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PORTUGUÊS

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SUMÁRIO
AULA 01 – MORFOLOGIA ..................................................................................................................................................... 2
AULA 02 – MORFOLOGIA ..................................................................................................................................................... 4
AULA 03 – MORFOLOGIA ..................................................................................................................................................... 5
AULA 04 – MORFOLOGIA ..................................................................................................................................................... 7
AULA 05 – MORFOLOGIA ................................................................................................................................................... 10
AULA 06 – MORFOLOGIA ................................................................................................................................................... 12
AULA 07 – MORFOLOGIA ................................................................................................................................................... 14
AULA 08 – FORMAÇÃO DAS PALAVRAS ........................................................................................................................ 17
AULA 09 – REGÊNCIA VERBAL ......................................................................................................................................... 18
AULA 10 – REGÊNCIA VERBAL ......................................................................................................................................... 21
AULA 11 – REGÊNCIA VERBAL ......................................................................................................................................... 28
AULA 12 – REGÊNCIA VERBAL ......................................................................................................................................... 30
AULA 13 – CRASE ................................................................................................................................................................ 32
AULA 14 – CRASE ................................................................................................................................................................ 35
AULA 15 – CONCORDÂNCIA VERBAL ............................................................................................................................. 36
AULAS 19, 20 E 21 – ORAÇÕES COORDENADAS E SUBORNADAS......................................................................... 50
AULA 22 – COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL....................................................................................... 60
AULA 23 – COESÃO TEXTUAL .......................................................................................................................................... 62
AULA 24 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA ................................................................................................................................ 64
AULA 25 – USO DO HÍFEN .................................................................................................................................................. 66

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AULA 01 – MORFOLOGIA

MORFOLOGIA
As classes de palavras
Qualquer idioma necessita de palavras para que a comunicação se estabeleça. Quando essas
palavras se organizam para formar um texto, adquirem significações específicas: nomear seres,
indicar características, qualidades, fazer conexões etc. De acordo com essas significações, as
palavras da língua portuguesa estão agrupadas em dez classes, denominadas classes de pala-
vras ou classes gramaticais, a saber: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

1 - SUBSTANTIVOS
São as palavras que dão nome aos seres e às coisas em geral.
Como identificá-los em um texto? Os substantivos, em tese, virão acompanhados de um determi-
nante (artigo, pronome, numeral, adjetivo e/ ou locução adjetiva). Leia o fragmento abaixo:

TEXTO

Não podemos descartar a operação humana por trás dos sistemas, muito menos a presença de
analistas reais. Vamos supor que um sistema de aprendizagem de máquina perceba que todas
as pessoas com índice de massa corporal regular tomam café com açúcar, enquanto todas as
pessoas com índice elevado tomam a bebida com adoçante. A inteligência artificial poderá
inferir, assim, que o adoçante é o responsável pela obesidade dos usuários, o que nós sabe-
mos, pela nossa inteligência humana, que não é bem assim.
Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações)

TESTE

“Imagine uma operação de busca na selva. Sem mapas, binóculos ou apoio logístico; somente
com um facão. Assim eram feitas as operações de combate à pornografia infantil pela Polícia
Federal até o dia em que peritos criminais federais desenvolveram, no estado de Mato Grosso do
Sul, o Nudetective”.

Quantos substantivos há no fragmento acima? ______________

ARTIGOS
São as palavras que acompanham os substantivos, modificando-os ou determinando-os, isto é,
indicando gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural). Os artigos podem ser
definidos ou indefinidos.

Ex.:
- Nós vimos a criança ali.
- Uma criança tem sempre que brincar.
- Uns professores estavam lá fora antes da aula.

PEGADINHAS!!!

A) Não confundir os artigos indefinidos com os pronomes indefinidos.


“Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria”.

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BANDEIRA, Manuel. Libertinagem, 1930.

B) Não confundir os artigos definidos com os pronomes pessoais oblíquos.


-João é um rapaz muito determinado. Aquele fato o motivou. (pronome)
[o = representa alguém citado no texto; mas poderia, num outro texto, representar algo, e não uma
pessoa]
-Ele não citou o motivo de sua demissão. (artigo)
[o = é o determinante de “motivo”]

C) Não confundir os artigos definidos com os pronomes demonstrativos.


- O que....= aquilo que ou aquele que
- Os que....= aqueles que
- A que....= aquela que
- As que....= aquelas que

ESQUEMATIZANDO
O “COMBO” DE PRONOMES

Exemplos:
- A maioria das manifestantes deixou a praça; as que ficaram organizaram um novo protesto.
- O que aconteceu ontem será investigado pela escola.
- Eu discordo do que o ministro falou.
- A imprensa concorda com os que têm boas ideias.

TESTE

Em Atenas, um devedor, ao ter sua dívida cobrada pelo credor, primeiro pôs-se a pedir-lhe um
adiamento, alegando estar com dificuldade. Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única
que possuía...
Os termos sublinhados na fábula constituem, respectivamente,
preposição − artigo – pronome
pronome − pronome – artigo
artigo − pronome – pronome
pronome − artigo – artigo
preposição − pronome – artigo

RESPOSTA: A segunda letra da palavra LEQUE.

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AULA 02 – MORFOLOGIA

ADJETIVOS

São palavras que caracterizam os seres e as coisas em geral, podendo expressar qualidade, es-
tado, modo de ser, aparência etc. Os adjetivos sempre orbitam a “atmosfera” do substantivo. Por-
tanto, onde há substantivos, há grande chance de se notar, no mínimo, um adjetivo.
Ex.:
- Vimos a notícia errada e a divulgamos sem querer.
- A antiga cidade já tinha sido retratada nos livros de história romana.
- O amor é complicado, mas é bom.
- O mau filho não volta à casa paterna.

CUIDADO!!!

As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno”
apenas devem ser utilizadas quando se comparam duas características de um mesmo ser.
Exemplos:

- Pedro é mais bom (do) que esforçado.


- O garoto é mais mau (do) que esperto.
- Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo.
- Teu quarto é mais grande (do) que ventilado.

NUMERAIS

São palavras que quantificam, ordenam, multiplicam ou fracionam o substantivo. Os numerais po-
dem ser:

- Cardinais: Indicam uma quantidade determinada de seres. Exemplos: um, dois, três...
- Ordinais: Indicam a ordem (posição) que o ser ou a coisa ocupa numa série. Exemplos: primeiro,
segundo, terceiro...
- Multiplicativos: Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi
aumentada. Exemplos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, Sêxtuplo, Sétuplo, Óctuplo, Nônuplo,
Décuplo, Undécuplo e Duodécuplo.
- Fracionário: Expressa ideia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi dividida.
Exemplo: um meio, um terço, dois quartos, dois quintos...etc.

Obs.: Ambos e Ambas são considerados numerais duais.

Numerais x Concordância verbal

a- Já...............(são/é) duas horas da tarde.


b- Acontece que, no meu relógio,............................ (marca/marcam) uma e meia.
c- Acontece que, no meu relógio,............................ (marca/marcam) 13h 30min.
d- ..............(É/São) meio-dia e meia.
e- .........................(Resta/Restam) 15 minutos de jogo.
f- 1,5% não.....................(sabe/sabem) em quem votar.
g- 10% não .................................(resolve/resolvem) os problemas da população.
h- 51% .............................(decide/decidem) uma eleição.

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RESPOSTAS
a- são, b- marca, c- marcam, d- É, e- Restam, f- sabe, g- resolvem, h- decidem.

PRONOMES

Palavras que acompanham (os chamados pronomes adjetivos) ou substituem o substantivo (os
chamados pronomes substantivos). Sendo assim, os pronomes apoiam os substantivos ou evitam
a repetição deles dentro do texto.

Pronomes possessivos

O nome sugere, claramente, a sua função: indicar relação de posse. São estes:
Meu(s), minha (s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).

AULA 03 – MORFOLOGIA

Como podem cair nas provas:

A) Todos os demais possessivos femininos no singular permitem, quando há situação de crase, a


sua facultatividade.
- Ele disse tudo à minha família. (a minha família)
- A direito à tua privacidade é fundamental (a tua privacidade).
- Esse fato diz respeito à sua vida. (a sua vida)

Pronomes demonstrativos
(Alguns elementos coesivos)

Os pronomes demonstrativos “apontam” para algo ou alguém, servem para precisar dados, pes-
soas ou fatos que ocorram num texto.
Este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso, aquilo.

Como podem cair nas provas:

A) Alguns desses pronomes podem desempenhar o papel de retomar /sinalizar palavras ou ideias
no texto. Chamamos esse papel de anafórico (referência para trás) e catafórico (referência
para frente).

A dupla “Este(a)(s) & Aquele(a)(s)”.

Este(a)(s) retomará o referente mais próximo.


Aquele(a)(s) retomará o referente mais distante

“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele
realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Esta, infelizmente, já não parece fazer muito sentido
para aquela”.

a) “Esta” retoma “...............................”.


b) “Aquela” retoma “.................................”.

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“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele
realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Estas deveriam ser mais valorizadas, pois aquele
lutou muito para que elas se realizassem”.

a) “Estas” retoma “............................”.


b) “Aquele” retoma “.............................”.

O “Este(a)(s)” pode surgir sozinho no texto:

- “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes, contudo, foram os mais fáceis de achar”.
“Estes” remete a........................................

- “Meu desejo é este: aprovação”.


“Este” remete a........................................

SITUAÇÃO 01
- Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito
até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal,
infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Esse fenômeno tam-
bém pôde ser notado em outros lugares do mundo.

SITUAÇÃO 02
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até
o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, in-
fecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essa pesquisa foi divul-
gada em todos os jornais americanos.

Como usar o ISSO

- O pronome “isso” retoma uma ideia (um processo), e não uma palavra ou expressão isolada do
texto.

Na legislação interna dos países, a espionagem costuma ser juridicamente entendida como a ob-
tenção sub-reptícia e indevida de informação sigilosa do Estado. Isso é sabido por todos os que
compõem a ABIN.

- “Isso” refere-se a..........................................

Como usar o ISTO

“Só desejo a você isto: que seja aprovado”.


“Isto” refere-se a.................................

Pronomes relativos

Os pronomes relativos ─ QUE, QUEM, ONDE, CUJO(A)(S), QUANTO(A)(S) ─ são aqueles que
se relacionam com outros elementos do texto, a saber: substantivos (na maioria das vezes).

Lembre-se de que o pronome QUE pode ser transformado em o qual, os quais, a qual e as quais.

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- Os livros de Machado de Assis, que são muito bem conceituados, têm um bom preço.

Obs.: “que” refere-se a “livros”.

- Os livros de Machado de Assis, os quais são muito bem conceituados, têm um bom preço.
- Ele conheceu a praça onde havia muitas barracas com comidas exóticas.

Obs.: Onde = em que = no qual, na qual, nos quais, nas quais.

- Ele conheceu a praça em que havia muitas barracas com comidas exóticas.
- Ele conheceu a praça na qual havia muitas barracas com comidas exóticas.
- Esta é a mulher por quem o meu amigo se apaixonou.
- Os livros cujas capas estavam rasgadas eram raros.

Verbos

Sem dúvida, é a classe gramatical mais complexa de todas. Rica em variações, usos, substitui-
ções, irregularidades, significações etc., é a classe que iremos analisar ao longo do nosso curso;
ou seja, não para por aqui, até porque seria uma grande injustiça. Portanto, o que iremos investi-
gar, agora, é apenas uma amostra dessa classe tão versátil.

Definição

Palavra que indica ação, estado ou fenômeno da natureza.


Obs.: “Ação” não significa, necessariamente, ação física.

Exemplos:
- Os médicos deixaram o hospital bem cedo. (ação)
- A Bovespa especula que tais ações podem cair. (ação)
- O tema “verbos” é complexo. (qualidade)
- A cidade parece calma. (estado)
- Choveu ontem. (fenômeno da natureza)

AULA 04 – MORFOLOGIA

Modos verbais
Os verbos do português têm modos. Os modos indicam os valores semânticos que podem ser
notados em cada verbo. Vamos a eles:

a) Indicativo: Manifesta uma certeza da ação ou do estado que informa o verbo. O leitor não tem
dúvidas de que aquela ação esteja ocorrendo, tenha ocorrido ou venha a ocorrer.

- Ontem, Marcela fez um belo jantar.


- João sempre joga futebol depois da aula.
- No fim do ano, eles farão uma grande festa.

b) Subjuntivo: Manifesta uma ação incerta, duvidosa ou mesmo hipotética. Agora, o leitor não
está mais seguro quanto à ação verbal; tudo é dúvida.

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- Quero que o livro desperte a atenção dos alunos. (Será que vai despertar? É uma hipótese)
- Se eu fizesse uma requisição, eles poderiam me atender. (Eu farei a requisição? Talvez sim,
talvez não)
- Quando vocês decidirem, estaremos à disposição. (Quando eles vão decidir? Não se sabe.)

c) Imperativo: Manifesta uma ordem, um conselho, um pedido, uma advertência ou uma súplica.
Agora, o sujeito da ação é orientado a fazer algo.

