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Universidade Federal de Goiás

Unidade Acadêmica Especial de Ciências Sociais Aplicadas da Regional Goiás


Curso de Direito

Guilherme Lima Chaves

Marília Moreli Parisi de Castro

Gilmar Ferreira Mendes:

Biografia, Currículo e Principais atuações no STF.

Cidade de Goiás
2023
Guilherme Lima Chaves

Marília Moreli Parisi de Castro

Gilmar Ferreira Mendes:

Biografia, Currículo e Principais atuações no STF.

Trabalho apresentado como requisito parcial de


avaliação da disciplina de Direito Constitucional
II, do Curso de Direito da Regional Goiás – UFG.
Professora Drª. Diva Julia Sousa da Cunha Safe
Coelho.

Cidade de Goiás
2023
O ministro do STF Gilmar Ferreira Mendes nasceu na cidade de Diamantino,
Mato Grosso, em 30 de dezembro de 1955, filho de Francisco Ferreira Mendes e de
Nilde Alves Mendes. Formou-se em Direito na Universidade de Brasília - UnB, onde,
em 1987, tornou-se Mestre em Direito e Estado, com a dissertação "Controle de
constitucionalidade: Aspectos jurídicos e políticos".
Gilmar Mendes é um professor, acadêmico, escritor, jurista e magistrado
brasileiro. Desde 20 de junho de 2002 é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
presidindo a corte entre 2008 e 2010 e sendo, atualmente, decano, ou seja, o membro
mais antigo. Foi indicado por Fernando Henrique Cardoso, exercendo em seu governo o
cargo de advogado-geral da União desde janeiro de 2000.
Ainda cursando Direito na UnB, foi aprovado em concurso para o cargo de
Oficial de Chancelaria (1976). Pelo Itamaraty, atuou em Brasília (1976-1979) e em
Bonn, Alemanha (1979-1982). Em 1989, concluiu o segundo Mestrado, na
Universidade de Münster, na Alemanha, após discorrer sobre o tema "Pressupostos de
admissibilidade do controle abstrato de normas perante a Corte Constitucional".
Tornou-se Doutor em Direito, logo a seguir, com a tese "O controle abstrato de normas
perante a Corte constitucional alemã e perante o Supremo Tribunal Federal", na
Universidade de Münster.
Gilmar Mendes ingressou no Ministério Público Federal como Procurador da
República em 1985 e posteriormente exerceu cargos na administração pública federal,
como consultor jurídico da Secretaria Geral da Presidência da República, assessor do
Ministério da Justiça, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil e advogado-geral
da União, antes de sua nomeação ao STF, onde promoveu significativas modificações
nas carreiras que compõem a Advocacia Pública brasileira. Reestruturou todo o Órgão,
modernizando-lhe o funcionamento, de modo a tornar mais eficiente a defesa dos
direitos, interesses e patrimônio das autarquias e fundações federais.
Em junho de 2002, tomou posse como Ministro do Supremo Tribunal Federal,
onde foi Presidente em 2008/2010. Antes disso, atuou como Ministro do Tribunal
Superior Eleitoral, que também presidiu. Além disso, Gilmar Mendes também assumiu
a Presidência do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, período em que comandou
processo de efetiva e irreversível modernização da Justiça brasileira, a começar pela
implantação do inédito Planejamento Estratégico Nacional, cujo destaque foi a fixação
das metas de nivelamento, a criação do Processo Judicial Eletrônico, do Cadastro
Nacional de Condenados por Atos de Improbidade, do Cadastro Nacional de Adoção e
do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei, entre outros.
A escolha de seu nome para o STF, onde tomou posse em 20 de junho de 2002,
dividiu o meio jurídico. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou
nota de repúdio; professores e alunos de direito fizeram ato público contra a escolha no
largo de São Francisco, em São Paulo, ato que contou com a presença de juristas como
Dalmo Dallari e Fábio Comparato. As críticas ressaltavam o acento eminentemente
político da indicação, seu estreito relacionamento com os chefes do PSDB e o Planalto,
capazes de influenciar no julgamento de matérias contrárias aos interesses do governo
federal. Por outro lado, a Associação Nacional de Procuradores Federais, o
departamento de direito da UnB e o Instituto Brasileiro de Altos Estudos (Ibrae)
apoiaram a escolha, com base em sua grande competência técnica.
Gilmar Mendes participou da elaboração de diversos projetos de lei,
especialmente em direito Constitucional, que foram transformados em leis. Foi autor,
juntamente com o professor e jurista Ives Gandra da Silva Martins, da PEC nº 130/92,
com o objetivo de instituir a ação declaratória de constitucionalidade. A referida
proposta, após sofrer algumas alterações durante sua tramitação no Congresso Nacional,
foi incorporada ao texto da Constituição Federal, através da Emenda Constitucional nº
