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PARTE 5

PRODUZIR
COM QUALIDADE

O conceito de qualidade vai além da qualidade do produto.


Ele abrange a qualidade do sistema de produção e de transformação e leva em conta
aspectos relacionados à segurança do trabalho, ao impacto ambiental da produção
a campo e ao respeito dos diretos dos trabalhadores envolvidos no processo de
produção e de transformação. Com apoio da Ampa, muitos esforços são dedicados
pelos produtores de algodão para respeitar todas as legislações trabalhistas e
ambientais, assim como para assegurar a segurança dos trabalhadores em relação a
acidentes de trabalho, e das instalações e máquinas contra os riscos de incêndios.
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

Segurança nos processos


de produção de fibra

Amandio Este capítulo apresenta as reco- plantio, tratos culturais, colheita ao


PIRES JUNIOR mendações técnicas para prevenção e transporte da colheita até a unidade
IMAmt controle dos principais riscos presentes
de beneficiamento. Visamos atender
em toda a cadeia produtiva do algo- tanto o pessoal de campo (operado-
dão, do campo ao embarque da fibra res e auxiliares) como o da área de
para a indústria têxtil. As recomenda-gestão (RH) que atua na segurança
ções foram elaboradas com a finalida- do trabalho.
de de subsidiar as ações dos gestores e São muitas as operações realiza-
dos responsáveis dos processos, a fim das nas etapas de campo para a pro-
de preservar tanto as pessoas como as dução de algodão; todas têm suas
instalações e o meio ambiente. particularidades de execução e riscos
Sérgio DUTRA para os operadores e demais auxilia-
Dutra Projetos
1. Prevenção de acidentes e incêndios res. Para a execução correta de todas
LTDA
no campo e durante a colheita as atividades que compreendem o
preparo de solo, plantio e colheita,
Nesta parte trataremos da pre- os profissionais envolvidos devem
venção de acidentes e incêndios ser treinados, conforme determina a
das operações de preparo de solo, NR 31.12.

NR 31.12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas


(Alterado pela Portaria MTE n.º 2.546, de 14 de dezembro de 2011)
Capacitação
“31.12.74 O empregador rural ou equiparado se responsabilizará pela ca-
pacitação dos trabalhadores visando ao manuseio e à operação segura de
máquinas e implementos, de forma compatível com suas funções e ativi-
dades.
31.12.80 Deve ser realizada capacitação para reciclagem do trabalhador
sempre que ocorrerem modificações significativas nas instalações e na
operação de máquinas e implementos ou troca de métodos, processos e
organização do trabalho.”

1.1 Preparo de solo, plantio Riscos no preparo de solos, plantio e


e tratos culturais tratos culturais
Nessas operações, que envolvem Os riscos existentes são vários, e não
principalmente máquinas e imple- temos como citar todos, uma vez que há
mentos, os cuidados básicos, além diversos equipamentos, cada qual com
do treinamento dos operadores, de- suas particularidades de operação e
vem ser também realizados os trei- proteção; buscaremos apresentar, a se-
namentos de integração dos traba- guir, as situações de risco mais comuns
lhadores, para que eles conheçam que ocorrem nessas operações. Sugeri-
suas funções e riscos inerentes às mos que cada propriedade elabore sua
operações. Análise Preliminar de Riscos (APR).

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AMPA - IMAmt 2018

RISCOS NO PREPARO DE SOLO

Operação Risco Possíveis causas EPIs


Engate de grades e
Acoplamento de implementos Acidentes plantadeiras, manobras com
pulverizadores de barra

Físico Ruídos Protetor auricular ou abafador

Manutenção das máquinas Graxa, combustíveis e


Químicos Luvas
lubrificantes
Ferramentas inadequadas
Acidentes
ou defeituosas
Subsolagem, Físico
gradagem, nivelamento, Químico
distribuição de Calcário Acidentes

RISCOS NO PLANTIO

Operação Risco Possíveis causas EPIs


Acoplamento de Engate de plantadeiras, manobras com
Acidentes
plantadeiras maquinas e equipamentos
Protetor auricular ou
Físico Ruídos
abafador
Manutenção
Químicos Graxa, combustíveis e lubrificantes Luvas
das máquinas
Ferramentas inadequadas ou
Acidentes
defeituosas
Acidentes no abastecimento com
Acidentes
produtos a granel
Abastecimento de Poeira de sementes tratadas
Químicos Máscaras PFF3(SL) *
plantadeira (sementes) com agroquímicos
Protetor auricular ou
Físicos Ruídos de máquinas
abafador
Acidentes no abastecimento com
Acidentes
produtos a granel
Abastecimento de
Protetor auricular
distribuidor de adubo ou Físicos Ruído de máquinas
ou abafador
plantadeira
Químicos Poeiras Máscaras PFF1 (S) **

(*)
PFF3 (SL)
PFF - Peça facial filtrante
PFF3 - Possuem eficiência mínima de 99% (penetração máxima de 1%)
SL - Resistência a aerossóis à base de água e oleosos, capazes de reter partículas sólidas e líquidas à base de água e oleosas

(**)
PFF1 (S)
PFF - Peça facial filtrante
PFF1 - Possuem eficiência mínima de 80% (penetração máxima de 20%)
S - Resistência a aerossóis à base de água e oleosos, capazes de reter partículas sólidas e líquidas à base de água.

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MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

RISCOS NAS OPERAÇÕES DE TRATOS CULTURAIS

Operação Risco Possíveis causas EPIs

Engate de grades
Acoplamento de
Acidentes e plantadeiras, manobras
equipamentos
com pulverizadores de barra

Protetor auricular
Físico Ruídos
ou abafador

Manutenção Graxa, combustíveis


Químicos Luva de proteção mecânica
das máquinas e lubrificantes

Ferramentas
Acidentes
inadequadas ou defeituosas

Luvas nitrílicas, máscara


semifacial para névoas e
Vazamentos de mangueiras
Acidentes vapores orgânicos (PFF3),
do pulverizador
Preparo de calda bota de PVC e óculos de
e abastecimento proteção
de tanque de
pulverizador
Máscara semifacial
Vapores, gases e neblinas para névoas e vapores
Químicos no abastecimento orgânicos (PFF3), botas
do pulverizador de PVC e óculos de
proteção ampla visão

Equipamento sem
Acidentes manutenção, risco em
manobras sob rede elétrica

Pulverização
Luvas nitrílicas, máscara
com produtos
Vapores e neblinas semifacial para névoas e
agroquímicos Químicos
de agroquímicos vapores orgânicos, bota de
PVC e óculos de proteção

Protetor auricular
Físicos Ruído de máquinas
ou abafador

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AMPA - IMAmt 2018

1.2 Colheita
Nessas operações, que envolvem máquinas de custo elevado e com muita eletrônica embarcada,
os cuidados básicos, além de treinamentos dos operadores, devem ser realizados os treinamentos de
integração dos trabalhadores para que conheçam suas funções e os riscos inerentes às operações.

