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Modelo de imprensa/propaganda
Considerado o mais antigo modelo, visa publicar notícias sobre a organização de mão única, não
havendo troca de informações. Utiliza técnicas propagandísticas, pois busca chamar mais
atenção dos media para os produtos e serviços da organização.
Neste modelo, a propaganda deixa de ser uma preocupação central, já que se entende que o
público pode ser melhor persuadido usando-se informação verdadeira. Caracterizado como
jornalístico, dissemina informações relativamente objectivas por meio dos media em geral e de
meios específicos. A abordagem das relações públicas segue os parâmetros das escolas de
jornalismo; ele busca dizer a verdade, para evitar que factos desfavoráveis prejudiquem a
imagem da organização. É um modelo de uma mão, pois não leva em consideração as opiniões e
expectativas do público.
Ivy Lee é a principal figura histórica deste modelo, que começou a desenvolver-se entre 1900 e
1920 e que ainda é muito usado pelos governos e administração pública, pelas organizações sem
fins lucrativos e por algumas empresas. No entanto, o modelo implica alguma investigação sobre
públicos e audiências, nem que seja para averiguar quais são as tiragens dos jornais e as
audiências dos programas de rádio e televisão, de forma a seleccionar os meios e os jornalistas
que constituirão o "alvo" das relações públicas. Uma vez que há maior consideração pelo
público, é menos assimétrico do que o primeiro modelo.
O terceiro modelo é o, que inclui o uso da pesquisa e outros métodos de comunicação. Vale-se
desses instrumentos para desenvolver mensagens persuasivas e manipuladoras. É uma visão mais
egoísta, pois visa aos interesses somente da organização, não se importando com os dos públicos.
Este terceiro modelo de relações públicas é considerado bidireccional porque contempla a
possibilidade de o receptor dar feedback ao emissor, para que este último possa avaliar o sucesso
da comunicação e aferir os seus efeitos. No entanto, é assimétrico, já que os efeitos da
comunicação persuasiva são maiores nos receptores do que nos emissores.
A figura proeminente deste modelo foi Edward Bernays, sobrinho de Sigmund Freud o que de
certa forma favoreceu a busca da psicanálise para o campo das RP.
O quarto modelo é a visão mais moderna de relações públicas, em que há uma busca de
equilíbrio entre os interesses da organização e dos públicos envolvidos. Baseia-se em pesquisas e
utiliza a comunicação para administrar conflitos e melhorar o entendimento com os públicos
estratégicos. Portanto, a ênfase está mais nos públicos prioritários do que nos media.
A pesquisa incide na obtenção de informações que permitam perceber quais são as percepções e
expectativas do público face à organização e na determinação dos efeitos que a organização
produz nos seus públicos. A investigação para avaliação das acções de RP incide, naturalmente,
sobre o resultado dessas acções, no que respeita à melhoria da compreensão mútua entre o
público e a organização. Segundo Grunig e Hunt (1984), citado por Sousa (2003), este quarto e
mais recente modelo de relações públicas resultou, essencialmente, do contributo de académicos
e pesquisadores ao campo das RP.
O Modelo Motivo Misto “win-win” é a soma do modelo assimétrico com o modelo simétrico,
foi criado pela Patrícia Murphy. Nesse modelo não deve ser considerado errado utilizar a
persuasão, porém, deve haver o equilíbrio da organização e os seus públicos, por meio da
negociação, mediação e o consenso. A linguagem é retórica, ou seja, é modo de como as
palavras, ou o discurso, podem convencer o receptor. Utiliza-se, também, a pesquisa, portanto,
ele é um modelo de duas mãos.
Praticar a comunicação simétrica não é uma tarefa fácil no dia-a-dia de uma organização. É
processo contínuo de negociação, de administração de conflitos e de abertura de diálogo. Mas a
área de Relações Públicas não vai fazer milagres. Se não houver também um pouco de
disposição da própria organização, ela nada conseguirá. Se o profissional, gestor ou gerente de
comunicação, quiser fazer um trabalho sério, terá necessariamente de mexer também com o
conjunto da organização. Daí a importância holística de uma actividade como essa, regida por
políticas definidas e coerentes com a missão e valores organizacionais.
Não é difícil de perceber que a forma ideal é o modelo simétrico de duas mãos. Baseado nele,
Lindeborg formula quatro regras a serem aceitas mutuamente em função do diálogo entre
organizações e seus públicos:
Hoje é muito mais complexo fazer um trabalho de Relações Públicas. Não existe mais aquele
ambiente tranquilo e calmo, propenso a uma atitude passiva para enfrentar os problemas, e em
que tudo se resolvia por meio de uma decisão de fazer uma publicação ou planejar uma acção
tradicional de relações com a imprensa. O facto é que o caminho da transformação de nossa
actividade passa pelas instituições. As técnicas estão à disposição de qualquer um; o que falta,
realmente, é o seu uso adequado. As técnicas não devem ser o nosso objectivo principal: o ponto
central de um trabalho consistente de Relações Públicas está na negação da acção fragmentada e
na parceria com as demais áreas estratégicas da organização.
Referências Bibliográficas
Soura, P. (2003). Planeamento da comunicação (na perspectiva das relações públicas). Porto:
Universidade Fernando Pessoa.