Você está na página 1de 12

Índice

1. Introdução...............................................................................................................................1

1.1. Objectivos.......................................................................................................................1

1.1.1. Objectivo geral......................................................................................................1

1.1.2. Objectivos específicos...........................................................................................1

1.2. Metodologia....................................................................................................................1

2. Instituto jurídico......................................................................................................................2

2.1. Conceitos gerais do termo instituição.............................................................................2

2.2. Tipos de instituições jurídicas.........................................................................................3

2.3. Os institutos de direito romano.......................................................................................4

2.3.1. Das coisas..............................................................................................................4

2.3.2. Da posse................................................................................................................5

2.3.3. Da propriedade......................................................................................................6

2.3.4. Da falência............................................................................................................7

2.3.5. Do casamento........................................................................................................8

2.3.6. Do divórcio...........................................................................................................8

3. Conclusão..............................................................................................................................10

4. Referências bibliográficas.....................................................................................................11
1. Introdução

O presente trabalho visa abordar conteúdos sobre o Instituto Jurídico. Porém, o Instituto
Jurídico é o termo utilizado pelo Direito para denotar que determinada situação, medida,
condição ou fato é algo tão especial para a vida em sociedade, que deve ser tratado como um
“instituto jurídico” que merece um tratamento diferenciado. Casamento, posse, falência e
divórcio, por exemplo, são institutos jurídicos, pontos sobre os quais tanto a lei como a
doutrina e a jurisprudência têm algo a dizer, considerando-os isoladamente e determinando
algumas regras para a sua exacta definição e localização no mundo jurídico. Nas páginas a
seguir, estão presentes os aspectos mais importantes que versam sobre o tema que tem por
finalidade facilitar a compreensão do mesmo.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Compreender o Instituto Jurídico.

1.1.2. Objectivos específicos


 Apresentar os conceitos gerais do termo instituição;
 Indicar os tipos de instituições jurídicas;
 Explicar os institutos de direito romano.

1.2. Metodologia

Para fazer face a realização do trabalho foi necessário a consulta de fontes de modo a adquirir
informações que versam sobre o conteúdo em estudo. As tais fontes incluem manuais físicos
que se referem a livros e trabalhos realizados anteriormente e manuais electrónicos adquiridos
por via da internet e os seus respectivos indicadores estão presentes na última página do
trabalho, onde estão pontuados como referências.

1
2. Instituto jurídico
2.1. Conceitos gerais do termo instituição

O termo instituto vem das institutiones, as institutas, de Justiniano, o imperador bizantino, de


Constantinopla, do Império Romano do Oriente, que, no século VI, depois da queda de Roma
e do equivalente Império do Ocidente, mandou coleccionar todo o conhecimento adquirido
pelo Direito Romano nos séculos anteriores, a fim de segui-los e preservá-los para a
posteridade. Por este motivo, usa-se até hoje o termo “instituto”, lembrando que são matérias
e valores ancestrais que têm a transformação própria do seu tempo, mas continuam fiéis, pelo
menos em essência, à maneira como foram instituídas no passado romano.

Assim, é possível a identificação, no ordenamento pátrio, da influência trazida por estes


institutos, seja na lei ou mesmo na doutrina e jurisprudência. Para a vida em sociedade, o
Homem deve organizar-se sob determinada ordem, ainda que aparentemente essa ordem não
exista.

No dizer de Goffredo Telles Júnior (2002), toda ordem, evidentemente, é uma disposição.
Uma disposição conveniente, certa disposição, tal como os livros numa biblioteca.

A desordem também é uma ordem, ainda que seja uma ordem que não apreciamos que não
desejamos. Desse modo, a existência e a convivência do Homem gravitam em torno de
instituições, materiais e imateriais, que estabelecem certa ordem, as quais concedem
estabilidade e tornam possível a existência. Trata-se das estruturas jurídicas que são mais ou
menos duradouras. As instituições e os institutos fazem parte dessas estruturas.

