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AUDITORIA P/ ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)

PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO


Olá, amigos.

Considerando que está sendo elaborado o edital do concurso público para a


área tributação do município de Belo Horizonte, cujo prazo final de apresentação
pela comissão organizadora é 30 de janeiro de 2011, entendemos pertinente e
oportuno que os candidatos iniciem logo sua preparação para este concurso.

Assim, preparamos este curso de auditoria, tomando como base os conteúdos


cobrados nos concursos para Fiscal de Tributos do Rio (ISS Rio), bem recente, e
Fiscal de Tributos de São Paulo (ISS São Paulo).

Antes, como de praxe, cabe fazer uma breve apresentação pessoal.

Meu nome é Marcelo Chaves Aragão e sou formado em Administração pela


Universidade Federal Fluminense – UFF, tendo cursado Administração Pública na
Fundação Getúlio Vargas – FGV, do Rio de Janeiro e Auditoria Interna e Controle
Governamental no Instituto Serzedello Corrêa – ISC/TCU, em Brasília.

Possuo experiência de 10 anos de trabalho no setor privado, nas áreas


administrativa e financeira de empresas, e de aproximadamente 19 anos no setor
público, na área de controle e auditoria governamental.

Durante 14 anos fui Analista de Finanças e Controle do Sistema de Controle


Interno do Poder Executivo Federal - SCI, onde exerci várias funções de direção na
Secretaria Federal de Controle Interno e na Controladoria-Geral da União.

Há 5 anos sou Auditor Federal de Controle Externo no Tribunal de Contas da


União. No Tribunal, exerci a função de Assessor do Secretário Geral de Controle
Externo e atualmente estou coordenando o projeto “Controle Externo do Mercosul”,
no gabinete de um dos ministros do TCU.

Sou instrutor formado pela ESAF e pelo ISC/TCU e coordenei a disciplina


auditoria em cursos de formação e de progressão da carreira de finanças e controle
na ESAF. Em 2006 iniciei a trajetória de professor da disciplina auditoria pública e
privada em cursos preparatórios para concursos públicos. Tenho lecionado também
em várias instituições de ensino, em cursos de treinamento profissional e de pós-
graduação.

Com relação à auditoria fiscal e contábil, destaco que já ministrei aqui no


Ponto cursos específicos para os concursos do ICMS Rio (FGV) e São Paulo (FCC),
ICMS de Santa Catarina (FEPESE) e ISS Rio (ESAF). Durante o 2º semestre de
2009, estive em sala de aula em vários estados da federação, contribuindo com a

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preparação de candidatos para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do
Brasil e atualmente estou ministrando aulas em Brasília para o concurso de Auditor
Tributário do DF.

CONTEÚDO E METODOLOGIA DO CURSO

Quanto ao formato, o curso será completo com teoria e exercícios. Serão


solucionadas questões de concursos anteriores, com ênfase para provas
recentemente elaboradas pelas principais bancas examinadoras do país: ESAF, FCC,
CESPE e FGV.

O curso será ministrado em 7 aulas semanais, contando-se esta aula


demonstrativa, divididas por assunto, da seguinte forma:

AULA CONTEÚDO
Aula 0 Amostragem em Auditoria: Amostragem Estatística. Tipos de
(demonstrativa) Amostragem. Tamanho da Amostra. Risco de Amostragem.
Seleção da Amostra. Avaliação do Resultado do Teste.
Aspectos Gerais. Normas de Auditoria. Ética Profissional,
Responsabilidade Legal, Objetivo, Controle de Qualidade.
Aula 1 Auditoria Interna Versus Auditoria Externa. Conceito, Objetivos,
Responsabilidades, Funções, Atribuições.
Desenvolvimento do Plano de Auditoria. Estratégia de Auditoria,
Aula 2 Sistema de Informações, Controle Interno, Risco de Auditoria.
Amostragem em Auditoria (complemento).
Testes de Auditoria: Substantivos, de Observância, Revisão
Analítica. Procedimentos de Auditoria: Inspeção, Observação,
Aula 3 Investigação, Confirmação, Cálculo, Procedimentos Analíticos.
Tipos de Teste em Áreas Específicas das Demonstrações
Contábeis: Caixa e Bancos, Clientes, Estoques, Investimentos,
Imobilizado, Fornecedores, Advogados, Seguros, Folha de
Pagamentos.
Carta de Responsabilidade da Administração: objetivo,
conteúdo. Uso do Trabalho de Outros Profissionais: outro Auditor
Aula 4 Independente, Auditor Interno, Especialista de Outra Área.
Eventos Subsequentes.
Aula 5 Erros e Fraudes em Auditoria. Presunção de Omissão de Receita.
Saldo Credor da Conta Caixa. Ativos Ocultos e Fictícios. Passivos
Ocultos e Fictícios. Demais fraudes fiscais.
Aula 6 Relatório e Parecer de Auditoria. Tipos de Parecer, Estrutura,
Elementos.

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Portanto, vale notar que o conteúdo deste curso compreende praticamente


todos os temas previstos nos editais dos concursos para o ISS São Paulo, a Receita
Federal e o ISS Rio. Um tema acrescido é a “Presunção de Omissão de Receita”,
afeto à auditoria fiscal-tributária, por vezes cobrado em concursos para a área de
tributação.

Caso algum aluno interessado tenha participado do nosso curso para o ISS
Rio, esclarecemos que a diferença deste curso para o anterior, reside em pequenos
acréscimos de conteúdo e da inclusão de novas questões comentadas, em virtude
de concursos mais recentes, inclusive do próprio ISS Rio, e da necessidade de
explorarmos questões das principais bancas, pois ainda não há a definição da banca
organizadora do concurso para o ISS BH.

Ao final da aula, registrarei as questões abordadas sem os comentários, para


aqueles que preferem solucionar as questões e depois conferir o gabarito
comentado.

Uma dúvida frequente dos alunos é se as novas normas brasileiras de


auditoria independente das demonstrações contábeis serão cobradas no concurso. A
tendência das bancas tem sido a de não cobrar, até porque as normas são recentes
e somente de adoção obrigatória para demonstrações que se findam a partir de 30
de dezembro de 2010. Além disso, a doutrina ainda contempla as normas antigas.

De qualquer forma, quando estiver abordando um assunto e entender


relevante para a prova e oportuno farei uma análise comparativa entre as
disposições contidas nas normas antigas (NBC T 11) e nas novas normas publicadas
pelo CFC (NBC T A).

Feitas as apresentações necessárias, iniciaremos o nosso curso com um


assunto de extrema relevância para os auditores e dos mais cobrados pelas bancas,
que é a amostragem aplicada à auditoria. Por exemplo, no concurso para Auditor da
Receita Federal (2009), a ESAF elaborou duas questões sobre amostragem e no
recente concurso para ISS Rio (2010), uma das cinco questões de auditoria também
foi sobre amostragem.

Portanto, bastante atenção. Em caso de dúvida, use o fórum das aulas para
formular perguntas.

AMOSTRAGEM EM AUDITORIA – CONCEITOS INICIAIS

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A amostragem é um processo ou técnica de trabalho utilizado em auditoria,
tanto pela auditoria interna como pela auditoria externa, que consiste em formular
conclusões sobre um todo, denominado de população ou universo, a partir da
análise de uma parte desse todo, denominada de amostra.

As normas de auditoria em geral permitem a aplicação dos procedimentos de


auditoria sobre amostras ao disporem que a evidência procurada deve ser
suficiente, não impondo a totalidade da mesma.

Evidência é o conjunto de informações ou de provas que o auditor tem que obter


para opinar com segurança sobre o objeto da auditoria. Em auditoria das
demonstrações contábeis, o auditor tem que obter evidência suficiente e apropriada
que lhe ofereça uma base razoável para emitir opinião, mediante relatório, sobre
essas demonstrações financeiras.

Por quê o auditor utiliza a amostragem em auditoria?

Existem dois importantes argumentos favoráveis à utilização da amostragem


em auditoria.

O primeiro é quanto à dificuldade de procurar analisar as provas relativas a


todos os elementos de uma população, quando o seu universo seja tão grande,
sendo impossível proceder ao seu exame integral.

O segundo argumento diz respeito à relação custo-benefício da auditoria, na


medida em que analisar todos os elementos de prova levaria a um custo de
auditoria muito grande não justificado pela melhoria objetiva nas conclusões finais
do trabalho, manifestadas no parecer final emitido.

Existe uma pergunta muito freqüente em sala de aula por parte dos alunos: A
amostragem é obrigatória para o auditor?

A resposta é negativa. As normas estabelecem que a amostragem é


facultativa para o auditor. Nada impediria que o auditor analisasse todos os
elementos de um universo, sempre que isso for possível, em função dos
argumentos apontados anteriormente, e o auditor considere necessário e adequado.