RISCOS NAS OPERAÇÕES DE COLHEITA

Operação Risco Possíveis causas EPIs

Acidentes Queda de níveis diferentes

Físicos Ruído de máquinas


Colheita de algodão
Poeiras e fibras de algodão
Químicos
em suspensão

Carregamento do Bass Boy


Acidentes e descarregamento na prensa,
Queda de níveis diferentes

Transporte de algodão em Físicos Ruídos de máquinas Protetor auricular


caroço para prensa (Bass Boy)
Poeiras e fibras de algodão em
Químicos Máscara para pó (PFF1)
suspensão

Ergonômicos Exigência de posturas inadequadas

Esmagamento com a prensa, queda


Acidente
de níveis diferentes

Prensa de fardos
de algodão em caroço Físicos Ruídos de máquinas Protetor auricular

Poeiras e fibras de algodão em


Químicos Máscara para pó (PFF1)
suspensão
CONTINUA

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MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

CONTINUAÇÃO

Operação Risco Possíveis causas EPIs

Acidentes Ferramentas inadequadas

Físicos Ruídos de máquinas Protetor auricular


Manutenção de colhedora
Luvas de proteção mecânica;
Químicos Poeiras, graxa, óleo diesel
máscara de proteção (PFF3)

Ergonômicos Exigência de posturas inadequadas

Ferramentas inadequadas; queda de


Acidentes
níveis diferentes

Físicos Ruídos de máquinas Protetor auricular

Manutenção de tratores
Luvas de proteção mecânica;
Químicos Poeiras, graxa, óleo diesel
máscara de proteção (PFF3)

Ergonômicos Exigência de posturas inadequadas

CONTINUA

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AMPA - IMAmt 2018

CONTINUAÇÃO

Operação Risco Possíveis causas EPIs

Ferramentas inadequadas, queda


Acidentes
de níveis diferentes

Físicos Ruídos de máquinas Protetor auricular


Manutenção de prensa
hidráulica para fardos de
algodão em caroço Luvas de proteção mecânica;
Químicos Poeiras, graxa, óleo lubrificante
máscara de proteção (PFF3)

Exigência de posturas inadequadas;


Ergonômicos levantamento e transporte manual
de peso

Ferramentas inadequadas; queda


Acidentes
de níveis diferentes

Físicos Ruído de máquinas Protetor auricular

Manutenção de Bass Boy


Luvas de proteção mecânica;
Químicos Poeiras, graxa, óleo lubrificante
máscara de proteção (PFF3)

Exigência de posturas inadequadas;


Ergonômicos levantamento e transporte manual
de peso

RISCOS DE INCÊNDIO NAS OPERAÇÕES DE COLHEITA

Operação Risco Possíveis causas EPIs

Acúmulo de fibra sobre a canalização


das bombas injetoras, telas do
alternador e outras mangueiras

Tambor de freio com acúmulo


de fibras de algodão

Encarneiramento do algodão
Operação de colheita Incêndio
nos fusos

Atrito de peças metálicas dos


fusos com outras partes

Ausência de limpeza geral da


máquina quanto ao acúmulo de
fibras, caules e casquinhas

CONTINUA

299
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

CONTINUAÇÃO

Armazenamento próximo a linha de


transmissão de energia elétrica

Manobras de caminhões e máquinas


nas proximidades dos fardos
armazenados ao longo de linha de
Armazenamento de fardões e transmissão de energia elétrica
Incêndio
fardos cilíndricos no campo

Armazenamento próximo de área


com vegetação seca

Armazenamento na beira
de rodovias que possibilitem
acesso de estranhos

Transporte de fardos
Incêndio Fermentação no interior do fardo
cilíndricos e fardões

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AMPA - IMAmt 2018

RISCOS NAS OPERAÇÕES DE TRANSPORTE PARA O PÁTIO


DA ALGODOEIRA/DESMANCHADOR DE FARDOS

Operação Risco Possíveis causas EPIs

Ruídos de máquinas, veículos e


Físicos Protetor auricular
equipamentos; vibrações

Carregamento e descarregamento de
fardões com transmódulo no pátio e no Químicos Poeiras Máscara para pó (PFF1)
desmanchador de fardos
Manobra de veículos;
atropelamentos; queda de níveis
Acidentes diferentes; risco de desmanche do
fardão na operação de carga e
descarga

CONTINUA

301
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

CONTINUAÇÃO

Ruídos de máquinas, veículos e


Físicos Protetor auricular
equipamentos; vibrações

Carregamento e descarregamento Químicos Poeiras Máscara para pó (PFF1)


de fardos cilíndricos no pátio e no
desmanchador de fardos
Atropelamentos e colisões da
carregadeira com spear/lança,
risco no desmanche do fardo
Acidentes cilíndrico na operação de carga
ou descarga; risco na retirada
de lona do fardo cilíndrico no
desmanchador de fardos

CONTINUA

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AMPA - IMAmt 2018

CONTINUAÇÃO

Corte de lona com risco de desmanchar o Posição de risco durante o corte da lona (risco do algodão
fardo sobre o trabalhador empurrar o trabalhador sobre a esteira)

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MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

QUADRO RESUMO DE EPI´s X OPERAÇÃO

PFF- Peça Facial Filtrante


PFF1- Possuem eficiência mínima de 80% (Penetração máxima de 20%)
PFF2- Possuem eficiência mínima de 94% (Penetração máxima de 6 %)
PFF3- Possuem eficiência mínima de 99% (Penetração máxima de 1%)
S – Resistência a aerossóis base de água e oleosos. Capazes de reterem partículas sólidas e líqui-
das base de água.
SL – Resistência a aerossóis base de água e oleosos. Capazes de reterem partículas sólidas e
líquidas base de água e oleosas.

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AMPA - IMAmt 2018

2. Prevenção de acidentes e incêndios Usinas antigas, 70%; usinas mistas, 3%; usinas
em algodoeiras de alta performance, 27%.
Para adequação desses equipamentos, princi-
O objetivo desta seção é apresentar recomen- palmente os modelos antigos e mistos, conforme
dações técnicas para prevenção e controle dos determinam as normas e, principalmente, a NR
principais riscos à saúde e à segurança dos traba- 12 no que concerne a máquinas e equipamentos,
lhadores de algodoeiras, bem como a prevenção além dos altos custos, estão inseridas aí dificul-
de incêndios. dades para realização de certas adaptações, lem-
A atividade de beneficiamento de algodão é brando ainda que todos os prazos dados para o
realizada praticamente em todo o território ma- cumprimento das normas já estão vencidos, con-
to-grossense em aproximadamente 110 usinas forme a Portaria SIT nº 197, de 17 de dezembro de
de beneficiamento, empregando mais de 6 mil 2010 (Diário Oficial da União de 24 de dezembro
trabalhadores somente nas operações diretas de 2010), que altera a Norma Regulamentadora
nesses estabelecimentos. No beneficiamento do nº 12, Máquinas e equipamentos, aprovada pela
algodão, os trabalhadores podem ser expostos Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, quanto
a agentes ambientais como poeira de algodão, aos prazos de adequação.
ruído e diversos riscos mecânicos que podem As usinas de beneficiamento de algodão rea-
causar doenças, como bissinose* (a), e a riscos de lizam o trabalho final antes da comercialização
perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), além da fibra do algodão, o qual incide diretamente na
de eventuais problemas ergonômicos. qualidade da fibra a ser enviada para a indústria
têxtil, sendo necessários muitos cuidados para
que a qualidade da fibra não seja perdida em al-
* Bissinose é definida como uma doença guma das fases do processo de beneficiamento.
de etiologia ocupacional que acomete Os processos e procedimentos utilizados em
indivíduos que trabalham com atividades algodoeiras envolvem transporte de fardos de al-
relacionadas ao processamento e ao manu- godão da lavoura ao pátio de armazenamento da
seio de algodão e fibras de linho algodoeira e transporte do pátio ao desmancha-
dor de fardos, onde se inicia o trabalho de benefi-
ciamento. Nessas operações de transporte estão
No Estado de Mato Grosso, a Ampa, por meio presentes vários fatores de risco para os trabalha-
do IMAmt, realiza um trabalho de monitoramento dores envolvidos; a seguir, apresentamos os prin-
das algodoeiras, com a verificação de instalações, cipais, com seus agentes causais:
equipamentos e processos, no intuito de contri-
buir para a prevenção de acidentes de trabalho, • Riscos de acidentes: arranjo físico inadequa-
bem como na prevenção de incêndios, que con- do, máquinas e equipamentos sem proteção,
siste na aplicação de um check list de Prevenção de animais peçonhentos, armazenamento inade-
Acidente do Trabalho e Prevenção de Incêndios, no quado, probabilidade de incêndios
qual são elencados quesitos referentes ao cumpri-
mento da legislação, tanto trabalhista quanto das • Riscos ergonômicos: trabalho em turnos, jor-
normas do Corpo de Bombeiros para a prevenção nada de trabalho prolongada, monotonia e
de incêndios. Assim, até o momento, já dispomos repetitividade, ocorrência de posturas inade-
dos dados de quatro safras consecutivas, permi- quadas
tindo aos cotonicultores organizarem-se quanto • Riscos físicos: ruído, vibrações, radiações não
ao cumprimento da legislação vigente e quanto ionizantes
ao aprimoramento dos processos produtivos.
As usinas de beneficiamento de Mato Grosso • Riscos químicos: poeira de algodão
têm um perfil heterogêneo, estando representadas
nas seguintes proporções quanto a sua estrutura de Na sequência, as operações ocorrem dentro
maquinário e a seus modelos de engenharia: do prédio da algodoeira, onde os riscos aumen-
305
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