O termo instituição possui várias acepções. No sentido etimológico pode definir-se como o
que está presente ou permanece em evolução na sociedade. Aquilo que está ou foi instituído.
Entende-se como o estabelecimento ou a fundação de alguma coisa: instituição de uma
monarquia; de uma presidência. Na corrente linguagem, em geral, faz-se referência à
instituição em vários sentidos, como um complexo de leis, de costumes, de normas, como
uma obra material ou imaterial.

No campo jurídico, deve ser entendida a instituição como um conjunto de princípios, um


entrelaçamento de costumes, usos e sentimentos, pelos quais se exercem controles sociais e se
satisfazem necessidades e desejos das pessoas em sociedade (Lima, 2002).

2
Ainda, ora um conjunto mais ou menos extenso de normas que, subordinadas a princípios
comuns, disciplinam determinado tipo de relações sociais, ora a realidade social que lhe está
na base (Justo, 2001).

O termo instituição nos dá a ideia de um conjunto de normas estáveis que obedece a regras
específicas e se organiza como um corpo social, para certas finalidades. A instituição, em
geral, pode ter carácter político, religioso, económico etc.

As instituições são o conjunto de pilares estabelecidos pelo costume, pela razão e pelos
sentimentos que alicerçam a sociedade, sustentando-a (Secco, 2001).

Suas funções são vitais para a compreensão do Direito porque auxiliam a resolver os
problemas da sociedade e dos homens que a integram. A instituição torna possível a
estabilidade normativa que é essencial para o sentido de adequação social que busca o
Direito.

2.2. Tipos de instituições jurídicas

Há instituições primárias ou fundamentais e secundárias. As principais instituições da vida


social são a família, a propriedade e o Estado. Todos os campos do direito gravitarão de uma
forma ou de outra, directa ou indirectamente, em torno delas.

As instituições secundárias, como, por exemplo, a Igreja, o Congresso, os tribunais, os


sindicatos, as universidades, cumprem seu papel de importância no campo jurídico, com
maior ou menor participação em nossa existência, complementando as instituições
fundamentais.

Decorrentes da mesma raiz etimológica, com frequência os textos se referem aos institutos
jurídicos. Tendo a mesma compreensão da instituição, o instituto apresenta menor grau de
extensão, mas a mesma compreensão. Trata-se de um complexo normativo menor (Justo,
2001).

Cuida-se de uma entidade autónoma de Direito, com suas próprias normas reguladoras, que a
colocam como uma entidade autónoma para fins de estudo e disciplina jurídica, dentro do
direito privado ou do direito público. Assim, por exemplo, se a propriedade é uma instituição,
a posse é um instituto; se o Congresso é uma instituição, o impeachment do Presidente da
República, que se inclui entre as atribuições do Congresso, é um instituto. Sob esse prisma,
portanto, a falência, o usufruto, a tutela e curatela, a prescrição e decadência, por exemplo,

3
são institutos de direito material; a intervenção de terceiros, o recurso de apelação e de agravo
de instrumento, a execução são institutos de direito processual.

Para a vida em sociedade o ser humano tem necessidade de estabelecer ordens, sob o pálio
dos institutos e das instituições. Por essa razão, o Homem situa-se em ordens religiosas,
éticas, morais e jurídicas. A ordem jurídica, que ora se estuda, recebe, sem dúvida,
informação e interferências de ordens de outra natureza, pois a conduta social deve ser vista
permanentemente como um todo. A ordem jurídica identifica-se com o conjunto de normas
em vigor num Estado. Sob esse prisma, a ordem jurídica confunde-se com o sistema jurídico.
O sistema é mais amplo do que o ordenamento positivo de um país, pois incluem também as
normas consuetudinárias, a jurisprudência, os princípios gerais.

