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Teorias e Modelos de Comunicação

Modelos de Comunicação

A comunicação é um aspecto importante das nossas vidas. É


difícil imaginar uma vida onde não há absolutamente nenhuma
comunicação, sendo mesmo impossível ter uma vida sem
comunicação. Uma boa capacidade de comunicação é uma mais-valia
e pessoas com boa capacidade de comunicação são um trunfo para
qualquer sociedade empreendedora.

Os seres humanos são considerados animais sociais. A


comunicação é a base sobre a qual as sociedades podem ser
construídas, uma vez que permite aos organismos interagir de forma
produtiva. O termo é definido como o acto ou processo de troca de
ideias, mensagens e informações, como a fala, sinais ou escrita. A
qualidade da comunicação é marcada pela sua eficácia.

Assim, a comunicação “ é o processo vital através do qual


indivíduos e organizações se relacionam uns com os outros,
influenciando-se mutuamente”, segundo Thayer; por sua vez e
reportando outro autor, educação “ designa e engloba todos aqueles
factores humanos nos quais se dá um processo de criação ou
transmissão de informação e cujo protagonista é o homem que
assimila tal informação’’. Estas duas definições estão fortemente
ligadas, pois nenhuma das duas faria sentido sem o contributo de
cada uma. Isto denota-se no facto da educação não fazer sentido
sem haver comunicação sem a existência de actos da mesma; assim
como a comunicação não pode prescindir da educação, pois o
indivíduo precisa de ser munido da capacidade de desenvolver
símbolos, para se expor, comunicar e deste modo cooperar para a
construção de fundamentos culturais da sociedade.

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A comunicação constitui, assim a ferramenta mais importantes


que os professores têm à sua disposição para desempenhar as suas
funções de educadores e transmissores de conteúdos.

Vejamos agora o conceito de modelo: representa uma forma


ideal, nos modelos da comunicação abordados cada modelo procura
mostrar os principais elementos de qualquer estrutura ou processo e
as relações entre esses elementos.

Neste trabalho far-se-á uma abordagem sobre os seguintes


modelos de comunicação:

1. Modelos de base linear ou de informação

2. Modelos de base cibernética ou circular

3. Modelo de comunicação de Massas

4. Modelos culturais ou socioculturais

1. Modelos de Base Linear ou de Informação

Modelos lineares porque dissociam as funções do emissor e do


receptor e apresentam a comunicação como sendo a transmissão de
mensagens entre esses dois pontos e num único sentido.

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1.1. Modelo de Base Linear de Lasswell

Toda a investigação que está interligada com a comunicação foi


marcada por um artigo onde se descreve o acto de comunicar,
publicado em 1948 pelo americano Harold Lasswell. Este mesmo
artigo dividia o acto da comunicação em 5 partes, sendo cada parte
representada por um elemento. Segundo Lasswell descrever o
processo de comunicação é seguir um trajecto unidireccional, é
responder as seguintes questões: a quem, diz o quê, por que canal, a
quem e com que efeito. Quem, diz respeito ao emissor, aos factores
que dão início e orientam o acto; Diz o quê, é a mensagem, aqui
integra-se uma análise do conteúdo; por que canal, é o meio, com
esta pergunta e através de uma análise dos meios ficamos a saber se
são meios interpessoais ou de massas; a quem, são as pessoas
atingidas por esses meios, esta pergunta envolve uma análise da
“audiência”; e por último, com que efeito, diz respeito ao impacto
exercido pela mensagem sobre a “audiência”.

Figura 1- Fórmula de Lasswell com os elementos correspondentes do processo de


comunicação.

Figura 2- Fórmula de Lasswell com os correspondentes campos da investigação no domínio


da comunicação.

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1.2. Modelo Linear de Shannon e Weaver

Quase na mesma altura que Lasswell apresentou as cinco


perguntas, os teóricos Shannon e Weaver surgem com novos
estudos, sendo estes influenciados pelo primeiro.
A teoria destes é essencialmente matemática, esta vai permitir
estudar a quantidade de informação que uma mensagem é detentora
e a capacidade de transmissão de um determinado canal.
O modelo de Shannon e Weaver é também um modelo linear,
constituído por seis elementos, estes foram inicialmente gerados para
apresentar aspectos técnicos das telecomunicações mas
posteriormente foram alargados às ciências sociais e humanas.
Segundo esta teoria matemática a comunicação estabelece-se
perante uma fonte de informação sendo esta o momento da produção
da mensagem, esta mensagem é transformada pelo transmissor para
posteriormente prosseguir com o envio dessa mensagem por um
canal, aqui surge um novo termo a fonte de ruído, esta não é
desejada pela fonte, pois vai distorcer a mensagem. De seguida a
mensagem é enviada para o receptor, este recebe o sinal transmitido
pela fonte para poder alcançar o ponto de achegada, o destino.

Figura 3- Modelo matemático de Shannon e Weaver descreve a comunicação como um


processo linear, unidireccional.

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2. Modelos de Base Cibernética ou Circulares

Os modelos referidos de seguida são aqueles que integram a


retroacção ou feedback como elemento regulador da circularidade da
informação. O facto de serem considerados cibernéticos é o de
incluírem no seu processamento da informação o elemento da
retroacção.

2.1. Modelo de comunicação Interpessoal de Schramm

Os modelos que se enquadram neste contexto de comunicação


traduzem uma comunicação numa situação de interacção face-a-face,
consistindo em eventos de comunicação oral e directa.