tam, uma vez que há grande quanti- • Riscos químicos: poeira de algodão.
dade de equipamentos funcionando Na etapa final do beneficiamento é rea-
simultaneamente, elevando o nível de lizado o transporte dos fardos comer-
ruído e apresentando outros riscos du- ciais para os blocos de armazenamen-
rante a operação de beneficiamento: to e, posteriormente, o carregamento
para a indústria têxtil, apresentando
• Riscos de acidentes: arranjo físico ina- os seguintes riscos:
dequado, máquinas e equipamentos
sem proteção, armazenamento ina- • Riscos de acidentes: arranjo físico
dequado, probabilidade de incên- inadequado, máquinas e equipa-
dios, ferramentas defeituosas e ina- mentos sem proteção, armazena-
dequadas, iluminação inadequada, mento inadequado, probabilidade
problemas na rede elétrica de incêndios
• Riscos ergonômicos: trabalho em • Riscos ergonômicos: trabalho em tur-
turnos, jornada de trabalho prolon- nos, jornada de trabalho prolongada,
gada, monotonia e repetitividade, monotonia e repetitividade, ocorrên-
ocorrência de posturas inadequa- cia de posturas inadequadas, levanta-
das, levantamento e transporte mento e transporte manual de peso,
manual de peso, controle rígido de controle rígido de produtividade
produtividade • Riscos físicos: calor, radiações não
• Riscos físicos: ruídos, vibrações, ca- ionizantes
lor em alguns pontos • Riscos químicos: poeira de algodão

NOTAS IMPORTANTES:

a) Este manual não substitui quaisquer outros documentos específicos de se-


gurança ou qualquer outra prática operacional preventiva de acidentes nas ins-
talações, devendo ser utilizado para assegurar a total segurança nas atividades.

b) Para quaisquer atividades especiais não consideradas ou detalhadas


neste manual, devem ser emitidas análises preliminares de riscos pela equipe
de Segurança do Trabalho da empresa com recomendações e/ou procedimen-
tos específicos, conforme a necessidade.

2.1 Prevenção de acidentes tar, em danos (lesões pessoais, perda


Nenhum aspecto de uma operação de material, equipamentos, ferramen-
é de maior importância que a preven- tas, instalações e/ou dano ao meio
ção de acidentes. O grau de seguran- ambiente) e é invariavelmente prece-
ça e os resultados obtidos são direta- dido por um ato pessoal não seguro e/
mente proporcionais aos esforços para ou uma condição ambiental insegura.
controlar as condições, as práticas e as Os acidentes são perdas desnecessá-
atitudes humanas responsáveis por rias tanto de recursos humanos quan-
acidentes. to de recursos econômicos que trazem
Um acidente é definido como um custos imensuráveis às organizações e
evento não desejado que frequente- à sociedade.
mente resulte, ou mesmo possa resul- Embora alguns acidentes sejam re-

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AMPA - IMAmt 2018

sultantes de condições inseguras do ambiente, equipe e ao empregador.


estas podem ser minimizadas com inspeções ro-
tineiras nas frentes de trabalho, visando melho- • Comunicar os colaboradores sobre as condi-
rias nos processos e nas atividades operacionais, ções de trabalho: o gestor deve comunicar ao
e manutenções preventivas e corretivas. Os atos empregado sobre riscos e condições relativas
inseguros, porém, representam mais de 90% de à função e ao espaço em que ele vai operar.
todos os acidentes, ou seja, são diretamente cau- Essa informação deve ser garantida por meio
sados por atitudes comportamentais do traba- do treinamento e também com a fixação de
lhador. avisos em paredes e murais, bem como com a
É responsabilidade de todos os empregados a divulgação de informes e sinalizações específi-
obediência aos padrões de segurança e saúde e a cas nos equipamentos e em todo o ambiente.
todas as regras aplicáveis em suas próprias ações • Oferecer equipamentos de segurança corre-
e condutas. Para conseguir uma atuação extre- tos: uma das obrigações dos empregadores é
mamente segura, todos devem comprometer-se oferecer os EPIs aos funcionários que exercem
a adotar a segurança como um valor. Este valor atividades de risco. Além de os fornecer, o res-
é uma crença pessoal profunda que nunca pode ponsável deve fazer vistorias frequentes para
ser comprometida. certificar-se de que os equipamentos estão sen-
do utilizados de forma correta, evitando aciden-
Prevenção de acidentes de trabalho tes de trabalho; os EPIs devem ser usados quan-
do os equipamentos de proteção coletiva (EPCs)
Acidentes de trabalho são os maiores causa-
não forem eficientes. Atualmente, existem diver-
dores de pedidos de indenização junto à Justiça
sos treinamentos em segurança oferecidos por
do Trabalho; ainda que o ambiente laboral ofere-
empresas especializadas que contribuem para
ça meios para manter a segurança e o bem-estar
aumentar as garantias de segurança do trabalho
dos funcionários — como a utilização dos equi-
e o uso dos EPIs nas empresas.
pamentos de proteção individual (EPIs) —, os ris-
cos de acidentes podem ocorrer quando não há • Estabelecer um bom relacionamento com a
preparo da equipe. Cipa: a instalação da Comissão Interna de Pre-
Locais que oferecem riscos fazem com que os venção de Acidentes (Cipa) faz parte da Nor-
empregados trabalhem com medo, o que inter- ma Regulamentadora 5 para a garantia de me-
fere diretamente na produtividade e na relação lhores condições de saúde e trabalho a todos
entre gestores e funcionários. os funcionários. Ela é formada por um grupo
A ocorrência de um acidente de trabalho as- de trabalhadores da instituição, com o objeti-
segura o direito à indenização para a vítima ou vo de traçar um mapa dos riscos e implantar
a sua família. Existem diversos parâmetros de ações de prevenção de acidentes. Para que o
indenização, estabelecidos em vista das conse- empregador se previna contra indenizações,
quências do sinistro ocorrido com o trabalhador: é fundamental que ele tenha um bom rela-
incapacidade temporária, incapacidade perma- cionamento com a Cipa e siga as orientações
nente ou morte. Entretanto, o problema pode ser sobre a utilização dos EPIs e sobre a divulga-
solucionado com a aplicação de métodos que ção de conteúdo para a equipe. Outro ponto
garantam a diminuição desses riscos, além da importante é que haja um debate conjunto
contratação de profissionais especializados em das ações a serem executadas em caso de in-
segurança do trabalho. cidente.

Ações de prevenção de segurança do trabalho • Garantir sistemas de comunicação rápida:


é uma ferramenta importante para aconte-
• Investir em treinamento: é a melhor maneira cimentos inesperados. Com uma boa comu-
de fazer com que o funcionário conheça a fun- nicação, é possível fazer contato com toda a
ção que exerccerá. A partir daí, é possível ga- equipe para, por exemplo, desocupar rapida-
rantir que o indivíduo esteja preparado para mente uma área em risco ou remover traba-
executar o trabalho, sem riscos ou prejuízos à lhadores feridos.
307
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