As normas jurídicas são escalonadas dentro de um princípio hierárquico. Há normas


superiores que devem prevalecer sobre normas inferiores. Assim, as normas constitucionais
devem prevalecer sobre as leis ordinárias; estas, por sua vez, se sobrepõem aos regulamentos.
As normas inferiores devem estar em harmonia com as superiores.

2.3. Os institutos de direito romano

A História, em seus grandes ciclos e nos fenómenos sociais de carácter geral, se reproduz em
ondas de contornos idênticos, como afirmam conceituados estudiosos do Direito Comparado.

Desta forma, apesar de as estruturas sociais romanas não se terem transportado até os nossos
dias de forma inalterável, é necessário observar que muitos dos valores sociais romanos e a
própria noção do Direito se reproduziram nas civilizações vindouras, se propagaram na área
mediterrânea, infiltraram-se no Reino Franco, na Península Ibérica, popularizando-se a partir
do século XII, vindo a se alastrar, mais tarde, ao Novo Mundo, através das grandes
navegações, pouco perdendo sua força inicial e a nitidez de inúmeros princípios consagrados,
sobretudo no campo do Direito de Obrigações, em cláusulas contratuais, no Direito de Família
regulando a sucessão hereditária e também em outros institutos da ciência jurídica, sobretudo
na área do direito privado, uma vez que no direito público esta influência teve dimensões bem
mais reduzidas.

2.3.1. Das coisas

Segundo a concepção de Moreira Alves (1983), há duas possíveis acepções para o termo
“coisa”: a vulgar, onde seria tudo o que existe na natureza, ou que a inteligência do homem é

4
capaz de conceber e a jurídica, na qual coisa é aquilo que pode ser objecto de direito
subjectivo patrimonial.

A definição jurídica reflecte exactamente a ideia de “coisa” na actualidade, já tendo sido


anteriormente apregoada pelos Romanos. Interessam ao Direito somente os bens, que são as
coisas na acepção jurídica, estando regulados seus tipos no Código Civil pátrio. Traz, a lei
civil, variadas classificações dos bens, que servirão de base para dividir o direito em
diferentes situações fáticas. Estas classificações baseiam-se em diferentes critérios, já tendo
sido pensadas pelos romanos.

Inicialmente, quanto à possibilidade de deslocamento sem alteração da substância da coisa


nem da destinação económico social, os bens são classificados em móveis, se possível tal
deslocamento, e imóveis quando não, ou quando a lei estabelecer que assim sejam tratados.

Esta divisão já era usada em Roma, embora não houvesse exacta definição, representando
basicamente a ideia acima ensejada. Havia ainda a divisão entre bens singulares, quando
mesmo reunidos consideram-se apenas um e universais, quando vários singulares reunidos de
uma mesma pessoa para destinação específica.

2.3.2. Da posse

Houve um tempo em que a propriedade e a posse se encontravam confundidas entre os


romanos. Posteriormente, distinguiu-se, pertencendo, até os dias de hoje, aos jurisconsultos
romanos, a glória de terem criado a Teoria da Posse.

O desenvolvimento da ideia de posse no direito romano constitui-se em uma das mais árduas
e difíceis investigações históricas dos pesquisadores do Direito ao longo da humanidade.
Tudo isso em virtude da deficiência dos arquivos jurídicos dos primeiros tempos de Roma,
sendo certo que todos os institutos e, principalmente, a posse experimentaram notáveis
alterações ao entrar na compilação justiniana.

Várias são as teorias imaginadas para explicar a diferenciação entre posse e propriedade do
direito romano. A principal corrente acerca do assunto defende que a posse desenvolveu-se
em Roma, como uma consequência do Direito de Clientela. Os patrícios faziam concessões de
terras aos seus clientes, conferindo-lhes a posse e reservando a propriedade. Os clientes, não
podendo defender a terra como proprietário, defendiam-na como possuidores.