- Leve este livro até sua mãe, meu filho.


- Nunca mais faça isso, seu mentiroso!!!
- Rapaz, deixe essa vida de farras!
- Gente, fiquemos em pé para saudar o diretor!

TEMPOS VERBAIS

Os tempos verbais expressam o momento de uma ação. Os verbos podem estar no presente,
passado ou futuro. Visualmente, é possível identificar em que tempo e modo estão muitos verbos.

MODO INDICATIVO

MODO SUBJUNTIVO

TEMPOS VERBAIS

Presente do indicativo

O presente indica um fato que ocorre no momento do enunciado, não necessariamente no


momento cronológico atual. Não tem desinência fixa.

- O Brasil vive um momento decisivo: o repúdio à corrupção. (ação presente, mas em curso neste
momento)
- Nós, concurseiros, sempre estudamos bastante. (ação rotineira no presente).
- Quando Cabral chega ao Brasil, vê que o nosso povo é bem diferente do dele.
(o fato histórico é passado, mas dito como se fosse presente).

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PRETÉRITOS

Perfeito

O pretérito perfeito indica uma ação totalmente realizada, que iniciou e terminou no passado. Não
tem desinência.

- Na Idade Média, os padres escreveram leis duras ao cristão.


- Ontem, todos foram ao cinema e se emocionaram.
- Há dez minutos, escrevi um artigo sobre verbos.

Imperfeito

O pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado, mas que não chegou a ser
totalmente concluída. As desinências são –VA e –IA.

- Hoje cedo, eu preparava os convites, quando tive que sair. (ação interrompida bruscamente no
passado)
- Na década passada, os brasileiros comiam menos carne do que hoje. (ação iniciada, mas não
finalizada em sua totaalidade no passado).

Mais-que-perfeito

O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada, que começou no passado distante, mas
que foi a primeira ação a terminar. Desinência: –RA.

- Quando deixamos o chalé, notamos que nosso filho caçula esquecera um de seus brinquedos
no quarto.
- O jovem fizera tudo para ser feliz.

Detalhe: as formas do pretérito mais-que-perfeito podem ser substituídas por HAVER ou


TER + PARTICÍPIO.

FUTUROS

Futuro do presente

O futuro do presente indica ações convictas (ou seja, certas) que acontecerão em relação ao
presente, já que este permite tal certeza. É um tempo meio “prepotente”, meio “já ganhou”.
Desinências: -RÁ ou -RE.

- No fim do ano, ele comprará aquele carro.


- Amanhã, resolveremos este problema.

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AULA 05 – MORFOLOGIA

Futuro do pretérito

O futuro do pretérito inidica ações futuras em relação a um passado hipotético. Desinência: -RIA.

- Caso Pedro chegasse cedo, resolveria esse problema. (Contexto: quem falou a frase espera
ainda a chegada de Pedro; ou seja, a ação ainda não aconteceu, é uma ação futura).
Também serve para indicar ações hipotéticas ou irreais.
- Segundo as primeiras investigações, o acusado também teria praticado outros crimes.

ADVÉRBIO

Classe que exprime valor circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo ou um advér-
bio.

Vamos fazer um teste:

- O povo notou o problema.


- O amor é complexo.
- O edital saiu cedo.

Classificação de alguns dos advérbios:

- LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto etc.).
Ex.: Ele dormiu aqui ontem.

- TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora).


Ex.: Amanhã, sairemos cedo.

- MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em -mente).
Ex.: Ela deixou a sala de aula bem.

- INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.).


Ex.: Ele estudou muito.

- DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.).


Ex.: Talvez eu vá com você.

- AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente).


Ex.: Certamente sairemos hoje.

- NEGAÇÃO (não, tampouco)


Ex.: Não menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.


Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).


Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução

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- NEGAÇÃO (não, tampouco)
Ex.: Não menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.


Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).


Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução

Algumas locuções adverbiais.

- CAUSA
Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio.

- FINALIDADE
Ex.: Estudava para a prova.

- INSTRUMENTO
Ex.: Feriu-se com o bisturi.

- COMPANHIA
Ex.: Saiu com os amigos.

8. PREPOSIÇÃO

Palavra invariável, que liga dois termos: palavras entre si, palavras e orações, orações entre si.

Ex.: a, de, em, para, com, por, per, perante, entre, até, após, ante, sem, sobre, sob, trás, contra
etc.
Ex.:
- Isso é inofensivo a crianças.
- Estou assim desde a festa de ontem.
- Falo sob pena de ser preso.
- Estou aqui ante seus olhos.

9. CONJUNÇÃO

Conjunção é a palavra cuja função é ligar termos ou orações, atribuindo, muitas vezes, valores
semânticos às frases. Portanto, as conjunções podem ou não manifestar sentido. Detalhe: às ve-
zes, a conjunção apresenta mais de uma palavra; quando isso acontece, chamamos locução
conjuntiva.

Conjunções ou locuções que manifestam sentidos.


a) Coordenativas
b) Adverbiais

O que cai mais em provas?


Na maioria das vezes, pede-se ao candidato para reconhecer as conjunções, seus valores semân-
ticos e se certas trocas são possíveis.

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Vamos, primeiro, ver as conjunções ou locuções coordenativas mais importantes:

1) Aditivas: e, nem, não só...mas também (não somente...como também etc.)

- O prefeito fez a licitação, e resolveu logo os problemas da população carente.


- O prefeito não só fez a licitação, mas também resolveu logo os problemas da população carente.

2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante, em contra-
partida.

- O prefeito fez a licitação, mas não resolveu os problemas da população carente.

As demais conjunções coordenativas são as seguintes: alternativas (ou...ou; seja...seja; ora...ora;


quer...quer), conclusivas (portanto, logo, por conseguinte) e explicativas (porque, pois, que).

Vamos, agora, ver as conjunções ou locuções adverbiais mais importantes:

A) Causais: introduzem relação de causa e se combinam com uma ideia de consequência. As


conjunções e locuções mais importantes são as seguintes: já que, como, pois que, na medida
em que, uma vez que, visto que, sendo que, dado que, porquanto.

- Já que os médicos iniciaram uma pesada greve, as unidades de saúde vivem um verdadeiro
caos.

B) Concessivas: introduzem relação de contradição, oposição. As conjunções e locuções mais


importantes são as seguintes: ainda que, mesmo que, embora, posto que, se bem que, em
que pese, malgrado, a despeito de, não obstante, conquanto.

- Ainda que todos os médicos tenham entrado em uma pesada greve, as unidades de saúde
resistem bravamente.

As conjunções que não manifestam sentido são as integrantes.

- Os médicos não notaram que as unidades de saúde estavam precisando deles.


- Eles não viram se tudo aquilo era mesmo verdade.

10. INTERJEIÇÃO
Palavra que procura expressar sentimentos, emoções. Ih! Oh! Viva! Psiu! Aleluia!

AULA 06 – MORFOLOGIA

FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


Inicialmente, observemos alguns conceitos sobre palavras primitivas e derivadas:

PALAVRAS PRIMITIVAS – palavras que NÃO são formadas a partir de outras.


Exemplo: pedra, casa, livro etc.

PALAVRAS DERIVADAS – palavras que SÃO formadas a partir de outras já existentes.


Exemplo: pedrada (derivada de pedra), casinha (derivada de casa), livraria (derivada de livro)
etc.

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Na língua portuguesa, existem dois processos de formação de novas palavras: derivação e com-
posição.

DERIVAÇÃO

É o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já existem
(primitivas). Podem ocorrer das seguintes maneiras:

- Prefixal;
- Sufixal;
- Prefixal-sufixal;
- Parassintética;
- Regressiva;
- Imprópria.

PREFIXAL

Processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um radical.

Exemplos:
DESFAZER
INÚTIL
AMORAL
IMORAL
AFÔNICO
REORGANIZAR

O VALOR SEMÂNTICO DOS PREFIXOS

Veja a sequência:

- ANORMAL, ACRÍTICO, ACÉFALO, APODRECER


- DESAMOR, DESCONFIAR, DESLEAL, DESEMBOLSAR, DESCASCAR

Os falsos prefixos

Algumas palavras têm estruturas que se assemelham a prefixos. Contudo não o são, pois fazem
parte do radical e, consequentemente, não apresentam valor semântico. Veja:

INDÍGENA (não existe o substantivo “dígena”).


DESMANTELAR (não existe o verbo “mantelar”).
ATÔNITO (não existe o adjetivo “tônito”).
RETALIAR (não existe o verbo “taliar”)

SUFIXAL

Processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo a um radical.


Exemplos:

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O VALOR SEMÂNTICO DOS SUFIXOS

Veja a sequência:

- GOIABEIRA, FIGUEIRA, BANANEIRA, MACAXEIRA, BEBEDEIRA.


- REPUBLICANO, FRANCISCANO, ITALIANO.

AULA 07 – MORFOLOGIA

PREFIXAL E SUFIXAL
Ocorre quando ambos os afixos surgem acoplados ao radical. Contudo, podem perder um deles
que, mesmo assim, o vocábulo continua com significação corrente.

- INFELIZMENTE
- AMORALIDADE
- DESMISTIFICAÇÃO
- DESMORALIZÁVEL

PARASSINTÉTICA
Processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo e sufixo, simultaneamente, ao radical.
Nesse casso, os dois afixos precisam estar acoplados ao radical. Detalhe: não é todo gramático
que reconhece esse processo.

Exemplo:

- A-NOIT-ECER
- PER-NOIT-AR
- EN-FORC-AR
- DES-ALM-ADO

REGRESSIVA (ou DEVERBAL)


Processo de derivação em que são formados substantivos a partir de verbos. As palavras forma-
das por deverbal terminam em a, e, o e geram substantivos abstratos.

Exemplo:
- Ninguém justificou a compra antes do horário (do verbo comprar)
- O debate foi longo. (do verbo debater)

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- Esse sufoco não sai do meu peito! (do verbo sufocar)

Outros exemplos:
Amparar = o amparo
Perder = a perda
Enlaçar = o enlace
Dançar = a dança
Fugir = a fuga
Engasgar = o engasgo

IMPRÓPRIA
Processo de derivação que consiste na mudança de classe gramatical da palavra sem que sua
forma se altere.
Exemplos:

COMPOSIÇÃO
É o processo pelo qual a palavra é formada pela junção de dois ou mais radicais. A composição
pode ocorrer de duas formas: justaposição e aglutinação.

JUSTAPOSIÇÃO
Ocorre quando não há alteração nas palavras, e elas continuam sendo faladas e escritas da
mesma forma como eram antes da composição.
Detalhe: é possível, em palavras formadas por justaposição, que haja hífen ou não.
Exemplo: passatempo, pé de moleque, beija-flor, guarda-roupa, radiotáxi, abelha-rainha, paraque-
das, dezoito, ano-luz etc.

AGLUTINAÇÃO
Ocorre quando há alteração em pelo menos uma das palavras, seja na grafia, seja na pronúncia.
Detalhe: Em palavras formadas por aglutinação, é impossível haver hífen.
Exemplo: boquiaberto (boca + aberta), petróleo (pedra + óleo), pernilongo (perna + longa), planalto
(plano + alto); embora (em+ boa+ hora); viandante (via + andante), lobisomem (lobo + homem),
aguardente (água + ardente) etc.

ABREVIAÇÃO (OU REDUÇÃO)


É a forma reduzida apresentada por algumas palavras:
Exemplo: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto (motocicleta), boteco (botequim), Rio (Rio de
Janeiro), Zé (José), Pneu (pneumático), Foto (fotografia), Pólio (Poliomielite), Ex (Ex-namorada/o),
Fone (telefone) etc.

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HIBRIDISMO
É a formação de palavras a partir da junção de elementos de idiomas diferentes. Raramente apa-
rece em provas de concurso.
Exemplo: automóvel (grego + latim), burocracia
(francês + grego), micro-ônibus (grego + latim), reportagem (inglês + latim), televisão (grego +
latim), bicicleta (latim + grego) etc.

ONOMATOPEIA
Consiste na criação de palavras através da tentativa de imitar vozes ou sons da natureza.
Exemplo: fonfom, cocoricó, tique-taque, boom!, pingue-pongue, mimimi etc.

SIGLA OU SIGLONIMIZAÇÃO
Uma sigla é a criação vocabular a partir da redução de outras palavras ou expressões. Na forma-
ção das siglas, utilizam-se as letras iniciais ou as sílabas iniciais de cada elemento componente.

MEC: Ministério da Educação e Cultura.


FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
ENEM: Exame Nacional do Ensino Médio.
Médico Veterinário: Méd.Vet.
Ministro: Min.
Professor: Prof.

NEOLOGISMO
O neologismo é a criação de vocabular para atender a novas necessidades comunicativas.
Ex.:
- O texto foi deletado porque era impróprio.
- Muitos usam o internetês a todo instante.
- Não vou gastar o meu juridiquês com você!