2.2 Prevenção de incêndios combater um princípio de incêndio e


coordenar o abandono seguro da po-
Objetivos da prevenção de incêndio pulação de um edifício
i. Gerenciamento e manutenção dos
• Proteger a vida dos ocupantes das
sistemas de proteção contra incêndio
edificações e das áreas de risco em
instalado
caso de incêndio
• Dificultar a propagação do incêndio, j. Controle dos danos ao meio ambien-
reduzindo danos ao meio ambiente te decorrentes de um incêndio
e ao patrimônio Para avançarmos no tema de pre-
• Proporcionar meios de controle e venção de incêndios, apresentamos a
extinção do incêndio diferença entre fogo e incêndio:
• Dar condições de acesso às opera-
• Fogo, NBR 13860: fogo é o proces-
ções do Corpo de Bombeiros
so de combustão caracterizado pela
• Proporcionar a continuidade dos emissão de calor e luz.
serviços nas edificações e áreas de • Incêndio, NBR 13860: o incêndio é
risco após o restabelecimento de o fogo fora de controle.
condições seguras
O primeiro combate executado com
Esses objetivos são alcançados por rapidez e benfeito extingue o foco de
meio de: fogo, impedindo sua transformação
em incêndio. As causas de um incêndio
a. Controle da natureza e da quantida- são as mais diversas: descargas elétri-
de dos materiais combustíveis consti- cas, atmosféricas, sobrecarga nas ins-
tuintes e contidos no edifício talações elétricas dos edifícios, falhas
humanas (por descuido, desconheci-
b. Dimensionamento da compartimen- mento ou irresponsabilidade).
tação interna, da resistência ao fogo de
seus elementos e do distanciamento Cuidados básicos: os cuidados básicos
entre edifícios para evitar e combater um incêndio,
indicados a seguir, podem salvar vidas
c. Dimensionamento da proteção e da
e bens patrimoniais.
resistência ao fogo da estrutura do edi-
fício
• Habituar-se a apagar os palitos de
d. Dimensionamento dos sistemas de fósforos antes de jogá-los fora
detecção e alarme de incêndio e/ou • Obedecer às placas de sinalização e
dos sistemas de chuveiros automáti- não fumar em locais proibidos
cos de extinção de incêndio e/ou dos
equipamentos manuais para combate • Jamais fumar dentro da algodoeira;
• Não utilizar a casa de força, casa de
e. Dimensionamento das rotas de esca- máquinas dos ventiladores e a casa
pe e dos dispositivos para controle do de bombas da algodoeira como de-
movimento da fumaça pósito de materiais e objetos. São
f. Controle das fontes de ignição e ris- locais importantes e perigosos, que
cos de incêndio devem estar sempre desimpedidos

g. Acesso aos equipamentos de com- • As baterias devem ser instaladas em


local de fácil acesso e ventilado. Não
bate a incêndio
é recomendado o uso de baterias
h. Treinamento do pessoal habilitado a automotivas
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AMPA - IMAmt 2018

2.2.1 Instalações elétricas • As instalações de central de gás devem ter


A sobrecarga na instalação elétrica é uma das aterramento e proteção de Sistema de Prote-
principais causas de incêndios. Se a corrente elé- ção de Descargas Atmosféricas (SPDA)
trica está acima do que a fiação suporta, ocorre • Devem possuir sistema de proteção por extin-
superaquecimento dos fios, podendo dar início a tores
um incêndio.
• Não devem ser acumulados objetos que não
Apresentamos a seguir algumas recomendações sejam os recipientes de gás (tanque), e o local
básicas de prevenção de incêndios: não deve ser utilizado como depósito de ma-
teriais diversos
• Não ligar mais de um aparelho por tomada.
Esta é uma das causas de sobrecarga na insta- 2.2.3 Circulação
lação elétrica
• Não efetuar ligações elétricas provisórias. To- • Manter sempre desobstruídos corredores, es-
mando sempre cuidado com todos os deta- cadas e saídas de emergência, sem vasos, tam-
lhes das instalações elétricas. Fios descascados bores ou sacos de lixo
quando encostam um no outro, provocam cur- • Jamais utilizar corredores, escadas e saídas de
to-circuito e faíscas emergência como depósito, mesmo que seja
• Utilizar serviços técnicos especializados para provisoriamente
executar ou reparar as instalações elétricas ou • Nunca guardar produtos inflamáveis nesses
quando encontrar algum dos seguintes pro- locais
blemas: • As coletas de lixo devem ser bem planejadas
• Constante abertura dos dispositivos de para não comprometer o abandono do edifício
proteção (disjuntores) em caso de emergência
• Queimas frequentes de fusíveis
2.2.4 Extintores de incêndio
• Aquecimento da fiação e/ou disjuntores
Os extintores devem ser instalados e utilizados
• Quadros de distribuição com dispositi- em conformidade com a Norma Técnica do Cor-
vos de proteção do tipo chave-faca com po de Bombeiros (NTCB 44/2016 - Unidades de
fusíveis cartucho ou rolha. Substitua-os Armazenamento e Beneficiamento de Produtos
por disjuntores ou fusíveis do tipo Dia- Agrícolas e Insumos).
zed ou NH
• Fiações expostas (a fiação deve estar sem-
pre embutida em eletrodutos)
6.4 Extintores de incêndio
• Lâmpadas incandescentes instaladas dire-
tamente em torno de material combustí- 6.4.3 - Os espaços confinados com possíveis
vel, pois, elas liberam grande quantidade acumulações de poeiras não devem possuir ex-
de calor tintores portáteis ou equipamentos pressuriza-
• Inexistência de aterramento adequado dos, uma vez que a movimentação do ar nestes
para as instalações e equipamentos elétri- locais com concentração de pó pode incorrer
cos, tais como: motores elétricos, etc. em explosão.
• Evitar fazer aterramento em canos d’água
6.4.4 - As demais áreas deverão ter extintores de
acordo com a NTCB 18.
2.2.2 Instalações de gás

• Somente pessoas habilitadas devem realizar con-


sertos ou modificações nas instalações de gás

309
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

2.2.5 Hidrantes lho (SST) é o órgão competente para


Os hidrantes devem ser instalados coordenar, orientar, controlar e super-
conforme Norma Técnica do Corpo de visionar todas as atividades relaciona-
Bombeiros (NTCB 44/2016): das à segurança do trabalho.
Dá competência às Superintendên-
cias Regionais do Trabalho e Emprego
6.5 Proteção por hidrantes (SRTEs), determina as responsabilida-
6.5.1- As edificações deverão ser pro- des do empregador e a responsabili-
tegidas por pelo menos 01 sistema dade dos empregados.
de hidrantes, conforme a Lei Estadu-
al nº 8.399/2005, obedecendo-se os NR 4 - Serviços Especializados em
critérios estabelecidos na NTCB 19. Engenharia de Segurança e em Me-
dicina do Trabalho
6.5.2- Além da reserva técnica A implantação do SESMT depen-
dimensionada para o sistema de de da gradação do risco da ativi-
hidrantes, deverá ser previsto para dade principal da empresa (Clas-
uso exclusivo do Corpo de Bombeiros sificação Nacional de Atividades
um reservatório com as seguintes Econômicas - CNAE) e do número
características: total de empregados do estabeleci-
a) Altura manométrica mínima de mento (Quadro 2).
10 mca; Dependendo desses elementos, o
b) Expedição de 63 mm para as SESMT deverá ser composto por enge-
viaturas; nheiro de segurança do trabalho, médi-
c) Volume mínimo de 72 m³ (72.000 co do trabalho, enfermeiro do trabalho,
litros); auxiliar de enfermagem do trabalho,
d) Afastamento de qualquer estrutu- técnico de segurança do trabalho.
ra de no mínimo 15 m e no máximo O quantitativo dos membros do
30 m da estrutura de maior risco. SESMT na empresa será definido me-
diante a quantidade de empregados
da empresa.
2.3 Legislação O SESMT tem por finalidade pro-
mover ações de prevenção e correção
2.3.1 Exigências Legais dos riscos encontrados para tornar o
Portaria do Ministério do Traba- ambiente de trabalho um lugar segu-
lho nº 3214, de 8 de junho de 1978, ro, compatível com a preservação da
que aprova as NRs aplicáveis à ativi- saúde e com a segurança do trabalho.
dade de beneficiamento de algodão
e transporte e armazenamento de NR 5 - Comissão Interna de Preven-
algodão. ção de Acidentes
Todas as empresas privadas, públi-
NR 1 - Disposições Gerais cas, sociedades de economia mista,
Determina que as normas regula- instituições beneficentes, cooperati-
mentadoras, relativas à segurança e vas, clubes, desde que possuam em-
à medicina do trabalho deverão ser pregados celetistas, dependendo do
obrigatoriamente cumpridas por to- grau de risco da empresa e do núme-
das as empresas privadas e públicas, ro mínimo de vinte empregados, são
desde que possuam empregados re- obrigadas a manter Cipa.
gidos de acordo com a CLT. Esse dimensionamento depende
Determina também que a Secre- da CNAE, que remete a outra listagem
taria de Segurança e Saúde no Traba- de número de empregados.

