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AVALIAÇÃO TÉCNICA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO APLICADA NA AVIAÇÃO

CIVIL

Luiz André da Silva Ribeiro


Alessandro José Nunes da Silva

RESUMO

O ruído é um agente físico bastante presente no seguimento da aviação civil. A exposição


prolonga e elevada ao ruído pode desencadear diversos problemas à saúde do trabalhador,
principalmente a perda auditiva. O objetivo foi avaliar as medidas de controle do ruído,
pesquisando a eficácia do uso do equipamento de proteção individual (EPI) pelos
trabalhadores, e também a gestão da saúde auditiva pela empresa. Utilizou-se a
metodologia de análise descritiva exploratória por meio de um questionário contendo 10
perguntas preestabelecidas baseadas na Norma Regulamentadora 6 da Portaria 3214/78.
Foi identificado desvios relacionados à saúde auditiva dos trabalhadores que podem
comprometer a capacidade auditiva. Finalmente, foi proposto medidas de prenvenção e
controle do ruído aeronáutico.

Palavras-chave: saúde auditiva, prevenção, aeronaves.

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, aviação civil vem crescendo consideravelmente no Brasil. Segundo
dados estimados em 2017 pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, a
demanda por transporte aéreo poderá aumentar em três vezes o seu tamanho, alcançando
mais de 700 milhões de passageiros nos aeroportos brasileiros nos próximos anos.
É notório que aviação é sinônimo de desenvolvimento e tecnologia, atrelado a essa
evolução surge riscos ambientais que carecem de gerenciamento e controle, para não
acarretar acidentes e/ou doenças ocupacionais e consequentemente custos desnecessários:
aos trabalhadores, as empresas e a sociedade como todo.
Nos diversos seguimentos econômicos do mercado, o agente físico ruído se destaca como
uns dos riscos ocupacionais de maior presença na vida laboral, principalmente quando
falamos de sítios aeroportuários, onde há diversas aeronaves fonte de ruído e que
falcimente ultrapassa 100 dB (A). Santos e Santos (2000), cita que até mesmo pessoas
que moram no perímetro de empresas ruidosas ou vivem com transito intenso de cidades
estão suscetíveis a perda auditiva.
2

Para Martínez (2012) do U. S. Bureu of Labor Statistic, a indústria da aviação apresentou


entre os anos de 2004 a 2010, a segunda maior taxa de perda auditiva nos Estados Unidos
da América, perdendo somente para a indústria de metais primário.
No campo físico, não há variação factual entre som, ruído e barulho, porém, de forma
genérica, o ruído ou barulho pode ser chamado de um som desagradável ou indesejável.
(SALIBA, 2018). De uma forma reducionista, o som ou ruído possuem duas
especifidades: intensidade e frequência. A intensidade é a altura da pressão sonora em
d(B), e a frequência é o número de vibrações sonoras em um segundo hertz (Hz)
(SANTOS e SANTOS, 2000).
O ouvido humano se comporta de formas diferentes as frequências (SALIBA, 2018). Para
que haja equipamento de medição similar ao ouvido humano, foi padronizado
internacionalmente curvas de respostas A, B, C e D, que também é chamdo de cuvas de
compensação (SALIBA, 2018).
A Norma de Higiene Ocupacional 1 (NHO-1) da Fundacentro, discriminar dois tipos de
ruído ocupacional: ruído contínuo ou intermitente e de impacto. O ruído contínuo ou
intermitente é: “todo e qualquer ruído que não está classificado como ruído de impacto
ou impulsivo”, e o ruído de impacto ou impulsivo é: “ruído que apresenta picos de energia
acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo”.
O proposito dessa obra é o estudo apenas do ruído contínuo ou intermitente, que é de
maior presença nas atividades aeroportuárias.
No momento em que se fala em consequências de exposição ao ruído ocupacional, é
habitual uma ligação direta a perda auditiva induzida por ruído (PAIR), entretanto, vale
ressaltar a presença de outros fatores de riscos no ambiente que podem acarretar perdas
auditivas, como: produtos químicos, vibrações e ingestão de alguns medicamentos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Para Santos e Santos (2000), antibióticos tipos
aminoglicosídeos e medicamentos para tratamento de câncer e doenças infecciosas,
podem desencadear surdez. Não podendo deixar de fora também, que o aparelho auditivo
apresenta redução sucessiva natural no decorrer do ciclo da vida (SALIBA, 2018).
Moraes (2007), aconselha e alerta para termologia usada na Ordem de Serviço n.º 608 do
Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, que especifica a Perda Auditiva
Neurissensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de Pressão Sonora de
Origem Ocupacional – PAIRO, e que não deve-se considera a perda auditiva provocada
por ruídos fora do ambiente laboral.
A Norma Regulamentadora 7, no anexo I do quadro II, define perda auditiva como:
3

Entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonoro elevados as alterações dos
limiares auditivos, do tipo sensorioneural, decorrente da exposição ocupacional
sistemática a níveis de pressão sonoro elevados. Tem como características principais a
irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.

Segundo Saliba (2018), os principais sintomas extras auditivos que podem ter nexo com
o ruído são: mudanças cardíacas, hipertensão, irritabilidade, insônia, ansiedade,
nervosismo, redução de libido, tônus musculares, dificuldade de repouso, espasmos
musculares, maior frequência cardíaca, vertigem e cefaleia.
Segundo Hétu (1994, apud Gonçalves, 2007), os efeitos imediatos do PAIR (perda
auditiva induzida por ruído) pode afetar o convívio familiar, com discórdia, desgosto,
contrariedade. Com isso, pode haver mudanças no comportamento social, além da
diminuição em atividades de recreação social. Já no âmbito profissional, o portador de
PAIR tem maiores chances de sofre acidentes devido às dificuldades de comunicação,
por conseguinte dificuldade de crescimento profissional.
Um tema que eventualmente paira entre os trabalhadores de forma informal e que gera
muitas vezes dúvidas de interpretação, estar relacionado a dicotomia entre aposentadoria
especial e insalubridade por exposição a ruído elevado no ambiente de trabalho. O
primeiro tem sua base legal na legislação previdenciária brasileira vigente, enquanto a
outra, na consolidação das leis trabalhistas (CLT) e complementarmente a Norma
Regulamentadora – 15.
Conforme regulação do Decreto Federal n.º 3048/99, o segurado que, comprovadamente,
trabalhar de modo permanente, não ocasional nem intermitente em atividades sujeitas a
condições especiais que prejudiciais à saúde ou à integridade física tem direito a
aposentadoria especial. Com relação ao agente nocivo ruído presente no ambiente de
trabalho, faz-se necessário que este esteja acima do limite de tolerância de exposição a
Níveis de Exposição Normalizados (NEN) superiores a 85 dB (A), fruindo da concessão
a aposentadoria especial de 25 anos. É importante salientar que o próprio decreto cita que
a comprovação deve ser através de laudo e técnicas específicas, fica a cargo exclusivo de
médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
Na esfera trabalhista brasileira, a Norma Regulamentadora 15 da portaria n.º 3214/78
estabelecer o incremento de 20% sobre o salário do trabalhador, no momento em que o
mesmo estiver exposto a níveis de ruídos acima do limite de tolerância estabelecido na
própria legislação, tendo também como referência básica 85 dB (A) para uma jornada
diária de 8h para ruído contínuo ou intermitente. Semelhantemente com a legislação
4

previdência, o engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho emite laudo


técnico estabelecendo o adicional insalutífero.
Observa-se, que medidas protetivas e de gestão da saúde auditiva em empresas de aviação
civil não são efetivas, visto que o agente ruído é bastante severo nesse tipo de atividade
econômica e falta informações adequadas. O objetivo do presente estudo é identificar os
fatores que contribuem para deficiência nas medidas de controle do ruído, desencadeando
ou agravando a perda auditiva induzida por níveis de pressão sonoro elevados e suas
consequências.
Saliba (2018), menciona que os métodos mais recomendados para controle do ruído são:
na fonte e na trajetória, desde que há viabilidade técnica de implementação. Considerando
essa ponderação, observa-se que devido às características das operações na aviação, na
qual as aeronaves ficam em constante dinâmica, torna-se difícil a implementação de
medidas de controle na fonte, como por exemplo: enclausuramento dos motores das
aeronaves, substituição de materiais metálicos por plástico, dimunição da rotação dos
motores, etc.. Em vista disso, este trabalho enfatizará uma avaliação de campo das
medidas de controle do ruído na trajetória, pesquisa da eficácia do uso do equipamento
de proteção individual (EPI) pelos trabalhadores, gestão da saúde auditiva pela empresa.
Por fim, será proposto medidas técnicas de controle e melhoria de proteção na exposição
ao ruído aeronáutico.