Por outro lado, em função da natureza do trabalho ou da conta e da área que


está sendo auditada, o auditor pode ser obrigado a analisar integralmente os itens
da população. Por exemplo, veremos em nosso curso que o exame das operações
que afetam o patrimônio líquido deve ser integral, pelo pequeno número de
operações e pela sua relevância.

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Pelo exposto, pode-se afirmar que a utilização da amostragem é uma questão


de julgamento profissional, em função da forma mais eficiente de obter
prova/evidência em auditoria nas circunstâncias particulares de cada trabalho.

Feitas estas considerações iniciais, devemos agora definir concretamente o


que se entende por amostragem em auditoria. De acordo com as normas de
auditoria independente das demonstrações contábeis, tem-se o seguinte conceito
para amostragem em auditoria:

Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em


menos de 100% dos itens de uma população relevante para fins de auditoria, de
maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem
selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir
sobre toda a população.

Todavia, um aspecto muito cobrado em concurso diz respeito a certos


procedimentos de auditoria aplicados na base de testes que não estão dentro da
definição de amostragem, conforme estabelece a NBC T 11.11 (Resolução CFC
1.012/05).

Por óbvio, os testes aplicados na totalidade da população (100%) não se


qualificam como amostragem de auditoria.

Por outro lado, a aplicação de procedimentos de auditoria a todos os itens


dentro de uma população que tenham uma característica particular (por exemplo,
todos os itens acima de um certo valor) não se qualifica como amostragem de
auditoria com respeito à parcela da população examinada, nem com respeito à
população como um todo.

Isto porque os itens não foram selecionados, dando chance igual de seleção a
todos os itens da população. Esses itens podem indicar uma tendência ou uma
característica da parcela restante da população, mas não constituem,
necessariamente, uma base adequada para a conclusão sobre a parcela restante da
população.

Portanto, muito cuidado em prova, pois se o auditor direciona os seus


exames para uma parcela da população, com base nos itens de maior valor, por
exemplo, isso não é amostragem em auditoria. A atenção aqui se justifica pelo fato
de ser muito comum em auditoria o auditor direcionar os seus procedimentos para
operações de maior materialidade. É um procedimento ou teste comum, mas
não é considerado teste de amostragem.

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AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA E AMOSTRAGEM NÃO-ESTATÍSTICA

Quando o auditor define que irá utilizar a amostragem para realizar seus
exames sobre uma parte da população, ele pode utilizar a amostragem estatística
ou a amostragem não-estatística. É importante destacar que qualquer dos dois
métodos pode proporcionar evidência/prova suficiente para o auditor, em
conformidade com os objetivos específicos do mesmo.

A escolha entre os dois tipos é matéria de julgamento profissional e baseia-se


principalmente em considerações de custo/benefício. A amostragem estatística pode
ser particularmente adequada quando a população a ser auditada é grande – em
confirmação de contas a receber, por exemplo.

Mas afinal, onde reside a diferença básica entre amostragem estatística e


não-estatística?

Em conformidade com as normas de auditoria independente do CFC, a


amostragem estatística é a abordagem à amostragem que possui as seguintes
características:

¾ seleção aleatória dos itens da amostra; e

¾ o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das


amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem.

A abordagem de amostragem que não tem as características acima é


considerada uma amostragem não estatística. Ou seja, na amostragem não-
estatística, o auditor não utiliza a teoria das probabilidades e seleciona a amostra a
seu critério.

É possível afirmar que a utilização da amostragem estatística apresenta as


seguintes vantagens sobre a alternativa de utilização da amostragem não-
estatística:
¾ facilita a determinação de uma amostra eficiente;
¾ mede a suficiência da matéria de prova;
¾ facilita a avaliação dos resultados da amostra;
¾ permite a quantificação dos riscos de amostragem.

Ainda nesta aula veremos de forma aprofundada o que são os riscos de


amostragem. Por enquanto, cabe destacar que o auditor, ao basear suas conclusões
em amostras, incorre num risco, que é o das conclusões extrapoladas para a

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população, com base na amostra, serem diferentes das conclusões que se
extrairiam caso ele examinasse a população como um todo. Esse é o chamado risco
de amostragem. Estatisticamente este risco pode ser controlado e medido basta
para tal aumentar ou diminuir o tamanho da amostra e o risco de amostragem
diminui ou aumenta respectivamente.

Vimos que a amostragem estatística oferece muitas vantagens para o auditor.


Contudo, em amostragem estatística, custos substanciais podem ser exigidos para
treinar auditores na utilização da estatística. O não domínio da amostragem
estatística pode fazer com que o auditor prefira utilizar a amostra não-estatística.

Para concluir essa parte relativa à comparação entre a amostragem


estatística e a não-estatística, entendo pertinente destacar uma norma contida na
NBCT 11.11 muito explorada em concurso, a saber:

Amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada


cientificamente com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser
estendidos ao conjunto de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras
estatísticas. O emprego de amostragem estatística é recomendável quando os itens
da população apresentam características homogêneas.

Se há uma homogeneidade entre os elementos de uma população, isso


facilitará o uso da amostragem estatística, diminuindo-se o risco de amostragem e,
por consequência, o tamanho da amostra a ser examinada.

TIPOS DE AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA

O auditor pode aplicar a amostragem tanto a testes de observância quanto a


testes substantivos. Em testes de observância, o auditor seleciona a amostra de
transações para testar o funcionamento de controles. Já em testes substantivos, o
auditor seleciona a amostra de transações para verificar o correto registro ou
processamento contábil ou o correto valor de um saldo de uma conta ou classe de
transações.

O livro de William Boynton e outros autores (Auditoria, da Editora Atlas)


trazem dois capítulos inteiramente dedicados a essas metodologias.

Portanto, segundo as normas e os autores citados, quando o auditor utiliza a


amostragem estatística em testes de controles, ele aplica a amostragem de
atributos, cujo propósito é aferir uma taxa de desvio em uma população, ou
seja, qual o percentual de erro nos controles ou de desvio em relação à norma.

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Por outro lado, quando a amostragem é aplicada em testes substantivos o
auditor usa a teoria clássica de variáveis e a distribuição normal para estimar um
valor monetário da população, ou seja, para verificar em que medida o valor de
um saldo ou de uma classe de transações está correto e adequado.

Para o concurso do ISS BH, entendemos relevante apenas saber que existem
os dois métodos de amostragem estatística diferenciados para testes de controles e
testes substantivos.

AMOSTRAGEM PARA DESCOBERTA

Existe, ainda, um outro plano de amostragem possível, a amostragem para a


descoberta. Neste plano, o propósito é executar um conjunto de procedimentos
somente com o intuito de auxiliar o auditor a detectar e a investigar a fraude. É
utilizado em trabalhos de auditoria com finalidades especiais, diferentes da
finalidade geral de emitir um parecer sobre a veracidade e adequação das
demonstrações financeiras. Portanto, não é um plano utilizado em auditoria
externa.

QUADRO RESUMO DOS PLANOS DE AMOSTRAGEM:

Abordagem de auditoria Plano ou tipo de amostragem

Testes de controles ou de observância Amostragem para atributos

Testes substantivos Amostragem para variáveis

Detecção de fraudes Amostragem para a descoberta

TIPOS DE AMOSTRAS PROBABILÍSTICAS

Além dos três métodos amostragem estatística vistos anteriormente, Sergio


Jund (Auditoria Contábil) nos ensina que os tipos de amostragem estatística mais
utilizados, de acordo com o teste a efetuar, são:

AMOSTRAGEM ALEATÓRIA SIMPLES: Trata-se de plano muito utilizado em


auditoria para a obtenção de estimativas para a população. É aquela em que a
seleção dos elementos a serem examinados é feita de forma aleatória simples, com
base em tabelas de números aleatórios, por exemplo. Para o seu uso, normalmente
a população apresenta características de homogeneidade.

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AMOSTRAGEM EXPLORATÓRIA (PARA DESCOBERTA): Este plano se aplica
quando a evidência de um caso simples de divergência ou irregularidade parece
exigir uma investigação profunda, como no caso de fraudes ou quebras relevantes
de controles.

AMOSTRAGEM POR ESTRATIFICAÇÃO: É usada quando do exame de itens cujo


valor apresenta grande variedade, havendo a necessidade de estabelecer estratos
de modo que a variância do valor do item seja a menor possível dentro de cada
estrato. O estrato é homogêneo e a população é heterogênea.

AMOSTRAGEM POR INTERVALO: Nesse caso, procede-se à seleção de itens, de


maneira que haja sempre um intervalo prefixado entre cada item selecionado,
sendo essencial que essa amostra seja selecionada aleatoriamente e, para isso,
deve-se observar o seguinte:
ƒ que seja o primeiro item dos “n” iniciais (tamanho do intervalo) escolhido
aleatoriamente;
ƒ que os itens na população não estejam ordenados de modo a prejudicar a
aleatoriedade;
ƒ que nenhum item da população tenha sido retirado do arquivo antes de
iniciada a escolha.