310
AMPA - IMAmt 2018

Seu objetivo é a prevenção de acidentes e NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Am-


doenças decorrentes do trabalho, tornando com- bientais
patível o trabalho com a preservação da saúde Estabelece a obrigatoriedade da elaboração
do trabalhador. e da implantação do Programa de Prevenção de
A Cipa é composta de um representante da Riscos Ambientais (PPRA) a todas as empresas
empresa — presidente (designado) — e repre- que admitam trabalhadores como empregados.
sentantes dos empregados, eleitos em escrutínio O PPRA objetiva a preservação da saúde e inte-
secreto, com mandato de um ano e direito a uma gridade do trabalhador, através da antecipação, do
reeleição e mais um ano de estabilidade. reconhecimento, da avaliação e do controle dos ris-
Mesmo quando a empresa não precisar ter cos ambientais existentes ou que venham a existir
membros eleitos de acordo com o dimensiona- no ambiente de trabalho, tendo em vista a prote-
mento previsto, ela deverá ter um membro de- ção do meio ambiente e até dos recursos naturais.
signado pelo empregador. Esse designado res- O PPRA é um programa dinâmico e, se for le-
ponderá pelas ações da comissão na empresa. vado a sério desde a elaboração até a execução
das medidas preventivas, pode contribuir de for-
NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual ma significativa para a organização das ações de
As empresas são obrigadas a fornecer a seus prevenção de acidentes e doenças do trabalho
empregados equipamentos de proteção indivi- dentro de cada empresa.
dual, destinados a proteger a saúde e a integrida-
de física do trabalhador. NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazena-
O EPI deve ser entregue gratuitamente, e a en- gem e Manuseio de Materiais
trega deverá ser registrada. Estabelece medidas de prevenção para opera-
Todo equipamento deve ter o CA (Certifi- ção de elevadores, guindastes, transportadores
cado de Aprovação) do Ministério do Traba- industriais e máquinas transportadoras.
lho e Emprego, e a empresa que importa EPIs Trata da padronização dos procedimentos
também deverá ser registrada junto ao Depar- operacionais e, assim, busca garantir a segurança
tamento de Segurança e Saúde do Trabalho, de todos os envolvidos na atividade.
existindo para esse fim todo um processo ad-
ministrativo. NR 12 - Máquinas e Equipamentos
Determina, dentre outras coisas, as instala-
NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde ções e áreas de trabalho e distâncias mínimas en-
Ocupacional tre as máquinas, equipamentos, dispositivos de
Essa norma estabelece, dentre outras coisas, acionamento, partida e parada das máquinas e
a obrigatoriedade de exames médicos obrigató- equipamentos.
rios para as empresas. São eles: Em seus vários anexos, os equipamentos são
mostrados de forma bem detalhada, sempre em
• Exame admissional busca da padronização das medidas de prevenção
a serem adotadas, a fim de obtermos um trabalho
• Exame periódico
mais seguro em todas as operações com o maqui-
• Retorno ao trabalho nário.
• Mudança de função
NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
• Demissional Estabelece os procedimentos de segurança
• Exames complementares, dependendo do que devem ser observados nas atividades re-
grau de risco da empresa e dos agentes agres- ferentes a projeto de construção, acompanha-
sores presentes no ambiente de trabalho; a mento de operação e manutenção, inspeção e
critério do médico do trabalho e dependendo supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de
dos quadros na própria NR 7, bem como na NR pressão.
15 (Insalubridade), existirão exames específi- A norma que exige treinamento específico para
cos para cada risco que o trabalho possa gerar. seus operadores contém várias classificações e cate-

311
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

gorias nas especialidades, devido, princi- cas psicofisiológicas do homem. Má-


palmente, a seu elevado grau de risco. quinas, ambiente, comunicações dos
elementos do sistema, informações,
NR 14 - Fornos processamento, tomada de decisões,
Define os parâmetros a serem ob- organização, tudo isso gera conse-
servados para a instalação de fornos, quências no trabalhador, deve ser ava-
cuidados com gases, chamas e líqui- liado e, se necessário, reorganizado.
dos. É importante observar as legis- Observe-se que as lesões por esfor-
lações pertinentes nos níveis federal, ços repetitivos (LERs) e as denomina-
estadual e municipal. das doenças osteomusculares (Dorts)
relacionadas ao trabalho constituem o
NR 15 - Atividades e Operações Insa- principal grupo de problemas à saúde,
lubres reconhecidos por sua relação laboral.
Com base na NR 15, o termo insalu- O termo Dort é muito mais abran-
bridade é usado para definir o traba- gente que LER, constante hoje das
lho em um ambiente hostil à saúde. relações de doenças profissionais da
Tem direito ao adicional de insa- Previdência.
lubridade devido o trabalhador que
exerce suas atividades em condições NR 23 - Proteção contra Incêndios
insalubres nos termos da NR 15. Todas as empresas devem possuir
proteção contra incêndio, saídas para
O ARTIGO 189 DA CLT (CONSOLIDA- retirada de pessoal em serviço e/ou
ÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO) TAM- público, pessoal treinado e equipa-
BÉM ESTABELECE QUE: mentos. Em 2011, essa norma foi alte-
rada e já não tem muito a oferecer.
“Serão consideradas atividades ou Todas as questões relacionadas a
operações insalubres aquelas que, incêndios devem ser resolvidas obser-
por sua natureza, condições ou vando as legislações estaduais do Cor-
métodos de trabalho, exponham po de Bombeiros.
os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerân- NR 26 - Sinalização de Segurança
cia fixados em razão da natureza e Determina as cores e devem ser
da intensidade do agente e o tempo observadas na segurança do trabalho
de exposição aos seus efeitos”. como forma de prevenção, evitando
a distração, a confusão e a fadiga do
Os agentes causadores de insalu- trabalhador, bem como cuidados es-
bridade estão contidos nos anexos da peciais quanto a produtos e locais pe-
NR 15, alguns exemplos de são ruído rigosos.
contínuo ou permanente, ruído de Em 2011, a NR 26 foi alterada e já
impacto, tolerância para exposição ao não oferece muito. Qualquer dúvida
calor, radiações ionizantes, agentes sobre o tema deve ser esclarecida com
químicos e poeiras minerais. as normas estaduais e as NBRs.
Tanto a NR 15 como a NR 16 depen-
dem de perícia, a cargo do médico do NR 31 - Segurança e saúde no Traba-
trabalho ou do engenheiro de segu- lho na agricultura, pecuária, silvicul-
rança do trabalho. tura, exploração florestal a aquicul-
tura
NR 17 - Ergonomia Estabelece os preceitos a serem
Essa norma estabelece os parâme- observados na organização e no am-
tros que permitem a adaptação das biente de trabalho, de forma a tornar
condições de trabalho às característi- compatível o planejamento e o desen-
312
AMPA - IMAmt 2018

volvimento de quaisquer atividades da agricul- Responsabilidade da brigada


tura, da pecuária, da silvicultura, da exploração
florestal e da aquicultura com segurança, saúde • Avaliação dos riscos existentes
e meio ambiente do trabalho. • Inspeção geral dos equipamentos de combate
a incêndio
NR 33 - Segurança e saúde nos trabalhos em es-
paços confinados • Inspeção geral das rotas de fuga
Tem por objetivo estabelecer requisitos míni- • Elaboração de relatório das irregularidades
mos para a identificação de espaços confinados encontradas
e o controle dos riscos existentes, de forma a ga-
• Encaminhamento de relatório aos setores
rantir permanentemente a segurança e a saúde
competentes
dos trabalhadores que interagem direta ou indi-
retamente nesses espaços. • Orientação à população fixa e flutuante
Entende-se por espaço confinado qualquer • Prática de exercícios simulados
área não projetada para ocupação humana que
tenha meios limitados de entrada e saída, cuja
ventilação seja insuficiente para remover os con- Ações de prevenção contra incêndios
taminantes e onde possa existir enriquecimento
ou insuficiência de oxigênio exigido para uma • Treinamento de brigada de incêndio
respiração natural. • Elaboração de planos de combate a incêndio
e rotas de fuga
NR 35 - Trabalho em Altura
• Inspeção das condições dos preventivos de in-
Essa norma estabelece os requisitos mínimos
cêndio, conforme cronogramas de inspeções
e as medidas de proteção para o trabalho em
altura e envolve o planejamento, a organização,
execução, treinamento de funcionários, de forma Ações de emergência
a garantir a segurança e a saúde dos trabalhado-
res envolvidos direta ou indiretamente com esse • Identificação da situação
tipo de atividade. • Alarme/abandono de área

