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ECONOMIA

Leandro Vicente Gonçalves

16/02/2023
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Introdução a Economia

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SISTEMAS ECONÔMICOS
Um sistema econômico pode ser definido como a forma
política, social e econômica pela qual está organizada uma
sociedade.

É um sistema de organização da produção, distribuição e


consumo de todos os bens e serviços que as pessoas
utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-
estar.

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SISTEMAS ECONÔMICOS
Os elementos básicos de um sistema econômico são:

• estoque de recursos produtivos ou fatores de


produção: aqui se incluem os recursos humanos
(trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as
reservas naturais e a tecnologia;
• complexo de unidades de produção: constituído pelas
empresas;
• conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas
e sociais: que são a base da organização da sociedade.

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SISTEMAS ECONÔMICOS
Os sistemas econômicos podem ser classificados em:

✓ sistema capitalista ou economia de mercado;

✓ sistema socialista ou economia centralizada ou,


ainda, economia planificada.

Os países organizam-se segundo esses dois


sistemas, ou alguma forma intermediária entre eles.

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SISTEMAS ECONÔMICOS
Classificação dos sistemas econômicos:

Sistema capitalista ou economia de mercado

É regido pelas forças de mercado, predominando a livre


iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.

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SISTEMAS ECONÔMICOS
Classificação dos sistemas econômicos:

Sistema socialista / economia centralizada /


economia planificada

Nesse sistema as questões econômicas fundamentais são


resolvidas por um órgão central de planejamento,
predominando a propriedade pública dos fatores de
produção, chamados nessas economias de meios de
produção, englobando os bens de capital, terra, prédios,
bancos, matérias-primas.
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SISTEMAS ECONÔMICOS
Pelo menos até o início do século XX, prevalecia nas economias
ocidentais o sistema de concorrência pura, em que praticamente não
havia a intervenção do Estado na atividade produtiva. Era a filosofia
do Liberalismo.
Principalmente a partir de 1930, passaram a predominar os
sistemas de economia mista, nos quais ainda prevalecem as
forças de mercado, mas com a atuação complementar do Estado,
seja na produção de bens públicos, nas áreas de educação, saúde e
saneamento, justiça, defesa nacional etc., seja induzindo
investimentos do setor privado, principalmente para setores de
infraestrutura, como energia, transportes, comunicações.

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SISTEMAS ECONÔMICOS
Em economias de mercado, a maioria dos preços dos
bens, serviços e salários é determinada
predominantemente pelo mecanismo de preços, que atua
por meio da oferta e da demanda de bens e serviços e dos
fatores de produção.
Nas economias centralizadas, essas questões são
decididas por um órgão central de planejamento, a
partir de um levantamento dos recursos de produção
disponíveis e das necessidades do país. Ou seja, grande
parte dos preços dos bens e serviços, salários, cotas de
produção e de recursos é calculada nos computadores
desse órgão, e não pela oferta e demanda no mercado.
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SISTEMAS ECONÔMICOS
Após o fim da chamada “Cortina de Ferro”, ao final dos
anos 1980, mesmo as economias ainda guiadas por
governos comunistas, como Rússia e China, têm aberto
cada vez mais espaço para atuação da iniciativa privada,
caracterizando um socialismo de mercado ou
capitalismo de estado, com regime político comunista,
mas economia de mercado.

Provavelmente, talvez apenas Cuba e Coreia do Norte


sejam os únicos remanescentes de um tipo de economia
completamente centralizada.

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE
PRODUÇÃO (OU CURVA DE
TRANSFORMAÇÃO)
A curva (ou fronteira) de possibilidades de
produção (CPP) expressa a capacidade máxima de
produção da sociedade, supondo pleno emprego dos
recursos ou fatores de produção de que se dispõe em
dado momento do tempo.

Trata-se de um conceito teórico com o qual se ilustra


como a escassez de recursos impõe um limite à
capacidade produtiva de uma sociedade, que terá de fazer
escolhas entre diferentes alternativas de produção.
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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Devido à escassez de recursos, a produção total de um


país tem um limite máximo, uma produção potencial ou
produto de pleno emprego, quando todos os recursos
disponíveis estão empregados (todos os trabalhadores que
querem trabalhar estão empregados, não há capacidade
ociosa).