AMOSTRAGEM POR CONGLOMERADO: Nesse caso, a população a ser pesquisada


é subdividida em regiões homogêneas, quanto às características a serem
observadas ou testadas. Diferentemente da amostragem por estratificação, a
população apresenta maior homogeneidade (quando comparados, os
conglomerados são semelhantes e parecidos com a população total) e o estrato ou
subconjunto é heterogêneo.

FASES DO PROCESSO DE AMOSTRAGEM

Em qualquer processo de amostragem, seja de natureza estatística ou não-


estatística, é possível identificarmos as seguintes fases do trabalho, conforme
quadro a seguir:

FASE DO PLANO DE TAREFAS


AMOSTRAGEM
1 - Determinar o tamanho • Definir os objetivos da auditoria;
apropriado da amostra • Identificar a população e a unidade de
amostragem;
• Dimensionar a amostra, considerando-se o
risco de amostragem, o erro tolerável e o

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erro esperado.
2 – Selecionar ou identificar a • Assegurar a representatividade da
amostra amostra;
• Escolher o método de seleção da amostra.
3 – Aplicar os procedimentos de • Executar os procedimentos de auditoria
auditoria apropriados aos itens julgados próprios face ao tipo de teste e à
selecionados natureza das evidências em causa.
4 – Avaliar os resultados da • Analisar os erros na amostra;
amostra • Projetar os erros encontrados para a
população;
• Reavaliar o risco de amostragem;
• Concluir a avaliação.

PLANEJAMENTO E DETERMINAÇÃO DO TAMANHO APROPRIADO DA


AMOSTRA:

Atenção, pois este assunto é um dos mais cobrados em concurso! Ao


planejar e determinar a amostra de auditoria, o auditor deve levar em consideração
os seguintes aspectos:

1) os objetivos específicos da auditoria:

No planejamento da amostra de auditoria, o auditor deve considerar os


objetivos específicos a serem atingidos e os procedimentos de auditoria que têm
maior probabilidade de atingir esses objetivos. No caso de executar testes de
observância sobre os procedimentos de compra em uma entidade, o auditor está
interessado em aspectos como, por exemplo, se houve aprovação apropriada e
verificação aritmética de uma fatura. Por outro lado, ao executar procedimentos de
comprovação sobre faturas processadas durante o período, o auditor está
interessado em aspectos relacionados com os valores monetários dessas faturas e
se esses valores foram, apropriadamente, refletidos nas Demonstrações Contábeis.

2) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra:

A população é a totalidade dos dados do qual o auditor deseja tirar a amostra


para chegar a uma conclusão. O auditor precisa determinar se a população da qual
a amostra vai ser extraída é apropriada para o objetivo de auditoria específico.

Se o objetivo do auditor for testar a existência de superavaliação de contas a


receber, a população pode ser definida como a listagem de contas a receber.

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Por outro lado, se o objetivo for testar a existência de sub-avaliação de
contas a pagar, a população não deve ser a listagem de contas a pagar, mas, sim,
pagamentos subseqüentes, faturas não-pagas, extratos de fornecedores, relatórios
de recebimentos de mercadorias ou outras populações que forneceriam evidência de
auditoria de que as contas a pagar estariam sub-avaliadas.

3) a estratificação da população:

Para auxiliar no planejamento eficiente e eficaz da amostra, pode ser


apropriado usar estratificação, que é o processo de dividir uma população em sub-
populações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com
características homogêneas ou similares. A estratificação permite que o auditor
dirija esforços de auditoria para os itens que contenham maior potencial de erro,
por exemplo, os itens de maior valor que compõem o saldo de contas a receber,
para detectar distorções relevantes por avaliação a maior. Além disso, a
estratificação pode resultar em amostra com tamanho menor.

4) o tamanho da amostra:

Ao determinar o tamanho da amostra, o auditor deve considerar o risco de


amostragem, bem como os erros toleráveis e os esperados.

5) o risco da amostragem:

O risco de amostragem surge da possibilidade de que a conclusão do auditor,


com base em uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se
toda a população estivesse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. O auditor
está sujeito ao risco de amostragem nos testes de observância (risco de
subavaliação e superavaliação da confiabilidade) e testes substantivos (risco de
rejeição incorreta e aceitação incorreta). O tamanho da amostra é afetado pelo nível
do risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar dos resultados da
amostra. Quanto mais baixo o risco que o auditor estiver disposto a aceitar, maior
deve ser o tamanho da amostra.

6) o erro tolerável:

Erro tolerável é o erro máximo na população que o auditor está disposto a


aceitar e, ainda assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da
auditoria. O erro tolerável é considerado durante o estágio de planejamento e, para
os testes substantivos, está relacionado com o julgamento do auditor sobre
relevância. Quanto menor o erro tolerável, maior deve ser o tamanho da amostra.

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7) o erro esperado:

Se o auditor espera que a população contenha erro, é necessário examinar


uma amostra maior do que quando não se espera erro, para concluir que o erro real
da população não excede o erro tolerável planejado. Tamanhos menores de amostra
justificam-se quando se espera que a população esteja isenta de erros. Ao
determinar o erro esperado em uma população, o auditor deve considerar aspectos
como, por exemplo, os níveis de erros identificados em auditorias anteriores,
mudança nos procedimentos da entidade e evidência obtida na aplicação de outros
procedimentos de auditoria.

Portanto, quando o auditor planeja a amostra, ele considera os seguintes


aspectos: objetivos específicos da auditoria, população, estratificação da
população, tamanho da amostra, risco de amostragem, erro ou desvio
tolerável e erro ou desvio esperado.

TAMANHO DA AMOSTRA E RISCO DE AMOSTRAGEM

O tamanho da amostra está associado ao risco de amostragem. Esse risco


existe tanto em testes de controle quanto em testes substantivos. Assim, quanto
menor o risco de amostragem a ser aceito pelo auditor, maior deverá ser o tamanho
da amostra e vice-versa. É uma relação inversa.

Além do risco de amostragem, que decorre do processo amostral e do


tamanho da amostra, o trabalho de auditoria comporta, ainda, outros riscos não
associados com a amostragem, como o risco de erro humano, como, por exemplo, a
falha no reconhecimento de erros em documentos, a aplicação de procedimentos de
auditoria não-adequados, a incorreta interpretação dos resultados da amostragem
etc.

Todavia, o risco mais preocupante no processo e que irá definir o tamanho


da amostra é o risco de amostragem.

Podemos fazer a seguinte afirmação:

Quanto maior for o risco de existirem distorções relevantes nas


demonstrações contábeis, menor deverá ser o risco de amostragem a ser
aceito pelo auditor e, por consequência, maior será o tamanho da amostra
a ser selecionada e examinada pelo auditor.

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O auditor está sujeito ao risco de amostragem nos testes de observância
(risco de subavaliação e superavaliação da confiabilidade) e testes substantivos
(risco de rejeição incorreta e aceitação incorreta).

Nos testes de controles (de observância):

ƒ O risco de avaliação do risco de controle em nível baixo


demais (ou risco de superavaliação da confiabilidade): é o
risco da amostra suportar o risco avaliado no planejamento, quando
a realidade dos controles internos, se conhecida, não seria
considerada adequada para suportar a avaliação. Em outras
palavras, o auditor pode chegar à conclusão de que os controles são
adequados, quando, na realidade, não são;

ƒ O risco de avaliação do risco de controle em nível alto demais


(ou risco de subavaliação da confiabilidade): é o risco da
amostra não suportar o nível de risco avaliado no planejamento,
quando a realidade dos controles internos, se conhecida, seria
considerada adequada para suportar a avaliação quando do
planejamento. Em outras palavras, o auditor pode chegar à
conclusão de que os controles não são adequados, quando, na
realidade, são.

Nos testes substantivos (de comprovação dos saldos e transações):

ƒ O risco de aceitação incorreta: o risco de que, embora o


resultado da amostra dê suporte à conclusão de que o saldo de uma
conta ou classe de transações registrados não estão relevantemente
distorcidos, estão, de fato, relevantemente distorcidos;

ƒ O risco de rejeição incorreta: o risco de que, embora o resultado


da amostra dê suporte à conclusão de uma conta ou classe de
transações registradas estejam relevantemente distorcidos, não
estão, de fato, relevantemente distorcidos.

Observação: Como vimos anteriormente, a NBCT 11.11 estabelecia que o


tamanho da amostra é afetado pelo risco de amostragem, pelo erro
tolerável e o erro esperado.