ESTRANGEIRISMO
O estrangeirismo consiste no emprego de palavras de outras línguas, tomadas de empréstimo.
Ex.:
Do inglês (anglicismos)
Marketing, chip, e-mail, on-line, show, smartphone, internet, site etc.
Do francês (galicismos)
Abajur, balé, garçom, toalete, bistrô, menu etc.

PALAVRAS-VALISE

Consiste na combinação de duas palavras, sendo ao menos uma delas reduzida, formando um
novo vocábulo que abarque os dois significados anteriores.
Ex.:
Seguimores
Portunhol
Showmício
Chafé
Sapatênis
Nomorido

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AULA 08 – FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

EXERCÍCIOS

01. ''O gasto com celular já havia aumentado...'' Quanto ao processo de formação de pala-
vras, a palavra ''gasto'' à constitui exemplo de derivação

A) sufixal.
B) prefixal.
C) imprópria.
D) regressiva.
E) parassindética.

02. A palavra “contracultura”, que aparece no título do artigo, é formada, do ponto de vista
morfológico, por duas palavras já existentes, caracterizando o processo de composição
(junção de duas ou mais palavras para formar uma única palavra). Esse processo de forma-
ção também pode ser exemplificado com a palavra

A) rapaziada.
B) Tropicalistas
C) Originalidade
D) Antropofagia
E) emblemático.

03. A alternativa cujas palavras, retiradas do texto desta prova, mostram o mesmo tipo de
processo de formação é

A) diversidade – acarretar.
B) inconsciência – histórica.
C) científico – desaparecer.
D) arbitrariedade – grupamento.

04. Leia o fragmento: “A questão do ‘beleza’, que virou ‘belê’, então isso é da internet.” (7º§)
O termo “belê” foi formado pelo mesmo processo que deu origem à palavra

A) link.
B) click.
C) pólio.
D) pesca.

05.“O mesmo raciocínio pode ser aplicado – embora eu deva admitir que o argu-
mento...” (4º§) O vocábulo sublinhado anteriormente foi formado através do processo de
formação de palavras denominado

A) derivação regressiva.
B) derivação parassintética.
C) composição por aglutinação.
D) composição por justaposição.

06. Chuvadeira Maria, chuvadonha, chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha! (linhas 23 e 24)

17
No segmento acima, as palavras sublinhadas são cognatas, ou seja, originam-se a partir de uma
mesma raiz. A palavra que apresenta um processo de formação distinto dos demais é

A) chuvadeira
B) chuvadonha
C) chuvinhenta
D) chuvil
E) pluvimedonha

AULA 09 – REGÊNCIA VERBAL

REGÊNCIA VERBAL

Conceito
Ocorre quando o termo regente (um verbo) se liga ao seu termo regido (o complemento verbal)
por meio de uma preposição ou não. Aqui, é fundamental o conhecimento das transitividades ver-
bais. Os verbos podem assumir as seguintes transitividades:

Verbo transitivo direto (vtd)


Verbo transitivo indireto (vti)
Verbo transitivo direto e indireto / bitransitivo (vtdi)
Verbo intransitivo (vi)

Instalando o “aplicativo”.

RODADA 01

- Todos os generais deixaram o castelo.

- As crianças quebraram os brinquedos.

- Isso muda o mundo.

- Resolveram os problemas os cientistas.

18
RODADA 02

- O povo concorda com a imprensa.

- Em Deus confiam os cristãos.

- O aluno recorreu ao diretor.

- De mantimentos carecem os desabrigados.

- Essas obras contribuem para o progresso.

Uma pausa necessária

O que são verbos pronominais?

19
- João Marcelo apaixonou-se por Lúcia França.

A maioria dos verbos pronominais é transitiva indireta.

Ex.:
- O homem se arrependeu dos seus pecados.
- O jornal refere-se aos casos de irregularidade.
- Todos se interessam por liberdade.

RODADA 03

- O político entregou a obra ao povo.

- O político entregou ao povo a obra.

- O professor apresentou o filho aos amigos.

- O governo preveniu os brasileiros da nova pandemia.

CUIDADO!
Alguns verbos se parecem muito com VTDI, mas não o são.
- A médica deu o remédio ao paciente.
- A médica mudou o remédio do paciente.
Nas frases acima, os dois verbos são bitransitivos? Antes de responder, veja as construções a
seguir:

- A médica receitou [ ] ao paciente.

- A médica trocou [ ] do paciente.

20
AULA 10 – REGÊNCIA VERBAL

RODADA 04

Verbos intransitivos

- Têm sentido completo.


- As frases podem parar neles.
- O paciente tossiu.
- O amor existe.
- O salário saiu.

Verbos que não gostam de gente

- Ocorreu uma briga.


- Acontecem crimes banais.
- Surgiu uma dúvida.
- Sucedeu um crime.
Veja que interessante

CONTUDO, CUIDADO!

Algumas frases podem induzir você a interpretar certas estruturas de forma errada, a saber:

- O homem chorou ø.

- O homem chorou ao entardecer.

- O homem chorou de raiva.

- O homem chorou em casa.

- O homem chorou para comover a família.

- O homem chorou com os amigos.

- O homem chorou por duas horas.

Conclusões
a) Nem tudo que é introduzido por preposição é objeto indireto;
b) Quando o verbo exige a preposição, tem-se um objeto indireto.
c) Quando o verbo aceita a preposição, tem-se um adjunto adverbial.

21
- Aquela criança não gosta de sapatos. (o verbo exige a preposição “de”).

- Aquela criança dormiu de sapatos. (o verbo não exige a preposição “de”, mas a aceita).

Só para lembrar:

Tipo de Verbo Exigência

Obs.: “Ø” quer dizer que não vai aparecer nem OD nem OI na frase.

Verbos de ligação

Os verbos de ligação são aqueles cuja função é conectar o sujeito a uma qualificação. A estrutura
qualificadora cumprirá a função sintática de Predicativo do Sujeito. Logo, esses verbos servem
para indicar estados ou qualidades do sujeito. São estes:

- Ser, estar, permanecer, ficar, andar (= estar), viver (= estar), tornar-se, continuar, parecer.

Detalhe 01: Esses verbos não podem ser usados no “aplicativo”, pois não têm transitividade. Você,
deve, portanto, memorizá-los como verbos de ligação. Combinado?
Detalhe 02: Verbos de ligação não têm, nunca, objeto direto ou mesmo indireto.

Exemplos:
- O planeta está confuso.

- Parecem confusas as análises do ministro.

- São confusas as análises do ministro.

- Tornou-se complexa a situação do prefeito.

- O clima, depois da reunião, ficou pesado.

- O prefeito anda preocupado.

- Aquele candidato vive mal-humorado.

O predicativo do sujeito só existe se houver verbo de ligação?


- A moça deixou o auditório satisfeita.

22
Essa estrutura permite as seguintes reescrituras:

- A moça, satisfeita, deixou o auditório.


- Satisfeita, a moça deixou o auditório.

Mas tenha cuidado:


- A moça satisfeita deixou o auditório.

Não confunda predicativo do sujeito com adjunto adverbial

- O jovem chegou cansado.


- O jovem chegou bem.

Veja as seguintes variações:

- A jovem chegou cansada.


- A jovem chegou longe.
- Os bebês dormiram perfumados.
- Os bebês dormiram bastante.
- As mães saíram lindas.
- As mães saíram logo.

Verbos supostamente de ligação


São aqueles que, pela morfologia (pela aparência), lembram verbos de ligação. Contudo, não con-
seguem dar ao sujeito qualificação alguma.
Exemplos:
- Os senadores ainda estão em Fortaleza.
- Os policiais permanecem no local do crime.
- A mãe ficou com as crianças.
Note que “em Fortaleza”, “no local do crime” e “com as crianças” indicam ideia de lugar, e não de
estado. Logo, são Adjuntos Adverbiais de lugar. Quando isso ocorre, o verbo não pode mais ser
considerado de ligação. Ele deverá ser reconfigurado e, assim, assume o caráter de verbo intran-
sitivo.
REGÊNCIAS CLÁSSICAS

As regências clássicas são aquelas que devem ser memorizadas por você, pois elas sempre apa-
recem nas provas. Como elas são históricas, os elaboradores de prova gostam de sondar se você
as conhece.

1 – AGRADAR/DESAGRADAR (Duas acepções)

Sentido 1: Causar agrado, ser agradável (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: O espetáculo agradou ao público.

23
Sentido 2: Acariciar; mimar (VTD).
Preposição exigida: ∅
Exemplo: Ele agradava o pelo do seu gato.

2 – ASPIRAR (Duas acepções)

Sentido 1: Desejar, pretender, ter como objetivo (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: Os brasileiros aspiram a uma nova era.

Sentido 2: Sorver, respirar (VTD).


Preposição exigida: ∅
Exemplo: Aspire seu carro uma vez por semana.

3 – ASSISTIR (Quatro acepções)

Sentido 1: Ajudar, auxiliar (VTD) ou (VTI).


Preposição: ∅ ou “a”.
Exemplo: A cuidadora assiste o idoso na clínica.
Exemplo: A cuidadora assiste ao idoso na clínica.
Os dois exemplos acima estão corretos e dizem, semanticamente, a mesma coisa.

Sentido 2: Presenciar, ver (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: Eu assisti a uma peça incrível.
Exemplo: Ela nunca assiste à novela das dez.

Sentido 3: Morar, ter residência ou fixar-se (VI).


Exemplo: Ele assiste em Fortaleza.
Exemplo: A loja de tintas assiste na avenida João Pessoa.
Ou seja, para concursos (que seguem a tradição), “em Fortaleza” e “na avenida João Pessoa”

NÃO são objeto indireto, mas sim ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR (também chamado de LO-
CATIVO ou mesmo COMPLEMENTO CIRCUNSTANCIAL).

Sentido 4: Ter direito; Caber (VTI).


Preposição: a
Exemplo: Este é um direito que assiste a todo trabalhador.

4 – CHEGAR

Sentido: Atingir o término do movimento de ida ou vinda (VI).


Preposição exigida: Ø

Um porém: este verbo costuma ser acompanhado de uma expressão introduzida por “A”. Tal
expressão NÃO é o objeto indireto, mas sim o ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR.

Exemplo:
- Ele chegou ao colégio cedo.

24
- Minha filha sempre chegava cedo ao trabalho.
Obs.: É errada a construção que usa a preposição EM para indicar o adjunto adverbial de lugar.
Assim, em “Ele chegou em casa” é, para a gramática tradicional, um erro. A forma correta é “Ele
chegou a casa”. Detalhe: não se usa crase em “a casa”, pois não está especificada. Caso esti-
vesse, aí teria: “Ele chegou à casa das primas”.

5 – IR

Sentido: Deslocar-se de um lugar para outro (VI).


Obs.: Esse verbo costumeiramente vem acompanhado de um adjunto adverbial, o qual poderá ser
introduzido ou por “a” ou por “para”.

- Para: Quando há intenção de permanecer, de fixar residência.

Ex.: José foi para Belém no fim ano passado.

- A: Quando há intenção de não se demorar, de não fixar residência.

Ex.: Ana irá a Cuiabá no próximo mês.

6 – MORAR
Sentido: Ter habitação ou residência, habitar (VI).
Preposição: Ø
Exemplos:
- Moro em Porto Alegre desde os sete anos.
- Nunca morei só.
Obs.: “em Porto Alegre” é adjunto adverbial de lugar e, “desde os sete anos”, é de tempo.
7 – NAMORAR

Sentido: Cortejar, desejar (VTD).


Preposição: ∅
Exemplos:
- Janaina namora seu primo desde a época do colégio.
- Depois da estressante festa do casamento, os noivos não namoraram

8 – OBEDECER/DESOBEDECER

Sentido: Submeter-se à vontade de alguém (VTI).


Preposição: a
Exemplo: O atleta obedeceu às orientações do técnico.
Exemplo: O cão obedecia ao dono.

9 – PAGAR (Também com AVISAR, DIZER, REVELAR, INFORMAR etc.).

25
Sentido: Satisfazer dívida, encargo etc.
De acordo com a tradição gramatical é: Transitivo Direto e Indireto.

Exemplos:
- Paguei a consulta (vtd).
- Paguei ao médico (vti).
- Paguei a consulta ao médico (vtdi).
10 – PISAR

Sentido: Pôr os pés sobre, humilhar, moer (VTD).


Exemplos:
- Não pise o tapete da sala.
- Ele sempre pisava os seus adversários.
- O chef pisava as especiarias para compor o tempero.

11 – PREFERIR

Sentido: Dar primazia a (VTDI).


Preposição: a
Exemplo: O governador preferiu investir em novas escolas a recuperar a penitenciária da cidade.
Exemplo: Eu prefiro caju a goiaba.
Exemplo: Ele prefere Raul Seixas a Lobão.

12 – QUERER

Sentido 1: Ter afeto, amar, estimar (VTI).


Preposição: a
Exemplo:
- Os pais querem bem aos filhos.
Sentido 2: Ter posse (VTD).
Preposição: ∅
Exemplo: Ele só queria diversão.