2.3.2 Incêndios • Corte de energia


• Acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou
Exigências legais ajuda externa
• Primeiros socorros
• Portaria do Ministério do Trabalho nº 3214,
de 8 de junho de 1978, em sua norma regula- • Combate ao princípio de incêndio
mentadora NR 23 - Proteção contra Incêndios • Recepção e orientação ao Corpo de Bombei-
e NBR 14276/2006 ros
• Lei n° 8.399, de 22 de dezembro de 2005. Lei
de Segurança Contra Incêndio e Pânico de 2.4 Medidas de prevenção de acidentes e de
Mato Grosso; prevenção e combate a incêndios
• Decreto Estadual n° 857 de 29 de agosto de
1984 - Especificação para Instalação de Prote- “Com certa frequência, os operadores do direi-
ção Contra Incêndio to se deparam com casos de acidentes do traba-
lho que podiam ser evitados se não tivesse havido
• Instruções técnicas adotadas pelo Corpo de omissão do empregador em zelar pela segurança
Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso física e mental dos seus empregados, quer por-
• Norma Técnica do Corpo de Bombeiros do Es- que não prestou informações aos empregados
tado de Mato Grosso (NTCB) sobre os riscos inerentes à função; quer porque

313
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

não instruiu seus empregados sobre o ria do operador; uma manobra não
modo de execução seguro da tarefa; intencional nunca deve provocar
quer porque não ofereceu treinamen- uma situação perigosa (o comando
to adequado aos empregados para de arranque deve estar protegido
operar corretamente as máquinas e contra o toque inadvertido).
equipamentos, de forma a conhecer o • A ordem de paragem da máquina
seu funcionamento; quer porque não tem que ter prioridade sobre a or-
instruiu os empregados e nem fiscali-
dem de arranque.
zou a utilização de equipamentos de
segurança necessários para evitar aci- • Os dispositivos de segurança e pro-
dentes do trabalho, etc.” teção da máquina devem ser robus-
“Nessas hipóteses, a responsabilida- tos e solidamente fixos; devem ser
de pelo acidente do trabalho será do concebidos de forma a poderem
empregador que descumpriu obriga- ser desmontados para que se possa
ções contratuais e legais relativas às me- aceder à zona perigosa ou equipa-
didas preventivas de segurança, higiene mento sem gerar riscos adicionais;
e medicina do trabalho, ensejando a sua colocação não pode ocasionar
obrigação de indenizar os trabalhadores riscos complementares e devem
pelos danos causados (reparação de da- facilitar a observação do ciclo de
nos morais, estéticos e materiais), além trabalho.
de responsabilidade penal.” • Os órgãos de transmissão, correias,
“Daí a importância de o emprega- engrenagens, polias etc., devem
dor conscientizar-se da necessidade estar devidamente protegidos ou
de cumprir todas as medidas preven- isolados.
tivas contra doenças ocupacionais e
acidentes, durante todo o pacto labo- • As zonas das máquinas onde haja
ral, para desonerar-se de qualquer res- riscos mecânicos e onde não hou-
ponsabilidade.” ver uma intervenção por parte do
operador devem possuir proteções
Medidas gerais de prevenção eficazes (ex.: proteções fixas).
de acidentes • Todas as máquinas devem estar
corretamente fixas ou estáveis no
• Só devem ser adquiridas e coloca- pavimento.
das em funcionamento as máqui-
• Todas as máquinas devem ser man-
nas que cumpram os requisitos mí-
tidas em perfeito estado de conser-
nimos de segurança e saúde.
vação, limpas e oleadas.
• Os sistemas de comando das má-
• A máquina dever ser manipulada
quinas devem ser bem visíveis,
sem distrações e de acordo com as
estar claramente identificados e
regras de segurança estabelecidas.
equipados com um comando à dis-
tância (sempre que possível), posi- • A iluminação dos locais de trabalho
cionados e acessíveis fora da zona e de manutenção deve ser suficien-
de perigo da máquina e possuir um te e em função das exigências da
sistema de parada de emergência tarefa.
acessível e devidamente identifica- • Devem existir dispositivos de alerta
do (este deve completar o coman- facilmente percebidos (se sonoros,
do de paragem manual). devem sobrepor-se ao ruído da má-
• A colocação da máquina ou equi- quina e do ambiente) e sua inter-
pamento em funcionamento só pretação deve ser imediata e sem
deve ser possível por ação voluntá- ambiguidade.

314
AMPA - IMAmt 2018

• Todas as zonas perigosas das máquinas devem • Existência de Sistema de Proteção de Descar-
estar devidamente sinalizadas e identificadas. gas Atmosféricas (SPDA) (para-raios);
• As máquinas devem ser alvo de manutenções • Manter brigada de incêndio
periódicas no sentido de verificar seu funcio- • Treinar todos os trabalhadores envolvidos no
namento seguro e que permitam inspeções processo quanto aos possíveis tipos de início
adicionais sempre que sejam feitas alterações de incêndio em todas as etapas do processo
na máquina, haja um acidente ou por falta de de beneficiamento (armazenamento na lavou-
uso prolongado. ra, armazenamento nos pátios da algodoeira,
• A manutenção da máquina deve ser feita de durante o beneficiamento)
preferência com o equipamento parado; sem- • Manter quadro informativo em locais estraté-
pre que tal não seja possível, devem ser toma- gicos, com números de telefone a serem acio-
das medidas de prevenção em conformidade nados em caso de incêndio
com a situação.
• Realizar testes simulados com brigadistas, com
• Todos os trabalhadores que tenham de operar a finalidade de manter a equipe sempre alerta
uma máquina devem receber formação ade-
quada, que deve abordar os riscos a que estão
expostos, as zonas perigosas da máquina e as 2.4.1 No transporte e armazenamento
condições seguras de operá-la. de fardos cilindricos ou fardões
Para as ações de prevenção de acidentes e
prevenção e combate a incêndios, nos processos
Medidas gerais de prevenção que vão do transporte ao embarque para comer-
e combate a incêndios cialização dos fardos de algodão em pluma, se-
rão descritas as medidas de prevenção detalha-
• Observar os fardões e fardos cilíndricos quan- das em cada operação.
to a possíveis focos de incêndio
• No pátio, evitar o armazenamento embaixo de Prevenção de acidentes
linhas de transmissão de energia São inúmeros os cuidados nessa operação de
transporte da lavoura até o pátio de armazena-
• Manter a limpeza das áreas próximas ao pátio mento e deste para os desmanchadores de far-
de armazenamento, evitando áreas com vege- dos em módulos e fardos cilíndricos:
tação seca, pois, geralmente, o armazenamen-
to ocorre no período da seca • Verificar as condições de operação e trafegabi-
lidade do veículo
• Existência de rede de hidrante com todos os
equipamentos, como mangueira, esguicho, • O transmódulo deve ter sinalização visual e
chave storz sonora e acompanhamento de auxiliar para
orientar o motorista durante a manobra de
• Manutenção do bom funcionamento das aproximação
bombas de incêndio (principal e reserva), as
quais devem ser testadas periodicamente, • Evitar ou não permitir a presença de pessoas
conforme plano de manutenção de equipa- próximo ao veículo durante a operação de car-
mentos preventivos regamento e descarregamento

