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1- é necessário verificar a natureza da transação, ou seja, se ela

advém de uma pena de multa ou de uma pena restritiva de direitos.

Assim, tratando-se de descumprimento de uma transação oriunda


de infração penal de menor potencial ofensivo apenada com multa
tem-se duas possíveis consequências:

a) execução na forma da Lei de Execuções Fiscais, aplicando-se por


analogia o disposto no art. 51 do CP ou
b) oferecimento de denúncia, caso se trate de ação penal pública.

Nestes casos não cabe a conversão em pena de prisão.

Para a hipótese de descumprimento de transação advinda de


infração penal de menor potencial ofensivo apenada com restritivas
de direitos, os autos devem retornar para o MP para o oferecimento
da denúncia, não sendo possível a conversão desta em pena de
prisão.

2- São hipóteses de arquivamento do inquérito policial: (a) ausência


de justa causa para a ação penal; (b) existência manifesta atipicidade
formal ou material do fato; (c) incidência manifesta de causa
excludente de ilicitude; (d) existência manifesta de excludente de
culpabilidade, salvo a inimputabilidade; (e) existência manifesta de
causa de extinção da punibilidade do agente (v.g., prescrição, morte
do agente etc.).

3- Segundo Renato Brasileiro, a colaboração premiada é


caracterizada como:
(...) técnica especial de investigação por meio da qual o
coautor ou partícipe da infração penal, além de além de
confessar seu envolvimento no fato delituoso, fornece aos
órgãos responsáveis pela persecução penal informações
objetivamente eficazes para a consecução de um dos objetivos
previstos em lei, recebendo, em contrapartida, determinado
prêmio legal.

tem-se que a colaboração premiada prevista pela legislação


brasileira, tal como ocorre na plea bargain, prevê que o
investigado ou réu assuma a culpa em relação a uma
determinada prática delitiva.

Os benefícios que podem ser conferidos ao colaborador de


acordo com a Lei de Organizações Criminosas são: diminuição
da pena em até 2/3 (dois terços) e progressão de regimes,
mesmo quando a colaboração for posterior à sentença;
substituição da pena restritiva de liberdade por pena restritiva
de direitos; sobrestamento do prazo para oferecimento da
denúncia ou suspensão do processo; por fim, poderá contar
com o perdão judicial e até mesmo conseguir o maior benefício
possível: o perdão ministerial, nos moldes do art. 4º, § 4º, da
LCO, o qual se caracteriza pelo não oferecimento de denúncia
pelo Ministério Público.

em conformidade com o art. 4° da Lei nº. 12.850 /2013, as


informações prestadas em sede de colaboração premiada
precisam permitir: I – a identificação dos demais coautores e
partícipes da organização criminosa;

II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas


da organização criminosa;

III – a prevenção de infrações penais decorrentes das


atividades da organização criminosa;

IV – a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito


das infrações penais praticadas pela organização criminosa;

V – a localização de eventual vítima com a sua integridade


física preservada.
A celebração de colaboração premiada não constitui um direito
subjetivo do colaborador: esse só se caracteriza com a
possibilidade de celebração de acordo de colaboração
premiada, sendo que o respectivo acordo só será realizado se
cumpridos todos os requisitos estipulados pela Lei, e se, após
análise de conveniência e oportunidade da obtenção de novas
informações pelo órgão investigador (eficácia objetiva da
colaboração premiada), houver a conclusão de que as
informações colhidas poderão ser úteis.

4- A extinção da punibilidade acontece quando, verificada alguma


das hipóteses extintivas de punibilidade previstas na legislação
brasileira, não há mais como se impor ao réu ou condenado a sanção
cominada ou aplicada. Ou seja, perde-se o direito de impor sanção
penal.

Exemplos:

Pela morte do agente – art. 107, I, do Código Penal

Anistia, Indulto Coletivo e Indulto Individual (Graça) – Art. 107, II,


do Código Penal

Abolitio Criminis – Art. 107, III, do Código Penal

Prescrição – art. 107, IV, do Código Penal

Decadência – art. 107, IV, do Código Penal

Perempção – art. 107, IV, do Código Penal

Renúncia ao direito de queixa ou perdão do ofendido – art. 107, V,


do Código Penal

Retratação do agente – art. 107, VI, do Código Penal

Perdão judicial – art. 107, IX, do Código Penal


O perdão judicial é causa extintiva de punibilidade reconhecida na
sentença condenatória.

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