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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – CCJ

Turno: NOITE

RELATÓRIO ACERCA DO III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE


TEORIA DO DIREITO E PRAGMATISMO JURÍDICO

Professora: Flavianne Nóbrega

Aluno: Rafael Lima Valença Turma: D2

RECIFE – PE

ABRIL/ 2017
A palestra escolhida para realização do relatório foi a do Doutor João
Maurício Adeodato, profundo conhecedor sobre o pragmatismo jurídico,
ciências culturais (como o Direito) e também dos mais variados aspectos
analíticos que norteiam a compreensão jurídica. A abordagem se deu
principalmente a partir de uma diferenciação entre a moral e o direito, o que
pode ser entendido nas explicações subsequentes:

Todo direito resulta de alguma concepção moral. O direito, de caráter


coercitivo, é a única ordem ética obrigatória para todos, já que a moral é
comum a toda a sociedade. A moral é diferente de acordo com a situação, já
que houve uma ampliação da esfera privada e uma crescente
"complexificação" social, que gera uma diluição moral na sociedade. Ela existe
de diversas formas, sendo cada vez mais difícil a resolução de conflitos a partir
de uma única direção moral.

Ipso facto, cabe aqui ressaltar as concepções generalistas de moral que


são tidas como fontes basilares mundiais e, até mesmo, universais, como é o
caso que temos ao na analisar o racismo, o sexismo e o genocídio como um
mal humano. Por vezes, essa mesma concepção lógica de moral assemelha-se
aos padrões matemáticos de lógica, segundo o professor João Maurício
Adeodato, “Se um baratão de uma galáxia distante é dito inteligente então
consegue compreender que e o sexismo e racismo são um mal, entende
também que, se A é maior que B e B é maior que C logo, A é maior”.

Já o Direito possui um ambiente ético comum, sendo muitas vezes


confundido com procedimento. Ele denota um conteúdo ético secundário,
sendo o procedimento formal (quem/como/o que) mais importante. Muitas
vezes, nota-se um asseverado distanciamento entre a moral comum e a moral
jurídica, a moral jurídica é um rigoroso processo cientifico, tendo uma forte
inspiração kantiana no que tange ao imperativo categórico, que é o método de
aferição da validade de certas concepções valorativas e axiológicas pela ampla
difusão e aceitação desse mesmo preceito, “boas leis aplicam-se a mim ao
mesmo tempo e da mesma forma que se aplicam aos outros”.

A visão normativa é aquela quer interferir na realidade que está por vir, o
futuro. Já a visão analítica se dirige ao presente de forma a descrever um
evento, tentando, dessa forma, abster-se de juízos de valor, em uma tentativa
de neutralidade. Não deve ser de forma escatológica, que significa prever como
o futuro será a partir de observações do passado. Existe uma desonestidade
intelectual quando se tenta impor algum pensamento. Ela representa uma
forma "pseudoanalítica".

Por fim, cabe ressaltar toda a competência do professor João Maurício


no que diz respeito à questão da retórica, como sendo um mecanismo capaz
de aferir a validade real das coisas. A saber, a retórica seria o método
discursivo-argumentativo que a ciência teria para fundamentar seus
argumentos. Ela é justamente uma ciência da argumentação, aliada aos
padrões analíticos de hermenêutica jurídica. Esses padrões são mecanismos
seguros e imparciais de compreensão do mundo como ele é e com sobriedade
para entender o mundo como ele deveria ser, livrando-se de qualquer
escatologia e normatividade.

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