• Um projeto de prevenção de incêndio bem • Checar o terreno do carregamento ou descar-


elaborado prevê a instalação de duas bombas, ga, para evitar possíveis acidentes e/ou atola-
sendo uma elétrica e outra alimentada por mento do veículo
combustível (óleo diesel), para casos de falta • Sinalizar toda a área de descarga e armazena-
ou possível corte de energia elétrica mento
• Reserva técnica de incêndio compatível com a • Atentar para a manobra de marcha a ré em
dimensão da área de armazenamento (carga cima da prancha e durante a carga ou descar-
de incêndio) ga do fardão

315
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

• Quando da operação de carrega- plano de manutenção de equipa-


mento/descarregamento de fardos mentos preventivos
cilíndricos, atentar-se às manobras • Um projeto de prevenção de incên-
da carregadeira dio bem elaborado prevê a instalação
de duas bombas, sendo uma elétrica
Prevenção de incêndios e outra alimentada por combustível
(óleo diesel), para casos de falta ou
• Observar os fardões e fardos cilín- possível corte de energia elétrica
dricos quanto a possíveis focos de • Reserva técnica de incêndio compa-
incêndio tível com a dimensão da área de ar-
• No pátio, evitar o armazenamento mazenamento (carga de incêndio);
embaixo de linhas de transmissão • Existência de SPDA (para-raios)
de energia
• Manter brigada de incêndio
• Manter a limpeza das áreas próxi-
mas ao pátio de armazenamento, • Treinar todos os trabalhadores en-
evitando áreas com vegetação seca, volvidos no processo quanto aos
pois, geralmente, o armazenamento possíveis tipos de início de incên-
ocorre no período da seca dios em algodão armazenado
• Observar a existência de rede de hidran- • Manter quadro informativo em lo-
te com todos os equipamentos, como cais estratégicos com números de
mangueira, esguicho, chave storz telefone a serem acionados em caso
de incêndio
• Manutenção do bom funcionamen-
to das bombas de incêndio (princi- • Realizar testes simulados com briga-
pal e reserva), as quais devem ser distas, com a finalidade de manter a
testadas periodicamente, conforme equipe sempre alerta

Armazenamento próximo a linha de Bombas principal e reserva com motor diesel


transmissão de energia

316
AMPA - IMAmt 2018

Combate a incêndios • Acionar o corpo de bombeiros


• Acionar ajuda de empresas vizinhas, caso exis-
Quando do início de algum incêndio, os tra- ta algum plano de ajuda mútua para combate
balhadores (brigadistas) devem estar preparados a incêndios
para dar o primeiro combate, realizando as se-
guintes ações: • Isolar fardões e fardos cilíndricos, retirando os
armazenados nas proximidades
• Combater o foco de incêndio com os meios • Proteger os fardos em módulos e os cilíndricos
existentes no local (extintor de incêndio, hi- quando existir equipamento de aplicação de
drante, outros existentes) líquido gerador de espuma (LGE)

Equipamento de aplicação de LGE

2.4.2 No descarregamento de fardos cilíndricos Prevenção de incêndios


ou fardos em módulos no desmanchador
• Observar possíveis focos de incêndio nos far-
Prevenção de acidentes dos descarregados
• Quando da detecção de algum foco de incên-
• Não permitir a permanência de trabalhadores dio nessa fase, iniciar o combate imediata-
próximo (ao lado) aos fardos em módulos que mente
estão sendo descarregados (risco de tomba-
mento sobre o trabalhador, causando sufoca- • Manter preventivos de incêndios em condi-
mento) ções de uso no setor
• Especial cuidado na operação de retirada da • Os trabalhadores do setor devem estar treina-
touca de proteção dos fardos em módulos (ris- dos para situações de primeiro combate aos
co de desmoronamento do módulo, causando focos de incêndio
sufocamento) • Manter placa informativa em vários locais,
• Evitar contato próximo com as partes móveis com os principais telefones e responsáveis a
da corrente transportadora do transmódulo quem acionar em caso de incêndio
• Cuidado na operação de corte da lona de pro-
teção dos fardos cilíndricos

317
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

Combate a incêndios • Para trabalhos realizados nas par-


tes altas das máquinas, mesmo que
• Acionar a brigada de incêndio estas forem providas de proteções
• Utilizar extintores de incêndio de (passarelas e guarda-corpo), deve
classe apropriada ser utilizado equipamento para tra-
balho em alturas, conforme deter-
• Utilizar rede de hidrantes mina a NR 35
• Desligar rede de energia elétrica do • Sinalização de segurança e adver-
setor tência de todos os pontos de riscos
nas máquinas que compreendem o
2.4.3 Regulação de alimentação, processo dessa fase
secagem e limpeza do algodão • Sinalização de piso (demarcação das
em caroço áreas de risco próximas das maqui-
O algodão em caroço que chega do nas)
campo contém várias matérias estra-
nhas; algumas devem ser retiradas no • Utilização de etiquetas de alerta e
início do processo para não danificar sistema de bloqueio de segurança
os equipamentos ou gerar incêndios. no painel de comando quando da
É o caso das pedras, frequentemente paralisação de alguma máquina;
juntadas ao algodão pela colheita me- • Observar as distâncias nos espa-
cânica ou armazenagem feita direta- çamentos do piso das plataformas
mente no chão, no campo ou no pátio com as partes móveis protegidas
da usina.
• Utilização de EPI (máscara para
poeiras, capacete, luvas, calçado de
proteção, protetor auricular, óculos
de proteção)
• Não permitir o trânsito de trabalha-
dores sobre a esteira transportadora
de algodão
• Disponibilizar locais apropriados
para transposição da esteira trans-
portadora de algodão
• Proteções das partes móveis, con-
(Anthony e Mayfield, 1994) forme NR 12, que consta do Anexo
I - Distâncias de Segurança e Requi-
sitos para o Uso de Detectores de
Presença Optoeletrônicos
Prevenção de acidentes • Treinamento de operação das má-
quinas para os trabalhadores envol-
Tem início nessa fase os processos vidos no processo
com maior número de riscos para os
trabalhadores, uma vez que as máqui-
nas trabalham com sistemas rotativos Prevenção de incêndios
para desmanche dos fardões de algo-
dão em caroço, sistemas de serras para
descaroçamento, utilização de vapor • Observar possíveis focos de incên-
para umidificação, trabalhos em altura dio nos fardos descarregados e na-
e espaços confinados (poço da prensa). queles em processo de desmanche
318
AMPA - IMAmt 2018

Etiqueta de alerta para manutenção de máquinas Proteção de partes móveis

• Observar possíveis focos de incêndio na estei- 2.4.4 Alimentação do descaroçador,


ra transportadora descaroçamento e limpeza de pluma
• Quando da detecção de algum foco de incên-
Prevenção de acidentes
dio nessa fase inicial do processo de benefi-
ciamento, desligar o sistema de transporte, o
• Para os trabalhos realizados nas partes altas
sistema de sucção, afastar o desmanchador de
das máquinas, mesmo que estas forem provi-
fardos em módulos e identificar o local para das de proteções (passarelas e guarda-corpo),
iniciar o combate deve ser utilizado equipamento para trabalho
• Manter preventivos de incêndios em condi- em alturas, conforme determina a NR 35
ções de uso no setor • Sinalização de segurança e advertência, de
• Os trabalhadores do setor devem estar treina- todos os pontos de risco nas máquinas que
dos para situações de primeiro combate aos compreendem o processo dessa fase
focos de incêndio • Sinalização de piso (demarcação das áreas de
• Manter placa informativa em vários locais, risco próximas das maquinas)
com os principais telefones e responsáveis a • Utilização de etiquetas de alerta e sistema de
quem acionar em caso de incêndio bloqueio de segurança no painel de comando
quando da paralisação de alguma máquina
• Observar as distâncias nos espaçamentos en-
Combate a incêndios tre o piso das plataformas e as partes móveis
protegidas;
• Acionamento de alarme de incêndio • Utilização de EPI (máscara para poeiras, capa-
• Comunicação aos responsáveis e corpo de cete, luvas, calçado de proteção, protetor auri-
bombeiros, quando possível cular, óculos de proteção)

• Acionamento da brigada de incêndio • Proteções das partes móveis conforme NR 12,


que consta do Anexo I - Distâncias de Segu-
• Utilização de extintores, rede de hidrantes e rança e requisitos para o Uso de Detectores de
mangotinhos, extintores (observar a classe do Presença Optoeletrônicos
extintor)
• Treinamento de operação das máquinas para
• Desligar a energia das máquinas os trabalhadores envolvidos no processo

