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Dignidade da pessoa humana, efetividade da prestação jurisdicional e os requisitos da


petição inicial: sobre as inovações do artigo 319, §§ 1º ao 3º, do novo Código de Processo
Civil (CPC) à luz dos direitos fundamentais e do diálogo das fontes.

Gonzalo Martin Salcedo1

RESUMO
Estuda a trajetória dos direitos humanos e sua relação com os direitos fundamentais. Reflete
sobre a dignidade da pessoa humana e a efetividade da prestação jurisdicional. Utiliza revisão
bibliográfica como metodologia para construir esse arcabouço teórico. Realiza também
revisão documental, do CPC vigente e do novo CPC, para traçar um paralelo entre ambos.
Identifica que os novos dispositivos legais podem levam a um menor rigor no atendimento ao
disposto no art. 319, II, do novo CPC. Pontua, com base nessas análises, que as inovações
permitem um maior protagonismo do Magistrado. Pondera que essas inovações podem
decorrer do diálogo das fontes, em especial com o direito processual do trabalho. Conclui,
com base nessas reflexões, que a introdução dos §§ 1º ao 3º no artigo 319, do novo CPC pode
permitir uma maior efetividade da prestação jurisdicional enquanto direito fundamental.

Palavras-chave: Dignidade humana. Efetividade da prestação jurisdicional. Requisitos da


petição inicial. Direito Processual do Trabalho. Artigo 319, §§ 1º a 3º, do novo CPC.

1 Considerações iniciais.
O presente artigo surge a partir da identificação de inovações jurídicas no que diz
respeito aos requisitos legais da petição inicial no processo comum, identificação que decorre
da publicação na imprensa oficial, em 17 de março de 2015, da Lei Federal 13.105/2015 –
mais conhecida como o novo Código de Processo Civil (CPC).
Em face do disposto no artigo 1º dessa nova norma jurídica, que se encontra em
vacatio legis de um ano, salta aos olhos a necessidade de revisitar o diploma normativo
constitucional com vistas a utilizá-lo como fonte hermenêutica fundamental.
Em vista disso, e considerando os valores e princípios que formam a base da Carta
Magna, em especial no que diz respeito ao Preâmbulo e aos direitos e garantias, pareceu-nos
essencial que o presente estudo apresentasse um panorama jurídico a partir da trajetória
histórica e conceitual dos direitos humanos, pois o tipo de direito que serve como fundamento
da República Federativa do Brasil, conforme o artigo 1º de sua Constituição.
Deve-se ter em mente que ao se falar em trajetória de uma visão ou de um
conceito se deduz que essa visão ou esse conceito não foi o mesmo ao longo do tempo mas,

1
Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco. Especialista em Direito do Trabalho e
Processo do Trabalho pela ESA (OAB/PE). Mestrando do Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos da
Universidade Federal de Pernambuco . Advogado militante.
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ao contrário, que a compreensão atual acerca de seu sentido não é o mesmo de séculos atrás.
Podemos dizer que os direitos humanos:
requerem três qualidades encadeadas: devem ser naturais (inerentes nos seres
humanos), iguais (os mesmos para todo mundo) e universais (aplicáveis por
toda parte).
Para que os direitos sejam direitos humanos, todos os humanos em todas as
regiões do mundo devem possuí-los igualmente e apenas por causa de seu
status como seres humanos. (HUNT, 2009, p. 19)
Essa visão pode parecer óbvia, bem como pode soar natural se falar em direitos
humanos para todos como indissociável de uma sociedade organizada sob as normas de um
Estado democrático de Direito, nos moldes da formação liberal dos países do ocidente.
No entanto, é essencial lembrar que os direitos humanos nem sempre tiveram essa
conceituação, razão pela qual se torna fundamental conhecer o processo histórico de sua
formação e de seu aperfeiçoamento político e institucional. Assim, por meio de revisão de
literatura e análise documental, apresentamos uma visão da trajetória dos direitos humanos e
suas similitudes e distinções em relação aos direitos fundamentais.
Em seguida, realizamos uma reflexão acerca da dignidade da pessoa humana e a
eficácia normativa como pressupostos para uma efetiva prestação jurisdicional. A abordagem
incluiu não apenas a questão do conceito de dignidade ao longo do tempo, mas também o seu
enquadramento no arcabouço jurídico interno.
Feita esse exame iniciamos o estudo da efetividade da prestação jurisdicional,
apontando semelhanças e distinções entre conceitos como concretização, realização, eficácia e
efetividade, sempre à luz dos fundamentos teórico-normativos apresentados anteriormente.
Por fim, traçamos um paralelo entre os requisitos da petição inicial no CPC
vigente e o novo CPC. Apresentamos uma análise crítica da eventual adequação do artigo
284, do CPC vigente, em relação a todas as questões de fundo constitucional anteriormente
discutidas. Em seguida, abordamos a questão do diálogo das fontes e as relações entre o
direito processual civil e o direito processual do trabalho.
Por fim, indicamos quais foram as inovações trazidas pelo artigo 319, §§ 1º ao 3º,
do novo CPC e de que forma elas se coadunam com os princípios e valores estudados
anteriormente no presente artigo.
Esperamos que, ao final, o presente escrito contribua na identificação de pontos
relevantes no que tange à melhor técnica jurídica, com vistas a um ingresso seguro em juízo,
seja em relação aos feitos que venham a ter o CPC como a principal norma processual, seja
em relação às ações que venham a ser distribuídas no âmbito da Justiça do Trabalho.
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2 Direitos humanos e direitos fundamentais.


