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2º Ano-Curso de GRH - laboral

Introdução a disciplina de Recrutamento e Selecção


• Tema 1
• Evolução Social e Especialização do Trabalho
• Evolução e mudanças são fenómenos inerentes á vida (bios) e,
portanto, das sociedades humanas enquanto construídas por
seres vivos. As metamorfoses seculares que sofreram e as
consequentes alterações mais ou menos profundas das
estruturas organizativas, expressão do natural desenvolvimento
intelectual e cultural, obrigaram a reajustamentos, redistribuição
de recursos e organização de processos produtivos para
assegurar a sobrevivência do grupo e a melhoria da existência e
da qualidade de vida. Racha, Portugal (2013)
• Da divisão primária do trabalho a especialização
• A evolução do procedimento adoptado na selecção de pessoas tem
uma relação directa com o grau de desenvolvimento, especialização e
complexidade das organizações humanas. A divisão sexual do trabalho
que definiu historicamente as atribuições funcionais de cada géneros,
resolveu de forma empírica e simples a organização das sociedades,
mesmo quando no interior de cada um dos sexo houvesse uma
segunda hierarquização funcional.
• A forca muscular, a habilidade e a inteligência prática foram, em regra,
factores determinantes na definição do critério de selecção adoptado.
Contudo, esta metodologia evoluiu para novos procedimentos com o
desenvolvimento industrial em que o músculo se combinou com a
inteligência como forma de resposta a inovação tecnológica.
• A diversificação de actividades nas sociedades e a consequente
especialização tomaram forma originando a multiplicação de
organizações em vários sectores. As necessidades sociais multiplicaram –
se de formas exponencial e diversificaram-se competindo as
organizações produzir os bens e serviços para a satisfação de vida e de
bem estar social ,melhoraram substancialmente contribuindo para a
aceleração de evolução intelectual das sociedades.
• Paralelamente e como consequência deste desenvolvimento intelectual
verificou-se a regressão da importância da forca muscular. As profissões
passaram a ser bem definidas e identificados os seus conteúdos,
procedendo-se a análise detalhada do trabalho. Esta realidade abriu
caminho a racionalização do trabalho e ao consequente aumento da
produtividade.
• De então a esta parte, o aparecimento de novas funções não tem
parado de suceder , enquanto paralelamente vão desaparecendo
outras , fundamentalmente devido a evolução e implementação
tecnológica. A ultrapassagem sucessiva dos estádios de
desenvolvimento e neste caso particular com reflexo directo, quer
na génese, quer na extinção de funções. Esta é a consequência
mais visível dos efeitos da evolução científica e técnica.
• A adopção e implementação das tecnologias no mundo do trabalho
tem desempenhado um papel decisivo na mudança das formas de
organização do trabalho e na redefinição dos conteúdos funcionais.
Esta mudança teve como principal consequência a exigência de
maior qualificação técnica e profissional dos trabalhadores.
• A constante evolução verificada no mundo laboral
nomeadamente devido a introdução de novas tecnologias no
sistema produtivo tem obrigado a repensar com regularidade
a configuração dos postos de trabalho. Assim , as profissões
ou postos de trabalho actuais tem requisitos cada vez mais
específicos e aprofundados o que exige dos seus titulares a
posse dos correspondentes conhecimentos, qualidades e
características comportamentais. O bom desempenho de
qualquer função depende, em primeiro lugar, da permanente
correspondência e equilíbrio profissional do titular e, em
segundo lugar, do empenho e da motivação no seu exercício.
• A boa resposta continuada de qualquer profissional
depende, portanto, das suas aptidões, capacidades,
competências, empenho e motivação para evoluir.
Neste contexto entende-se como capacidade a
habilidade resultante de aprendizagem feita através
da relação social, da educação, da formação e da
experiencia profissional enquanto por aptidão se
entende uma virtualidade ou potencial para
aprender, portanto, dependente das oportunidades
de que cada um possa dispor para o fazer.
• As características intelectuais e comportamentais são pessoais e singulares,
portanto diferentes de individuo para individuo. Também são diferentes as
oportunidades que cada um tem de exercitar e desenvolver. Assim, o potencial
individual nem sempre tem oportunidades desejadas e adequadas para se
desenvolver. Tal facto pode fazer com que indivíduos dotados de elevado
potencial, jamais tenham oportunidade de o demostrar, enquanto outros
indivíduos com menor potencial tenham tal oportunidade e assim, apesar de
tudo, desenvolvam, a medida do possível essas potencialidades.
• Ora a inteligência ou capacidade de escolha entre alternativas, tem uma estreita
relação com as experiencias feitas por cada pessoa. Se as aptidões são virtuais ou
potencialidades genéticas de cada individuo, as capacidades são a sua expressão
objectiva e consequência directa das oportunidades e experiencias realizadas por
cada um. Assim tudo o que o individuo faz ou experimenta nas diversas funções
exercidas, contribui para o desenvolvimento das suas Aptidões e para uma fácil
adaptação a novas situações.
• A inteligência acaba por apresentar., não só uma elevada plasticidade para o
desenvolvimento, mas também uma correlação positiva directa com as
vivências e experiencias de cada pessoa. Neste sentido a inteligência humana
é uma construção indefinível e dinâmica com manifestações multidireccional
e com repercussões contextuais imprevisíveis. Como consequência desta
plêiade de fenómenos desenvolveu-se a humanização, a sensibilidade e o
estudo dos problemas laborais que realçou a valorização de exigências
psicológicas dos postos de trabalho. Estes passaram a englobar não só a
descrição tradicional das tarefas, visando a função produção, ajustamento,
mas também a identificação das exigências psicológicas ,procurando conduzir
ao ajustamento e a satisfação e realização do trabalhador. Esta mudança veio
não só diferenciar mais postos de trabalho, mas também, realçar a
importância das suas exigências psicológicas levando a elaboração do
respectivo perfil psicológico do posto de trabalho.
• Referenciar que a especialização exigindo o conhecimento
profundo de determinada área de saber pode limitar ou inibir
a aprendizagem de outras áreas de conhecimento afins ,
também importantes para o normal desenvolvimento da
pessoa , deixando-a mais dependente e, por isso, com
menores recursos defensivos do ponto de vista profissional. A
possibilidade de desenvolver uma área de conhecimento com
profundidade dando a ilusão de um poder de perito, deixa o
individuo vulnerável e prisioneiro, porventura com pouca
margem para se defender sobretudo num mundo globalizado
em rápida evolução científica, técnica e acelerada mudança,
como acontece actualmente.

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