5
Muito se discute acerca do conceito mais adequado a ser dado para a posse, variando de
acordo com a exigência ou dispensa de certos elementos caracterizadores. Na apresentação do
conceito de posse, define-se posse como sendo o poder físico, material, de fato, sobre uma
coisa corpórea, distinto e separado do poder jurídico, propriedade, sobre ela, evidenciando a
vinculação da posse ao fato e da propriedade ao direito. Neste prisma, duas são as principais
teorias: a subjectiva e a objectiva.

Na concepção de Savigny (1866), através da teoria subjectiva, só se tem efectivamente a


posse quando reunidos o corpus, poder corpóreo sobre a coisa, o efectivo domínio material
sobre ela e o animus domini, um elemento psíquico que, no direito justiniano, é o desejo de
ser proprietário ou de se transformar em dono da coisa.

Assim, é necessário que o possuidor tenha a vontade de ser proprietário da coisa, onde, sem a
qual estaria configurada uma mera detenção. Essa teoria exige, pois, para que o estado de fato
da pessoa em relação à coisa se constitua em posse, que ao elemento físico, corpus,  venha
juntar-se a vontade de proceder à coisa como procede ao proprietário, affectio tenendi, mais a
intenção de tê-la como dono, animus domini.

A teoria objectiva sustenta que é necessário para a posse apenas o corpus e o animus tenendi,
ou seja, a vontade de possuir. Assim, para ser possuidor, prescindível é a caracterização
do animus domini. Nessa concepção, a distinção entre corpus e animus é irrelevante, pois a
noção de animus já se encontra na de corpus, sendo a maneira como o proprietário age em
face da coisa que é possuído.

A posse pode ser mantida ou restituída através de acção própria, mas outrora se usavam para
tanto os interditos possessórios, institutos que deram origem as actuais acções possessórias.

2.3.3. Da propriedade

Sucintamente, propriedade pode ser conceituada como sendo o pleno poder sobre a
coisa, plena in re potestas. Tal conceito decorre de somente a propriedade poder apresentar
todos os direitos sobre a coisa, ou seja, o de ser possuidor, jus possidendi, usar, jus utendi,
fruir, jus fruendi, e, exclusivamente, modificá-la, reformá-la, vendê-la, jus abutendi.

No prisma de Iglesias (1990), a propriedade é um direito real, absoluto, exclusivo, oponível e


irrevogável, salvo nos casos lícitos de limitação, uma vez que recai sobre uma coisa. A
propriedade é assim o mais amplo poder que um sujeito pode exercer sobre a coisa, a mais
perfeita relação de subordinação de um bem a um particular. Tem, desta forma, ampla
6
protecção jurídica, como o direito de reavê-la de quem injustamente a possua ou detenha.
Pode exercer todos os direitos sobre a coisa, dentro de certas limitações.

O direito romano, apesar de defender o carácter absoluto do direito de propriedade já trazia


algumas destas limitações, aumentadas com o tempo em função do carácter social que deve
ter a propriedade. Essas eram divididas por Iglesias “em relaciones de vecindad e
limitaciones de Derecho Público”, segundo o factor que as dá origem. Entre as primeiras
temos a limitação de altura de edifícios e, nas públicas, podemos falar da tolerância da
navegação em seus rios pelos proprietários.

Hoje, nossa carta magna consagra a função social da propriedade como um de seus preceitos
básicos, o que legitima, dentre outras possibilidades, a desapropriação de áreas rurais
improdutivas para fins de reforma agrária, etc.

2.3.4. Da falência

No Direito Romano, a obrigação era essencialmente pessoal, isto é, na falta de cumprimento,


o devedor respondia com o seu próprio corpo e não com o património. Não se exigia a
intervenção do Estado, pois todo problema era resolvido pelas próprias mãos dos credores. A
fase mais primitiva do direito romano foi o direito quiritário, época essa, que a pessoa do
devedor era adjudicada ao credor e reduzida a cárcere privado. O direito quiritário (período
mais primitivo do direito romano) admitia a adjudicação do devedor insolvente que, por
sessenta dias, permanecia em estado de servidão para com o credor. Não solvido o débito,
podia vendê-lo como escravo no estrangeiro e até mesmo matá-lo.