Já a NBC TA 530 (norma atualmente em vigor) é mais abrangente que a


anterior, apresentando um Apêndice que demonstra mais fatores que
possuem efeito sobre o tamanho da amostra, como segue:

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FATOR EFEITO NO
TAMANHO
DA
AMOSTRA

1. Aumento Aumento Quanto mais alta a avaliação do risco de


na avaliação do distorção relevante do auditor, maior deve
risco de ser o tamanho da amostra. Portanto, para
distorção reduzir o risco de auditoria a um nível
relevante do baixo aceitável, o auditor precisa de um
auditor risco baixo de detecção e pode confiar
mais em procedimentos substantivos.
Quanto mais evidência de auditoria for
obtida com os testes de detalhes (ou seja,
quanto mais baixo for o risco de
detecção), maior precisa ser o tamanho
da amostra.
2. Aumento no Redução Quanto mais o auditor confia em outros
uso de outros procedimentos substantivos (testes de
procedimentos detalhes ou procedimentos analíticos
substantivos substantivos) para reduzir a um nível
direcionados à aceitável o risco de detecção relacionado
mesma com uma população em particular, menos
afirmação segurança o auditor precisa da
amostragem e, portanto, menor pode ser
o tamanho da amostra.
3. Aumento no Aumento Quanto maior o nível de segurança de que
nível de o auditor precisa de que os resultados da
segurança amostra sejam de fato indicativos do valor
desejado pelo real de distorção na população, excedido
auditor de que pela distorção real na população, maior o
uma distorção tamanho da amostra precisa ser.
tolerável não é
excedida pela
distorção real
na população
4. Aumento na Redução Quanto menor for a distorção tolerável,
distorção maior o tamanho da amostra precisa ser.
tolerável
5. Aumento no Aumento Quanto maior for o valor da distorção que
valor da o auditor espera encontrar na população,

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distorção que maior deve ser o tamanho da amostra
o auditor para se fazer uma estimativa razoável do
espera valor real de distorção na população.
encontrar na
população
6. Estratificação Redução Quando houver uma faixa ampla
da população, (variabilidade) no tamanho monetário dos
quando itens da população, pode ser útil
apropriado estratificar a população. Quando a
população pode ser adequadamente
estratificada, o conjunto de tamanhos de
amostra dos estratos geralmente será
menor do que o tamanho da amostra que
seria necessário para alcançar certo nível
de risco de amostragem se uma amostra
tivesse sido retirada de toda a população.
7. Quantidade de Efeito Para populações grandes, o tamanho real
unidades de negligenciável da população tem pouco efeito, se houver,
amostragem no tamanho da amostra. Assim, para
na população pequenas populações, a amostragem de
auditoria não é geralmente tão eficiente
quanto os meios alternativos para obter
evidência de auditoria apropriada e
suficiente. (Entretanto, ao usar a
amostragem de unidade monetária, um
aumento no valor monetário da população
aumenta o tamanho da amostra, a menos
que isso seja compensado por um
aumento proporcional na materialidade
para as demonstrações contábeis como
um todo e, se aplicável, nível ou níveis de
materialidade para classes específicas de
operações, saldos de contas e
divulgações).

SELEÇÃO DA AMOSTRA

Depois de planejado e determinado o tamanho da amostra, passa-se ao


processo de seleção da amostra.

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Embora existam diversos métodos de seleção, as normas de auditoria
definem três métodos básicos de seleção da amostra: seleção aleatória, seleção
sistemática e seleção casual.

Todavia, a norma atualmente em vigor (NBC TA 530) aponta os seguintes


métodos de seleção, que decorrem dos três já mencionados:

ƒ Seleção aleatória (aplicada por meio de geradores de números


aleatórios como, por exemplo, tabelas de números aleatórios).

ƒ Seleção sistemática, em que a quantidade de unidades de


amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra para
dar um intervalo de amostragem como, por exemplo, 50, e após
determinar um ponto de início dentro das primeiras 50, toda 50ª
unidade de amostragem seguinte é selecionada. Embora o ponto de
início possa ser determinado ao acaso, é mais provável que a
amostra seja realmente aleatória se ela for determinada pelo uso de
um gerador computadorizado de números aleatórios ou de tabelas
de números aleatórios. Ao usar uma seleção sistemática, o auditor
precisaria determinar que as unidades de amostragem da população
não estão estruturadas de modo que o intervalo de amostragem
corresponda a um padrão em particular da população.

ƒ Amostragem de unidade monetária é um tipo de seleção com


base em valores, na qual o tamanho, a seleção e a avaliação da
amostra resultam em uma conclusão em valores monetários.

ƒ Seleção ao acaso (ou casual), na qual o auditor seleciona a


amostra sem seguir uma técnica estruturada, de acordo com o seu
julgamento e sua experiência profissional. Embora nenhuma técnica
estruturada seja usada, o auditor, ainda assim, evitaria qualquer
tendenciosidade ou previsibilidade consciente (por exemplo, evitar
itens difíceis de localizar ou escolher ou evitar sempre os primeiros
ou os últimos lançamentos de uma página) e, desse modo,
procuraria se assegurar de que todos os itens da população têm
uma mesma chance de seleção. A seleção ao acaso não é
apropriada quando se usar a amostragem estatística.

ƒ Seleção de bloco envolve a seleção de um ou mais blocos de itens


contíguos da população. A seleção de bloco geralmente não pode ser
usada em amostragem de auditoria porque a maioria das
populações está estruturada de modo que esses itens em sequência

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podem ter características semelhantes entre si, mas características
diferentes de outros itens de outros lugares da população. Embora,
em algumas circunstâncias, possa ser apropriado que um
procedimento de auditoria examine um bloco de itens, ela
raramente seria uma técnica de seleção de amostra apropriada
quando o auditor pretende obter inferências válidas sobre toda a
população com base na amostra.

A tabela a seguir demonstra os métodos de seleção de amostras em


amostragem probabilística e não-probabilística:

Amostragem probabilística Amostragem não-probabilística


• Seleção aleatória • Seleção dirigida ou por
• Seleção sistemática julgamento
• Seleção estratificada • Seleção ao acaso ou casual
• Seleção por unidade monetária • Seleção por bloco

Nesta aula de apresentação não abordaremos a sequência completa do


processo relativo ao plano amostral, ou seja, ainda precisamos comentar as fases
de aplicação dos procedimentos de auditoria sobre a amostra e de avaliação do
resultado do teste, que serão detalhadas na aula 2 deste curso.

RESUMO DOS PRINCIPAIS CONCEITOS ENVOLVENDO AMOSTRAGEM EM


AUDITORIA:

Amostragem em auditoria: é a aplicação de procedimentos de auditoria em


menos de 100% dos itens de uma população relevante para fins de auditoria, de
maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem
selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir
sobre toda a população

Amostragem estatística: é a abordagem à amostragem com as seguintes


características:
(a) seleção aleatória dos itens da amostra; e (b) o uso da teoria das probabilidades
para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de
amostragem.

População: é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada


e sobre o qual o auditor deseja concluir.

Amostra: é uma parte da população objeto da auditoria, sobre a qual serão


aplicados os procedimentos de auditoria.

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Unidade de amostragem: é cada um dos itens individuais que constituem uma


população.

Estratificação: é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada


uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes
(geralmente valor monetário).

Risco de amostragem: é o risco de que a conclusão do auditor, com base em


amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo
procedimento de auditoria.

Erro tolerável: erro ou distorção tolerável é um valor monetário definido pelo


auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor monetário
não seja excedido pela distorção real na população

Erro esperado: é quanto o auditor espera encontrar de erro em uma população,


em função de trabalhos anteriores.

Taxa de desvio esperada: é a taxa de desvio dos procedimentos de controles


internos previstos, definida pelo auditor para obter um nível apropriado de
segurança de que essa taxa de desvio não seja excedida pela taxa real de desvio na
população.

Anomalia: é a distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo


de distorção ou desvio em uma população.

A seguir, para que vocês percebam como esses assuntos são cobrados pelas
bancas, vamos solucionar algumas questões de concursos recentes sobre
amostragem, sem prejuízo da solução de algumas questões de nossa autoria.

1) (ICMS RS/2009/FUNDATEC) O auditor interno, ao determinar a extensão de


um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, pode
A) empregar técnicas de amostragem estatística.
B) determinar o uso dos testes de probabilidades.
C) utilizar técnicas de seleção aleatória baseado em fatos já ocorridos
anteriormente na empresa e em comparação a outras empresas do mesmo
segmento econômico.
D) utilizar técnicas se seleção sistemática, baseada em sua experiência profissional.
E) empregar técnicas de seleção casual, a critério da empresa auditada.

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Solução: Como vimos, o uso da amostragem em auditoria, seja ela estatística ou
não-estatística, é uma faculdade para o auditor. Ele pode, por exemplo,
dependendo das circunstâncias, examinar a integridade das operações de uma
determinada conta, ou seja, 100% dos elementos da população (censo), ou até
direcionar os seus exames para elementos que tenham uma determinada
característica, como, por exemplo, somente examinar elementos ou operações
acima de um determinado valor.

Portanto, a alternativa “A” está correta e satisfaz o enunciado da questão. O


auditor pode empregar técnicas de amostragem estatística.

A alternativa “B” apresenta uma redação confusa, indicando que o auditor


poderá determinar o uso dos testes de probabilidades. A norma estabelece que, ao
determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a
serem testados, o auditor pode empregar técnicas de amostragem e essas técnicas
poderão considerar ou não a teoria das probabilidades.