De início, deve-se ter em mente que os direitos humanos, para serem assim
reconhecidos, devem possuir um caráter não apenas individual, mas coletivo, pois têm relação
direta com a vida em sociedade. Assim, não tem sentido defender o direito à vida e à liberdade
enquanto direito humano fundamental quando o titular desse direito reside isolado em algum
lugar ermo. De fato, esse direito apenas adquire relevância em face da existência do risco de
sua violação por outro individuo ou pelo Estado. (HUNT, 2009, p. 19)
Trata-se de direitos que, tais quais outros, não são revelados mas, diversamente,
construídos, decorrentes do avanço e do retrocesso de valores e práticas sociais ao longo do
tempo em diferentes momentos em cada Estado, em casa sociedade, e cuja gênese está na dor,
na aflição humana (VIOLA, 2015, palestra).
Isso tem uma razão de ser:
A percepção dos direitos humanos está condicionada, no espaço e no tempo,
por múltiplos fatores de ordem histórica, política, econômica, social e
cultural. Portanto, seu conteúdo real será definido de modo diverso e suas
modalidades de realização variarão. (MBAYA, 1997, p. 21)
É o caso, por exemplo, do trabalho escravo. Apesar do caminhar em direção ao que hoje
entendemos por direitos fundamentais da pessoa, inúmeros foram os avanços e retrocessos em
relação à exploração vil do outro, com domínio inclusive sobre sua vida E, apesar do status
atual, em que supostamente impera o que entendemos, no ocidente, por direitos humanos e
direitos fundamentais, mais de 100 anos após a abolição formal da escravidão no Brasil ainda
se faz presente o trabalho escravo ou em condições análogas à escravidão. (BRASIL, 2011, a)
Do ponto de vista da história ocidental, os autores costumam identificar alguns
documentos como sendo essenciais na construção ideológica, política e jurídica dos direitos
humanos: a Magna Carta (séc. XII), o Petition of Rights (1628), a Lei do Habeas Corpus
(1679) e o Bill of Rights (1689), todos ingleses, a Declaração de Direitos do Bom Povo da
Virginia (EUA), a Declaração de Independência dos Estados Unidos (da América) e a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. (SIQUEIRA, 2015).
Parece-nos que a percepção que temos de que os agentes públicos, em solo pátrio,
apenas agem quando da ocorrência de um fato grave, com respostas emergenciais e
contundentes, ocorrem não apenas em nosso país. Foi necessária a ocorrência de uma
calamidade humana com violência e proporções até então inimagináveis, de fato em escala
industrial, para que saltasse aos olhos, de forma gritante, a necessidade de se incluir na agenda
política interna e internacional a questão dos direitos humanos como essencial não apenas à
estabilidade interna das nações mas, também, como ponto fundamental para a harmonia ou,
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ao menos, a estabilidade no plano geopolítico. (LAFER, 1995, p. 4)