13 – VISAR

Sentido 1: Almejar, ter em vista, objetivar (VTI).


Preposição: a.
Exemplo: Aqueles jovens profissionais visam a fins nobres.
Sentido 2: Ver, dar visto (VTD).
Preposição: ∅
Exemplo: A professora visou a tarefa da aluna.

14- IMPLICAR

Sentido 1: Provocar, acarretar: VTD.


Exemplo: Essa decisão deve implicar mudanças significativas.

26
Obs.: alguns gramáticos consideram o verbo “implicar”, no sentido de “provocar”, VTI, regendo a
preposição EM. Tal ideia não é consensual.

Ex.: O depoimento implicou na descoberta dos fatos.

Sentido 2: Envolver (alguém ou a si mesmo) em complicação: VTDI, regendo preposição “em”.


Exemplo: O depoimento que prestou implicava Fulano na fraude.

Sentido 3: Ser incompatível; não estar de acordo: VTI, regendo preposição “com”.
Exemplo: Tal atitude implica com as normas prescritas.

15- ABDICAR

Sentido: Pode significar renunciar, desistir. Pode ser um verbo intransitivo, transitivo direto ou
transitivo indireto.

Exemplo:
- O príncipe abdicou. (VI)
- O pai abdicou sua autoridade. (VTD)
- Não abdicarei das minhas ideias. (VTI)

16- AGRADECER

Pode aparecer como transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto.

Exemplo:
- Agradeci as flores. (VTD)
- Agradeci aos diretores. (VTI)
- Agradeci o presente ao amigo. (VTDI)
17- CHAMAR

Sentido 01: Será transitivo direto no sentido de convidar, convocar.


Exemplo:
- Nós chamamos todos os presentes.

Sentido 02: No sentido denominar há 4 construções possíveis:

- Eles chamaram o político de ladrão. (transitivo direto);


- Eles chamaram o político ladrão. (transitivo direto);
- Eles chamaram ao político de ladrão. (transitivo indireto);
- Eles chamaram ao político ladrão. (transitivo indireto).
Obs.: todas as formas acima estão corretas e dizem a mesma coisa.
18- CUSTAR

Sentido: No sentido de ser custoso, ser difícil, será transitivo indireto.


Exemplo:
- Aquela difícil meta custou ao governo.

27
- No sentido de acarretar será transitivo direto e indireto.
Exemplo:
- A insensatez custou a ele os bens.

19- Esquecer

20- Lembrar
Serão transitivos diretos se não forem pronominais.
Exemplo:
- Ela esqueceu o nome da rua.
- Ela lembrou um caso antigo.
Serão transitivos indiretos se forem pronominais.
Exemplo:
- Ela esqueceu-se do nome da rua.
- Ela lembrou-se de um caso antigo

21- Precisar

Sentido: No sentido de marcar com precisão é transitivo direto.


Exemplo:
- Ele precisou a hora e o local da consulta.
No sentido de necessitar é transitivo indireto.
Exemplo:
- Nós precisamos de bons políticos.

AULA 11 – REGÊNCIA VERBAL

01. O resultado lembra muito as conclusões dos pesquisadores liderados por Jane Grea-
ves, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, que detectaram fosfina nas nuvens de
Vênus. (linhas 4 e 5) Assinale a alternativa em que, alterando-se o verbo sublinhado no
período acima, tenha-se mantido a correção gramatical. Não leve em conta alterações de
sentido.

A) O resultado almeja às conclusões dos pesquisadores...


B) O resultado imiscui às conclusões dos pesquisadores...
C) O resultado esquece das conclusões dos pesquisadores...
D) O resultado anui às conclusões dos pesquisadores...
E) O resultado alude as conclusões dos pesquisadores...

02. Considera que a alimentação se expressa em representações, envolve escolhas, símbo-


los e classificações que mostram as visões sobre a história e as tradições alimentares. (li-
nhas 13 e 14).
Assinale a alternativa em que, alterando-se o verbo do segmento sublinhado no período
acima, NÃO se tenha mantido adequação à norma culta. Não leve em conta as alterações
de sentido.

A) aspiram às visões sobre a história e as tradições alimentares

28
B) visam às visões sobre a história e as tradições alimentares
C) assistem às visões sobre a história e as tradições alimentares
D) almejam às visões sobre a história e as tradições alimentares
E) remetem às visões sobre a história e as tradições alimentares

03. Algumas ferramentas permitem responder a essas perguntas. (linhas 6 e 7)


Reescrevendo-se o período acima, independentemente da alteração de sentido, assinale a
alternativa em que a regência tenha sido incorretamente empregada, segundo a norma
culta.

A) Algumas ferramentas permitem aludir a essas perguntas.


B) Algumas ferramentas permitem proceder a essas perguntas.
C) Algumas ferramentas permitem implicar essas perguntas.
D) Algumas ferramentas permitem fazer apologia a essas perguntas.
E) Algumas ferramentas permitem lembrar essas perguntas.

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda.


Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
(Manuel Bandeira)

04. Com base no poema de Manuel Bandeira e em seus conhecimentos sobre sintaxe, gê-
nero poético e ortografia, pode-se afirmar que

A) a invenção a que se refere o autor dá-se por um processo de neologismo verbal, no qual o
objeto direto, representado por um pronome oblíquo átono, é fundido a um verbo, de modo a formar
outro verbo de regência própria.
B) o sujeito do verbo inventar em “inventei (...) o verbo teodorar” é “verbo teodorar”.
C) os verbos “beijar” e “falar”, no texto, são transitivos diretos.
D) o verbo “inventar”, no texto, é intransitivo.
E) o pronome relativo “que”, em “que traduzem a ternura mais funda” funciona sintaticamente como
objeto direto da oração adjetiva.

05. A representação gráfica do trecho “Os valores de ordem, hierarquia e obrigação mú-
tua” (linhas 44 e 45) poderia ser feita da seguinte forma: X →(X+X+Xy). Tomando essa re-
presentação gráfica como modelo, assinale a alternativa que apresente a correta represen-
tação do segmento “O impacto do nacionalismo e do comunismo, e seu amor inerente pela
novidade e pelo progresso”.
A) [X→Xy+Xy] + [Xy→Xy+Xy]
B) (X→X→X) + (X→X→X)
C) [Xy+Xy]+[Xy→Xy+Xy]

29
D) (X→X+X→X) + (yXy→X+X)
E) [X→X+X] + [Xy→X+X]

06. Em se tratando da transitividade verbal, assinale a alternativa correta quanto ao termo


sublinhado.
A) “Assim surgiu a música.” (2º§) – verbo transitivo indireto.
B) “... ele ouve as batidas do coração da mãe...” (1º§) – verbo intransitivo.
C) “... o homem percebeu todo esse potencial.” (2º§) – verbo transitivo direto
D) “A música é uma das linguagens que o aluno...” (5º§) – verbo transitivo direto.

07. “[...] mas há dois aspectos que autorizam os brasileiros a nutrir certo otimismo: [...]”
(2º§) O verbo grifado no segmento anterior apresenta a mesma transitividade vista em:
A) Sua vantagem é que sempre teve certeza da vitória.
B) Diante da plateia, desculpou-se do ocorrido ao professor.
C) Ainda que tardiamente, o recurso foi julgado improcedente pela segunda vez
D) Tendo em vista a situação apresentada, relegamos esse assunto a segundo plano.

08. Dos trechos apresentados a seguir, a próclise só é obrigatória, de acordo com a Gramá-
tica Normativa do Português, em um dos casos. Que caso é esse?
A) “Uma lágrima me desceu junto.” (9º§)
B) “Sua mulher não o acompanhava, não mais.” (5º§)
C) “Era então a distância do filho cuja voz diariamente lhe soprava suave os ouvidos.” (8º§)
D) “As lágrimas resultavam, por conseguinte, de lembranças inumeráveis de momentos em pre-
sença a qual jamais voltará a se efetivar.” (4º§)

09. Em “Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa”, o pronome oblíquo “las”
exerce, na oração, função sintática de:
A) Objeto direto.
B) Objeto indireto.
C) Adjunto adnominal.
D) Predicativo do objetivo.

10. Assinale o trecho cujo termo destacado possui transitividade equivalente à do verbo
“tratar” vista em “Quem dorme pouco está mais propenso a desenvolver doenças mentais
e têm mais dificuldades de tratá-las.”:

A) “[...] são algumas das respostas do corpo à privação de sono.” (1º§)


B) “[...] concorda com Abbott sobre a correlação entre insônia e doenças mentais.” (3º§)
C) "A insônia, inclusive, é um sintoma comum em pacientes que sofrem de ansiedade, [...]” (1º§)
D) “Quem tem dificuldade para pegar no sono sabe que os efeitos de uma noite mal dormida
[...]” (1º§)

AULA 12 – REGÊNCIA VERBAL

30
REGÊNCIA NOMINAL
Estuda as relações em que os nomes – substantivos, adjetivos e advérbios – exigem complemento
para que os sentidos da frase fiquem estabilizados. Essa relação entre o nome e seus comple-
mentos é estabelecida pela presença de preposição e gera uma função sintática chamada com-
plemento nominal.
Antes, vamos fazer uma comparação:
Lucas obedece aos pais.
Lucas tem obediência aos pais.
Lucas é obediente aos pais.
Exemplos:
1- O fiel expôs a sua crença em Deus.
2- A médica chegou desgostosa com as condições de trabalho.
3- Ele fez a tarefa contrariamente aos pedidos da mãe.
Muitos nomes podem aceitar mais de uma preposição
1- Pedro tem amor por todos os seus filhos.
2. Pedro tem amor a todos os seus filhos.
3- Eu tenho ódio a gente arrogante.
4- Eu tenho ódio contra gente arrogante.
5- Eu tenho ódio de gente arrogante.
6- Eu tenho ódio para com gente arrogante.
Veja a tabela abaixo:

31
AULA 13 – CRASE

Crase
Teoria

O uso do acento grave é produto da fusão de duas vogais idênticas: a + a = à (fusão). O primeiro
“a” é uma preposição, e o segundo “a” é um artigo.

Obs.: o artigo “a” pode, também, aparecer no plural (“as”).

Uma estatística
- 85% das ocorrências de acento grave se dão por fusão.
- 15% das ocorrências de acento grave se dão por “acento diferencial”.
Os 85% têm como base a seguinte tabela:

32
Detalhando a tabela:

Vamos testar os princípios:


1- O brasileiro recorreu ....... ....... medicação errada.
2- O jornal se referia ........ ......... cobrança indevida.
3- O pai deu um presente ........ ........ filha.
4- Eles são indiferentes ........ ........ miséria do povo.
5- O combate ....... ........ Covid-19 é missão de todos.

6- Os políticos se dedicam ..…… ……..-queles homens do mal.


7- Ele recorreu ……. ……..-quelas palavras feias.
8- A ideia ........ ........ qual os ministros recorreram tinha brechas jurídicas.
9- As iniciativas ........ ........ quais o jornal se referia eram dignas.
10- As medidas, ....... ........ quais os políticos não aderiram, são muito
valiosas.
OBSERVAÇÃO
As formas craseadas “à qual” e “às quais” podem ser substituídas por “a que”, sem crase.

CASO ESPECIAL I

Em alguns casos, um “à” ou um “às” é equivalente a “àquela(s)”. Nesses casos, o substantivo


feminino fica implícito no texto.

a) A novela que ele viu é semelhante à que passou nos anos de 1980.

[A novela que ele viu é semelhante àquela que passou nos anos de 1980].

2- Suas críticas são idênticas às do meu pai.

[Suas ideias são idênticas àquelas do meu pai].

33
CASO ESPECIAL II: as três “meninas rebeldes”.

As palavras “casa”, “terra” e “distância” só receberão o acento grave se estiverem especificadas.

Sem especificação, ficam assim:

- Pedro não voltou a casa.

- Depois de dias, o jangadeiro voltou a terra.

- Fiz um curso a distância.

Mas, se estiverem com especificação, recebem o acento:

- Pedro não voltou à casa dos amigos da faculdade.

- Depois de dias, o jangadeiro voltou à terra de seus colonizadores.

- Fiz um curso à distância de 400 km.

CASOS FACULTATIVOS
a) Antes de pronomes possessivos femininos no singular.
b) Antes de nomes próprios femininos.
c) Depois da preposição “até”.

a) Antes de pronomes possessivos femininos singular

Ex.: Ele disse tudo à minha amiga. (a minha amiga)

Ex.: Convém à tua família enfrentar esse problema. (a tua)

Ex.: Ele disse tudo à minha professora e à tua mãe. (a minha / a tua).

Uma exceção, cuidado!!!

- O mestre recorreu à minha tese de doutorado e à tua.

- Isso diz respeito à sua saúde e à nossa.

(Todas as formas destacadas são obrigatórias por conta do paralelismo).

b) Antes de nomes próprios femininos:


1. Não especificados: Ele se referia à Ana / a Ana.
2. Especificados: Ele se referia à Ana do 9º andar.

3. Famosos: Ele se referia a Ana Maria Braga.

c) Depois da preposição ATÉ.