As alternativas “C”, “D” e “E” referem-se aos métodos de seleção dos


elementos que irão compor a amostra e ser examinada.

A alternativa “C” está incorreta, pois corresponde à seleção casual, em que o


auditor se baseia em sua experiência profissional, considerando fatos já ocorridos
anteriormente na empresa e em comparação a outras empresas do mesmo
segmento econômico.

A alternativa “D” também apresenta incorreção, uma vez que a seleção


aleatória é aquela em que todos os itens da população ou do estrato identificado
têm igual chance de seleção, utilizando-se, por exemplo, tabelas de números
aleatórios que determinarão quais os números dos itens a serem selecionados
dentro do total da população. A forma de seleção que leva em consideração a
experiência do auditor é a casual.

Por fim, a alternativa “E” apresenta erro, pois o emprego das técnicas de
amostragem e de seleção da amostra é definido pelo auditor e não a critério da
empresa auditada. Se a empresa auditada definisse o critério, estaria prejudicada ou
afetada a independência do auditor.

2) (TCM-RJ/2008/FGV) Tendo em vista a exigüidade do tempo ou visando


minimizar os custos, é comum, na atividade de auditoria, o uso de técnicas de
amostragem estatística e não-estatística. Nesse diapasão, uma das maiores
preocupações do auditor reside na obtenção de uma amostra representativa, qual
seja aquela que apresenta as mesmas características da população. Assim, ao

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selecionar uma amostra, deverá levar em consideração os seguintes itens
(aspectos), de acordo com o CFC (Resolução 1.012 de 2005):
(A) tamanho da população, erro tolerável e erro esperado (estatístico e não-
estatístico).
(B) risco de amostragem, estratificação e testes substantivos.
(C) tamanho da amostra, controle interno e estratificação.
(D) objetivos específicos da auditoria, erro tolerável e erro esperado.
(E) testes substantivos, erro esperado e testes de observância.

Solução: Quando da prova do TCM RIO, estava em vigor a Resolução 1.012, de


2005, que tratava da amostragem aplicada em auditoria independente das
demonstrações contábeis. Conforme a citada Resolução do CFC, ao planejar e
determinar a amostra de auditoria, o auditor deve levar em consideração os
seguintes aspectos: a) os objetivos específicos da auditoria; b) a população da qual
o auditor deseja extrair a amostra; c) a estratificação da população; d) o tamanho
da amostra; e) o risco da amostragem; f) o erro tolerável; e g) o erro esperado.

Portanto, a alternativa correta é a “D”. Os demais itens destacam fatores ou


aspectos que não são apontados pela norma como condições a serem consideradas
pelo auditor ao determinar a amostra de auditoria, como, por exemplo, os testes de
observância ou substantivos. Cabe ressaltar que a amostragem será aplicada tanto
a testes de observância como a testes substantivos. Mais adiante veremos uma
questão que trata das metodologias de amostragem distintas para testes de
controles e testes substantivos. Note-se, por fim, que na alternativa “A”, o correto
seria tamanho da amostra e não da população.

3) (AUDITOR DA RECEITA FEDERAL/2009/ESAF) O auditor, ao realizar o


processo de escolha da amostra, deve considerar:
I. que cada item que compõe a amostra é conhecido como unidade de amostragem;
II. que estratificação é o processo de dividir a população em sub-populações, cada
qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características
homogêneas ou similares;
III. na determinação do tamanho da amostra, o risco de amostragem, sem
considerar os erros esperados.
a) Somente a I é verdadeira.
b) Somente a II é verdadeira.
c) I e III são verdadeiras.
d) Todas são falsas.
e) Todas são verdadeiras.

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Solução: Essa questão, relativamente simples, constou da prova para Auditor Fiscal
da Receita Federal do Brasil, recentemente aplicada. Examinaremos, a seguir, cada
uma das afirmações da questão:

Afirmativa I - cada item que compõe a população é conhecido como unidade


de amostragem. Portanto, afirmativa falsa;

Afirmativa II - estratificação é o processo de dividir a população em sub-


populações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com
características homogêneas ou similares. O auditor opta por dividir a população em
sub-conjuntos homogêneos, para extrair uma amostra menor e mais representativa
da população. Afirmativa verdadeira; e

Afirmativa III - na determinação do tamanho da amostra, o auditor considera


o risco de amostragem, bem como os erros toleráveis e os erros esperados.
Alternativa falsa.

Assim, a alternativa correta e que satisfaz o enunciado da questão é a “b”.

4) Assinale a alternativa incorreta com relação à amostragem aplicada à auditoria.


A) quando uma amostra for estratificada, cada unidade de amostragem deverá
pertencer, exclusivamente, a um estrato.
B) o erro tolerável é um dos aspectos a ser considerado no planejamento e na
determinação da amostra de auditoria. Quanto menor o erro tolerável, maior
deve ser o tamanho da amostra.
C) os procedimentos da amostragem por julgamento são largamente difundidos,
ainda que possam ser considerados teoricamente falhos, por determinadas
razões, entre as quais inclui-se a impossibilidade de os auditores estimarem
quantitativamente o risco que assumem.
D) o emprego da amostragem estatística é recomendável quando os itens da
população apresentam características heterogêneas.
E) risco de amostragem relaciona-se com a possibilidade de que uma amostra
adequadamente coletada não seja representativa da população, levando o
auditor a uma conclusão sobre os controles ou saldos de contas diferente da que
ele chegaria se examinasse toda a população. Na execução de testes
substantivos, o risco de amostragem classifica-se em risco de aceitação incorreta
e risco de rejeição incorreta.

Solução: A amostragem estratificada consiste basicamente em segmentar a


população em estratos, que se caracterizam por possuir características homogêneas.
Em auditoria contábil, é muito comum o auditor dividir a população em faixas de
valores. Uma das exigências em amostragem por estratificação, é que cada unidade

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de amostragem deverá pertencer, exclusivamente, a um estrato. A alternativa “A”
está correta.

Vimos que o erro tolerável é um fator que influencia no tamanho da amostra.


Quanto menor o erro que o auditor está disposto a tolerar, maior deverá ser o
tamanho da amostra. A alternativa “B” está correta.

Os procedimentos da amostragem por julgamento, ou seja, não-estatística,


são largamente difundidos, ainda que possam ser considerados teoricamente falhos,
por determinadas razões, entre as quais inclui-se a impossibilidade de os auditores
estimarem quantitativamente o risco que assumem. Em amostragem não-
estatística, o auditor também está sujeito a algum risco de amostragem. A diferença
é que o auditor não utiliza as leis das probabilidades para controlar o risco de
amostragem, o que ocorre apenas quando amostragem estatística é utilizada. A
alternativa “C” também está correta.

O emprego da amostragem estatística é recomendável quando os itens da


população apresentam características homogêneas. A alternativa “D” é a incorreta.

O risco de amostragem relaciona-se com a possibilidade de que uma amostra


adequadamente coletada não seja representativa da população, levando o auditor a
uma conclusão sobre os controles ou saldos de contas diferente da que ele chegaria
se examinasse toda a população. Na execução de testes substantivos, os seguintes
tipos de riscos de amostragem podem ocorrer:

O risco de aceitação incorreta – é o risco de que a amostra dê suporte à


conclusão de que o saldo de uma conta não contém erro ou irregularidade
relevante, quando de fato contém.

O risco de rejeição incorreta - é o risco de que a amostra dê suporte à


conclusão de que o saldo de uma conta contém erro ou irregularidade relevante,
quando de fato não contém.

Portanto, a alternativa “E” está correta.

5) (AFTE RN/2005/ESAF) Dadas as tabelas fornecidas a seguir, responder à


questão abaixo.

Tabela I: 5% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo

Taxa aceitável de desvios


Taxa Esperada de desvio da 2% 3% 4% 5% 6%

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população
0,00 151 101 76 61 51
0,50 159 119 95 80
1,00 158 95 80
1,50 126 105
2,00 90

Tabela II: 10% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo

Taxa aceitável de desvios


Taxa Esperada de desvio da 2% 3% 4% 5% 6%
população
0,00 116 78 59 47 40
0,50 196 131 98 79 66
1,00 178 98 79 66
1,50 134 107 66
2,00 200 134 90
2,50 160 112
3,00 132

Ao analisar a área de Contas a Receber, constata-se um risco de avaliação de 10%.


No ano anterior a empresa de auditoria constatou desvio de 4% e a taxa esperada
do desvio da população do ano foi de 1,0%. Determine o tamanho da amostra a ser
utilizada.
A) 200
B) 107
C) 158
D) 178
E) 98

Solução: Esta questão que constou da prova de ICMS/RN foi muito interessante,
pois se refere à aplicação de tabelas para definição de tamanhos de amostras.

Vimos que, para determinar o tamanho da amostra para cada controle a ser
testado, o auditor precisa especificar um valor numérico para cada fator a seguir:
• Risco de avaliar o risco de controle em muito baixo (risco de amostragem).
• Taxa aceitável de desvios.
• Taxa esperada de desvios da população.

