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CHQAO 2016 – Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais

Disciplina:Fundamentos do Direito Público e Privado

Aluno: Lander Drummond Costa Filho -S Ten


Grupo:10
Tutor: Ten Aureo Silva Filho - 2º Ten

Jurisprudência da Corte Internacional em relação a guerrilha do Araguaia

Introdução
Em 26 de março de 2009, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão
dos Estados Americanos (OEA) que cuida da observância dos direitos humanos nos países
pertencentes à organização, abriu uma ação contra o governo brasileiro, por detenção arbitrária,
tortura e desaparecimento de 70 pessoas, entre guerrilheiros, moradores da região e camponeses
ligados à Guerrilha do Araguaia durante a ditadura militar brasileira. Em dezembro de 2010, a
Corte acatou a denúncia da CIDH condenou o Estado Brasileiro por utilizar a Lei da Anistia como
pretexto para não julgar os oficiais envolvidos na repressão a guerrilha.
A decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que condenou o
Estado Brasileiro, decisão essa ao meu ver absurda, pois o estado combateu grupos armados
dispostos a tudo para implantar uma ditadura do proletariado aos moldes de Cuba e China (que após
a revolução comunista executaram milhares de opositores do regime).

Desenvolvimento
Importante averiguar que a decisão emanada da Corte Interamericana de Direitos
Humanos e aquela emanada pelo Supremo Tribunal Federal, quando possuírem conflitos de ordem
material de seu conteúdo, causarão uma confusão e uma necessidade de reflexão acerca do seu
cumprimento no território nacional.Não é tão óbvio, apesar das tendências subjetivas de cada um
por concretização da justiça, e do sentimento de vingança confundido com legitimação de justiça.
Quando da leitura da Corte Interamericana de Direitos Humanos, notou-se, pelo histórico,
diante da vagarosidade de se chegar à conclusão ou a uma resposta ao público, cuja compreensão
pode fortalecer ou não o o Estado Democrático de Direito. Isto é, em 26 de março de 2009, a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos submeteu à apreciação da Corte Interamericana de
Direitos Humanos as questões atinentes à Guerrilha do Araguaia, que estava sob sua análise desde 7
de agosto de 1995.Na alegação dos autores,a denuncia versou sobre a detenção ilegal e arbitrária,
tortura e desaparecimento forçado de aproximadamente 70(setenta ) membros do movimento
conhecido como Guerrilha do Araguaia entre os anos de 1972 e 1975 e da posterior falta de
investigação desses atos, o que se encontra na Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979, Lei da
Anistia, com o sigilo permanente sobre documentos a respeito dessa atividade do Estado.No
ano de 2008, a Comissão Interamericana emitiu o relatório de mérito do Caso, no qual
formulou recomendações ao Estado Brasileiro.Por entender que as suas recomendações não
haviam sido cumpridas a contento, posteriormente, decidiu encaminhar o Caso à Corte
Interamericana de Direitos Humanos. A Corte Interamericana de Direitos Humanos realizou
audiência, no qual ouviram os representantes das vítimas, suas testemunhas e peritos, os
representantes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e os representantes do
Estado Brasileiro e, igualmente, suas testemunhas e peritos.Cada parte apresentou suas
razões e a Corte Interamericana passou a elaboração da sentença.
O Brasil foi condenado nessa decisão pelo desaparecimento das pessoas que
participaram da Guerrilha do Araguaia e, portanto, pela violação dos direitos ao
reconhecimento da personalidade jurídica, à vida, a integridade pessoal e à liberdade
pessoal, bem como pela violação dos direitos às garantias judiciais e a proteção judicial, em
decorrência da leitura interpretativa dada à Lei da Anistia, que impediu a investigação dos
fatos e a punição dos responsáveis pelas condutas indicadas.
E a decisão não parou por aí, pois determinou que continuem as iniciativas de
busca, sistematização e publicação de informação sobre a Guerrilha do Araguaia e sobre as
violações de direitos humanos ocorridos durante o regime militar.Como decorrência das
violações reconhecidas na sentença, a corte determinou ao Estado o pagamento de
indenizações por danos materiais, imateriais e por restituição de custas e gastos às vítimas
indicadas.Essa decisão na minha opinião absurda como já disse na introdução, pois a Corte
só viu um dos lados e não levou em conta que as vítimas eram guerrilheiros muito bem
armados, e quanto aos militares mortos em ação nada foi feito pois no Brasil impera o
revanchismo pois o governo da época e o atual são de esquerda e grandes admiradores dos
revolucionários.
A decisão prolatada no caso Guerrilha do Araguaia pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos declarou expressamente a impossibilidade de invocar disposições de
anistia, de prescrição ou excludentes de ilicitude para obstaculizar o cumprimento da
obrigação de investigar os fatos e punir os responsáveis por graves violações de direitos
humanos.

Conclusão
É de relevância apontar que o sistema jurídico brasileiro jamais tinha sido posto
a prova como no caso da Guerrrilha do Araguaia, pois um dos pedidos referiu-se
exclusivamente à revogação da Lei de Anistia, objeto de uma intensa discussão entre
instituições e atores estatais e sociais, sem a sedimentação de um entendimento
preponderante na sociedade brasileira.
O cumprimento da decisão da Corte no Brasil é de profunda dificuldade, mas
deixar o cumprimento das decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos sem
qualquer disciplina interna pode aumentar a distância entre o direito interno e da Corte
Interamericana.

Referências
- Fraga, Mirtro.O conflito entre tratado internacional e norma de direito interno.Rio de
Janeiro: Forense,1998;
-Krsticevic, Viviana. Reflexões sobre a execução das decisões do Sistema Interamericano de
Proteção dos Direitos Humanos: jurisprudência, instrumentos normativos experiências
nacionais.Rio de Janeiro:CEJIL,2009;
-Piovesan,Flávia.Direitos humanos e o direito constitucional internacional.São
Paulo:Saraiva;
-Varella, Marcelo D.Direito internacional público.São Paulo:Saraiva,2009.

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