Assim é que, quando do término da II Guerra Mundial, o mundo conheceu os horrores
do Holocausto, genocídio que levou à morte milhões de indivíduos (não apenas judeus, mas
também comunistas, ciganos, católicos, idosos, crianças, portadores de necessidades
especiais, dentre outros que não atendiam a um determinado padrão determinado pelo
Estado), fazendo surgir na agenda política internacional, com força e amplitude nunca antes
vista, a questão dos direitos humanos. (LAFER, 1997, p. 19)
Dito processo culminou no surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH), cujo preâmbulo (ONU, 1948) deixa latente o processo que culminou em sua
criação. Trata-se de um verdadeiro marco na luta pelos direitos humanos e no reconhecimento
da pessoa como sujeito de direitos inalienáveis, desde o seu nascimento, em face unicamente
de sua natureza enquanto ser, de sua condição humana; agora, não apenas no planto interno
mas também internacional, não estando limitados ao território de um Estado nacional.
Deve-se ter em mente, inclusive, que a DUDH é uma resolução da Assembleia Geral
das Nações Unidas. Não se trata de uma lei. Nesse sentido, e exatamente pelo fato de não
poder ser imposta juridicamente a um Estado, especialmente quando esse não se
comprometeu formalmente com o seu teor nem com a produção de normas internas, e muito
menos com a criação de mecanismos estatais de sua efetivação no plano interno, porque
tamanha relevância?
Ocorre que, assim com as normas constitucionais de cunho programático, o teor da
DUDH passou a ser um marco juridicamente claro acerca do mínimo que o indivíduo tem
como seu por direito, para além de eventual coerção alegadamente soberana do Estado.
A partir da DUDH se teve a percepção do indivíduo como titular de direitos que
transcendem à figura do Estado, pois próprio do Homem enquanto ser propriamente dito; a
visão de que, antes de ser cidadão desse ou daquele Estado, é pessoa titular de direitos pela
simples condição de ser pessoa.
Assim como ocorre com as normas programáticas, a DUDH se apresenta como um
referencial, especialmente jurídico, o qual tem a função de servir como ponto de partida para a
análise objetiva de questões envolvendo direito penal internacional, ações internacionais de
cunho humanitário e, se necessário, envolvendo intervenção militar internacional quando
observadas graves violações a esses direitos em um determinado país. Mas, em especial,
serviu de referencial teórico para o surgimento, nos ordenamentos jurídicos de diversos
países, de normas do mesmo tipo e com o mesmo objetivo: a efetiva proteção e promoção dos
direitos humanos como fundamentos de uma sociedade socialmente justa. (ALVES, 1999)
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Parece-nos importante, ainda, apresentar uma distinção objetiva entre direitos humanos
e direitos fundamentais, a fim de que se possa fazer referências a esses ou aqueles de forma
mais precisa, apreendendo-se o real sentido de um e de outro.
Objetivamente, podemos afirmar que os autores – ao menos parte considerável desses –
consideram que os direitos humanos são aqueles reconhecidos no âmbito do direito
internacional como direitos inerentes à condição do homem enquanto ser, e que não
encontram limites nas fronteiras dos Estados. Já os direitos fundamentais são os direitos
humanos incorporados ao ordenamento jurídico-constitucional. (ANDRADE, 2008, p. 16).
A partir desse entendimento se pode falar em direitos humanos como premissas do
surgimento das normas relativas a direitos fundamentais, no ordenamento jurídico interno dos
países, a exemplo dos direitos contidos na Constituição da República Federativa do Brasil, de
1988 (CR/88), em seu Título II, (BRASIL, 1988, b) e que trata dos direitos e garantias
fundamentais, com a seguinte organização: dos direitos e deveres individuais e coletivos, dos
direitos sociais, da nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos políticos.
Vê-se claramente a distinção entre direitos humanos e direitos fundamentais, posto que
esses – normas constitucionais que tratam de direitos e deveres fundamentais – são inspirados
naqueles. Por exemplo, veja-se que o artigo 3º, da DUDH, determina que “Todo o homem tem
direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”. Trata-se de direito humano, não obstante
positivado no ordenamento jurídico internacional.
Dito direito humano, o direito à vida, é positivado no ordenamento constitucional
brasileiro por meio do artigo 5º, caput, da CR/88.
Clara, portanto, a distinção entre direitos humanos e direitos fundamentais, posto que
esses são inseridos no ordenamento jurídico em face da influência, direta ou indireta,
daqueles. (CADEMARTORI, 2012, p. 8)
Importante registrar que, assim como a distinções acima, diversas são as apresentadas
na doutrina, seja em relação a direitos humanos e direitos fundamentais, seja em relação às
distinções ou semelhanças entre si ou ainda sob outros primas de análise.
Ao final, mais importante do que realizar profundos estudos a fim de definir com
clareza as distinções e semelhanças entre direitos humanos e direitos fundamentais, e sua
conceituação, seja buscar caminhos e mecanismos que viabilizem a efetiva garantia e proteção
desses direitos. Nesse sentido, alinhamo-nos ao pensamento de Norberto Bobbio no sentido
de que “o problema fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é tanto o de
justificá-lo, mas o de protegê-los”. (BOBBIO, 1992, p. 24)
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3 A dignidade da pessoa humana e a eficácia normativa como pressupostos para uma