2. MÉTODO

Segundo Gil (2002) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição
das características de determinada população ou fenômeno, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis”.
Assim sendo, esse artigo apresenta uma análise descritiva exploratória em uma empresa
de aviação civil, com intuito de avaliar as medidas técnicas de controle do ruído,
identificação dos fatores que contribuem para deficiência do efetivo uso do protetor
auricular pelos empregados, por conseguinte a falta de gestão da exposição ao agente
físico ruído pela empresa.
Para levantamento dos dados, foi aplicado um questionário contendo 10 perguntas
preestabelecidas (anexo A), baseada na Norma Regulamentadora 6 da Portaria 3214/78,
do antigo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
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A pesquisa de campo foi realizada durante os intervalos dos trabalhos e em momentos


ante do início da jornada. Foi realizado abordagens individuas e/ou em pequenos grupos.
Durante as coletas dos dados, os participantes foram informados sobre objetivo da
pesquisa e a garantia de confiabilidade das informações, sempre salientando que o intuito
dos dados era para fins acadêmicos.
O questionário foi aplicado entre os dias 25 de março de 2019 a 5 de abril de 2019 em
duas filias na empresa, uma situada no Estado do Rio de Janeiro e outra no Espirito Santo.
Participaram da pesquisa, empregados de diversos setores da empresa, como:
manutenção, tripulação, QSMS (qualidade segurança, meio ambiente e saúde), e
administrativo.
Participaram da pesquisa o total de 27 empregados, sendo 92 % (23) do sexo masculino
e 8 % (4) do sexo feminino. A respeito das funções, 44 % (12) eram tripulação
(comandante, co-piloto ou comissário de voo), 41 % (11) técnico em manutenção
aeronáuticas (inspetor de aeronaves, mecânico de aeronaves ou auxiliar de manutenção)
e 15% (4) cargos administrativos.
Após a coleta dos dados em campo, foi utilizado o editor de planilhas Excel da empresa
Microsoft ® para compilação e geração de gráficos estatísticos das respostas que serão
apresentados no próximo tópico.

3. ANÁLISE DOS RESULTADOS

A seguir, será apresentado os dados obtidos na pesquisa de campos e possíveis


diagnósticos percebidos durante as visitas de campo e levantamento de dados.
1 - O protetor auricular que você usa é adequado às suas atividades?

Figura 1
6

Os 5,3% que exteriorizaram a resposta não, alegaram a necessidade do uso de dupla


proteção auditiva, ou seja, uso de protetor auricular tipo circum-auricular, que usualmente
chama-se abafador, e o protetor auricular tipo inserção, que usualmente chama-se plug.
De acordo com o método simplificado da Norma ANSI S.12.6-1997B apus Sherique
(2007, p. 25), pode-se calculado a atenuação do ruído através da seguinte fórmula: NPSc
= NPSa – NRR (SF), onde NPSc = nível de pressão sonoro com proteção; NPSa = nível
de pressão sonora do ambiente; NRR (SF) = nível de redução de ruído (subject fit).
Considerando-se que o protetor fornecido pela empresa possui nível de redução de ruído
(NRR) de 24 dB, nível de pressão sonora do ambiente (NPSa) de 89,4 dB (A), baseado
no programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA) da empresa, e aplicando a
fórmula citada anteriormente, obstemos nível de pressão sonora com proteção (NPSc) de
65,4 dB, indicando uma exposição abaixo do nível de ação de 0,5 ou 50% da dose
estabelecida na norma regulamentadora 9 para o agente ruído.
No aspecto prevencionista, a dupla proteção nem sempre é recomendada, uma vez que,
superatenuação do ruído pode levar os empregados a ignorar alerta sonoros, além de não
observar a presença de equipamentos móveis e/ou veículos em sua proximidade.
2 – A empresa de alguma forma exige o uso?