Figura 4- Processos de comunicação interpessoal.

Schramm acrescenta aos modelos lineares uma nova dimensão,


na medida em que através da retroacção vai haver um intercâmbio e
inter-influência que cada um exerce sobre o outro. De acordo com
Schramm o acto comunicativo é interminável, afirma que é erróneo
evidenciar que o processo de comunicação tem um início e um fim
determinado.

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Neste modelo, tanto o emissor como o receptor são capazes de


“codificar” e “descodificar”, ou seja, ambos conseguem emitir e
interpretar as mensagens. O conceito de feedback equipara-se ao de
reacção, na medida em que quando se recebe a mensagem vai-se
reagir de acordo com o que recebeu.

Figura 5- Modelo de Schramm que faz a transição entre os modelos lineares para os
modelos cibernéticos.

2.2. Modelo Circular de Jean Cloutier

Jean Cloutier é o autor mais representativo desta corrente


comunicativa, este teórico defende que o esquema de Emerec não é
estático e que assenta no seguinte: em primeiro lugar, Jean Cloutier
afirma que todos os esquemas são orientados a partir de cada
Emerec, ou seja, a partir de cada indivíduo que recebe ou emite
informação. Informação que só consegue ser concretizada se a
linguagem e a mensagem estiverem indissociáveis, pois é a
linguagem que permite encarnar uma mensagem. Defende também
que é fulcral a existência do médium, ou meio, visto que só através
deste é possível transportar as mensagens no tempo e no espaço

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3. Modelos da Comunicação de Massas

Foram inseridos nos modelos de base cibernética devido ao


facto dos meios de comunicação se basearem na retroacção como
elemento regulador da sua boa aceitação por parte dos seus públicos.

3.1. Modelo Geral de Comunicação – Gerbner

Gerbner é o teórico de um modelo apresentado pela primeira


vez em 1956, este caracteriza-se pelo poder de apresentar formas
diferentes em função do tipo de situação de comunicação que
descreve.
Este modelo tem a vantagem de poder ser utilizado para
variados fins, pode descrever a comunicação mista entre humanos e
máquina bem como pode ser usado para diferenciar áreas de
investigação e construção teórica.

Figura 6- Modelo geral de comunicação de Gerbner.

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3.2. Modelo da Comunicação de Massas de Schramm

No modelo deste teórico as mensagens são inúmeras mas


idênticas, o emissor é colectivo, são ao mesmo tempo, o organismo e
os mediadores que dele fazem parte. As operações de codificação,
interpretação e descodificação existem e são obra de vários
especialistas que utilizam fontes exteriores (por exemplo num jornal
serão os despachos das agências, as informações recolhidas pelos
jornalistas) e têm em conta a retroacção ou o feedback induzido
(dando o mesmo exemplo do jornal, tal será observado pelas cartas
dos leitores ou pelo numero de tiragem).

Figura 7- Modelo de Schramm adaptado à comunicação de massa.

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3.3. Modelo do Processo de Comunicação de Massas –


Maletzke

Através deste modelo, Maletzke evidencia a extensão do


processo de comunicação de massas com base nas suas implicações
sociopsicológicas.
Maletzke no seu esquema apresenta alguns elementos já
abordados anteriormente, Comunicador, Mensagem, Meio e Receptor,
adicionando mais dois elementos que surgem entre o meio e o
receptor. Um deles é a pressão ou constrangimento causado pelo
meio, este teórico defende que o dia-a-dia do receptor é
completamente influenciado pelas características, princípios e
conteúdos do meio. O outro é a imagem que o receptor tem desse
mesmo meio influência a sua escolha relativamente aos conteúdos.

4. Modelos Culturais ou Socioculturais

4.1. Modelo Cultural de Edgar Morin

Ao contrário dos modelos anteriores, os investigadores


franceses centram a comunicação tendo em conta a vertente da
cultura de massas e na sociedade em si, visam uma concepção
sociocultural. Um desses investigadores foi Edgar Morin, este foca-se
na cultura de massas, bem como no fenómeno do consumo cultural,
segundo este teórico, a cultura de massas é gerado através do
processo dialéctico englobado em três elementos inteiramente
relacionados, criação, produção e consumo.

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4.2. Modelo Cultural de Abraham Moles

O modelo deste investigador insere-se numa perspectiva


cibernética, ele defende que estamos perante uma sociodinâmica da
cultura, na medida em que há uma interacção constante entre a
cultura e o meio a que ela pertence.

Segundo Abraham Moles a comunicação está envolvida em


quatro elementos, o macro-meio representa a sociedade em si,
integrado nela está o criador, este é aquele que age, tem como
objectivo desenvolver ideias novas, desempenhando assim actividade
em todos os ramos em função de um micro-meio, sendo este
entendido como um sub-conjunto da sociedade, através dos mass-
media.

Bibliografia:

http://www.bocc.ubi.pt/pag/fidalgo-semiotica-modelos.html

http://www.iep.uminho.pt/tcei/material/powerpoint%20%20modelos%20comunica%C3%A7%
C3%A3o%20.pdf

Freixo, Manuel João Vaz, Teorias e Modelos de Comunicação, Lisboa:


Instituto Piaget, 2006

Trabalho realizado, no âmbito da disciplina de Teorias e Modelos de


Comunicação, integrada na Pós-Graduação de Tic:

Sabina Valente, nº44608

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