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Lei 13.964/2019
Pacote Anticrime: as alterações do Código Penal pela
Lei 13.964/2019.
Vamos lá!
Legítima defesa
Art. 50 – A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada
em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as
circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas
mensais.
a) aplicada isoladamente;
A Lei de Execução Penal, por sua vez, cuida do tema em seu artigo 164:
Assim, o limite fixado pela lei foi de 30 anos para as penas de reclusão e de
detenção. É uma exigência constitucional, dada a vedação de penas de caráter
perpétuo, nos termos do artigo 5º, inciso XLVII, alínea b, da Lei Maior.
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode
ser superior a 40 (quarenta) anos.
Portanto, com a modificação legislativa, o limite fixado pela lei passou a ser de
40 anos para as penas de reclusão e de detenção, sendo que, se houver a
fixação de penas em montante superior ao máximo, elas devem ser unificadas
pelo juiz da execução, adequando-as ao teto.
Livramento condicional
III – comprovado:
Parágrafo único – Para o condenado por crime doloso, cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinquir.
Cumpre destacar que o artigo 83 foi modificado, em seu inciso III, pela Lei
13.694/2019, cabendo comparar ambas as redações:
Apesar de ainda não ter havido discussão doutrinária, entendo que o artigo 91-
A, acrescido pela Lei 13.964, de 24 de dezembro de 2019, trouxe mais
hipóteses de efeitos específicos da condenação:
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena
máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda,
como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença
entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o
seu rendimento lícito.
A lei exige o pedido expresso do Ministério Público, que deve ser feito por
ocasião da denúncia, inclusive com a indicação da diferença apurada entre o
patrimônio que o condenado possui e o que seria compatível com sua atividade
profissional e/ou econômica lícita.
Por fim, o parágrafo quinto do artigo 91-A do Código prevê uma regra
específica para os instrumentos utilizados para a prática de crimes por
organizações criminosas e milícias. Nestes casos, serão declarados perdidos
em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação
penal. Ainda se especifica que deve haver a perda ainda que tais instrumentos
não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública,
nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos
crimes.
Apesar de não haver menção a ser esse efeito automático ou não, a redação
indica a necessidade de decretação judicial (“deverão ser declarados
perdidos”), além de sua previsão estar em um artigo que menciona a
necessidade de determinação na sentença. Deste modo, entendo ser também
um caso de efeito não automático, que deve ser decretado pelo juiz de forma
expressa.
Art. 116 – Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
Celebrado o acordo de não persecução penal, que foi instituído, sem base
legal, por uma resolução do CNMP e, posteriormente, efetivamente criado pela
Lei 13.964/2019, fica suspensa a prescrição enquanto ele não for cumprido ou
rescindido.
Por fim, a prisão do indivíduo, por outro motivo, é uma causa suspensiva da
prescrição. Enquanto o agente estiver preso por delito diverso, a prescrição
não corre. Só voltará a correr quando ele for posto em liberdade, enfatizando
que ele deveria estar preso por motivo diverso, ou seja, não em razão do delito
cujo prazo prescricional estava suspenso.
Roubo
A Lei 13.964/2019 passou a prever mais uma majorante, que incide no caso de
emprego de arma branca:
Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência:
I – (revogado);
Vale recordar que o emprego de arma de fogo faz incidir a majorante do artigo
157, § 2º-A, com fração de 2/3.
Deste modo, entendo que as armas impróprias, que antes da Lei 13.654/2018
tornavam o delito majorado, não permitem a incidência da majorante do artigo
157, § 2º, VII. Só há causa de aumento de pena no caso de emprego de arma
branca, ou seja, de objetos fabricados para utilização como arma, como um
punhal ou canivete, ou, pelo menos, que tenham lâmina ou superfície cortante,
como uma faca de cozinha. De todo modo, será necessário acompanhar a
interpretação a ser dada pelo Judiciário.
Ademais, o parágrafo 2º-B do artigo 157, do Código Penal, foi introduzido pela
Lei 13.964/2019:
A pena do caput, de reclusão, de quatro a dez anos, e multa, deve ser aplicada
em dobro, ou seja, passa a ser de 8 a 20 anos de reclusão, se houver emprego
de arma de fogo de uso restrito ou proibido. Cuida-se de norma penal em
branco, de modo a depender da definição dada atualmente pelo Decreto
9.847/2019, que regulamenta a Lei 10.826/2003.
Estelionato
A Lei 13.964, de 24 de dezembro de 2019, introduziu o parágrafo quinto ao
artigo 171 do Código Penal, que, portanto, se aplica ao estelionato e a todas as
modalidades equiparadas (como a defraudação de penhor). Traz o dispositivo
hipóteses em que a ação penal passa a ser pública incondicionada:
II – criança ou adolescente;
Concussão