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Módulo 1
O problema econômico
Recursos Limitados versus Necessidades Ilimitadas
A Economia é a área do conhecimento (e, mais especificamente, das Ciências Sociais) que
investiga como produzir bens e serviços para atender necessidades ilimitadas dados os
recursos que são escassos e finitos. Por isso mesmo, por muitos ela é chamada de Ciência
da Escassez. Vamos explicar isso melhor...
Imagine um indivíduo há cinquenta anos. Será que ele precisava ter um computador pessoal
em casa? Ele precisava de celular? Ele precisava de uma televisão de plasma? Claro que
não. Mas, porque ele não precisava? Porque não havia necessidade desses bens ou porque
ele ainda não havia descoberto esses bens e tampouco descoberto a utilidade desses bens?
O capitalismo vive exatamente de descobrir novas necessidades e de oferecer bens e
serviços que possam suprir essas necessidades. Imagine que terrível para o mundo dos
negócios se ficássemos satisfeitos em ter o mesmo aparelho celular por anos e anos!
Portanto, o consumo é fundamental para o funcionamento do sistema. Para consumir cada
vez mais, é importante descobrir cada vez mais outras necessidades que possam ser
satisfeitas mediante o ato do consumo envolvendo a troca do bem por um valor monetário.
Em contrapartida, os recursos disponíveis para a produção desses bens e serviços não são
infinitos e não crescem conforme vão surgindo novas necessidades. Em verdade, é
historicamente provado que cada vez o estoque desses recursos necessários é cada vez
menor.
O que fazer então? Essa é uma resposta que os economistas pretendem oferecer. É uma
resposta que você também deverá oferecer quando trabalhar numa empresa e atuar no
mundo dos negócios.
Pense na seguinte questão:
Leia o seguinte texto: “Cada habitante da Grande SP tem até 201 mil litros de água por ano,
menos de um décimo dos 2,5 milhões de litros usados como referência pela Organização
Mundial da Saúde para regiões autossustentáveis. O Ceará tem 2,2 milhões de litros por ano,
a Paraíba, 1,3 milhão de litros por ano e o Rio de Janeiro, 2,18 milhões de litros por ano.
Embora haja hoje um relativo equilíbrio entre oferta e demanda, trata-se de uma equação
frágil, pois uma seca prolongada levará à falta de água, avalia o superintendente de produção
da Região Metropolitana da Sabesp, Hélio Castro. ‘É bastante preocupante a situação por
causa da baixa disponibilidade. Já trazemos de outra bacia [do Piracicaba] 50% da água. Não
tem jeito, dois anos de seca já afetariam [o abastecimento]’, diz Castro. Para ele, caso não
haja problemas, o sistema atual deve suportar até dez anos. ‘Mas até lá teremos disputa pela
água com outras regiões. Teremos percalços políticos a enfrentar’, diz o superintendente.
Castro fala em política, porque já em 2014 a Grande SP terá pela frente uma disputa com a
região de Campinas pela água que é importada da bacia do Piracicaba, pois a outorga
(espécie de acordo que divide a água do Piracicaba) será renovada e a região de Campinas
já convive com escassez que afeta seu crescimento econômico”
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As quantidades de café estão representadas no eixo vertical e as quantidades de milho estão
representadas no eixo horizontal. Portanto, Y = toneladas de café e X = toneladas de milho.
Essa Curva de Possibilidades de Produção (CPP), também chamada de Curva de
Transformação, mostra as quantidades máximas que podem ser produzidas das duas
mercadorias em um sistema econômico, dadas as combinações ótimas entre os seus fatores
de produção disponíveis.
Dito de outra forma: ao simplificarmos demasiadamente a realidade, estamos supondo que
para a produção de café e de milho seja necessária a utilização de quantidades de fatores de
produção e que, nesse caso, todos os recursos disponíveis na economia estão sendo
utilizados na produção dessas duas mercadorias. Estamos afirmando que todas as
quantidades disponíveis de terra, de trabalho, de capital, de tecnologia e de capacidade
empresarial foram destinadas à produção das máximas quantidades de cada uma dessas
mercadorias em atendimento às necessidades de consumo da população.
Vejamos o que representa cada um dos pontos marcados. Os pontos A, B e C representam
as combinações possíveis (e máximas) de produção das duas mercadorias. O ponto B mostra
que há produção das duas mercadorias, tanto de café quanto de milho e o ponto C mostra
que há produção das duas mercadorias, mas que a produção de uma só pode aumentar em
detrimento da produção da outra. A origem dos dois eixos mostra que não há qualquer
produção, nem de café nem de milho. Dessa forma, se houvesse um ponto situado na
origem, ele representaria o total desemprego de recursos. Já o ponto D mostra a capacidade
ociosa da economia, pois seria como se por ele passasse uma CPP imaginária, ou seja, um
ponto para dentro daquela CPP que representa as quantidades máximas que essa economia
pode produzir diante da disponibilidade total de fatores de produção. O ponto D mostra que
há fatores de produção disponíveis que não estão sendo utilizados. Por fim, temos o ponto E,
posicionado à direita na CPP. Esse ponto seria alcançado em uma situação de longo prazo,
quando fossem aumentadas as quantidades de fatores de produção disponíveis na economia.
O ponto E demonstra que houve um deslocamento das possibilidades de produção da
economia no sentido de um aumento simultâneo nas quantidades produzidas das duas
mercadorias.