efetiva prestação jurisdicional.
Podemos afirmar, em linhas gerais, que a dignidade foi tratada, inicialmente, pelos
gregos, tendo como pensadores mais relevantes (com todas as reservas que o uso da expressão
relevante possui) Platão e Aristóteles. Outros filósofos também trouxeram contribuições, na
histórica do pensamento, para a construção filosófica desses conceitos, a exemplo dos
Estóicos e de Cícero (SIQUEIRA, 2009).
No pensamento grego a dignidade está ligada à ética e à racionalidade. De fato, “a
dignidade do homem seria proporcional à sua capacidade de pensar e conduzir a própria
existência desde a razão”. O advento da Idade Média e do pensamento cristão, especialmente
em face do fortalecimento da Igreja Católica, seu poder e influência, faz surgir uma nova
perspectiva de análise: a teológica, destacando-se as contribuições de Agostinho de Hipona e
de Tomas de Aquino, ambos pensadores ligados à Escola Jusnaturalista. Assim é que a
dignidade passar a poder ser estudada por dois vieses: o ontológico e o ético; “(....) é possível
refletir sobre o seu significado por dois caminhos: o ontológico e o ético. Através da via
ontológica, pode-se conhecer uma realidade específica entre outras, que é a de ser pessoa. A
via ética, por sua vez, permite pensar as razões alegadas para dizer que alguém é digno”
(SOARES, 2010).
Dentre os filósofos que tratam do conceito de dignidade, já na Idade Moderna,
destaca-se Immanuel Kant. Kant desenvolve postulados que conferem à dignidade um status
moral. (RIBEIRO NETO, 2013, p. 15). Em outras palavras, a condição humana “gera um
dever de tratar o ser humano com consideração e, ao mesmo tempo, de reconhecer que a
condição de nenhum sujeito é intrinsecamente superior à de outro sujeito”. (RIBEIRO NETO,
2013, p. 35).
Não obstante, o pensamento de Kant encontra autores que sugerem seja apreendido
com reservas, em face de que seria insuficiente, para os tempos atuais, o pensamento kantiano
acerca de liberdade racional (QUEIROZ, 2005), o que sugere a leitura de pensadores
posteriores a Immanuel Kant, a exemplo de Habermas.
No que diz respeito à dignidade sob o prisma jurídico-normativo, a Carta Magna
incorporou as influências dessa trajetória, seja dos direitos humanos, seja do conceito de
dignidade, em seu texto. A dignidade (da pessoa humana) foi alçada ao mais elevado patamar
na norma constitucional: encontra-se elencada, no artigo 1º, III, da CR/88 como um dos
fundamentos da República enquanto Estado Democrático de Direito. (BRASIL, 1988).
A dignidade da pessoa humana também encontra previsão em outras partes da Carta
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republicana, pois é considerada um dos princípios do planejamento familiar e na forma de o