3, de 17/03/1993. Tornou-se um dos instrumentos mais eficazes na racionalização do
processo decisório. Participou, também, da comissão responsável pela elaboração de
estudos e do anteprojeto de lei que disciplinaria a Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental (ADPF).
Gilmar Mendes também tornou-se professor em diversas outras instituições, nas
quais participa de bancas de Mestrado e Doutorado, como na Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e do Rio Grande do Sul
(PUC-RS), no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e na Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo (USP).
Publicou obras como, O domínio da União sobre as terras indígenas: o Parque
Nacional do Xingu. Brasília: Ministério Público Federal (1988); Controle de
Constitucionalidade: aspectos jurídicos e políticos. São Paulo: Saraiva (1990); Die
abstrakte Normenkontrolle vor dem Bundesverfassungsgericht und vor dem
brasilianischen Supremo Tribunal Federal. Berlim: Duncker&Humblot, 1991; Moreira
Alves e o controle de constitucionalidade no Brasil: Coletânea de decisões da relatoria
do Ministro Moreira Alves organizadas e sistematizadas por Gilmar Ferreira Mendes
(2004); Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade: estudos de Direito
Constitucional. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004; Jurisdição Constitucional: o controle
abstrato de normas no Brasil e na Alemanha 5ª.ed. São Paulo: Saraiva (2005); Arguição
de Descumprimento de Preceito Fundamental: Comentários à Lei N. 9,882, de 3-12-
1999 (2007); Controle Abstrato de Constitucionalidade: ADI, ADC e ADO (2011); e
Estado de Direito e Jurisdição Constitucional (2011), além de várias outras obras em
parceria. Em setembro de 2016 tornou-se alvo de dois pedidos de
impeachment protocolado no Senado Federal por um grupo composto de advogados e
juristas, que o acusavam de adotar uma conduta partidária e parcial nos julgamentos dos
tribunais. As ações foram arquivadas sob a alegação de que não apresentavam justa
causa para abertura de processo.
Dentre algumas de suas decisões recentes enquanto ministro da Suprema Corte,
destaca-se o RE 1288634, Recurso Extraordinário de repercussão geral que versa sobre
os efeitos da concessão de benefícios fiscais sobre o cálculo da quota devida aos
municípios na repartição das receitas tributárias referentes ao Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços – ICMS. No Estado de Goiás, a criação dos programas
FOMENTAR e PRODUZIR, direcionados ao desenvolvimento industrial de Goiás,
partem da geração do ICMS pela empresa, concedendo o financiamento de 73% do
valor do mesmo, e 98% para microempresas ou empresas que se localizem no Oeste e
Nordeste goiano.
O recurso foi interposto mediante decisão do Tribunal de Justiça de Goiás que
considerou improcedente o pedido das prefeituras contra a redução da receita repassada
aos municípios mediante os incentivos fiscais promovidos pelo programa. A
justificativa era referente ao prejuízo do dispositivo constitucional Art. 158, IV, que
prevê repasse de 25% do produto de arrecadação do imposto estadual sobre as
operações relativas a circulação de mercadorias e a prestação de serviços de transporte
interestadual e de comunicação. O ministro Gilmar Mendes deu voto favorável ao
governo de Goiás na ação, justificando que não há violação da Constituição no que se
refere à repartição dos tributos com os municípios quando de sua postergação.
Gilmar Mendes se posicionou apontando a semelhança com outro caso
julgado pelo Supremo em relação a Sergipe, em que ficou decidido que as prefeituras
tinham direito ao percentual real arrecadado pelo Estado, e não sobre a possibilidade
da receita. Segundo o mesmo, o entendimento requerido pelas prefeituras goianas era
nocivo por cercear a autonomia federativa dos Estados para criar programas de
implementação de benefícios fiscais. O ministro argumenta também que os referidos
programas foram convalidados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária
(Confaz).
Assim, o Tribunal, por maioria, apreciando o tema 1.172 da repercussão geral,
conheceu do recurso extraordinário e negou-lhe provimento, fixando a seguinte tese:
"Os programas de diferimento ou postergação de pagamento de ICMS - a exemplo do
FOMENTAR e do PRODUZIR, do Estado de Goiás - não violam o sistema
constitucional de repartição de receitas tributárias previsto no art. 158, IV, da
Constituição Federal, desde que seja preservado o repasse da parcela pertencente aos
Municípios quando do efetivo ingresso do tributo nos cofres públicos estaduais",
prejudicado o pedido de suspensão nacional dos processos que discorram sobre o tema.

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