O auditor pode utilizar uma tabela para determinar o tamanho da amostra.


Notem que a questão apresenta duas tabelas: A Tabela I, para um risco de

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amostragem de 5% e a Tabela II, para um risco de 10%. Para usar as tabelas é
necessário:
• Escolher a tabela que corresponde ao nível especificado de risco de
amostragem.
• Localizar a coluna referente ao nível especificado da taxa aceitável de
desvios.
• Localizar a linha que contém a taxa esperada de desvios da população.
• Ler o tamanho da amostra, na interseção da coluna e linha determinadas
nos passos dois e três.

Portanto, como o enunciado aponta que o risco de amostragem (avaliação) é


de 10%, a tabela a ser utilizada é a II.

Resta identificar as taxas de desvios tolerável e esperada. De acordo como o


enunciado, no ano anterior, a empresa de auditoria constatou desvio de 4%, sendo
esta, portanto, a taxa de desvio tolerável. Também o enunciado informa que a taxa
de desvio esperada é de 1%.

Assim, após identificação dos elementos (risco de amostragem, taxa aceitável


de desvio e esperada de desvio, basta verificar a interseção da linha com a coluna
na tabela, que aponta o tamanho da amostra. No caso, são 98 elementos que
comporão a amostra dos controles a serem testados, conforme pode ser observado
a seguir:

Tabela II: 10% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo

Taxa aceitável de desvios


Taxa Esperada de desvio 2% 3% 4% 5% 6%
da população
0,00 116 78 59 47 40
0,50 196 131 98 79 66
1,00 178 98 79 66
1,50 134 107 66
2,00 200 134 90
2,50 160 112
3,00 132

6) (ICMS/RIO/2007/FGV) Avalie as afirmativas a seguir:


I. A amostragem de atributos é um teste de controle.
II. A amostragem de variáveis é um teste substantivo.

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III. A amostragem de atributos visa a estimar um total monetário de uma


população ou o valor monetário de erros em uma população.
IV. A amostragem de variáveis visa a estimar a taxa de desvios em uma população.
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Solução: Recordando, o auditor pode utilizar amostragem para obter informações


sobre muitas características diferentes de uma população. Contudo, a maioria das
amostras leva a uma estimativa de (1) uma taxa de desvios ou de (2) um valor
monetário. Quando a amostragem estatística é utilizada, essas técnicas de
amostragem são identificadas como amostragem de atributos e amostragem de
variáveis.

A amostragem de atributos é um tipo de teste de controles cuja


finalidade é estimar uma taxa de desvios em uma população. O objetivo global de
testes de controles é avaliar a eficácia do desenho e da operação dos controles
internos. Um ou mais planos de amostragem de atributos podem ser desenhados
para avaliar a eficácia de controles relacionados com determinada classe de
transações.

O auditor seleciona atributos que se relacionam com a eficácia do controle


que está sendo testado, como por exemplo, aprovação do departamento de crédito
antes de os produtos vendidos serem expedidos. Depois, seleciona a amostra de
transações de vendas a serem testadas mediante uma tabela que leva em
consideração o risco de amostragem, a taxa aceitável de desvios e a taxa esperada
de desvios da população e aplica os procedimentos sobre as operações selecionadas
com o intuito de verificar quantas operações de vendas não foram devidamente
aprovadas (taxa de desvios ou de falhas).

A amostragem de variáveis é um teste substantivo cuja finalidade é


estimar um total monetário de uma população ou o valor monetário de erros em
uma população. A abordagem clássica de variáveis utiliza a teoria da distribuição
normal para avaliar características de uma população, com base nos resultados de
uma amostra dela extraída. Essa abordagem é útil para o auditor quando o objetivo
de auditoria relaciona-se com possíveis sub ou superavaliações de um saldo de
conta.

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Voltando à solução da questão, pelo exposto, vê-se que as afirmativas I e II
estão corretas, posto que vinculam adequadamente as técnicas de amostragem aos
tipos de testes. Já as afirmativas III e IV estão incorretas, pois inverteram as
finalidades das técnicas e testes. Assim, a alternativa “A” é a correta.

7) (TCE-AM/2008/FCC) Ao utilizar o método de amostragem estatística em


substituição ao não-estatístico para a seleção de base de dados, o auditor está
reduzindo a possibilidade de risco de
(A) controle decorrente da utilização de critérios aleatórios.
(B) detecção por não utilizar critérios probabilísticos e não-probabilísticos
conjuntamente.
(C) seleção originada do direcionamento da amostra para uma escolha conduzida.
(D) informação devido à falta de critério na seleção pelo método não-estatístico.
(E) amostragem decorrente da não utilização das leis de probabilidades.

Solução: O risco de amostragem surge da possibilidade de que a conclusão do


auditor, com base em uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria
alcançada se toda a população estivesse sujeita ao mesmo procedimento de
auditoria.

Quando o auditor utiliza a amostragem estatística, baseando-se em


fundamentos matemáticos, ele pode trabalhar com amostras de tamanho reduzido,
mas em níveis de significância e confiabilidade adequados para assegurar a precisão
desejada. Já na amostragem não-estatística, o tamanho da amostra é estabelecido
sem nenhuma base de sustentação técnica. Portanto, ao utilizar o método de
amostragem estatística em substituição ao não-estatístico para a seleção de base
de dados, o auditor está reduzindo a possibilidade de risco de amostragem
decorrente da não utilização das leis de probabilidades. A alternativa “E” é a
correta.

8) (ICMS/RIO/2008/FGV) De acordo com o CFC, amostragem estatística é


aquela em que a amostra é selecionada cientificamente para que os resultados
obtidos possam ser estendidos ao conjunto, de acordo com a teoria da
probabilidade ou as regras estatísticas.
O emprego de amostragem estatística é recomendável quando os itens da
população apresentam características homogêneas.
Amostragem não-estatística (por julgamento) é aquela em que a amostra é
determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da
entidade. Nesse diapasão, é importante reconhecer que certos procedimentos de
auditoria aplicados na base de testes não estão dentro da definição de amostragem.

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Os testes aplicados na totalidade da população não se qualificam como amostragem
de auditoria.
Em relação à amostragem, o CFC estabelece, considerando em especial a Resolução
1.012, o disposto nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Com relação ao aspecto “objetivos específicos”, considerado na determinação da
amostra, o CFC destaca que, no planejamento da amostra de auditoria, o auditor
deve considerar os procedimentos de auditoria que têm maior probabilidade de
atingir esses objetivos.
(B) Uma das maiores preocupações do auditor é que a amostra seja representativa,
ou seja, tenha as mesmas características da população. Isso é essencial a fim de
que as conclusões alcançadas para a amostra possam ser extrapoladas para toda a
população.
(C) Na seleção de amostra devem ser documentados e considerados pelo auditor o
grau de confiança depositado sobre o sistema de controles internos das contas, a
base e a fonte de seleção e o número de itens selecionados.
(D) Tendo executado, em cada item da amostra, os procedimentos de auditoria
apropriados, o auditor deve analisar qualquer erro detectado na amostra, extrapolar
os erros encontrados na amostra para a população e reavaliar o risco de
amostragem.
(E) Quando o erro projetado exceder o erro tolerável, o auditor deve reconsiderar
sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for aceitável,
considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar
procedimentos de auditoria alternativos.

Solução: A questão trata das normas e procedimentos sobre amostragem aplicada


à auditoria independente das demonstrações contábeis (NBC T 11.11), aprovadas
pela então vigente Resolução CFC nº 1.012/05.

A alternativa “A” é correta, uma vez que o auditor, quando planeja e


determina a amostra de auditoria, deve levar em consideração os objetivos
específicos da auditoria e os procedimentos mais adequados a esses objetivos, em
busca da melhor evidência.

A alternativa “B” é correta, pois é fundamental para o sucesso da auditoria


que a amostra seja representativa da população que está sendo auditada. Nesse
sentido, o auditor precisa determinar se a população da qual a amostra vai ser
extraída é apropriada para o objetivo de auditoria específico e se o tamanho da
amostra é adequado e consistente, para que o resultado dos exames sobre os
elementos da amostra possam ser extrapolados com segurança para a população
como um todo.

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A alternativa “C” é correta. Apesar da Resolução do CFC não ser específica
quanto à confiabilidade dos controles internos e sua influência na definição da
amostra e quanto à documentação desse processo, o grau de confiança sobre os
controles ou risco de controle tem influência sobre a extensão dos procedimentos e
testes de auditoria e, portanto, sobre a amostra. Quanto maior a confiança sobre os
controles internos, menor a extensão dos procedimentos e quantidade de evidência
a ser coletada. Portanto, deve o auditor registrar em papéis de trabalho o resultado
da avaliação dos controles internos, a população, os objetivos, o método de seleção
da amostra e o número de elementos examinados, ou seja, o tamanho da amostra.

