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Conscientização sobre o

Ruído Ocupacional
Torres, B.; ¹Oliveira, G.G.¹; Ferreira, I.¹; Cardoso L.¹; Apolinário, L.¹;
Ramos, M.¹; Bernardes, M.¹; Moura, S.¹; Sales, R. ²

1- Alunos do segundo ano do curso de Fonoaudiologia da Universidade de Franca.


2- Fonoaudióloga, professora Doutora do curso de Fonoaudiologia da Universidade de
Franca.
Introdução
Ruído é definido como um som indesejado ou uma combinação de diferentes tipos e frequências de som com prováveis efeitos
adversos sobre a saúde. No ranking dos riscos ocupacionais, da OMS, ele ocupa o terceiro lugar. Nas indústrias, a exposição ao ruído
atinge, no mínimo, 45% dos empregados. ¹
A exposição ao ruído pode provocar diferentes respostas nos trabalhadores de ordem auditiva e extra auditiva, dependendo das
características do risco, da exposição e do indivíduo exposto. São considerados efeitos auditivos, o zumbido de “pitch” agudo, as
mudanças temporárias e permanentes dos limiares auditivos, e são exemplos de efeitos extra auditivos os distúrbios circulatório,
digestório, endócrino, imunológico, vestibular, muscular, a impotência sexual e reprodutiva, alterações psíquicas ,problemas no
sono, na comunicação e no desempenho de tarefas físicas e mentais. ²
Esse trabalho apresentou o objetivo de promover a conscientização do impacto do ruído ocupacional na vida do trabalhador e
mostrar a importância de ações promotoras de saúde realizadas pelo profissional fonoaudiólogo que podem amenizar os efeitos
causados pelo ruído ocupacional.
Audição saudável X Audição afetada
A orelha é didaticamente dividida em orelha externa, média e interna. A orelha externa é composta por duas partes principais: o pavilhão
auricular e o conduto auditivo externo. A orelha média contém a membrana timpânica e os três menores ossículos do corpo humano (martelo,
bigorna e estribo), que conduzem as vibrações sonoras da membrana timpânica para a orelha interna, e esta última é responsável pela
transdução das vibrações sonoras em sinais elétricos que são enviados ao sistema nervoso central por meio do nervo auditivo. ³
A exposição ao ruído de elevada intensidade pode causar danos no sistema auditivo, tais como. mecânicos, redução do fluxo sanguíneo,
inflamação e estresse oxidativo (desequilíbrio entre a geração de compostos oxidantes e a atuação dos sistemas de defesa antioxidante). Esses
danos podem ocorrer devido ao super estímulo das células ciliadas presentes na orelha interna e do nervo auditivo.
Cabe ressaltar que o desgaste das células ciliadas da orelha interna contribui para a perda auditiva permanente. ⁴

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Ruído no ambiente de trabalho
A exposição ao ruído de alta intensidade nos locais de trabalho ocorre mundialmente, principalmente no setor de transporte, na
agricultura e construção civil, por conta das máquinas, dos motores, das bombas, dos sistemas de ventilação e das instalações nesses
setores. ⁶
A perda auditiva induzida por ruído (PAIR) resulta de uma exposição prolongada, é uma perda auditiva do tipo neurossensorial,
geralmente bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição. ⁶
O risco de PAIR aumenta quando a média da exposição ao ruído está acima de 85 dBNPS por oito horas de trabalho diários. As
exposições contínuas são cruciais para lesões no sistema auditivo, porém, curtas exposições a ruído intenso também podem
desencadear perdas auditivas. ⁷

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ambiental-e-ocupacional.png ruido-no-corpo-ruido.jpg
Ruído no ambiente de trabalho
Segundo a NR-15, da Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/1978, os limites de exposição a ruído são:⁷

Tabela – Limites de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente Fonte: NR-15.


PAIR- Perda Auditiva Induzida por Ruído
Causas: Promoção e Prevenção:
. Exposição por tempo prolongado ao ruído de . Limite de exposição pela legislação
intensidade elevada . Protetores auriculares
. Causa perda auditiva do tipo neurossensorial . Campanhas de promoção e prevenção direta com os
(lesiona células da orelha interna) funcionários expostos ao ruído elevado. ⁶
. Irreversível e progressiva. ⁶

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Agentes Otoagressores
Embora seja o mais prevalente, o ruído não é o único agente otoagressor, pois vibrações, substâncias químicas e alguns tipos de
poeira são apresentados pela literatura como passíveis de ocasionar alterações no sistema auditivo⁸. A exposição a produtos químicos
potencialmente tóxicos ao sistema auditivo tem como vias de introdução a via digestiva, cutânea e a respiratória, sendo essa última a
via de introdução da poeir ⁸. A exposição a produtos químicos potencialmente tóxicos ao sistema auditivo tem como vias de
introdução a via digestiva, cutânea e a respiratória, sendo essa última a via de introdução da poeira. ⁸
A pluralidade das vias e formas de exposição no ambiente de trabalho, somada às questões inerentes ao próprio indivíduo exposto,
como fatores genéticos e estilo de vida, são responsáveis pelo processo de adoecimento⁶ e a literatura encontrou uma prevalência de
exposição a ruído em ambiente ocupacional variando de 21,9% a 40,9% nos estados brasileiros, com relatos de sintomas auditivos e
extra-auditivos entre essa população. ⁸

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Cuidado com o ruído ocupacional!
A exposição prolongada ao ruído é uma das principais causas da perda auditiva em adultos, mas um trabalho no ambiente
ocupacional com medidas de promoção da saúde tanto coletivas quanto individuais, podem amenizar e até mesmo estacionar o
desenvolvimento de perdas auditivas decorrentes do ruído.
Desta forma, a conscientização dos danos ocasionados pelo ruído ocupacional é essencial para um avanço em direção a uma sociedade
mais saudável. ⁹

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Conclusão
Frente ao estudado pôde-se verificar a necessidade da conscientização dos danos ocasionados pelo ruído
ocupacional, para posteriormente realizar um trabalho de promoção de saúde com ações voltadas aos cuidados da
audição, sendo o fonoaudiólogo um profissional importante , pois domina a anatomia e fisiologia do sistema
auditivo, assim como está habilitado na gestão e implantação de Programas de Conservação Auditiva dentro de
uma empresa.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

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Referências:

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