Figura 2
Nota-se na figura 2, que a empresa possui sólida política sobre a exigência do uso do
protetor auricular, visto que 100% dos pesquisados responderam que de alguma forma a
empresa exige o uso de proteção auditiva. Evidentemente, a empresa demonstrar
maturidade de segurança e clara política interna sobre o assunto.
3 – A empresa orienta e treina sobre o uso adequado, guarda e conservação?
7

Figura 3
Durante o processo de entrega dos equipamentos de proteção individual (EPI),
paralelamente, o empregador deveria orientar os empregados sobre o uso adequado,
guarda e a conservação dos mesmos. Contudo, observa-se na figura 3, que 26,3% dos
pesquisados não receberam treinamento sobre equipamentos de proteção individual (EPI)
voltados para proteção auditiva. Notoriamente, percebe-se uma falha enorme de
treinamento sobre equipamentos de proteção auditiva, e que será recomendado ação de
correção no tópico final desse artigo.
4 – Quando o protetor é danificado/extraviado, a empresa o substitui de imediato?

Figura 4
Sejam supostamente por situações pontuais de logística ou por política interna de gestão
de custos financeiros, ou outros problemas, 15,8% dos pesquisados responderam que a
empresa não substitui o protetor auricular de imediato em caso de danos ou extravio,
expondo os empregados a ruído elevado no ambiente de trabalho. Na comparação com o
a pergunta de número 2, percebe-se clara discrepância nas práticas corporativa, uma vez
que, há exigência do uso faz-se necessária a disponibilização e substituição imediata dos
equipamentos de proteção auditiva.
5 – A empresa oferece formas de manutenção periódica/higiene ou tem política de
troca?
8

Figura 5
Percebe-se que devido à deficiência de treinamento sobre proteção auditiva indicada na
pergunta de número 3, 31,6% dos pesquisados responderam que a empresa não oferece
política de troca periódica/higiene, demonstrando obscuro conhecimento sobre
procedimento operacional padrão (POP) emitido pela empresa, e que regulariza a
periodicidade de troca dos respectivos protetores auriculares.
6 – Durante o fornecimento é feito algum registro formal? Ex. ficha de EPI.

Figura 6
Repetidamente, a empresa demonstra sólida sistemática sobre o registro de entrega de
equipamentos de proteção individual (EPI), uma vez que 100% dos pesquisados
responderam que a empresa registra a entrega no ato.
7 – O uso do protetor durante as atividades dificulta a comunicação com outras
pessoas?
9

Figura 7
Nota-se que 26% responderam que o uso do protetor auditivo prejudica muito a
comunicação dentre pessoas, externizando uma dificuldade extrema vivenciada pelos
trabalhadores. Considerando-se os que responderam maios ou menos e muito, temos
uma amostragem de 37% dos pesquisados que de alguma forma sentem dificuldade de
comunicação durante o uso do protetor auricular.
Durante o processo de pesquisa em campo, foi relatado por um grupo de pilotos que a
exposição ao ruído proveniente da comunicação com as torres de comando trafego aéreo,
poderia ser considerado fator de preocupação por causa do maior tempo de exposição ao
ruído durante o voo. É importante destacar que, o incomodo exposto pelos pilotos poderia
ser objeto de preocupação da empresa, uma vez que a comunicação é fator
importantíssimo para segurança de voo.
8 – Você faz regularmente exame audiométrico?

Figura 8
Observa-se que 5,3% responderam que não é submetido a exames audiométricos
regularmente, evidenciando lapsos de gestão quanto ao cumprimento do exame
complementar previsto no anexo I do quadro II da Norma Regulamentadora 7, que
estipular a periodicidade, mínima, anual para o exame audiométrico.
9 – Houve alguma alteração auditiva no resultado do exame?
10

Figura 9
Repetidamente nota-se que existe lacuna no programa de conservação auditiva (PCA),
que certamente favorece alterações nos exames audiométricos executados, em que 15,8%
responderam que houve alteração auditiva no último exame.
10 – Você acha que é possível perder a audição devido a exposição ao ruído?