A alternativa “D” é correta, pois o auditor aplica os procedimentos de


auditoria sobre os elementos selecionados, avalia os erros encontrados e extrapola
o resultado para a população como um todo. Caso o erro extrapolado para a
população exceda a taxa máxima de erro aceitável (erro tolerável), o auditor deve
reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem.

A alternativa “E” é a incorreta, pois quando o erro projetado exceder o erro


tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de
amostragem e, se esse risco for inaceitável, considerar a possibilidade de ampliar o
procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos. Se
o risco foi aceitável, o auditor não precisaria ampliar ou aplicar procedimentos
alternativos.

9) (AUDITOR/CGE-PB/2008/CESPE) A normatização do exercício profissional


pressupõe o estabelecimento de procedimentos e critérios para planejar e selecionar
amostras de itens a serem examinados pelo auditor. A respeito do assunto, é
correto afirmar que
A população é o conjunto de dados selecionados para exame do auditor.
B amostragem não-estatística é aquela em que o auditor seleciona itens para
verificação segundo sua intuição, experiência pessoal e conhecimento da situação e
da entidade.
C o volume e o valor das transações são irrelevantes para definição das amostras.
D estratificar uma população significa excluir previamente determinados itens para
efeito de verificação pela auditoria.
E cada estrato selecionado deve ter a mesma quantidade de itens selecionados.
QUESTÃO 76
Solução: A amostragem não-probabilística é aquela em que o auditor seleciona
itens para verificação segundo sua intuição, experiência pessoal e conhecimento da
situação e da entidade. É também denominada de amostragem por julgamento,
casual ou por cotas. Portanto, assertiva correta é a “B”.

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A assertiva A está incorreta, pois a população representa o universo a ser
auditado. O conjunto de dados selecionados para exame representa a amostra.

A assertiva C está incorreta, pois a amostra selecionada pelo auditor deve ter
relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou na
transação objeto de exame, como também com os efeitos nas posições patrimonial
e financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período.

A assertiva D está incorreta, pois estratificar é o processo de dividir uma


população em sub-populações, cada qual contendo um grupo de unidades de
amostragem com características homogêneas ou similares. Não significa excluir
determinados itens.

A assertiva E está incorreta, pois cada estrato pode ter um número variado
de itens selecionados por característica semelhantes. O que não pode na
estratificação é um elemento que pertença a um estrato também constar de outro,
ou seja, não pode haver interseções.

10) (ANALISTA LEGISLATIVO/SENADO/2009/FGV) Ao usar métodos de


amostragem estatística ou não-estatística, o auditor deve projetar e selecionar uma
amostra, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria, e avaliar os resultados
da amostra, de forma a proporcionar:
(A) evidência de auditoria suficiente e apropriada.
(B) achados de auditoria relevantes e adequados.
(C) realização do processo da auditoria.
(D) reconhecimento dos riscos de auditoria.
(E) aplicação da adequada técnica de auditoria.

Solução: O que se busca em auditoria são as evidências, ou seja, as informações


coletadas ou provas obtidas pelos auditores para fundamentar as conclusões,
opiniões e recomendações. As evidências devem ser suficientes, relevantes e
confiáveis. Quando o auditor seleciona uma amostra, mediante amostragem
estatística ou não, e aplica os procedimentos de auditoria sobre os elementos
selecionados, ele está buscando evidência de auditoria suficiente e apropriada. A
alternativa correta é a “A”.

11) (ACE/TCU/2006/ESAF) O auditor, ao determinar a amostra a ser


selecionada, deve considerar:
a) obrigatoriamente, métodos de amostragem estatísticos e não estatísticos de
forma a garantir a avaliação de todos os itens da amostra.

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b) um número mínimo de elementos a serem testados, independente do volume da


amostra.
c) que a amostra deva ter uma relação direta com o volume de transações
realizadas pela entidade na área ou transação objeto do exame.
d) que a amostra seja selecionada conforme critérios determinados pela área
auditada e o auditor.
e) somente elementos selecionados por métodos estatísticos, sendo necessário
evidenciar suficientemente os fatos que comprovem os itens selecionados.

Solução: A assertiva “a” está errada, pois o auditor pode usar tanto métodos de
amostragem estatística quanto não-estatística, para projetar e selecionar uma
amostra de auditoria.

A assertiva “b” está errada, uma vez que o número de elementos a serem
testados dependerá do volume da amostra, que será definida em função das
características da população a ser testada, grua de confiança nos controles internos
e risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar dos resultados da
amostra.

A assertiva “c” é a correta, pois a amostra selecionada pelo auditoria deve ter
uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou
transação objeto de exame, como também com os efeitos na posição patrimonial e
financeira da entidade e o resultado por ela obtido.

A assertiva “d” está incorreta. Os critérios devem ser determinados pelo


auditor com base em vários elementos que são avaliados e considerados, tais como:
volume de transações, grau de confiança nos controles internos, risco de auditoria,
risco de amostragem, erro tolerável e esperado, etc.

A assertiva “e” está também incorreta, pois os elementos podem ser


selecionados também por métodos não-estatísticos, em função do julgamento e da
experiência do auditor.

12) (ISS Rio/ESAF/2010) Avalie, se verdadeiro ou falso, os itens a seguir a


respeito do uso de amostragem estatística em auditoria e assinale a opção que
indica a sequência correta.
I. O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar não afeta o tamanho da
amostra exigido em razão da existência de outros controles a serem utilizados;
II. O auditor seleciona itens para a amostragem de forma que cada unidade de
amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada;

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III. Existem outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso de
procedimentos de auditoria não apropriados;
IV. Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente
alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante.
a) V, V, F, V
b) F, V, V, V
c) V, V, V, F
d) F, F, F, V
e) V, F, V, F

Solução: Vamos analisar cada uma das afirmativas da questão:

I - O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar afeta sim o tamanho da
amostra exigido, mesmo que existam outros controles a serem utilizados. Vimos
que, quanto maior o risco de amostragem, menor será o tamanho da amostra, e
vice-versa. Afirmação falsa.

II – As normas de auditoria estabelecem que o auditor seleciona itens para a


amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a
mesma chance de ser selecionada. Caso o auditor direcione o seu processo de
escolha, eliminando essa igualdade de chance entre os elementos ou unidades de
amostragem da população, ele não estará utilizando amostragem. Afirmação
verdadeira.

III – Existem, de fato, outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso
de procedimentos de auditoria não apropriados e o erro na conclusão a respeito de
um erro. É o risco que não decorre da amostragem (risco de não-amostragem).
Afirmação verdadeira.

IV - Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente


alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante. Se a taxa
encontrada de desvio (ou falha) do controle for alta, significa que o risco ou a
probabilidade de acontecer uma distorção relevante ocasionada por erro ou fraude é
alto. Afirmação verdadeira.

Portanto, a alternativa correta é a “b”.

Bom, pessoal, chegamos ao final desta breve aula demonstrativa do curso.


Esclareço que voltaremos a abordar amostragem em auditoria em nossa Aula 2,
conforme a programação do curso informada anteriormente.

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Esta foi uma pequena amostra de nosso curso. Espero que tenham gostado.
Um abraço a todos e até a próxima aula!

QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1) (ICMS RS/2009/FUNDATEC) O auditor interno, ao determinar a extensão de


um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, pode
a) empregar técnicas de amostragem estatística.
b) determinar o uso dos testes de probabilidades.
c) utilizar técnicas de seleção aleatória baseado em fatos já ocorridos
anteriormente na empresa e em comparação a outras empresas do mesmo
segmento econômico.
d) utilizar técnicas se seleção sistemática, baseada em sua experiência profissional.
e) empregar técnicas de seleção casual, a critério da empresa auditada.

2) (TCM-RJ/2008/FGV) Tendo em vista a exigüidade do tempo ou visando


minimizar os custos, é comum, na atividade de auditoria, o uso de técnicas de
amostragem estatística e não-estatística. Nesse diapasão, uma das maiores
preocupações do auditor reside na obtenção de uma amostra representativa, qual
seja aquela que apresenta as mesmas características da população. Assim, ao
selecionar uma amostra, deverá levar em consideração os seguintes itens
(aspectos), de acordo com o CFC (Resolução 1.012 de 2005):
(A) tamanho da população, erro tolerável e erro esperado (estatístico e não-
estatístico).
(B) risco de amostragem, estratificação e testes substantivos.
(C) tamanho da amostra, controle interno e estratificação.
(D) objetivos específicos da auditoria, erro tolerável e erro esperado.
(E) testes substantivos, erro esperado e testes de observância.

3) (AUDITOR DA RECEITA FEDERAL/2009/ESAF) O auditor, ao realizar o


processo de escolha da amostra, deve considerar:
I. que cada item que compõe a amostra é conhecido como unidade de amostragem;
II. que estratificação é o processo de dividir a população em sub-populações, cada
qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características
homogêneas ou similares;
III. na determinação do tamanho da amostra, o risco de amostragem, sem
considerar os erros esperados.
a) Somente a I é verdadeira.
b) Somente a II é verdadeira.
c) I e III são verdadeiras.
d) Todas são falsas.
e) Todas são verdadeiras.