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
Suponhamos uma economia que só produza máquinas
(bens de capital) e alimentos (bens de consumo) e que as
alternativas de produção de ambos sejam as seguintes:

Na primeira alternativa (A), todos os fatores de produção seriam


alocados para a produção de máquinas; na última (E), seriam
alocados somente para a produção de alimentos; e nas alternativas
intermediárias (B, C e D), os fatores de produção seriam
distribuídos na produção de um e de outro bem (veja a Figura 1.1).
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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

A curva ABCDE indica todas as possibilidades de


produção potencial de máquinas e de alimentos nessa
economia hipotética. Qualquer ponto sobre a curva
significa que a economia irá operar no pleno emprego, ou
seja, à plena capacidade, utilizando todos os fatores de
produção disponíveis.
No ponto F (ou em qualquer outro ponto interno à
curva), quando a economia está produzindo 10 mil
máquinas e 30 toneladas de alimentos, dizemos que se está
operando com capacidade ociosa ou com desemprego. Ou
seja, os fatores de produção estão sendo subutilizados.

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

O ponto G representa uma combinação impossível de


produção (25 mil máquinas e 50 toneladas de alimentos),
uma vez que os fatores de produção e a tecnologia de que
a economia dispõe seriam insuficientes para obter essas
quantidades de bens.
Esse ponto ultrapassa a capacidade de produção potencial
ou de pleno emprego dessa economia, dados os recursos
dos quais dispõe no momento.

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Custo de Oportunidade
A transferência dos fatores de produção de um bem X para
produzir um bem Y implica um custo de oportunidade, que é
igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte do bem X para se
produzir mais do bem Y.
O custo de oportunidade também é chamado de custo
alternativo, por representar o custo da produção alternativa
sacrificada.
Por exemplo, na Figura 1.1, para aumentar a produção de alimentos
de 30 para 60 toneladas (passar do ponto B para o D), o custo de
oportunidade em termos de máquinas é igual a 10 mil, que é a
quantidade sacrificada desse bem para se produzir mais 30 toneladas
de alimentos.

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Custo de Oportunidade

É de se esperar que os custos de oportunidade sejam


crescentes, uma vez que, quando aumentamos a produção
de determinado bem, os fatores de produção transferidos
dos outros produtos se tornam cada vez menos aptos
para a nova finalidade, ou seja, a transferência vai ficando
cada vez mais difícil e onerosa e o grau de sacrifício vai
aumentando.
Isto é, os fatores de produção são especializados em
determinadas linhas de produção e não são
completamente adaptáveis a outros usos.

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Custo de Oportunidade

Esse fato justifica o formato côncavo da curva de


possibilidades de produção: acréscimos iguais na produção
dos alimentos implicam decréscimos cada vez maiores na
produção de máquinas, como mostra a Figura 1.2.

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Custo de Oportunidade

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Deslocamentos da curva de possibilidade de produção

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Deslocamentos da curva de possibilidade de produção

O deslocamento da CPP para a direita indica que o país


está crescendo.
Isso pode ocorrer fundamentalmente tanto em função do
aumento da quantidade física de fatores de produção
como em função do melhor aproveitamento dos recursos
já existentes, o que pode ocorrer com o progresso
tecnológico, maior eficiência produtiva e organizacional das
empresas e melhoria no grau de qualificação da mão de
obra.
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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Deslocamentos da curva de possibilidade de produção

Desse modo, a expansão dos recursos de produção e os


avanços tecnológicos, que caracterizam o crescimento
econômico, mudam a curva de possibilidades de produção
para cima e para a direita, permitindo que a economia
obtenha maiores quantidades de ambos os bens.

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Para entender o funcionamento do sistema econômico,
vamos supor uma economia de mercado que não tenha
interferência do governo nem transações com o exterior
(economia fechada).

Os agentes econômicos são as famílias (unidades


familiares) e as empresas (unidades produtoras).