O turista irá até à praça velha. (ou “até a praça velha”)

34
Vamos até à escola e depois voltamos. (ou “até a escola)

Os 15% ( o “acento diferencial”)


Ocorre, obrigatoriamente, uso do acento grave nas locuções adjetivas, adverbiais, conjuntivas e
prepositivas com núcleo substantivo feminino.

- Ele cheirava a manga.


- Ele cheirava à manga.

O barco à vela ia muito longe no mar. (locução adjetiva)


- A criança sempre comia à vontade na casa dos avós. (locução adverbial)
- Deixou a capital do país às sete horas. (locução adverbial)
- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos. (locução conjuntiva)
- Ele está à espera de um grande amor. (locução prepositiva).
VEJA OUTROS CASOS
à tarde, à chave, à míngua, à força, à noite, à escuta, à direita, à deriva, às claras, às avessas, às
escondidas, às moscas, à toa, à revelia, à beça, à luz, à esquerda, à larga, às vezes, às ordens,
às ocultas, às turras, à beira de, à sombra de, à exceção de, à força de à frente de, à imitação de,
à procura de, à semelhança de, à proporção que, à medida que, à zero hora, à uma hora, às duas
horas, às oito e meia etc. (e todas as horas precisas).

Observações necessárias
a) Caso a locução NÃO tenha núcleo feminino, não ocorrerá crase:
- O leão sempre mata a sangue-frio.
- O quarto cheirava a óleo de cozinha.
- Ando muito a pé.
- Use sal e pimenta a gosto.
- Já estamos a bordo.

b) Ocorrerá crase quando a locução “à moda (de)” ou “à maneira (de)” estiver implícita:
- Eles dançavam à Elvis Presley.
- Ele costumava sair das reuniões à francesa.
- Adoro peixada à cearense.

c) Se as horas forem precisas, ocorre acento grave; do contrário, não.


- Nós saímos à uma hora.
- Eles irão sair daqui a uma hora.
- Às dez horas, os portões se fecham.
- Após as nove horas, eu posso chegar a qualquer momento.

AULA 14 – CRASE

01. Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões inóspitas dentro do próprio
país, como ocorreu com a família de Mukasonga. (linhas 31 e 32)
Assinale a alternativa em que a substituição do segmento sublinhado tenha sido feita de
acordo com a normal culta. Não leve em conta alterações de sentido.

a) à Brasília

35
b) à terra firme
c) à casa
d) à Fortaleza de José de Alencar
e) à lugares desconhecidos

02. Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase é facultativo.

a) O neto voltou à casa da avó.


b) Meu neto voltou à minha casa.
c) A avó, às vezes, deixa-o brincar na chuva.
d) A mãe devolveu as roupas àquela criança.

03. O uso do acento grave em “À frente de projetos como o Sirius — maior projeto científico
e tecnológico em desenvolvimento no Brasil [...]” (4º§) é de uso obrigatório. Indique, a se-
guir, o fragmento em que o acento grave foi empregado INCORRETAMENTE.
a) “Primeiro smartphone com leitor de digitais integrado à tela vai ser chinês.”
b) “Florianópolis vive hoje o temor de que 2017 termine com notícias semelhantes às que estrea-
ram o ano.”
c) “Uma garota de 9 anos teve o cabelo cortado à força por duas tias e duas primas no último fim
de semana.”
d) “Todo o atendimento ao público será realizado de segunda à domingo conforme determinado
anteriormente.”

AULA 15 – CONCORDÂNCIA VERBAL

Princípios

- Em geral, quem dita as regras do jogo é o sujeito. Ou seja, será o sujeito o termo sintático res-
ponsável pelo “movimento” do verbo.
- “Movimento” quer dizer, na linguagem da gramática, flexão verbal.
- O verbo sofre seis (06) flexões: três no singular e três no plural.
Em provas de concurso, entretanto, as flexões que dominam são as da terceira do singular e as
da terceira do plural, ou seja, as bancas costumam exigir apenas duas flexões.
Assim, o que elas mais gostam de fazer é pedir ao candidato para avaliar se um verbo pode sair
do singular e ir para o plural (ou vice e versa).

Exemplo:
- O movimento das comunidades modificou as regras daquele município.
( ) A substituição de “modificou” por “modificaram” mantém a correção gramatical.
Dica: pergunte ao verbo assim: “quem modificou as regras?”

1º ESCALÃO DE REGRAS

1- Somente o núcleo do sujeito é capaz de “acionar” (flexionar) o verbo ou a locução verbal.


- O programa dos novos médicos brasileiros mudou as formas de gestão.

36
- As iniciativas da coordenadoria do projeto ambiental trouxeram ânimo ao povo indígena.

Construções erradas:
- O programa dos novos médicos brasileiros mudaram as formas de gestão.
- As iniciativas da coordenadoria do projeto ambiental trouxe ânimo ao povo indígena.

2- É comum que o sujeito seja distanciado do verbo ou da locução verbal com o propósito
de confundir o candidato.

- Um número cada vez mais crescente de alunos motivados pelas novas tecnologias digitais invade
as salas de recrutamento de grandes empresas.

- A candidatura do ex-prefeito, segundo vários jornalistas importantes, ainda que seja uma afronta
aos milhões de eleitores lesados por sua má gestão, revela a falta de rigor na legislação eleitoral.

3. É comum que o sujeito seja deslocado (daí a frase fica na “ordem indireta”) para o meio
ou o fim do período a fim de confundir o candidato.
No início do século 20, não passava dos 40 anos a expectativa de vida ao nascer nos países da
Europa mais desenvolvida.
A cada um dos envolvidos nos casos dedicou uma página o jornal.

CUIDADO!!!!
Se o verbo estiver anteposto ao sujeito composto, poderá concordar com o núcleo mais próximo
ou ir para o plural.

Nível básico:
- Deixou a cidade o pai e a mãe.
- Deixaram a cidade o pai e a mãe.

Nível avançado:
- Embora modifique as regras a prefeitura e o governo do estado, ainda não se mostrou eficaz o
projeto de lei e a medida provisória.
- Embora modifiquem as regras a prefeitura e o governo do estado, ainda não se mostraram efi-
cazes o projeto de lei e a medida provisória.

Em outros cenários, a facultatividade seria impossível:


- Deixaram a cidade os primos e a sogra.
- Embora modifiquem as regras os vereadores e a cúpula do estado, ainda não se mostraram
eficazes os projetos de lei e a medida provisória.

4- Quando o sujeito for uma oração (ou seja, sua base for um verbo), lembre-se de que o
verbo fica, obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular.

37
Na ordem direta:
- Malhar de estômago vazio não ajuda a queimar gordura.
- Quem anula o seu voto dá as costas à democracia.
- Que as fake news mudaram o país é fato.

Na ordem indireta:
- Coube ao povo modificar as políticas públicas de segurança.
- É fundamental que todos busquem a tolerância.
- Perdeu a vergonha quem destruiu o sentido de povo.

Atenção!!!
Mesmo que haja dois, três, quatro etc. verbos no infinitivo, a regra do sujeito oracional per-
manece.

- Estudar muitas horas por dia e cuidar da dieta exige muita força e muita fé.
- A partir da Segunda Guerra Mundial, tornou-se possível prevenir e tratar diversas enfermidades

5- Quando o sujeito estiver representado pelo pronome relativo “que”, concorde com o
termo ao qual o pronome se refere.
- O estudioso apresentou os detalhes que fazem toda a diferença na hora de estudar.

DICA DOS 4 SEGUNDOS


a) Busque o referente do QUE;
b) Modifique o número do referente;
c) Leia a frase novamente;
d) Verifique a concordancia;
e) Se estiver errada, o QUE será sujeito.

Vejamos outros exemplos:


- Nós gostamos de livros que mudam a nossa cabeça.
- Deixou a cidade a moça que salvou as crianças.

7- Quando o sujeito estiver na voz passiva sintética, cuidado para não confundi-lo com o
objeto direto.

Nível básico:
- Dominou-se o suspeito rapidamente.
- Vende-se casa.
Dedicam-se homenagens ao mártir daquele país.

Assim, veja como é fácil chancelar o erro.


- Comemora-se os dez anos da empresa. (Frase errada)
- Mostrou-se os erros daquele governo. (Frase errada)
- Estuda-se as narrativas populares. (Frase errada)

38
Nível avançado:
- Não se dá aos brasileiros a chance de crescer. (Frase certa)
- Devem-se explicar os casos de irregularidade. (Frase certa)

8- Quando o sujeito for indeterminado, há duas situações:


a) Verbo na 3ª pessoa do plural sem antecedente.
b) VTI, VI ou VL acompanhado do pronome “se” (índice de indeterminação do sujeito) com verbo
na 3ª pessoa do singular.

Exemplos:
- Destruíram os conceitos de gentileza.
- Mataram a democracia.
- Picharam as estátuas.
- Clonaram a minha senha.

Exemplos:
- Acredita-se em milagres.
- Gosta-se de festas juninas.
- Pouco se discordou dos depoimentos.
- Sempre se sofre muito no Brasil.
- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.
- Era-se desconfiado naquela cidade.

9- Quando a oração não tem sujeito, o verbo é chamado de impessoal e fica sem “co-
mando”; por isso, permanecerá na 3ª pessoa singular (e raras vezes no plural).
- Havia muitas brigas naquela escola.
- Grandes eventos houve no auditório.

Cuidado!!!
O verbo EXISTIR, contudo, é pessoal e passa, automaticamente, a ter sujeito. Ou seja, o objeto
direto do verbo HAVER será, portanto, o sujeito do verbo EXISTIR. Sempre!!!
- Existiam muitas brigas naquela escola.
- Grandes eventos existiram no auditório.
- Faz trinta dias que o edital saiu.
- Há doze anos que ele deixou o país.
- Neva na serra gaúcha.
- Chove muito em Londres.
- Já amanheceu!

Exceções
- Muitos flocos bonitos nevavam naquela cidade europeia.
- Choviam péssimas notícias nos jornais.
- Eram seis horas quando a polícia chegou.
- São dez horas.

39
- Hoje são 15 de julho.

10- Quando o sujeito é formado por expressão partitiva, percentual ou fracionária.


Para termos que indiquem ideia partitiva ou fracionária, quando possuírem expressão especifica-
tiva pluralizada, admite-se que o verbo vá para o plural ou fique no singular.

Ex.:
- A maioria dos médicos deixou o hospital.
- A maioria dos médicos deixaram o hospital.

- A menor parte dos alunos bebia.


- A menor parte dos alunos bebiam.
- Grande parte da equipe errou.
- Grande parte da equipe errou.
- A minoria dos policiais está preocupada.
- A minoria dos policiais estão preocupados.

Caso a palavra partitiva vier encabeçada por uma porcentagem, a concordância também se
dará com o número percentual ou com o adjunto.

Ex.:
- 30% da empresa receberam críticas.
- 30% da empresa recebeu críticas.
- 1,8% dos brasileiros pedia a intervenção militar.
- 1,8% dos brasileiros pediam a intervenção militar.

Caso não haja adjunto no plural, a concordância se dará normalmente com o número per-
centual.
Ex.:
- 25% chegaram aos seus objetivos.
- 1,6% desistiu da prova.

Exceção:
Caso surja o artigo “OS” (ou outro determinante, como ESSES, ESTES, AQUELES) antes dos
percentuais, o verbo irá, OBRIGATORIAMENTE, para o PLURAL.

- Os 10% da comunidade requereram novas eleições.


- Esses 15% da pesquisa não representam muita coisa.

40
Caso o sujeito seja formado por um numeral em forma de fração, concorde com o numera-
dor ou com o adjunto.
- ¼ dos alunos não entregou o trabalho.
- ¼ dos alunos não entregaram o trabalho.
- Dois quintos da cidade questionaram a prefeitura.
- Dois quintos da cidade questionou a prefeitura.

Pontuação
Em qualquer língua, existem certos recursos – como pausa, melodia, entonação e até mesmo,
silêncio – que só estão presentes na oralidade. Na forma escrita da linguagem, no intuito de
substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação. Estes são também usados para destacar
palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido de frases. A pontuação também tem o
objetivo de dissipar ambiguidade, organizar ideias num parágrafo, diferenciar as falas de um dis-
curso etc.

TEORIA DA PONTUAÇÃO

REGRA GERAL
S + V + C + Adj. Adv.

Não se usa uma unidade de vírgula entre:


O sujeito e o verbo.
O verbo e o complemento.
As vírgulas que aparecem abaixo estão erradas porque ferem a regra geral:
- A atividade de inteligência, é o exercício de ações especializadas para a obtenção e análise de
dados.
- Todas as iniciativas do governo federal, não surtiram efeito porque os fatos exigiam, mais com-
prometimento.
- Quem deixou para fazer o cadastro no último dia, passou por vários constrangimentos.
- Muitos pensam no futuro; outros, evitam essa reflexão.

