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SUMÁRIO
CONCURSO DE PESSOAS ................................................................................................................................. 2
PARTICIPAÇÃO ............................................................................................................................................... 2
MOMENTO EM QUE SE AUFERE A PARTICIPAÇÃO DO AGENTE .................................................................. 2
EXEMPLO 1: .................................................................................................................................................. 2
EXEMPLO 2: .................................................................................................................................................. 2
EXEMPLO 3: .................................................................................................................................................. 2
EXEMPLO 4: .................................................................................................................................................. 2
MOMENTO DO EXAURIMENTO DO CRIME .................................................................................................. 3
CODELINQUÊNCIA EM CRIME CULPOSO ....................................................................................................... 4
1ª CORRENTE (MAJORITÁRIA) ...................................................................................................................... 4
2ª CORRENTE ................................................................................................................................................ 4
3ª CORRENTE (MINORITÁRIA) ...................................................................................................................... 4
1ª CORRENTE (MAJORITÁRIA) ...................................................................................................................... 5
2ª CORRENTE ................................................................................................................................................ 5
3ª CORRENTE ................................................................................................................................................ 5
CONCURSO DE PESSOAS
PARTICIPAÇÃO
MOMENTO EM QUE SE AUFERE A PARTICIPAÇÃO DO AGENTE
A Doutrina Majoritária defende que a participação se dará até a consumação do delito.
Sob este viés, após a consumação, nenhuma conduta será considerada contributiva ou de
participação.
A depender do caso, o agente que ingressa na ação delituosa em momento posterior à
consumação, poderá, inclusive, ser autor de outro crime (diverso daquele inicialmente
praticado). Vejamos:
EXEMPLO 1:
A subtrai um veículo, ocasião em que pede auxílio a B, para que guarde o veículo.
Conclusão:
B não pode ser considerado partícipe, uma vez que sua participação foi posterior à
consumação do delito de furto. Nesse sentido, B responderá pela conduta descrita no art. 249
do CP, qual seja, o crime de favorecimento real.
EXEMPLO 2:
A vai até a oficina mecânica de B, alegando que seu carro precisa da substituição de uma
peça específica. Na ocasião, A sugere a B que subtraia de algum dos carros ali presentes a
referida peça, prometendo-lhe a compra.
B, conforme sugestão, subtrai a peça de um veículo e a vende para A.
Conclusão:
Em que pese A tenha realizado a compra de um produto furtado, ele não figurará – nesse
contexto – como autor do crime de receptação. Isso porque A contribui para o crime de furto
antes mesmo da sua consumação, sendo, portanto, considerado partícipe da conduta realizada
por B.
EXEMPLO 3:
A confessa para B que pretende subtrair veículo, mas que não o faz, pois não teria local
seguro para guardá-lo. Na ocasião, B oferece sua própria casa para guardar o veículo objeto de
furto.
Conclusão:
Nesse cenário, embora a conduta de B (de guardar o veículo) se dê em momento
posterior à consumação do crime de furto, ele não responderá por favorecimento real, mas
sim como partícipe do crime de furto realizado por A, uma vez que existia a promessa prévia
de ajuda futura, que, como estudado, configura participação.
EXEMPLO 4:
A confessa para B que pretende subtrair veículo, mas que não o faz pois não teria local
seguro para guardá-lo. Na ocasião, B oferece sua própria casa para guardar o veículo objeto de
furto. Após subtração, A leva o carro até o endereço de B, que o alerta sobre a impossibilidade de
utilização da garagem, que já estava ocupada.
Conclusão:
Nesse cenário, embora o auxílio de B (em emprestar a garagem) não tenha se
concretizado, ele será considerado partícipe do crime de furto, pois combinou previamente a
prática da conduta delituosa com A, bem como, realizou promessa prévia de ajuda futura.
Observa-se que:
José ingressou na ação antes mesmo do início da consumação do delito, propondo-se a
auxiliar.