Numa economia de mercado, as famílias são proprietárias


dos fatores de produção e os fornecem às unidades de
produção (empresas) no mercado dos fatores de
produção. 24
Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
As empresas combinam fatores de produção, produzem
bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de
bens e serviços.

Os fatores de produção básicos são a mão de obra, a


terra e o capital.

A esse fluxo de fatores de produção, bens e serviços


denominamos fluxo real da economia.

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Como pode ser observado na Figura 1.4, famílias e empresas
exercem um duplo papel.
No mercado de bens e serviços, as famílias demandam bens e
serviços, enquanto as empresas os oferecem;
No mercado de fatores de produção, as famílias oferecem os
serviços dos fatores de produção (que são de sua propriedade),
enquanto as empresas os demandam.

No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a


presença da moeda, que é utilizada para o pagamento dos bens e
serviços e para a remuneração dos fatores de produção.

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
A cada fator de produção corresponde uma remuneração
ao seu proprietário, como se segue:
■ salário: remuneração aos proprietários do fator de
produção mão de obra;
■ juro: remuneração aos proprietários do capital
monetário, aplicado pelas famílias nas empresas;
■ aluguel: remuneração aos proprietários do fator terra
(também chamado de renda da terra);
■ lucro: remuneração ao capital físico, como prédios,
máquinas e equipamentos. Inclui os dividendos pagos às
famílias como proprietários de empresas.
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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Assim, paralelamente ao fluxo real, temos um fluxo
monetário da economia (veja a Figura 1.5).

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Unindo os fluxos real e monetário da economia, temos o
chamado fluxo circular de renda.

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Em cada um dos mercados atuam conjuntamente as forças da oferta
e da demanda, determinando o preço.
Assim, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos
bens e serviços, enquanto no mercado de fatores de produção são
determinados os preços dos fatores de produção (salários, juros,
aluguéis, lucros).
No mercado de bens e serviços, determina-se: o quê / e quanto
produzir; no mercado de fatores de produção, decide-se: para quem
produzir.
A questão de como produzir é dada no âmbito das empresas, pela
sua eficiência produtiva.

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Esse fluxo, também chamado de fluxo básico, é o que se
estabelece entre famílias e empresas.
O fluxo completo incorpora o setor público,
adicionando-se o efeito dos impostos e dos gastos
públicos ao fluxo anterior, bem como o setor externo,
que inclui todas as transações com mercadorias, serviços e
o movimento financeiro com o resto do mundo.
Para um entendimento básico do funcionamento da
economia, objetivo deste capítulo, não é necessária sua
inclusão.

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Definição de Bens de Capital, Bens de Consumo e Bens
Intermediários.

Os bens de capital são utilizados na fabricação de


outros bens, mas não se desgastam totalmente no
processo produtivo.
É o caso, por exemplo, de máquinas, equipamentos e
instalações.
São usualmente classificados no ativo fixo das empresas, e
uma de suas características é contribuir para a melhoria da
produtividade da mão de obra.
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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Definição de Bens de Capital, Bens de Consumo e Bens
Intermediários.

Os bens de consumo destinam-se diretamente ao


atendimento das necessidades humanas.
De acordo com sua durabilidade, podem ser classificados
como:
o duráveis (geladeiras, fogões, automóveis);
o não duráveis (alimentos, produtos de limpeza).

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Funcionamento de uma economia de
mercado: fluxos reais e monetários
Definição de Bens de Capital, Bens de Consumo e Bens
Intermediários.

Os bens intermediários são transformados ou agregados na


produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo
produtivo (insumos, matérias-primas e componentes).
Diferenciam-se dos bens finais, que são vendidos para consumo ou
utilização final.

Os bens de capital, como não são consumidos no processo


produtivo, são bens finais, e não intermediários.

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BIBLIOGRAFIA
GONÇALVES, R. R. Economia aplicada. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
HUNT, E. K. História do pensamento econômico. 5ª ed. Rio de Janeiro: Campus.
2000.
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2007(virtual).
POSSAMAI, Ademar, Apostila Economia, UNERJ, Jaraguá do Sul, 2001.
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Pioneira 1998.
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edição 2014.
WESSELS, W. Economia. 2ª ed. São Paulo: Saraiva 2003.

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