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FACULDADE DE DIREITO
NITERÓI/RJ
2023
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NITERÓI/RJ
2023
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SUMÁRIO
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
forçados e torturas.
Nesse contexto complexo de contraposição entre uma decisão de uma
corte internacional – que passou a ter importante papel depois da adesão
Nacional ao Pacto de San José da Costa Rica - e a Corte Constitucional do país,
houve a propositura de nova ADPF, de número 320, buscando uma revisão da
primeira decisão.
Partindo dessa base, o presente artigo almeja realizar uma análise
contemporânea e abrangente das implicações da Lei da Anistia. Este escopo será
delineado em consonância com a decisão proferida pelo Supremo Tribunal
Federal, entrelaçando-se com as determinações estabelecidas pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos. Nesse contexto, busca-se não apenas
examinar os desdobramentos imediatos da discussão, mas também compreender
o impacto a longo prazo nos domínios da justiça, reconciliação nacional e
preservação da memória histórica. A interrelação entre as decisões dessas
instâncias judiciais oferece uma perspectiva rica e multifacetada, permitindo uma
análise mais abrangente das implicações da Lei da Anistia no atual cenário
jurídico e social. Por meio desse enfoque expandido, busca-se contribuir para um
entendimento mais profundo e contextualizado das dinâmicas em jogo,
fornecendo luzes significativas para o debate contínuo sobre justiça e direitos
humanos no contexto brasileiro.
2.Histórico Comparado
Desse modo, observa-se que o Caso Gomes Lund abre precedentes para
futuras interações entre a CIDH e o STF. A pressão internacional sobre o Brasil
para responsabilizar os perpetradores de violações de direitos humanos
persistirá, levantando questões sobre a capacidade do sistema judicial brasileiro
de reconciliar sua abordagem histórica com as demandas atuais por justiça.
O embate entre a Corte Internacional de Direitos Humanos e o Supremo
Tribunal Federal no contexto do Caso Gomes Lund destaca as complexidades
enfrentadas pelos Estados na busca por justiça em casos de violações graves de
direitos humanos. Enquanto a CIDH busca garantir padrões internacionais, o STF
se depara com o desafio de reconciliar esses padrões com a legislação nacional
e a histórica Lei de Anistia. Ou seja, o caso retratado desempenha um papel
crucial na evolução do diálogo sobre direitos humanos no Brasil e além.
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prescrição, indicando que mesmo que a ação fosse julgada procedente, não
poderia prosseguir devido à prescrição. Por fim, Ricardo Lewandowski,
juntamente com Cezar, também menciona o caso da prescrição.
Enquanto o julgamento de improcedência pode ter fundamentos legais
sólidos, a discussão em torno da anistia continua a gerar reflexões sobre os
valores fundamentais da democracia, transparência e respeito aos direitos
humanos. A ADPF 153 permanece como um marco no debate sobre como uma
nação confronta seu passado autoritário, delineando os contornos de uma
sociedade que busca equilibrar justiça e reconciliação.
6.CONCLUSÃO
O caso Gomes Lund vs Brasil, que foi julgado pela Corte interamericana
de Direitos Humanos contra a República Federativa do Brasil em 2010, em face
da Lei da Anistia de 1979, que impedia a responsabilização penal na justiça
brasileira pelos atos à época do regime militar, possibilitou a condenação do
Estado pela violação dos direitos humanos das vítimas.
E, apesar de o Brasil ser o único país da América Latina que reconhece
a responsabilidade do Estado pelas mortes e desaparecimentos, não realiza
julgamentos criminais para analisar as violações dos direitos humanos cometidas
durante a ditadura.
Apesar de ADPF 320 não ter sido julgada ainda, bem como, os embargos
na ADPF 153, pode-se concluir que a questão da anistia no Brasil não é apenas
jurídica, como também é uma narrativa que envolve a reconstrução da memória
coletiva e a promoção de uma sociedade justa e comprometida em reparar crimes
de um passado em que suas vítimas ainda esperam por justiça.
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7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão da ADPF nº 153 Brasília: STF, 2010.
Disponível em: <Disponível em: http://www.stf.gov.br >. Acesso em: 20/11/2023.
SPERANCINI, José Henrique Bassi Souza; DANTAS, Paulo Pio. O ciclo econômico do
Regime Militar no Brasil (1964-1985). INFORME ECONÔMICO (UFPI), v. 45, n. 2,
2022.