É possível usar uma unidade de vírgula entre:


O complemento e o adjunto adverbial, ainda que este esteja em sua posição padrão.

Exemplos possíveis:
- João deixou a cidade à tarde.
- João deixou a cidade, à tarde.
- Eu vou estudar só sem você.
- Eu vou estudar só, sem você.
- O jornalista trouxe as informações de Santa Catarina.
- O jornalista trouxe as informações, de Santa Catarina.

41
REGRAS ESPECÍFICAS

a) usa-se a vírgula para separar os elementos de uma enumeração:

- Aquela sala é grande, arejada, iluminada e bem decorada.

Obs.: os elementos de uma enumeração sempre pertencem à mesma classe gramatical e


têm a mesma função sintática.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.
A pontuação abaixo também está correta:
- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, dois banheiros.
A pontuação abaixo, contudo, está incorreta: não se usa “, e” para concluir listas.
- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, e dois ba-
nheiros.

b) Usa-se a vírgula para isolar o vocativo:


- Pedro, o que aconteceu?
- O que acontece, amiga, é que você não escuta ninguém.
- Ajude-me, Deus!

c) usa-se a vírgula para isolar o aposto:


- Sebastião Salgado, um fotógrafo brasileiro extraordinário, denunciou a miséria humana em seu
trabalho.

Variações quanto ao posicionamento do aposto explicativo.

- Denunciou a miséria humana em seu trabalho Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro extraordi-
nário.
- Fotógrafo brasileiro extraordinário, Sebastião Salgado Denunciou a miséria humana em seu tra-
balho.
- É fundamental que todos reconheçam a paranoia, termo clínico para designar os problemas psí-
quicos caracterizados por um delírio sistematizado.
- É fundamental que todos reconheçam a paranoia ─ termo clínico para designar os problemas
psíquicos caracterizados por um delírio sistematizado.
- É fundamental que todos reconheçam a paranoia (termo clínico para designar os problemas psí-
quicos caracterizados por um delírio sistematizado).
- É fundamental que todos reconheçam a paranoia: termo clínico para designar os problemas psí-
quicos caracterizados por um delírio sistematizado.

d) Usa-se a vírgula para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, ou
seja, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.):

42
- Reinvenção do presente, o futuro está no passado, ou seja, temos de perceber o que nos acon-
teceu há milhões de anos, o que aconteceu antes de nos ter acontecido alguma coisa, para nos
libertarmos desse vazio a que chamamos futuro.
- Eles conheceram a Europa, aliás, a África.

e) Usa-se a vírgula para isolar o adjunto adverbial antecipado:


- Hoje, o país vive um caos na saúde pública.
- Com cuidado, todos saem às ruas.
- No ano de 2019, houve um número alto de acidentes de trabalho.
- Longe do planeta Terra, a sonda europeia faz grandes progressos científicos.

f) Usa-se a vírgula para isolar os adjuntos adverbiais intercalado:


- A multidão foi, aos poucos, avançando para o palco principal.
- Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.

g) Usa-se a vírgula para isolar, nas datas, o nome do lugar:


- Fortaleza, 22 de maio de 2020.
- Paris, 13 de dezembro de 2022.
-
h) Usa-se a vírgula para isolar as orações coordenadas:
- O médico chegou cedo, e os pacientes já o esperavam.
- Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.
- Houve um novo deslizamento de terra, mas, segundo os jornais, a queda do bloco não provocou
vítimas.
- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.
- Ou a polícia chega logo, ou o povo tomará as providências.

CONJUNÇÕES X PONTUAÇÃO

CONJUNÇÕES PEQUENAS (VERSÃO I)

____________________ , e _____________________
Ou _________________ , ou ___________________
____________________ , mas___________________
____________________, pois__________________
____________________, porque________________
____________________, que___________________

CONJUNÇÕES PEQUENAS (VERSÃO II)

____________________; e _____________________
Ou _________________; ou ___________________
____________________; mas___________________
____________________; pois_______________

43
____________________; porque________________
____________________; que___________________

- O homem luta e muda a sua história.


- O professor explicou a questão, e o aluno tirou a sua dúvida.
- Como muito, e não engordo.
- Aquelas crianças pobres só faziam uma refeição por dia, e estavam subnutridas.

CONJUNÇÕES GRANDES (VERSÃO I)


____________________, porém________________
____________________, contudo_______________
____________________, entretanto_____________
____________________, no entanto_____________
____________________, em contrapartida_______
____________________, todavia________________
____________________, portanto_______________
____________________, logo__________________
____________________, assim_________________

CONJUNÇÕES GRANDES (VERSÃO II)

(Essa versão somente será possível quando a conjunção estiver depois do verbo ou do
sujeito).
____________________, porém,________________
____________________, contudo,_______________
____________________, entretanto,____________
____________________, no entanto,____________
____________________, em contrapartida,______
____________________, todavia,_______________
____________________, portanto,______________
____________________, logo,_________________
____________________, assim,________________

Exemplos:
- A saúde é um direito fundamental; o povo, entretanto, padece em hospitais cada vez mais suca-
teados.
- A saúde é um direito fundamental; o povo padece, entretanto, em hospitais cada vez mais
sucateados.

Cuidado!!!
A pontuação abaixo é considerada indevida.
- Ele já enganou várias pessoas, portanto, não é digno de confiança.

44
CONJUNÇÕES GRANDES (VERSÃO III)

____________________; porém________________
____________________; contudo_______________
____________________; entretanto_____________
____________________; no entanto_____________
____________________; em contrapartida_______
____________________; todavia________________
____________________; portanto_______________
____________________; logo__________________
____________________; assim_________________

CONJUNÇÕES GRANDES (VERSÃO IV)

____________________. Porém,________________
____________________. Contudo,______________
____________________. Entretanto,____________
____________________. No entanto,____________
____________________. Em contrapartida,______
____________________. Todavia,_______________
____________________. Portanto,______________
____________________. Logo,_________________
____________________. Assim,________________

i) Usa-se a vírgula para indicar a elipse de um elemento da oração:


- Muitas vezes durmo cedo; outras, bem tarde.
- O europeu costuma beber vinho em suas refeições; o sul-americano, refrigerante.

j) após a saudação em correspondência (social e comercial):


- Atenciosamente,
- Respeitosamente,

k) para isolar as orações adjetivas explicativas:


Nesse tipo de oração, há valor de generalização ou individualização.
- O aluno, que é uma “peça” fundamental da escola, deve ser compreendido em sua totalidade.
- Assisti a um documentário sobre Ayrton Senna, que foi o maior piloto brasileiro.
- O homem, cujo destino fatal é morte, mistifica a vida para suportá-la.

l) Usa-se a vírgula para isolar orações intercaladas:


- O povo brasileiro, assim descrevem os antropólogos, age com o coração.
- Não posso, respondi de maneira ríspida, mudar tudo em minha vida.

45
PONTO

Emprega-se o ponto para indicar o término de uma frase declarativa de um período simples ou
composto e também em abreviaturas.
- Desejo-lhe uma feliz viagem.
- A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conser-
vado com primor.
- O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro, hab. =
habitante, rod. = rodovia.

PONTO E VÍRGULA

a) separar orações coordenadas cujo sentido anterior deve ser enfatizado:

- A maioria dos alunos passou de ano; porém não houve a tradicional festa de formatura por conta
da pandemia.

b) num trecho longo, onde já existam vírgulas, para enunciar pausa mais forte.

- A introdução dos computadores pode acarretar duas consequências: uma, de natureza econô-
mica, é a redução de custos; a outra, de implicações sociais, é a demissão de funcionários.
- Vamos formar três equipes: João, Paulo e Carlos pertencem ao grupo azul; Maria, Jorge e Rute,
ao vermelho; e Otávio, Andréa e Lucas, ao branco.

c) separar vários itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais.
(Constituição da República Federativa do Brasil)

DOIS-PONTOS

Os dois-pontos são empregados para:


a) Introduzir uma enumeração:
- Comprou dois presentes: um livro e um vinho.
- Os principais problemas são estes: fome, seca e pandemia.

b) Anunciar uma citação:


- Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:
- Afinal, o que houve?

46
- Irritado, o ministro declarou: “Não há crise no Brasil!”.

c) Introduzir um esclarecimento:
- O ministro conseguiu realizar seu maior desejo: todos os órgãos de combate ao desmatamento
foram fechados.

d) Marcar o vocativo, em facultatividade com a vírgula, de correspondências sociais, co-


merciais ou institucionais:

Querida amiga:
Prezados senhores:
Senhor Ministro:

PONTO DE INTERROGAÇÃO

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija
resposta:

O criado pediu licença para entrar:


─ O senhor não precisa de mim?
─ Não obrigado. A que horas janta-se?
─ Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
─ Bem.
─ O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo?
─ Não.
(José de Alencar)

PONTO DE EXCLAMAÇÃO

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação
exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc.

- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito re-
pousante, Jacinto!
- Então janta, homem!
(Eça de Queiroz)
Nota:
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:
Oh!
- Valha-me Deus!
- Vixe!!!

47
RETICÊNCIAS

As reticências são empregadas para:

a) assinalar suspenção do pensamento, em que se deixam ideias no ar:


- Bem, eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o
mundo saberá...
(Júlio Dinis)
- Eles compraram livros, cadernos, lápis, borrachas, apontadores ...

b) indicar partes que são suprimidas de um texto:


Assim, só aparece aos nossos olhos uma verdade que seria riqueza, fecundidade, força doce e
insidiosamente universal. E ignoramos, em contrapartida, a vontade de verdade, como prodigiosa
maquinaria destinada a excluir todos aqueles (...).
(FOUCAULT: A ordem dos discursos).
c) marcar aumento de emoção:
- “Eu preciso aceitar que não dá mais pra separar as nossas vidas...”
José Augusto Cougi e Paulo Sérgio Kostenbader Valle, Evidências.

ASPAS
As aspas são empregadas:

a) antes e depois de citações textuais:


- Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época, pois é dela
que os alunos necessitam para a comunicação quotidiana".

b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou vulga-


res:
- O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está
cada vez mais descarado.
- Ele não comprou o “smartphone”.
- Depois daquele encontro, ele saiu “queimado” da reunião.
- Com a chegada da polícia, os três suspeitos "puxaram o carro" rapidamente.
- Eu vou “ferrar” você!!!

c) para ironizar ou mesmo realçar uma palavra ou expressão:


- Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sonoro.
- Muitos pensam que “democracia” é um fenômeno global.
- A “linda” já ligou para você três vezes.

TRAVESSÃO
Emprega-se o travessão para:

a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:

48
― Que gente é aquela, seu Alberto?
― São japoneses.
― Japoneses? E... é gente como nós?
― É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.
― Mas, então não são índios?
(Ferreira de Castro)

b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:


Um novo livro ─ muito bem comentado pela crítica ─ foi lançado na livraria do centro.
Um grupo de turistas estrangeiros ― todos muito ruidosos ― invadiu o saguão do hotel no qual
estávamos hospedados.

PARÊNTESES
Os parênteses são empregados para:

a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário:

- Além dos bombeiros e da Defesa Civil, trabalham no resgate equipes do Instituto Geológico (IG)
e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do governo de São Paulo, e a Polícia Civil do Guarujá
(litoral de SP).

b) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos tra-
vessões:

- Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apre-
endidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.
Compreensão e interpretação de texto, Vocabulário; ortoepia e prosódia, acentuação grá-
fica, ortografia, homófonos e parônimos.

COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO

Quando lemos um texto, realizamos esses dois processos quase que ao mesmo tempo e de forma
muito rápida. Assim, é possível que compreendamos de forma errada certos enunciados ou que
façamos interpretações pessoais e descabidas de um texto. Para o concurseiro, não há margem
para erro. Ele tem que ser preciso em sua leitura e saber dividir muito bem as duas partes.
Assim, compreensão diz respeito àquela informação que está, explicitamente, no texto. Tudo está
à vista do leitor: fatos citados; números percentuais; comparações; citações de estudiosos, em-
presas, eventos etc.; discordâncias ou concordâncias do autor etc. Ou seja, a Compreensão de
textos consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar os dados do texto. Diante
disso, você terá alguns enunciados básicos de questões de compreensão. Os comandos (enunci-
ados) de compreensão são, na maioria das vezes, os seguintes:

49
AULAS 19, 20 E 21 – ORAÇÕES COORDENADAS E SUBORNADAS

ORAÇÕES COORDENADAS

Princípios:
São estruturas independentes.
Podem ser ligadas, ou não, por conjunção.
São, portanto, sindéticas ou assindéticas.

Demonstrando os princípios:
A criança comeu todo o lanche. A criança estava faminta. (orações independentes)
A criança comeu todo o lanche, pois estava faminta.
(período composto sindético)
A criança comeu todo o lanche: estava faminta.
(período composto assindético)

Períodos sindéticos versus períodos assindéticos

SINDÉTICOS: quando vêm introduzidos por conjunção.