Estado garantir o exercício desse direito (art. 226, § 7º, CR/88). Ademais, estabelece como
dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
com absoluta prioridade, o direito, dentre outros, à dignidade (art. 227, caput, CR/88).
Determina que é dever da família, da sociedade e do Estado defender a dignidade, dentre a
dignidade dos idosos (art. 230, caput, CR/88).
Essas são as quatro menções da CR/88 à dignidade, sendo a primeira expressa em
relação à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CR/88) e as demais apenas ao termo
dignidade.
O que se torna essencial ressaltar é que a inclusão da dignidade da pessoa humana como
um dos princípios da República possui alta relevância em face de que a interpretação de todo
o ordenamento constitucional deverá levar em conta a dignidade da pessoa humana. Assim,
as interpretações dos demais princípios constitucionais, bem como dos
direitos fundamentais deverão se realizadas em conformidade com o
princípio da dignidade da pessoa humana. Esse pressuposto favorece que
cada ser humano seja respeitado na sua integralidade, de modo a ter sua
dignidade protegida e amparada na sua totalidade. Assim sendo, a ignorância
ao princípio da dignidade humana amotina contra todo sistema
constitucional e consequentemente, contra todos seus valores fundamentais.
(MARREIRO, 2013, p. 5-6)
Portanto, a dignidade da pessoa enquanto princípio republicano é a base jurídico-
normativa que orienta, ou deveria orientar, a atuação dos diversos setores da sociedade, tanto
na esfera pública quanto privada, com vistas a efetivar e proteger os direitos fundamentais
A partir desse pressuposto, e considerando que os direitos fundamentais são direitos
humanos inseridos no ordenamento jurídico2, podemos entender que a dignidade somente se
faz plenamente protegida e respeitada quando, da mesma forma, garante-se que o indivíduo
tenha assegurado o gozo e a inviolabilidade de seus direitos fundamentais,
constitucionalmente estabelecidos no Título II da CR/88.
A influência desses valores e fundamentos constitucionais se explicitam na Lei Federal
13.105/2015, o novo Código de Processo Civil, conforme o disposto em seu artigo 1º: “O
processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se
as disposições deste Código.” (BRASIL, 2015, c)

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A exemplo, veja-se que a DUDH estabelece como direitos humanos, em seus artigos 1º e 3º, dentre outros, a
liberdade, a igualdade e a vida. Da mesma forma, o artigo 5º, da CR/88, positiva-os como direitos fundamentais.
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A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
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Pois bem; a Carta Magna impõe ao Estado, por meio do artigo 5º, XXXV, da CR/883
(BRASIL, 1988, b) um dever de agir, qual seja, o de prestar a tutela estatal segundo as normas
da jurisdição sempre que houver a provocação do Estado, na figura do Estado-Juiz e conforme
a norma processual aplicável. Trata-se de direito fundamental do cidadão, constitucionalmente
previsto.
Contudo, para que haja o respeito à realização da dignidade da pessoa, por meio do
gozo desse direito fundamental, é essencial que essa prestação jurisdicional não seja vazia de
sentido, não se dê somente no plano teórico ou normativo, mas no mundo real,
fenomenológico. De fato, faz-se necessária a realização da norma constitucional, a
materialização do dispositivo legal em uma ação efetiva do Estado. (CARVALHO, p. 16)
A esse respeito, convêm ressaltar que
A concretização constitucional [...] vai consistir primeiramente em um
conjunto de procedimentos estruturados no sentido de garantir a eficácia da
constituição. [...] Temos, então, a concretização constitucional como um
método procedimental de garantia da eficácia da constituição a partir da
utilização dos procedimentos previstos na esfera metodológica pertinente.
[...]
Quanto à realização da constituição, temos essa ideia ligada ao que
conceituamos como efetividade. Consiste a realização constitucional na
aplicação prática da norma constitucional, ou seja, a concretização fática,
real, empírica, de seu conteúdo. [...] a realização da constituição está ligada
ao efetivo cumprimento da norma constitucional no plano social.
(GALINDO, 2006, p. 166-167)
Em razão disso se torna fundamental apresentar, mesmo que de forma bastante sucinta,
a distinção entre efetividade e eficácia, sendo essa ligada à norma propriamente dita e aquela
à repercussão fenomenológica, os reflexos da norma na realidade concreta; trata-se do “dever-
ser normativo e o ser da realidade social”. (BARROSO, 1996, p. 83)
A eficácia diz respeito à capacidade de uma determinada norma de produzir, de fato, o
efeito desejado no plano da realidade. (COL, 2002); de outra forma, “a possibilidade concreta,
real e imediata da norma ser realizada”. Já a efetividade se refere “à realização do postulado
normativo no âmbito fático, correspondendo então à noção de eficácia social.” (GALINDO,
2006, p. 164)
Relativamente à efetividade se indaga:
Será que o direito à tutela jurisdicional é apenas o direito ao procedimento
legalmente instituído, não importando a sua capacidade de atender de
maneira idônea o direito material? Ora, não tem cabimento entender que há
direito fundamental à tutela jurisdicional, mas que esse direito pode ter a sua
efetividade comprometida se a técnica processual houver sido instituída de