A partir da Lei das XII Tábuas se delinearam a execução singular e a execução colectiva,
sendo essa fase de grande contribuição do direito romano a este instituto. No ano de 428 ou
441 a.c surgiu a Lex Poetelia Papiria, onde os bens do devedor e não mais o seu corpo passa
a constituir garantia dos credores.

Depois, no ano de 149 a.c, surgiu a Lex Aebutia, que fez substituir o processo das legis
actiones, pelo processo formular, atribuindo ao pretor a possibilidade de redigir uma
“formula”, espécie de programa de averiguação dos fatos e de sua valorização, a fim de serem
julgados pelo juiz. Á vista da bonorum sectio, instituiu a missio in
bona ou missio possessionem, que consistia no desapossamento dos bens do devedor, a
pedido do credor e por ordem do magistrado. Perdia, então o devedor a administração de seus
bens, que passavam ao curador, nomeado pelo magistrado. O credor dava, então, publicidade

7
a missio, bonorum proscriptio, para que os outros credores pudessem vir a concorrer, dentro
de trinta dias.

Se passado esse prazo, o devedor não solvesse seus compromissos, o curador


alienava, bonorum venditio, ao melhor ofertante, bonorum emptor, o património do devedor e
que o sucedia a título universal e respondendo, consequentemente, pelas obrigações
assumidas pelo devedor, pagando proporcionalmente caso o activo fosse insuficiente para a
satisfação completa de todos e obedecendo a mais perfeita igualdade. Se o devedor preferisse,
podia usar da cessio bonorum, isto é, fazer cessão de seus bens ao credor que podia vendê-los
separadamente por intermédio do curador, bonorum distractio, a fim de pagar, em rateio aos
demais credores.

2.3.5. Do casamento

“As núpcias são a união do homem e da mulher, o consórcio de toda a vida, a comunicação do
direito divino e humano”. Nessa concepção, de carácter muito mais social do que jurídico, há
três termos que se completam: união, consórcio e comunicação. Dessa forma, estão presentes
alguns princípios importantes: o casamento monogâmico, indissolúvel e uma implicação entre
as exigências do direito humano e do direito divino.

No Direito Romano, apresentam-se dois tipos de casamento: Cum Manu e Sine Manu.

No casamento Cum Manu, a mulher estava sujeita a forte autoridade do marido, sendo


considerada sua propriedade; a mulher renunciava a seus costumes, crenças e património para
incorporar-se a família do marido, abraçando as crenças e costumes dele; a mulher desligava-
se da Patria  Potestas, passando ao poder do marido, Pater Famílias.

Com o passar do tempo, em consequência de uma nova visão da vida, que gerou uma nova
concepção do instituto do casamento, a autoridade forte do marido passou a ser cada vez
menos aceita e o casamento Cum Manu cedeu lugar ao casamento Sine Manu. Nesse novo
tipo de casamento, a autonomia da mulher passou a ser preservada tanto no aspecto
patrimonial, como no de suas crenças e costumes.

2.3.6. Do divórcio

No Direito Romano, o instituto do divórcio, Divortium, acontecia mediante o consentimento


recíproco; em caso contrário, havia o, Repudium, para os casos graves como adultério. No

8
casamento Cum Manu, só o marido podia repudiar, a mulher não tinha igual direito; no
casamento Sine Manu, o repúdio podia ser exercido tanto pelo homem como pela mulher.

Durante toda a história de Roma, cerca de XIII séculos, sempre o divórcio foi plenamente
permitido e praticado, como já o tinha sido pelos outros povos da antiguidade. Foi só na Idade
Média, com o advento do Cristianismo e o domínio total da Igreja, que o casamento foi
estabelecido como sacramento e as acções de divórcio passaram a ser dificultadas.