- A prefeitura negou a fraude e mostrou provas a seu favor.
- Joana deu à luz um lindo bebê, portanto estava muito feliz.
- Comemoramos muito o título, pois a conquista foi espetacular.

ASSINDÉTICOS: quando não vêm introduzidos por conjunção.

- A prefeitura negou a fraude, mostrou provas a seu favor.


- Joana deu à luz um lindo bebê; estava muito feliz.
- Comemoramos muito o título: a conquista foi espetacular.

50
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

1. Aditivas
► Expressam uma adição, uma sequência de informações:
- Eles deixaram a festa e procuraram um bar aberto.
- A tese parecia lógica, e os argumentos faziam sentido.
- Hoje, não cozinho nem lavo a louça.
- O filho não só mostra obediência, mas também tira boas notas.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ADITIVAS

e
nem (= e não)
(não só)... mas também
(não só)... como também
(não apenas)...mas ainda
(não somente)...senão também
(não somente)...bem como
que (= e)

2. Adversativas
Expressam a valor de oposição, contraste, restrição ou mudança de assunto:
- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; porém aquela semana foi de muita chuva. (oposição)

51
- O homem foi picado por uma cascavel, entretanto passa bem. (contraste)
- Adorei o seu jantar, mas use menos pimenta da próxima vez. (restrição)
- Corrupção é o tema do dia, mas vamos falar de futebol. (a conjunção “mas” indica mudança de
assunto).

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ADVERSATIVAS

Mas
Porém
Contudo
Entretanto
Todavia
No entanto
Em contrapartida
Senão
Ainda assim
Exceto
Salvo
Não obstante

CUIDADO!!!!

Quando a conjunção MAS não pode substituir suas correspondentes


- O governo usa, cada vez mais, de falsas informações; a maioria da população, entretanto, não
percebe o descalabro. (USO CORRETO).
- O governo usa, cada vez mais, de falsas informações; a maioria da população, mas, não percebe
o descalabro. (USO INCORRETO).

3. Alternativas
Expressam alternância de ideias ou revezamento de ações:

- Venha logo ou perderá a sua vaga.


- Ora bebiam, ora comiam.
- Quer em casa, quer no trabalho ele sempre arranja confusão.
- Talvez chegue cedo, talvez demore muito.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ALTERNATIVAS

Ou...ou
Ora...ora
Quer...quer
Seja...seja
Já...já
Nem...nem

52
Talvez...talvez

4. Conclusivas
Expressam ideia de conclusão, consequência, ou seja, dizem o inevitável:
- A humanidade não tem vacina contra o coronavírus, portanto estamos todos vulneráveis a uma
nova onda de contaminação.
- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; merece, pois, toda a confiança da em-
presa.
- Os cães passaram três dias sem comer, por conseguinte estão famintos.
- Os preços dos carros caíram muito na última década, logo é normal o aumento dos engarrafa-
mentos nas grandes cidades.
- Os preços dos carros caíram muito na última década; é, logo, normal o aumento dos engarrafa-
mentos nas grandes cidades.

CONJUNÇÕES CORRDENATIVAS CONCLUSIVAS

Logo
Portanto
Por conseguinte
Por isso
Assim
Então
Pois (posposto ao verbo)
5. Explicativas
Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na primeira oração:
- Ele foi à praia, pois estava muito estressado.
- Vista-se logo, que seu pai já está chegando.
- A jovem chegou muito tarde ao trabalho, porquanto seu carro quebrara no caminho.
- Ela mudou a cor do cabelo, porque vivia uma nova fase de sua vida.

PORQUE, QUE, POIS, PORQUANTO 100% EXPLICATIVOS

Terão o seu primeiro verbo no modo imperativo.


Ou
Não se notará relação de causa e efeito entre as orações.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS EXPLICATIVAS
Que
Porque
Porquanto
Pois (anteposto ao verbo)

PARTICULARIDADES
► Com relação às orações coordenadas ainda se deve levar em conta que:

53
1) As orações coordenadas sindéticas aditivas podem estar correlacionadas através das expres-
sões: (não só)... mas também, (não somente)... mas ainda, (não só)... como também. Exemplo:

- Não só se dedica aos esportes, como também à música.


- Não só fez o gol do título, mas também se sagrou artilheiro do campeonato.

2) A conjunção Que pode ter valor:

a) Aditivo:
- Ela varre QUE varre a sala, e não se cansa. (Varre e Varre.)
- Esse menino fala QUE fala!!! Não para um instante! (Fala e fala.)

b) Adversativo:
- Todos receberão os salários hoje, que não você.
- Os funcionários da tesouraria, que não os diretores, estão dispensados despois das três da
tarde.

3) A conjunção E pode assumir valor adversativo ou conclusivo, também:


- Ele come muito, e não engorda.
- Ela passou no concurso, e estava muito feliz.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


São estruturas dependentes e funcionam como adjetivos. Obviamente, referem-se a substantivos.
A origem dessas orações:
1- O time vitorioso.
2- O time das vitórias.
3- O time que vence os campeonatos.
4- O time que vence os campeonatos deixa sua torcida feliz.

Classificação das orações adjetivas


Exemplos:
- O aluno que se dedica aos estudos passa.

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- O jornal denunciou os políticos corruptos que são filiados ao MDB.
- O aluno, que é uma peça fundamental da escola, deve estar disposto a aprender.
- O jornal denunciou os políticos corruptos, que são filiados ao MDB.
- Michel Temer ─ que já foi o presidente do país ─ é visto, por muitos, como um golpista.
Vejamos outros exemplos:
- A informação que recebi era uma “fake news”.
- Conheci a igreja onde meu pai foi batizado.
- João é um filho por quem tenho muita admiração.
- Visitei a cidade cujos habitantes eram estranhos.
- Temo tudo quanto me assusta.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

A origem dessas orações


Essas orações recebem esse nome porque exercem função própria dos substantivos. Os subs-
tantivos desempenham, majoritariamente, as funções sintáticas. Daí essas orações representam
as seguintes funções: objeto direto, objeto indireto, sujeito, predicativo, complemento nominal e
aposto.
São introduzidas por conectivos específicos:
que, se, quem, quanto e como.

Dicas importantes:
Somente uma dessas seis orações será antecipada por sinal gráfico (: ─ ,), a saber: a APOSITIVA.
Somente duas dessas seis orações serão antecipadas por preposição (a, de, em para, com, por),
a saber: a COMPLETIVA NOMINAL e a OBJETIVA INDIRETA.

A origem dessas orações:

1- A polícia impediu a confusão.


Desenvolvendo:
2- A polícia impediu ..............OBJETO DIRETO....................
3- ......................SUJEITO..................impediu a confusão.

Ou seja:
- A polícia impediu que a confusão começasse.
- Quem representava a lei impediu a confusão.

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- ELA impediu a confusão.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta funciona como objeto indireto da Oração Prin-
cipal.
- A polícia discorda de que os bandidos ainda estejam escondidos na mata.
- Os motoristas não obedecem a quem organiza as leis.

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

A Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal funciona como complemento nominal da


Oração Principal.
- O ministro tem a convicção de que os fatos serão esclarecidos.
- Os números não são favoráveis a quem fez a declaração.

Oração Subordinada Substantiva Apositiva

A Oração Subordinada Substantiva Apositiva funciona como aposto da Oração Principal.


- Só queremos uma coisa: que você procure um outro lugar.
- O propósito era este ─ que todos os brasileiros fossem comunicados antes.
- Na vida, só tenho um propósito, que eu seja feliz a todo custo.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta


A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta funciona como objeto direto da Oração Princi-
pal.

- As professoras decidiram que a aula será adiada.


- O médico não notou se tudo aquilo tudo era mesmo verdade.
- O professor percebeu como tudo aconteceu.

Oração Subordinada Substantiva Predicativa

A Oração Subordinada Substantiva Predicativa funciona como predicativo da Oração Principal.


- O certo é que todos deixarão o país depois da crise.
- O importante é como a cidade receberá todas as mudanças.
- Que tudo um dia irá mudar é a nossa certeza.

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Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

A Oração Subordinada Substantiva Subjetiva funciona como sujeito da Oração Principal.


- É normal que a crise também chegue a outros países.
- Trouxe os livros quem recebeu o aviso.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

A origem dessas orações


Essas orações desempenham função adverbial. Vamos ver como essas orações se originam:
1- Todos deixaram a praia no final da tarde.
2- Todos deixaram a praia quando a tarde caiu.

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. A causa é uma espécie de “estopim”, que
aciona uma consequência. É iniciada por uma conjunção subordinativa causal ou por uma locução
conjuntiva subordinativa causal. São elas: porque, porquanto, que, visto que, já que, sendo
que, dado que, haja vista que, uma vez que, como, pois que, na medida em que, por + infi-
nitivo.

Obs.: A conjunção “como” deve ser usada apenas em início de período.

Exemplos:
- Já que os brasileiros vivem cada vez mais, a velhice vem se prolongando em nossa sociedade.
- Ele não chegou cedo, porquanto o engarrafamento travou a cidade.
- Dado que a cidade estava sem segurança pública, os bandidos tomavam conta de tudo.
- Como tinha um compromisso, apressava-se com as tarefas.
- Por saber muito, o bandido foi morto pela quadrilha.
- Porque as cidades estão cada vez mais poluídas, muitas pessoas têm problemas respiratórios.

B) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência, ou seja, representa aquilo


que não pode ser evitado, já que algo a obriga. É iniciada pela conjunção subordinativa consecu-
tiva que. Na oração principal normalmente surge um advérbio de intensidade tão, tal, tanto, ta-
manho(a), a tal ponto: (tão)... que, (tanto)... que, (tamanho)... que, de sorte que, de maneira que,
de forma que.

Exemplos:

- O médico foi tão competente, que o paciente recuperou-se em uma semana.


- Tamanha era raiva do injustiçado, que atirou contra todos e depois se matou.
- Ele fala tanta mentira, que ninguém o suporta.
- Ele bebeu a tal ponto que perdeu a noção de onde estava.

C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão, ou seja, indica uma contrapo-
sição, uma oposição, uma ressalva. É iniciada por uma conjunção subordinativa concessiva ou

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por uma locução conjuntiva subordinativa concessiva. São elas: embora, conquanto, não obs-
tante, apesar de que, se bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese, a des-
peito de que, malgrado, por mais que, sem que.

Exemplos:

- Conquanto a vida sempre ofereça muitos obstáculos, nunca devemos nos deixar abater.

- O homem é um ser dotado de inteligência e capacidade, não obstante nem todos as aproveitem
para o bem de si e dos outros.

- Malgrado muitos estejam satisfeitos com a mudança de governo, eu continuo sem nenhuma
confiança em nada.

- Todos chegaram bem cedo, apesar de que a prova só começasse às dez da manhã.

- A despeito de que muitos ativistas se esforcem, a natureza continua sendo devastada dia a dia.

- Mesmo que ele traga todos os documentos, não há mais tempo hábil para sua inscrição.

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição, ou seja, indica valor semântico
de dependência em que há forte teor duvidoso, incerto e hipotético. É iniciada por uma conjunção
subordinativa condicional ou por uma locução conjuntiva subordinativa condicional. São elas: se,
a menos que, desde que, caso, contanto que, A + infinitivo.

E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. É iniciada por uma con-
junção subordinativa conformativa ou por uma locução conjuntiva subordinativa conformativa. São
elas: como, conforme, segundo, consoante.

Exemplos:
- Segundo revelou o IBGE, brasileiros estudam mais hoje do que na década passada

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- Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.
- Como combinamos ontem, eis os documentos.

F) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica


subentendido. É iniciada por uma conjunção subordinativa comparativa. São elas: (mais) ... que,
(menos)... que, (tão)... quanto, como.

Exemplo:
- Pedro gostava mais de literatura francesa do que de Alemã.
- João era mais esforçado (do) que o irmão.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. É iniciada por uma conjunção subor-
dinativa temporal ou por uma locução conjuntiva subordinativa temporal. São elas: quando, en-
quanto, sempre que, assim que, desde que, logo que, mal, sempre que, até que, antes que,
ao + infinitivo.

Exemplos:
- Assim que a aula terminar, vamos à sala de estudos.
- Ao terminar essa discussão, sairemos daqui.
H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. É iniciada por uma conjunção subordi-
nativa final ou por uma locução conjuntiva subordinativa final. São elas: a fim de que, para que,
porque, para + infinitivo.

Exemplos:
- Alguns brasileiros procuram economizar no fim do ano para que consigam comprar mais em
janeiro.
- A fim de sair mais cedo, o funcionário adiantou os compromissos.
- Ele falava mais alto, para que todos pudessem ouvi-lo.
- Aqui estamos para estudar.

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. É iniciada por uma locução
conjuntiva subordinativa proporcional. São elas: à proporção que, à medida que, ao passo que,
tanto mais...mais, tanto menos...menos.
Exemplo:
- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos.
- Ao passo que ganhava fama, ficava mais rico.
- Tanto menos fumava, menos adoecia.

