serão os ganhos.

 O mercado distribui assim lucro pelos eficazes e prejuízo pelos ineficazes;


 A concorrência é o melhor estímulo ao progresso e a inovação.

a) Para Quem São Os Bens Produzidos?

Numa economia existem dois tipos de mercado:

 Mercado de Bens: onde bens se compram e vendem bens e serviços.


 O Mercado dos Factores de Produção: onde se compram e vendem os
factores de produção (terra, trabalho e capital).

Terra: os proprietários vendem os factores de produção terra em troca de um preço


(Renda).

Trabalho: os trabalhadores vendem o seu trabalho à empresa em troca de um preço.

Capital: os capitalistas vendem as empresas à capital em troca de um preço (Juro).

Por fim, se a actividade do empresário for bem-sucedido, isto é, se o valor da venda


dos bens superar os custos realizados, ele obterá lucros.

A distribuição de riqueza na economia de mercado é assim realizada por quatro vias


diferentes:

1) O salário dos trabalhadores;


2) Renda dos proprietários;
3) Juros dos capitalistas;
4) Lucros dos empresários. NB: A soma disso dá: Rendimento Nacional.
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