O casamento moderno, em geral, surge de acto consensual rigidamente solene, celebrado


diante de autoridade competente, e só se dissolve pela morte ou pelo divórcio em países que o
admitem. No Brasil, só a partir de 1975 passou a existir o divórcio. Assim, a sociedade
matrimonial não pode dissolver-se, sem mais, pela simples vontade de um dos cônjuges, daí
falar-se em vínculo conjugal.

No Direito Romano, segundo nos ensina Cretella Jr (1988), para que surgisse o casamento,
bastava á vontade inicial dos membros sem quaisquer formalidades jurídicas, somente a partir
do período pós-clássico passou a existir certo formalismo e o matrimónio só durava até que
um dos cônjuges decidisse rompê-lo, a qualquer tempo, sem formalidades e independente da
existência de motivos previstos em lei.

9
3. Conclusão

Com base na realização do presente trabalho, conclui-se que o termo instituição possui várias
acepções, no sentido etimológico pode definir-se como o que está presente ou permanece em
evolução na sociedade. Na corrente linguagem, em geral, faz-se referência à instituição em
vários sentidos, como um complexo de leis, de costumes, de normas, como uma obra material
ou imaterial. No campo jurídico, deve ser entendida a instituição como um conjunto de
princípios, um entrelaçamento de costumes, usos e sentimentos, pelos quais se exercem
controles sociais e se satisfazem necessidades e desejos das pessoas em sociedade. Pois o
termo instituição nos dá a ideia de um conjunto de normas estáveis que obedece a regras
específicas e se organiza como um corpo social, para certas finalidades. A instituição, em
geral, pode ter carácter político, religioso, económico etc. Percebeu-se também a magna
importância do Direito Romano, o qual deu origem a institutos que influenciaram as normas
jurídicas da grande parte dos países ocidentais e que deixa um legado profundo para toda a
humanidade.

10
4. Referências bibliográficas

 Almeida, Amador Paes (1998). Manual das Sociedades Comerciais. 10 ed. São


Paulo: Saraiva.
 Cavalcante, Davi Tiago (2003). Da influência dos institutos romanos no Direito
Real Hodierno. Universo Jurídico. Belo Horizonte.
 Correia, Alexandre; Sciascia, Gaetano (1994). Manual de Direito Romano. Rio de
Janeiro: Sedegra.
 Cretella JR, José (1988). Curso de Direito Romano. Rio de Janeiro: Forense.
 Forster, Nicolas (2002). Influências do Direito Romano nas culturas jurídicas
Austríaca e Brasileira sob o prisma historico. Verbreited mit Unterstützung der.
 Iglesias, Juan (1990). Derecho Romano – Historia e instituciones. Barcelona:
Ariel.
 Ihering, Rudolf Von (2002). Teoria Simplificada da Posse. São Paulo: Edipro.
 LacerdA, José Cândido Sampaio de (1973). Manual de Direito Falimentar. 14 ed.
Rio de Janeiro: Freitas Bastos.
 Modestino apud Wald, Arnoldo (2002). O Novo Direito de Família. 14 ed. rev.
atual. ampl. São Paulo: Saraiva.
 Moreira Alves, José Carlos (1983). Direito Romano. Rio de Janeiro: Borsoi.
 Savigny, Frédéric Charles de (1866). Traité de la Possession en Droit Romain. vol
1. 7 ed. Paris: Auguste Durand.
 Souza, António José Ferreira Marnoco e (1910). História das Instituições do
Direito Romano, Peninsular e Português. 3 ed. Coimbra: França Amado.
 Venosa, Sílvio de Salvo (2009). Introdução ao estudo do direito: primeiras linhas.
2ª edição. São Paulo: Atlas. (p. 34-35).

11

Você também pode gostar