Armando, ingressou na ação durante a sua consumação, com a tarefa de vigiar a vítima.
Plínio, por sua vez, ingressa na ação em momento posterior à consumação do delito, com a
tarefa de buscar os valores a título de resgate.
CONCLUSÃO:
José é coautor do crime de extorsão mediante sequestro. José ingressou em
momento anterior à consumação do delito, propondo-se a auxiliar em todos os
atos.
Armando, também é coautor, uma vez que ingressou na ação durante a
consumação do delito. Além disso, ele tinha domínio da ação, pois estava
restringindo a liberdade da vítima (que inclusive, é uma das condutas descritas no
tipo penal). Portanto, nesse cenário, Armando figura como coautor, e não
partícipe.
Plínio, por sua vez, teve seu ingresso na ação após a consumação do delito e antes
do exaurimento, portanto, neste contexto, é considerado partícipe.
ATENTE-SE!
O posicionamento supracitado NÃO É ADOTADO pela Doutrina Majoritária. Utilizando-
se do mesmo exemplo, a Doutrina Majoritária afirmará que Plínio não é partícipe, pois
ingressou na ação em momento posterior à consumação do delito.
Nesse cenário, para Doutrina Majoritária, Plínio não seria partícipe do crime de
extorsão mediante sequestro, mas sim, autor do crime de favorecimento real (ao buscar o
dinheiro/recompensa e garantir o produto do crime).
EXEMPLO:
A sugere que B dirija mais rápido para casa, pois quer assistir a um jogo de futebol. B, ao acatar
o pedido de A, acaba batendo o carro e ferindo uma pessoa.
Conclusão:
Para a corrente majoritária, A e B são coautores do crime culposo.
Para a segunda corrente, A é autor e B meramente partícipe (pela instigação).
Para a terceira corrente, não há codelinquência em crime culposo.
Há codelinquência em crime omissivo?
Assim como nos crimes culposos, observaremos 3 correntes distintas sobre o assunto.
Vejamos:
1ª CORRENTE (MAJORITÁRIA)
Para primeira corrente, admite-se apenas a participação.
2ª CORRENTE
Para a segunda corrente, admite-se tanto a coautoria como a participação.
3ª CORRENTE
A terceira corrente (que é minoritária) não admite coautoria nem participação. Isso porque a
partir do momento em que o agente viola o dever de agir, ele é, na verdade, autor do próprio
crime.
Vejamos:
EXEMPLO
Um grupo de amigos A, B e C, reunidos em uma lancha, percebem o afogamento de uma
criança próximo ao local em que estavam atracados. Nesse contexto, A decide salvar a criança
mas imediatamente é advertido por B, que estava com a perna engessada, a não salvar a
criança.
Na ocasião, C também se sente desencorajado a realizar a conduta de salvamento, razão
pela qual a criança, por não ter recebido socorro, acaba falecendo.
Conclusão:
Primeiramente, é válido destacar que a participação no crime omissivo é chamada de
DISSUASÃO, que significa convencer o outro a não atuar.
Conclusão:
Para a primeira corrente (majoritária), A e C não são coautores, pois o crime
omissivo não admite coautoria. Portando, cada um é autor do seu próprio crime.
Para a segunda corrente, B, que dissuadiu os demais a não prestarem socorro, é
partícipe, mas na hipótese de A e C mutuamente acertarem que não praticariam a
conduta de salvamento, ambos figuram coautores do crime omissivo.
OUTRO EXEMPLO PARA VISUALIZAR A COAUTORIA EM CRIME OMISSIVO:
A está preso por uma pedra que caiu de um desfiladeiro.
B percebe que sozinho não conseguirá afastar o objeto, ocasião em que pede ajuda para C.
No momento de salvar A, tanto B quanto C conjuntamente acabam desistindo de prestar
socorro à vítima, que vem a falecer.
CONCLUSÃO:
Nesse contexto, B e C sã coautores de um crime omissivo.