Da Curva de Possibilidades de Produção apresentada, chegamos a mais um importante
conceito em Economia, qual seja, o conceito de custo de oportunidade.Assim, o conceito de
custo de oportunidade diz respeito às quantidades de uma mercadoria que deixam de ser
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produzidas para que sejam produzidas maiores quanti dades de outra mercadoria. O custo de
oportunidade pode ser entendido também como uma taxa de sacrifício: para satisfazer as
necessidades de consumo da sociedade por uma maior quantidade de determinada
mercadoria, devemos sacrificar essa mesma sociedade com a menor produção de alguma
outra mercadoria.Podemos dizer que quando aumentamos em uma unidade a produção de
milho, ou seja, quando passamos a economia do ponto A para o ponto B, sacrificamos a
sociedade em duas toneladas de café. Há, portanto, um custo de oportunidade de 2
toneladas de café para a produção de 1 tonelada de milho.Quando essa economia avança do
ponto C para o D, o custo de oportunidade de se produzir milho aumenta. Passa agora a ser
de 3 toneladas de café, ou seja, foram aumentadas as taxas de sacrifício em trocar a
produção de café pela de milho. Podemos ainda conceituar o custo de oportunidade como o
que deixamos de produzir de uma mercadoria para que seja aumentada a quantidade
produzida de alguma outra. A pergunta que você deve estar se fazendo agora é: como
calcular o custo de oportunidade da degradação ambiental?
Pense a respeito: muitos classificam a Economia como sendo uma ciência preocupada,
fundamentalmente, com a Lei da Escassez : há sempre pouco para muitos. Esses
pensadores admitem que:
a) Os recursos existentes na natureza, apesar de abundantes e sempre renováveis, não
conseguem, muitas vezes, saciar os desejos humanos.
b) Os recursos somente permitem a obtenção do indicado na alternativa (a), anterior,
quando se referem a fatores de produção utilizados pelos agentes econômicos.
c) Mesmo nas modernas sociedades, a Lei da Escassez está presente,
independentemente do avanço da tecnologia dos povos.
d) Entre os fatores de produção requeridos para o atendimento às necessidades dos
agentes econômicos, a maior preocupação é com o trabalho, em função da diminuição da
população mundial nas últimas décadas.
e) Não existiriam recursos escassos, se a terra fosse de propriedade comum aos
agentes econômicos.
A resposta correta é a alternativa C. Na alternativa A, os recursos da natureza são tidos,
erroneamente, como sempre renováveis; em B, é incorreto afirmar que os recursos da
natureza são abundantes e escassos apenas quando em relação a fatores de produção; em
D, é incorreto afirmar sobre a diminuição da população mundial nas últimas décadas; em E, é
incorreta a idéia de que se a terra fosse de propriedade comum, ela não seria escassa: quer
dizer, a escassez não tem relação alguma com a posse ou propriedade.
Necessidades Humanas e Bens
Temos as mais variadas necessidades. Para cada uma delas, é produzido um bem ou serviço
que possa satisfazê-la. Agora, gostaríamos de falar um pouco sobre os vários tipos de bens e
serviços.
Qual a diferença entre bens e serviços? Os bens são tangíveis, podem ser tocados, são
materiais. Os serviços são intangíveis. Exemplos? Uma camiseta é um bem e a assistência
que o dentista presta ao paciente é um serviço.
Dentre os bens, temos os livres e os bens econômicos. Os bens são livres quando não
representam custo para o seu consumo. Os bens são econômicos quando envolvem uma
relação de pagamento para que possam ser consumidos.
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Exercício 1:
Muitos classificam a Economia como sendo uma ciência preocupada, fundamentalmente, com a Lei da
Escassez – há sempre pouco para muitos.
A)
os recursos existentes na natureza, apesar de abundantes e sempre renováveis, não conseguem, muitas
vezes, saciar os desejos humanos.
B)
os recursos somente estão disponíveis na medida do necessário quando se referem a fatores de produção
utilizados pelos agentes econômicos.
C)
mesmo nas modernas sociedades, a Lei da Escassez está presente, independentemente do avanço da
tecnologia dos povos.
D)
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entre os fatores de produção requeridos para o atendimento às necessidades dos agentes econômicos, a
maior preocupação é com o trabalho, em função da diminuição da população mundial nas últimas
décadas.
E)
não existiriam recursos escassos se a terra fosse de propriedade comum aos agentes econômicos.
Comentários:
Exercício 2:
I O esquimó e outros povos primitivos, se deixados à mercê, sobreviverão por um tempo considerável. Ao
que tudo indica, à medida que abandonamos os povos mais primitivos, mais nos deparamos com a
insegurança econômica dos indivíduos.
II Comunidades pequenas, praticamente contidas em si mesmas, são capazes de viver com um mínimo de
contato com o mundo exterior.
III Em oposição ao que ocorre com comunidades mais primitivas, moradores de cidades grandes (como
São Paulo ou Nova Iorque, por exemplo) são extremamente dependentes dos outros. Quanto mais rica
uma comunidade, ou um país, mais aparente é a dificuldade de seus habitantes sobreviveram sem auxílio
e solitários.
A)
I e II.
B)
II e III.
C)
I e III.
D)
I, somente.
E)
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I, II e III.
Comentários:
Exercício 3:
A)
só é possível falarmos, adequadamente, das necessidades humanas como sendo ilimitadas, a partir da
época moderna, iniciada com a Revolução Industrial inglesa do século XVIII.
B)
as necessidades humanas sempre foram infinitas, apenas mudando de ritmo e de características ao longo
do tempo.
C)
D)
E)
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