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AULA 22 – COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Compreensão e interpretação de texto, Vocabulário; ortoepia e prosódia, acentuação grá-


fica, ortografia, homófonos e parônimos.

COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO

Quando lemos um texto, realizamos esses dois processos quase que ao mesmo tempo e
de forma muito rápida. Assim, é possível que compreendamos de forma errada certos enunciados
ou que façamos interpretações pessoais e descabidas de um texto. Para o concurseiro, não há
margem para erro. Ele tem que ser preciso em sua leitura e saber dividir muito bem as duas partes.
Assim, compreensão diz respeito àquela informação que está, explicitamente, no texto.
Tudo está à vista do leitor: fatos citados; números percentuais; comparações; citações de estudi-
osos, empresas, eventos etc.; discordâncias ou concordâncias do autor etc. Ou seja, a Compre-
ensão de textos consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar os dados do
texto. Diante disso, você terá alguns enunciados básicos de questões de compreensão. Os co-
mandos (enunciados) de compreensão são, na maioria das vezes, os seguintes:

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• Segundo o texto...
• O autor/narrador do texto diz que...
• O texto informa que...
• No texto, há uma crítica sobre...
• Tendo em vista o texto...
• De acordo com o texto...
• O autor defende que...
• O autor afirma que...
• Na opinião do autor do texto...

Porém, se a informação estiver além do que o texto literalmente quis dizer, fora dele, trata-
se de uma questão de interpretação.
E como o leitor vai conseguir enxergar fora do texto? Para tal processo, ele precisará usar
uma ferramenta bem especial: é a chamada inferência textual ou dedução textual. Ao ler o texto,
o leitor consegue inferir, tirar conclusões a partir de ideias que foram explicitadas no texto e a partir
do contexto daquelas palavras. Mas ele só faz isso se conseguir dialogar com o mundo a partir de
seu conhecimento enciclopédico (sua formação escolar e acadêmica) e de suas experiências de
vida.
Portanto, a Interpretação de texto consiste em saber o que se infere (conclui, depreende,
deduz) do que está escrito. Os comandos de Interpretação (aquilo que está fora [além] do texto)
são, na maioria das vezes, os seguintes:

• Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que...


• O texto permite deduzir que...
• É possível subentender-se a partir do texto que...
• Qual a intenção do autor quando afirma que...
• O texto possibilita o entendimento de que...
• Com o apoio do texto, infere-se que...
• O texto encaminha o leitor para...
• Pretende o texto mostrar ao leitor que...
• O texto possibilita deduzir que...

O que é inferir?

Inferir é deduzir uma informação a partir do texto, contexto e do mundo. As informações deduzíveis
de um texto dizem respeito ao que se chama de “vazios textuais”. Esses “vazios” esperam que o
leitor os preencha a partir de sua inteligência e de sua capacidade de avaliar o contexto.

EXERCÍCIO

Os anônimos

Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino
uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um pouco como
certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre as necessidades de bajular o poder e de
refletir a realidade. O espelho tentou mudar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu
nome: Branca de Neve.

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A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a floresta,
matá-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o lenhador poupou
Branca de Neve. Toda a história depende da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe
nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma versão do conto. (...)

(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses)

01. Após a leitura, marque a opção incorreta:

a) Segundo o texto, parte da imprensa brasileira não segue uma linha jornalística clara, pois oscila
em sua atividade.
b) Infere-se do texto que uma parte da imprensa brasileira omite a realidade a fim de ganhar
crédito com os poderosos.
c) É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, que o lenhador não tem um caráter
exemplar de cidadão.
d) Deduz-se do texto que o lenhador é figura decisiva no conto.
e) O texto faz um paralelo entre os espelhos de castelos e uma parte da imprensa nacional.

AULA 23 – COESÃO TEXTUAL

A coesão textual diz respeito às diversas formas que um produtor de texto tem para fazer
ligação entre as ideias do texto. Essas estratégias, quase sempre, exigem o domínio de elementos
gramaticais, como conjunções, locuções conjuntivas, pronomes ou advérbios, por exemplo.

Tipos de coesão

- Coesão referencial.

- Coesão sequencial.

Coesão referencial

Na coesão referencial (também chamada de lexical), são utilizados elementos, como pronomes,
substantivos e expressões adverbiais, que evitam a repetição de palavras ou expressões já men-
cionadas no texto. Tem-se um caso de coesão anafórica, ou seja, a referência se dá para trás.
Por outro lado, é possível uma referência para frente, a chamada coesão catafórica. Já quando a
referência se dá para fora do texto, chama-se de coesão exofórica (ou dêitica)

Tipos de coesão referencial / lexical

- Sinonímia
- Hiponímia e hiperonímia
- Elipse
- Substituição pronominal

Coesão por sinonímia

Léxico significa “conjunto de vocábulos de uma língua”. Na coesão lexical, são utilizados recursos
coesivos que permitem a manutenção do tema a partir de troca de vocábulos afins.

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Ex.: “Francisco foi a Porto Alegre no final deste mês. Na capital gaúcha, o Sumo Pontífice disse
que a igreja católica tem que aderir aos movimentos sociais”.

Coesão por hiponímia e hiperonímia

Ex.: “O médico desatento esqueceu uma tesoura no ventre de seu paciente. O instrumento
permaneceu dentro da pessoa por três dias sem ser notado pelo obstetra”.

Coesão por elipse

Na coesão por elipse, é feita a omissão (elipse) de elementos anteriormente mencionados, desde
que facilmente identificáveis.
Ex.: “Minha namorada fugiu do país sem me dizer nada. Eu acredito que ø deixou de me amar”.

Coesão por substituição

Na coesão por substituição são também utilizadas palavras que retomam termos já referidos, ha-
vendo, contudo, uma nova definição desse termo, sem que haja correspondência total ao primeiro
termo.
Ex.: “Gosto muito de fotografia e de cinema. Embora este seja incrível e mais comum, é aquela
que me deixa mais impressionado”.

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Coesão exofórica

Ocorre quando os referentes se encontram fora do texto, ou seja, eles não são visíveis. Nesses
casos, só o contexto real permite a identificação dos referentes.
Ex.:
- Olhe aquele livro ali.
- Nos velhos tempos, eu sempre comprava jornais naquela banca.
- Isto é muito importante para o meu trabalho.
- Aqui é muito frio!

Coesão sequencial

Na coesão sequencial, é estabelecida uma conexão entre as ideias do texto por meio de
conjunções, conectivos ou expressões que servem para dar continuidade aos assuntos, estabe-
lecendo, assim, uma sequência entre aquilo que já foi afirmado e aquilo que se deseja dizer.
Nesse tipo de coesão, a lógica entre as ideias é determinante. Veja algumas palavras ou
expressões que podem realizar esse tipo de coesão: por conseguinte, portanto, logo, embora,
ainda que, caso, entretanto, porém, ainda assim, mesmo que etc.

- Ana chegou cedo e preparou todo o jantar.


- Sempre fico com medo, pois coisas estranhas já aconteceram no meu trabalho.
- Embora o país viva o bom momento, muito ainda estão incrédulos.
- Em primeiro lugar, o mundo não gira em torno do seu umbigo; em segundo lugar, eu já me
cansei de você, seu chato!

AULA 24 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Regras que não mudaram com o Novo Acordo Ortográfico

1- Todas as palavras proparoxítonas (que têm o acento tônico na antepenúltima sílaba) são acen-
tuadas: árvore, lâmpada, têmpora, esplêndido, lápide, sôfrego, hambúrgueres etc.
Os exemplos citados acima são chamados, também, de proparoxítonas reais.

Fique ligado!!!
Alguns gramáticos defendem a ideia de que palavras como série, mágoa ou tênue são exemplos
de proparoxítonas. Assim, seriam separadas da seguinte forma: sé-ri-e, má-go-a e tê-nu-e. Tais
gramáticos costumam chamar esses vocábulos, também, de proparoxítonas eventuais ou pro-
paroxítonas acidentais.

2- Acentuam-se as palavras paroxítonas (que têm o acento tônico na penúltima sílaba) termina-
das em:

A) ditongo crescente ou decrescente: sério, ânsia, Mário, mágoa, espontâneo, viáveis, cárie,
amáveis, jóquei, jóqueis, quisésseis etc.

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B) -ão, -ãos, -ã, -ãs: órfão, órfãos, órfã, órfãs; ímã, ímãs, órgão, órgãos.
C) -i, -is: júri, júris, lápis, biquíni, biquínis, táxi, táxis etc.
D) -on, -ons: próton, prótons, nêutron, nêutrons, elétron, elétrons, íon, íons, píton, pítons.
E) -um, -uns, -us: álbum, álbuns, bônus, Vênus, médium, médiuns, fórum, fóruns, quórum.
F) l, n, r, x, ps: amável, fácil, hífen, pólen, dólar, revólver, hambúrguer, Félix, tórax, tríplex, látex,
bíceps, fórceps.

3- As palavras oxítonas e os monossílabos tônicos acentuados são os que terminam em A, E,


O (seguidas, ou não, de “S”) e em ÉU(S), ÉIS, ÓI(S):

A) Oxítonas: vatapá, cajá, Pará, você, vocês, café, cipó, paletós, mocotó, avô, mantê-los, propô-
lo, manifestá-la, chapéu, chapéus, papéis, corrói, anzóis etc.

CUIDADO: REGRA SOMENTE PARA AS OXÍTONAS.

Oxítonas terminadas em -ÉM e -ÉNS são sempre acentuadas.

TERMINAÇÃO EXEMPLO
-ém Porém, também, amém etc.
-éns Reféns, armazéns, parabéns etc.

Monossílabas: cá, fé, é, és, pó, pôs, mês, ré, sós, mês, fê-la, pô-los, dá-las, céu, céus, réis, réu,
réus, dói, róis etc.

4- Acento nas vogais i e u em posição de HIATO: Para serem acentuadas, as vogais I e U precisam
preencher as seguintes condições:

a) ser tônicas;
b) ser precedidas de vogal;
c) formar sílaba sozinha ou com S.

Exemplos: aí, caí, juízes, caído, Luís, incluí-lo, caíste, baú, saúde, gaúcho, balaústre.

Basta falhar uma dessas condições para não mais haver acento: vai, cai, juiz, caindo, Luiz.

Exceções:
- Rainha, fuinha, lagoinha, moinho etc.

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AULA 25 – USO DO HÍFEN

Principais regras

Regra de partida

O esquema dos VANS:

VERBO Vaga-lume
ADJETIVO HÍFEN Boa-fé
NUMERAL Segunda-feira
SUBSTANTIVO Mesa-redonda

O esquema do – ÉM / – EM

Aquém Aquém-mar
Além Além-Atlântico
Recém HÍFEN Recém-eleito
Sem Sem-vergonha
Bem Bem-aventurado

O esquema do GRÃ / GRÃO

Grã Grã-Bretanha
HÍFEN
Grão Grão-Pará

O esquema do MAL

Vogal Mal-agradecido
MAL HÍFEN H Mal-habituado
L Mal-limpo

O esquema das plantas e dos animais

Plantas Erva-doce, feijão-verde.


HÍFEN
Bichos João-de-barro, peixe-agulha.

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Prefixo versus uso do hífen

1ª Regra: “H” pede hífen.


Geo-história
Anti-herói
Prefixo HÍFEN H Super-homem
Ultra-humano
Pan-harmônico

2ª Regra: os diferentes se atraem (vogais). NÃO há hífen.

- Autoescola, semiárido.
- Semiaberto, extraoficial.
- Coedição, autoajuda.

3ª Regra: os diferentes se atraem (vogal + consoante/ consoante+ vogal).

- Autopeça, autoproteção, hiperativo.


- Seminovo, ultramoderno, interestelar.
- Geopolítica, microcomputador, superamigo.

Cuidado!!!
Está fora dessa regra todo segundo elemento iniciado por RS.

4ª regra: o RS resulta em RR e SS.

antirrábico antirracismo
antirreligioso antirrugas
antissocial biorritmo
contrarregra contrassenso
cosseno infrassom
microssistema minissaia

5ª Regra: os iguais (vogais) se repelem (use o hífen).

anti-ibérico
anti-inflacionário
auto-observação
contra-atacar
micro-ondas
semi-internato
contra-ataque

6ª Regra: os iguais (consoantes) se repelem (use o hífen).

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Ad-digital
Hiper-requintado
Inter-racial
Sub-base
Sub-bibliotecário
Super-revista

7ª Regra: os prefixos PAN e CIRCUM exigem hífen, mesmo que o 2º elemento seja iniciado
por vogal, M ou N.

Circum-escolar
Circum-navegação
Pan-americano
Pan-mágico

8ª Regra: Prefixos perfeitos (sempre pedem hífen).

Pré Pré-vestibular
Pró Pró-governo
Pós Pós-doutorado
Ex
Vice
HÍFEN Ex-presidente
Vice-campeão
Soto Soto-almirante
Sota Sota-capitão
Vizo Vizo-rei

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