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A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
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modo incapaz de atender ao direito material. Imaginar que o direito à tutela


jurisdicional é o direito de ir a juízo através do procedimento legalmente
fixado, pouco importando a sua idoneidade para a efetiva tutela dos direitos,
seria inverter a lógica da relação entre o direito material e o direito
processual. Se o direito de ir a juízo restar na dependência da técnica
processual expressamente presente na lei, o processo é que dará os contornos
do direito material. Mas, deve ocorrer exatamente o contrário, uma vez que o
primeiro serve para cumprir os desígnios do segundo. Isso significa que a
ausência de técnica processual adequada para certo caso conflitivo concreto
representa hipótese de omissão que atenta contra o direito fundamental à
efetividade da tutela jurisdicional. (MARINONI, 2004, p. 11-12).
Portanto, é essencial que a prestação jurisdicional seja efetiva, que vá além do aspecto
meramente formal; em sentido diverso, que obtenha resultados materiais, concretos, no
mundo dos fatos, a fim de que o jurisdicionado tenha respeitado o direito fundamental à tutela
do Estado e, por consequência, tenha assegurada por esse mesmo Estado a salvaguarda de sua
dignidade enquanto pessoa e cidadão.
Para isso, entendemos como essencial que as normas que regem o processo judicial, por
meio do qual o Estado deve realizar a prestação jurisdicional, estejam voltadas, de fato, para a
efetividade dessa prestação. De fato, a norma processual deve, em nossa visão, estar
positivada de forma tal que possa ser relativizada pelo Juízo, respeitados direitos e princípios
como o contraditório, a ampla defesa e a licitude das provas, ou dispensadas de seu
cumprimento se, com isso, for possível obter a devida prestação jurisdicional.
Foi o que ocorreu, em nossa visão, com a introdução dos parágrafos 1º a 3º no artigo
relativo aos requisitos da petição inicial (art. 319) do novo CPC (BRASIL, 2015, c).

4 As inovações do artigo 319, §§ 1º ao 3º, do novo CPC e o diálogo das fontes.


Como visto anteriormente, o princípio da dignidade da pessoa humana é um dos
fundamentos de uma hermenêutica jurídica adequada, posto ser fundamento da República –
conforme o disposto no art. 1º, III, da CR/88. Também restou observado que é em torno desse,
como de outros fundamentos e princípios, que se erigem os direitos fundamentais, inspirados
nos direitos humanos e incorporados à Carta Magna em vários dispositivos, dentre os quais o
artigo 5º, da CR/88.
Pois bem; o novo CPC tem, no artigo 1º, a seguinte dicção:
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme
os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da
República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Da letra da lei se extrai a alta relevância da análise efetuada, no sentido de que,
exemplificativamente, o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme o
princípio da dignidade da pessoa e os direitos fundamentais postos nos diversos artigos da Lei
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Maior.
Pois bem; da leitura do artigo 5º, da CR/88, podemos extrair dois importantes princípios
que informam a interpretação a ser data às normas do novo CPC; quais sejam, o da celeridade
(art. 5º, LXXVIII) e o da efetividade processuais.
Como visto, a norma processual deve ser não apenas eficaz, mas efetiva, especialmente
diante das normas constitucionais postas e do disposto no art. 1º, do novo CPC.
No que tange à norma processual em específico, os requisitos da petição inicial estão
dispostos, tanto no CPC vigente quanto no novo CPC, em Seção própria. No CPC vigente se
estendem do artigo 282 ao artigo 285-B. Já no novo diploma processual os requisitos estão
dispostos do artigo 319 ao artigo 321. Em face dos objetivos do presente texto limitaremos
nossa análise às inovações introduzidas pelos parágrafos 1º a 3º do artigo 319, do novo CPC,
que se remetem ao inciso II do mesmo artigo.
O texto do CPC vigente assim dispõe:
Art. 282. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do
autor e do réu;
[....]

Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos
exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades
capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a
emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a


petição inicial.
Verifica-se da leitura do artigo 282, II, em conjunto com o artigo 284, que o CPC atual
apresenta uma rigidez que não mais se coaduna com os princípios e valores constitucionais
que devem perpassar todo o ordenamento jurídico infraconstitucional.
É nosso entendimento que não se haveria de falar indeferimento da petição inicial, por
aplicação do artigo 284, do CPC, no caso da parte autora não informar, a exemplo, o estado
civil do réu por afronta aos princípios e fundamentos constitucionais a que nos referimos
anteriormente. Afinal, se dita informação não é essencial para a análise e o julgamento da
demanda, indeferir a inicial pelo fato de não constar essa informação importa em afronta ao
direito constitucional de acesso à justiça e à prestação jurisdicional por parte do Estado.
De forma diversa ocorre no processo do trabalho, em que vigora um princípio que se
mostra essencial na diferenciação com o processo civil: a simplicidade e o jus postulandi.
A simplicidade, princípio caro ao processo laboral, tem como objetivos obstar que o
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formalismo e o tecnicismo exacerbado impeça uma prestação jurisdicional célere e efetiva


(SCHIAVI, 2012, p. 118)
Outros autores denominam esse princípio como o da informalidade, sendo certo que o
processo do trabalho, organizado sob a égide desse princípio, bem como do da oralidade,
torna-se
menos burocrático, mais simples e mais ágil que o sistema do processo
comum, com linguagem mais acessível ao cidadão não versado em direito,
bem como a prática de atos processuais ocorre de forma mais simples e
objetiva, propiciando maior participação das partes, celeridade no
procedimento e maiores possibilidades de acesso à justiça ao trabalhador
mais simples. (SCHIAVI, 2012, p. 124)
Apesar disso, parte da doutrina entende que o princípio da simplicidade é comum ao
processo civil, pois esse principio decorreria dos da instrumentalidade e da oralidade, os quais
seriam o objetivo do sistema processual como um todo e não especificamente do processo
trabalhista. Não obstante, “é importante ressaltar, porem, que as raízes deontológicas e
fenomenológicas desses órgãos da justiça comum provêm do direito processual do trabalho. (LEITE,
2014, p. 91)
De fato, não são poucos os autores que se posicionam no sentido de que, em face do
diálogo das fontes, o processo civil avançou em face das influências do processo do trabalho,
exatamente, porque este ultimo já havia sido elaborado com vistas a uma
realidade social - de conflitos de massa, coletivos ou pluriindividuais, e com
base na desigualdade das partes e não com o apoio da presunção de
igualdade –, que somente agora o mundo civil passa a conhecer, ou pelo
menos a reconhecer. (MAIOR, 1998, p. 23)
Parece-nos que esse posicionamento tem fundamento, quando se observa que a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu artigo 840, admite a apresentação de
reclamação oral em dissídios individuais do trabalho (BRASIL, 1943, e) desde o ano de 1943,
enquanto a Lei dos Juizados Especiais Cíveis (Lei Federal 9099/95), que admite o mesmo
procedimento em questões relativas ao direito comum, foi introduzida no ordenamento
jurídico apenas em 1995. (BRASIL, 1995, f).
Essas distinções também se verificam nos requisitos da petição inicial trabalhista,
conforme o disposto no artigo 841, §1º, da CLT:
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente
da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do
reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o
dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.
É a partir desse panorama que se verifica, com entusiasmo, os reflexos da influência dos
direitos fundamentais e do diálogo das fontes na nova norma processual, por meio da inclusão
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dos §§ 1º a 3º em seu artigo 319.


Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;

§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o


autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua
obtenção.

§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de


informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto


no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível
ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
De fato, o inciso II, do art. 319, do novo CPC, determina que a parte apresente mais
informações em relação ao que é exigido no inciso II do artigo correspondente no CPC atual.
Essa alteração decorre não apenas do avanço inegável da tecnologia e sua penetração na vida
cotidiana, mas também o surgimento de institutos como a união estável. Contudo, não
realizaremos uma análise dessas inovações em face dos objetivos de nosso estudo.
O que é nos parece essencial perceber é que agora a parte autora, com base no § 1º,
pode solicitar que o Juízo determine a realização de diligências prévias com vista à obtenção
dessas informações. Esse dispositivo é de grande relevância, haja vista que não é incomum
que haja lides que deixam de ser instauradas, restando prejudicados o direito e a pretensão da
parte autora, porque essa não consegue localizar o endereço atualizado da parte ré.
Essa possibilidade é extremamente salutar quando se considera que existem
informações que apenas podem ser obtidas por meio de ordem judicial, como o endereço
atualizado fornecido por um ente público ou, digamos, o numero de inscrição no CPF/MF.
Em complementação, o § 2º, do artigo 319, mostra-se dispositivo de grande eficácia no
sentido de assegurar uma maior efetividade na prestação jurisdicional, haja vista que mesmo
que alguma(s) das informações requeridas pelo inciso II, do artigo 319, não conste(m) na
petição inicial, essa não poderá ser indeferida.
Entendemos que esse dispositivo tanto no caso da exordial não atender completamente
o disposto no art. 319, II, do novo CPC como quando as diligências determinadas pelo Juízo,
a pedido da parte, nos termos do art. 319, § 1º, do novo CPC – o que nos remonta à critica
feita anteriormente em relação a aplicação, naquele caso, do disposto no art. 284, do CPC
vigente.
13

Por fim, o § 3º se mostra alvissareiro por privilegiar o acesso à Justiça, enquanto direito
fundamental do indivíduo e previsão constitucional que privilegia o exercício da cidadania e a
proteção da dignidade da pessoa do jurisdicionado.

5 Considerações finais.
Cremos ter ficado demonstrada, de início, a importância dos direitos humanos enquanto
fundamento das normas introduzidas no ordenamento jurídico, por meio dos direitos e
garantidas fundamentais já existentes e outros que venham a se fazer necessário proteger em
tempos futuros.
Nessa linha de raciocínio, acreditamos que as inovações trazidas pelos §§ 1º a 3º do
novo CPC vem a oxigenar a prática forense e permitir que se imprima uma maior celeridade
ao andamento do processo por meio da adoção de práticas e de uma hermenêutica que
valorize a efetividade da prestação jurisdicional em detrimento do rigor formal.
Certamente há muito ainda por fazer, no que se refere a se ter, de fato, um Estado de
direito no Brasil, no sentido posto pela Carta aos Brasileiros. (TELLES JUNIOR).
Contudo, acreditamos que inovações como as trazidas pelo novo CPC e estudadas neste
artigo são um passo importante, sendo certo que é preciso estar atendo a fim de se buscar
construir uma hermenêutica jurídica efetivamente comprometida, por meio da aplicação das
diversas normas jurídicas, com o respeito e a defesa intransigente dos direitos fundamentais.
Somente assim, e disso estamos convictos, estarmos no caminho de uma Justiça cada vez
menos imperfeita.
Ao final, a melhor hermenêutica, baseada nos valores e nas normas fundamentais
estabelecidas na CR/88, permitirá que se caminhe em direção à sociedade idealizada pela
Assembléia Nacional Constituinte, refletida no Preâmbulo da Carta Magna, não raro ignorada
como fundamento filosófico e político do texto constitucional, mas aqui transcrita:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

6 Referências.

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14

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