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4) Assinale a alternativa incorreta com relação à amostragem aplicada à auditoria.


a) quando uma amostra for estratificada, cada unidade de amostragem deverá
pertencer, exclusivamente, a um estrato.
b) o erro tolerável é um dos aspectos a ser considerado no planejamento e na
determinação da amostra de auditoria. Quanto menor o erro tolerável, maior
deve ser o tamanho da amostra.
c) os procedimentos da amostragem por julgamento são largamente difundidos,
ainda que possam ser considerados teoricamente falhos, por determinadas
razões, entre as quais inclui-se a impossibilidade de os auditores estimarem
quantitativamente o risco que assumem.
d) o emprego da amostragem estatística é recomendável quando os itens da
população apresentam características heterogêneas.
e) risco de amostragem relaciona-se com a possibilidade de que uma amostra
adequadamente coletada não seja representativa da população, levando o
auditor a uma conclusão sobre os controles ou saldos de contas diferente da que
ele chegaria se examinasse toda a população. Na execução de testes
substantivos, o risco de amostragem classifica-se em risco de aceitação incorreta
e risco de rejeição incorreta.

5) (AFTE RN/2005/ESAF) Dadas as tabelas fornecidas a seguir, responder à


questão abaixo.

Tabela I: 5% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo

Taxa aceitável de desvios


Taxa Esperada de desvio da 2% 3% 4% 5% 6%
população
0,00 151 101 76 61 51
0,50 159 119 95 80
1,00 158 95 80
1,50 126 105
2,00 90

Tabela II: 10% de risco de Avaliação do Risco de Controle em Nível Baixo

Taxa aceitável de desvios


Taxa Esperada de desvio da 2% 3% 4% 5% 6%
população
0,00 116 78 59 47 40
0,50 196 131 98 79 66

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1,00 178 98 79 66
1,50 134 107 66
2,00 200 134 90
2,50 160 112
3,00 132

Ao analisar a área de Contas a Receber, constata-se um risco de avaliação de 10%.


No ano anterior a empresa de auditoria constatou desvio de 4% e a taxa esperada
do desvio da população do ano foi de 1,0%. Determine o tamanho da amostra a ser
utilizada.
A) 200
B) 107
C) 158
D) 178
E) 98

6) (ICMS/RIO/2007/FGV) Avalie as afirmativas a seguir:


I. A amostragem de atributos é um teste de controle.
II. A amostragem de variáveis é um teste substantivo.
III. A amostragem de atributos visa a estimar um total monetário de uma
população ou o valor monetário de erros em uma população.
IV. A amostragem de variáveis visa a estimar a taxa de desvios em uma população.
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

7) (TCE-AM/2008/FCC) Ao utilizar o método de amostragem estatística em


substituição ao não-estatístico para a seleção de base de dados, o auditor está
reduzindo a possibilidade de risco de
(A) controle decorrente da utilização de critérios aleatórios.
(B) detecção por não utilizar critérios probabilísticos e não-probabilísticos
conjuntamente.
(C) seleção originada do direcionamento da amostra para uma escolha conduzida.
(D) informação devido à falta de critério na seleção pelo método não-estatístico.
(E) amostragem decorrente da não utilização das leis de probabilidades.

8) (ICMS/RIO/2008/FGV) De acordo com o CFC, amostragem estatística é


aquela em que a amostra é selecionada cientificamente para que os resultados

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obtidos possam ser estendidos ao conjunto, de acordo com a teoria da
probabilidade ou as regras estatísticas.
O emprego de amostragem estatística é recomendável quando os itens da
população apresentam características homogêneas.
Amostragem não-estatística (por julgamento) é aquela em que a amostra é
determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da
entidade. Nesse diapasão, é importante reconhecer que certos procedimentos de
auditoria aplicados na base de testes não estão dentro da definição de amostragem.
Os testes aplicados na totalidade da população não se qualificam como amostragem
de auditoria.
Em relação à amostragem, o CFC estabelece, considerando em especial a Resolução
1.012, o disposto nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Com relação ao aspecto “objetivos específicos”, considerado na determinação da
amostra, o CFC destaca que, no planejamento da amostra de auditoria, o auditor
deve considerar os procedimentos de auditoria que têm maior probabilidade de
atingir esses objetivos.
(B) Uma das maiores preocupações do auditor é que a amostra seja representativa,
ou seja, tenha as mesmas características da população. Isso é essencial a fim de
que as conclusões alcançadas para a amostra possam ser extrapoladas para toda a
população.
(C) Na seleção de amostra devem ser documentados e considerados pelo auditor o
grau de confiança depositado sobre o sistema de controles internos das contas, a
base e a fonte de seleção e o número de itens selecionados.
(D) Tendo executado, em cada item da amostra, os procedimentos de auditoria
apropriados, o auditor deve analisar qualquer erro detectado na amostra, extrapolar
os erros encontrados na amostra para a população e reavaliar o risco de
amostragem.
(E) Quando o erro projetado exceder o erro tolerável, o auditor deve reconsiderar
sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for aceitável,
considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar
procedimentos de auditoria alternativos.

9) (AUDITOR/CGE-PB/2008/CESPE) A normatização do exercício profissional


pressupõe o estabelecimento de procedimentos e critérios para planejar e selecionar
amostras de itens a serem examinados pelo auditor. A respeito do assunto, é
correto afirmar que
A população é o conjunto de dados selecionados para exame do auditor.
B amostragem não-estatística é aquela em que o auditor seleciona itens para
verificação segundo sua intuição, experiência pessoal e conhecimento da situação e
da entidade.
C o volume e o valor das transações são irrelevantes para definição das amostras.

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D estratificar uma população significa excluir previamente determinados itens para
efeito de verificação pela auditoria.
E cada estrato selecionado deve ter a mesma quantidade de itens selecionados.
QUESÃO 76
10) (ANALISTA LEGISLATIVO/SENADO/2009/FGV) Ao usar métodos de
amostragem estatística ou não-estatística, o auditor deve projetar e selecionar uma
amostra, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria, e avaliar os resultados
da amostra, de forma a proporcionar:
(A) evidência de auditoria suficiente e apropriada.
(B) achados de auditoria relevantes e adequados.
(C) realização do processo da auditoria.
(D) reconhecimento dos riscos de auditoria.
(E) aplicação da adequada técnica de auditoria.

11) (ACE/TCU/2006/ESAF) O auditor, ao determinar a amostra a ser


selecionada, deve considerar:
a) obrigatoriamente, métodos de amostragem estatísticos e não estatísticos de
forma a garantir a avaliação de todos os itens da amostra.
b) um número mínimo de elementos a serem testados, independente do volume da
amostra.
c) que a amostra deva ter uma relação direta com o volume de transações
realizadas pela entidade na área ou transação objeto do exame.
d) que a amostra seja selecionada conforme critérios determinados pela área
auditada e o auditor.
e) somente elementos selecionados por métodos estatísticos, sendo necessário
evidenciar suficientemente os fatos que comprovem os itens selecionados.

12) (ISS Rio/2010/ESAF) Avalie, se verdadeiro ou falso, os itens a seguir a


respeito do uso de amostragem estatística em auditoria e assinale a opção que
indica a sequência correta.
I. O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar não afeta o tamanho da
amostra exigido em razão da existência de outros controles a serem utilizados;
II. O auditor seleciona itens para a amostragem de forma que cada unidade de
amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada;
III. Existem outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso de
procedimentos de auditoria não apropriados;
IV. Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente
alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante.
a) V, V, F, V
b) F, V, V, V
c) V, V, V, F
d) F, F, F, V

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e) V, F, V, F

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NO CURSO:

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria – Um Curso Moderno e Completo. 6ª ed.


São Paulo: Atlas, 2007.

ATTIE, William. Auditoria Conceitos e Aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

BOYTON, W.C.; JOHNSON, R.N.; KELL, W.G. Auditoria. São Paulo: Atlas, 2002.

CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Normas Brasileiras de Auditoria Interna


e Independente das Demonstrações Contábeis. Resoluções CFC.
(www.cfc.org.br).

COSO. Committee Of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission


(Org.). Internal Control – Integrated Framework. Executive Summary. United
States of America: COSO, 1992. Disponível em: <http://www.coso.org/IC-
IntegratedFramework-summary.htm>. Acesso em: 15 out. 2009.

CORRAR, Luiz J. e outros. Pesquisa Operacional para decisão em Contabilidade e


Administração – Contabilometria, São Paulo, Atlas, 2004.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil – Teoria e Prática. 4ª ed. São Paulo:
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FRANCO, Hilário e MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil, 4. ed. São Paulo, Atlas,
2001.

JUND. Sérgio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos: teoria e 950


questões. Série Provas e Concursos. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

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