Figura 10
Segunda informação passada pela empresa pesquisa, o nível de escolaridade dos
empregados é de, no mínimo, ensino técnico. Evidentemente, uma força de trabalho bem
qualificada contribui significativamente para o entendimento das consequências que o
ruído ocupacional pode ocasionar nos trabalhadores. Isso se reflete no indicador acima,
porquanto 100% responderam que a exposição ao ruído pode ocasionar perda auditiva.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Norma Regulamentadora 9 estabelece métodos de medidas de controle dos agentes


presentes no ambiente de trabalho: eliminação; prevenção e/ou redução.
Considerando-se o cenário da aviação, percebe-se que o estudo e implementação de
medidas de eliminação do ruído na fonte, torna-se dificultoso devido às características
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das atividades do ambiente de trabalho. A maior fonte de ruído são as aeronaves que
ficam em constante dinâmica de logística (pousos, decolagens e taxiamentos), impedindo
ações de engenharia ou administrativa efetiva de atenuação do ruído na origem, como
motores, turbinas e pás. Sem contar que o fabricante das aeronaves não irá autoriza
interveção fora das especificações técnicas dos manuais e/ou procedimentos.
Diante do exposto acima, observa-se que as medidas de controle do ruído têm estado na
esfera da trajetória e no controle humano. É evidente, que quando fala-se em ações de
prevenção que envolve comportamento humano, torna-se subjetiva a efetiva garantia da
proteção e da preservação da integridade física, percistindo um perspectiva no controle
da trajetória do agente.
Quando se fala em obter maior eficácia no processo de controle de proteção individual,
torna-se necessário os seguintes pilares: seleção adequada, uso efetivo, atenuação e vida
útil.
Em virtude de alguns desvios identificados durante nesse trabalho, será apresentado
proposta de melhorias técnica de engenharia para controle do ruído na trajetória, gestão
de equipamentos de proteção individual (EPI), e de saúde auditiva dos trabalhos.
• Utilizar portões nos hangares com intuito de isolar acusticamente a edificação da
parte operacional, diminuindo consequentemente a exposição dos trabalhadores
ao ruído que não estão envolvido com a operação;
• Projetar edificação dos hangares com materiais que obsorvam o ruído, além de
eliminar aberturas que permita a passagem das ondas sonoras provenientes das
aeronaves;
• Projetar pistas e pátios de aeronaves razoavelemente distantes dos hangares.
• Revezar, periodicamente, as equipes diurnas que recebem maior dose de ruído
diária, com as equipes noturnas, que recebem menor dose de ruído diário.
• Elaborar laudo técnico de estudo e análise detalhada da eficácia da atenuação dos
tipos de equipamentos de proteção individual (EPIs) disponibilizados pela
fabricante ou importador, utilizando-se o método longo de avaliação recomendado
por (Sherique, 2007) abaixo.
NPSc = NPSa - (NRR x f - 7)
Sendo:
NPSc o nível de pressão sonora no ouvido em dB (A), com protetor;
NPSa é o nível de pressão sonora no ambiente em dB (A); e
f é o fator de correção.
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Tomando, f = 0,75 para EPI tipo concha, f = 0,50 para EPI tipo plug de inserção
ou espuma moldável, e f = 30 para EPI tipo plug de inserção pré-moldado.
• Avaliar as recomendações técnicas do fabricante ou importador dos protetores
sobre troca periódica, higienização e redefinir critérios internas de substituições
dos mesmos em procedimento operacional padrão (POP), considerando ensaio de
atenuação com os usuários;
• Estabelecer tipos de protetores auditivos por atividades e/ou setores, buscando
ouvir a força de trabalho;
• Definir políticas internas de substituição em caso de extravio ou danos;
• Realizar treinamento teórico e prático com os trabalhadores sobre: as causas da
perda auditiva, uso adequado dos equipamentos de proteção individual (EPI),
limitações e conservação dos equipamentos, política de troca e substituição
periódica dos protetores auditivos;
• Verificar periodicamente através de auditorias e/ou abordagens comportamental,
o efetivo uso dos equipamentos de proteção auditiva no campo, além de
elaboração de indicadores coletivos para política de prevenção coletiva;
• Avaliar tecnicamente a substituição do fone aeronáutico dos pilotos por um
modelo que apresente maior conforto acústico, como os que possuem tecnologia
de cancelamento de ruído externo existente no mercado;
• Identificar possíveis falhas de gestão na realização de exames audiométrico e
correção dos desvios identificados;
• Criar metodologia de rastreabilidade dos resultados dos exames audiométricos
considerados suspeitos de perda auditiva, criando indicadores e dados para
políticas internas de conscientização;
• Instruir os empregados sobre a importância do repouso auditivo de no mínimo,
14h anterior ao exame audiométrico, conforme previsto na norma
regulamentadora 7 da portaria 3214/78.
• Criar campanhas educativas de preservação da saúde auditiva.
Finalmente, recomenda-se no futuro estudos e aprofundamento de viabilidade e
implementação de medidas técnicas de engenharia voltadas para fonte do ruído
aeronáutico.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES,


PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL. Em 20 anos, demanda do setor aéreo pode chegar a
700 milhões de passageiros. [S. l.], 24 dez. 2017. Disponível em:
http://transportes.gov.br/ultimas-noticias/6511-em-20-anos,-demanda-do-setor-aereo-
pode-chegar-a-700-milhoes-de-passageiros.html. Acesso em: 6 jun. 2019

FUNDACENTRO, Norma de Higiene Ocupacional – Procedimento Técnico – Avaliação


da Exposição Ocupacional ao Ruído – NHO 01. São Paulo, 2001.

FEDERAL. Decreto nº 3048, de 6 de maio de 1999. Regulamento da Previdência Social.


Brasília, 6 de maio de 1999.

MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE,


DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS. Perda
Auditiva Induzida por Ruído (Pair). Brasília: Ministério da Saúde, 2006

MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Norma Regulamentadora nº 6, da portaria 3214 de


8 de junho de 1978. Brasília, 8 jun. 1978. Disponível em: www.trabalho.gov.br. Acesso
em: 6 jun. 2019

MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Norma Regulamentadora nº 7, da portaria 3214 de


8 de junho de 1978. Brasília, 8 jun. 1978. Disponível em: www.trabalho.gov.br. Acesso
em: 6 jun. 2019

MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Norma Regulamentadora nº 15, da portaria 3214 de


8 de junho de 1978. Brasília, 8 jun. 1978. Disponível em: www.trabalho.gov.br. Acesso
em: 6 jun. 2019

MORAES, Giovanni Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. Rio de Janeiro:


Gerenciamento Verde, 2007.
14

MARTÍNEZ, Luis Felipe. Can you hear me now? Occupational hearing loss, 2004–
2010. Occupational Hearing Loss, USA, julho 2012. Disponível em:
https://www.bls.gov/opub/mlr/2012/07/art4full.pdf. Acesso em: 7 jul. 2019.

GONÇALVES, Cláudia Giglio de Oliveira. Análise do Programa de Apoio e


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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

SHERIQUE, Jaques. Aprenda como fazer - Perfil Profissiográfico Previdenciário -


PPP, Riscos Ambientais do Trabalho - RAT/FAP (novo), PPRA/NR-09, PPRA-DA
(INSS), PPRA/NR-32, PCMAT, PGR, LTCAT, laudos técnicos, Custeio da
Aposentadoria Especial, GFIP. São Paulo: LTr, 2007.

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saúde e como preveni-los. Cadernos de Saúde do Trabalhador , São Paulo, novembro
2000.

SALIBA, Tuffi Messias. Manual Prático de Avaliação e Controle do Ruído - PPRA -


. São Paulo: LTr, 2018.
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Anexo A – Questionário

QUESTIONÁRIO
Marque as respostas, de acordo com a sua opinião.

1 – O protetor auricular que você usa é adequado às suas atividades?

SIM NÃO Por que? _____________________________________

2 – E empresa de alguma forma exige o uso?

SIM NÃO

3 – A empresa orienta e treina sobre o uso adequado, guarda, e conservação?

SIM NÃO

4 – Quando o protetor é danificado/extraviado, a empresa o substitui de imediato?

SIM NÃO

5 – A empresa oferece formas de manutenção periódica/higiene ou tem política de


troca?

SIM NÃO

6 – Durante o fornecimento é feito algum registro formal? Ex. ficha de EPI.

SIM NÃO

7 – O uso do protetor durante as atividades dificulta a comunicação com outras pessoas?

Pouco Mais ou menos Muito

8 – Você faz regularmente exame audiométrico?

SIM NÃO

9 – Houve alguma alteração auditiva no resultado do exame?

SIM NÃO

10 – Você acha que é possível perder a audição devido a exposição ao ruído?

SIM NÃO

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