319
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

Extintores devidamente sinaliza- Hidrante com mangueira enrolada de forma correta e


dos e prontos para uso esquicho de jato regulável, conforme legislação

• A rosca distribuidora deve ter tampa


• Rosca do piolho com tampa

Prevenção de incêndios

• Deve-se ficar alerta a possíveis focos de incêndio no des-


caroçador e nas tubulações de transporte de algodão
• Deve-se atentar a embuchamentos com encarneira-
mento de pluma no descaroçamento
• Quando da detecção de algum foco de incêndio nessa
fase do processo de beneficiamento, desligar o siste-
ma de ventilação e identificar o local do fogo para ini-
ciar o combate
• Manter preventivos de incêndios em condições de uso
no setor
• Os trabalhadores do setor devem estar treinados para
situações de primeiro combate aos focos de incêndio
• Manter placa informativa em vários locais, com os
principais telefones e responsáveis a quem acionar em
caso de incêndio
Placa indicativa
de preventivos
existentes na Combate a incêndios
edificação e
telefones • Acionamento de alarme de incêndio
de emergência • Comunicação aos responsáveis e ao corpos de bom-
beiros, quando possível
• Acionamento da brigada de incêndio
• Utilização de rede de hidrantes, mangotinhos e extin-
tores (observar a classe do extintor)
• Desligar a energia das máquinas
320
AMPA - IMAmt 2018

2.4.5 Preparação de prensagem 2.4.6 Armazenamento de fardos comerciais


e enfardamento de pluma

Riscos de incêndio
Prevenção de acidentes
• Incêndio provocado por transporte e manipu-
“Operação que gera muitos riscos, principal- lação de fardos (faíscas provenientes de empi-
mente nas usinas antigas, uma vez que as mes- lhadeiras e outros equipamentos móveis em
mas apresentam movimentação de partes pesa- atrito com arames de amarração)
das, abertura e fechamento de portas e acesso • No algodão em pluma armazenado pode ocor-
manual a essas partes das prensas.” rer cavitoma*:
O enfardamento apresenta maior risco com
uso de arame, devido ao risco de rompimento no A fermentação do algodão é denominada cavi-
momento após a prensagem e riscos com trans- toma; o fogo tem início e desenvolvimento muito
porte manual em vista do peso dos fardos de al- lento, desencadeando se de forma violenta quan-
godão em pluma. do chega à superfície do empilhamento com a
combustão alimentada pelo ar.
• Proteções conforme determina NR 12 Quando a colheita é atrasada pela chuva, é im-
portante manter índices de umidade do caroço e
• Treinamento de operação de prensas hidráuli- do fardo em um mínimo, evitando a possibilidade
cas conforme NR 12 de ocorrência de cavitoma.
• Utilização de EPIs
• EPC (delimitação das áreas de riscos, sistemas Prevenção de acidentes
de parada interligados conforme NR 12, senso-
res de presença etc.) • Queda de fardos mal empilhados sobre traba-
lhadores
• Queda de altura, trabalhadores sem EPIs para
Prevenção e combate de incêndios trabalho em alturas
• Abalroamento (durante manobras de veículos
Risco de início de incêndio na prensagem de e máquinas no carregamento)
fardos: Há a possibilidade de chegar algodão • Mordidas/picadas de animais peçonhentos
com foco de incêndio para ser enfardado e o fato (principalmente em armazenamento a céu
não ser percebido, algodão será emblocado com aberto)
um foco que aumentará até atingir a superfície
do fardo e ter contato com maior quantidade de
oxigênio, dando início a um incêndio nos fardos Prevenção de incêndios
vizinhos).
Quando ocorrem casos em que o foco de in- • A norma do Corpo de Bombeiros Militar do Esta-
cêndio é percebido nas tubulações de transporte do de Mato Gorsso (CBMMT) exige a instalação
de algodão, o fluxo de material para trás do fogo é de detectores de fumaça nos locais de armaze-
cortado, enviando o algodão suspeito para pren- namento de algodão (armazenamento coberto)
sagem e posterior separação do fardo para aber- • Extintores de incêndio de classe compatível (A)
tura e extinção do fogo.
• Hidrantes com mangueira, bico de jato regulá-
vel, chave storz

* Cavitoma é um termo inventado na década de 1950 para descrever os danos microbiológicos à fibra do algodão ou à decomposição da celu-
lose na fibra por microrganismos. Essa atividade microbiológica prejudicial começa no campo, quando o caroço maduro aberto está exposto
ao tempo úmido ou chuvoso e pode continuar enquanto a semente do algodão estiver no caroço e quando a fibra é armazenada em fardo. Os
sintomas dos danos da fibra incluem o pH elevado, redução no comprimento e na resistência, e reduz a afinidade para tinturas

321
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

• Inspeção das bombas de incêndio, Use portas corta-fogo para proteger


principal e auxiliar (testar as bom- passagens. Mantenha caçambas e
bas pelo menos uma vez na semana outros grandes receptáculos externos
durante a fase de operação de be- do lixo tampados e longe dos prédios.
neficiamento) Não permita crescimento extensivo
• Utilizar rede de energia elétrica in- do mato ou madeira perto dos pré-
dependente para as bombas de in- dios. Onde houver necessidade de
cêndio estocagem combustível em pátios,
subdivida o estoque em pilhas com o
• Manter brigadistas treinados maior espaço possível entre elas (ge-
• Realizar pelo menos um teste simu- ralmente, pelo menos 15 m).
lado durante o período de benefi-
ciamento Combate a incêndios
• Não ter rede de energia elétrica no
armazém de fardos comerciais • Desligar a rede de energia da edifi-
cação
• Manter extintores e hidrantes de-
sobstruídos • Acionar a brigada de incêndio
• Separação de edificações: um in- • Utilizar extintores de incêndio de
cêndio pode começar em um prédio classe apropriada
pela irradiação de calor de incêndio • Utilizar rede de hidrantes
para uma estrutura vizinha, estoques
em pátios, vegetação vizinha ou bos-
ques. A distância entre os dois con- 2.4.7 Carregamento de fardos
tribui para o grau de risco externo, comerciais de pluma
assim como a combustibilidade das
paredes externas do prédio exposto Prevenção de acidentes
e o tamanho das janelas ou de outras
aberturas. A proteção mais efetiva de • Uso de EPCs - utilização de cabo
um prédio é a distância de estruturas vida;
combustíveis e estoques em pátios. • Uso de EPIs.

Local de carregamento com sistema Sistema de cabo vida móvel


de cabo vida

322
AMPA - IMAmt 2018

2.4.8 Armazenamento de caroço dos queimadores;


de algodão • Instalação e reparos inadequados; todos têm
por trás o elemento humano, que durante as
Prevenção de acidentes inspeções, a manutenção e a operação não
atua corretamente.
• Uso de EPCs - Utilização de cabo vida
• Uso de EPIs
Riscos de acidente

Prevenção e combate de incêndios • Queimaduras nas mãos, braços e olhos


• Lesões nos dedos, mãos e braços
• Não utilizar rede de energia no barracão de ar-
mazenamento • Lesões nos pés;
• Proibição de fumar na área de armazenamento • Lesões na coluna vertebral
e carregamento de caroço de algodão • Choque térmico no corpo
• Manter preventivos em condições de uso (hi-
drantes e extintores) 2.4.10.1 Prevenção de acidentes em caldeiras

2.4.9 Carregamento de caroço de algodão Conforme NR 13

Prevenção de acidentes “13.1.4. Constitui risco grave e iminente a falta de


qualquer um dos seguintes itens:
• Uso de EPCs - Utilização de cabo vida
a) válvula de segurança com pressão de abertura
• Uso de EPIs (máscaras, protetor auricular, capa-
ajustada em valor igual ou inferior a PMTA;
cete, cinto para trabalho em alturas)
b) instrumento que indique a pressão do vapor
acumulado;
Prevenção e combate de incêndios
c) injetor ou outro meio de alimentação de água,
• Não utilizar rede de energia no barracão de ar- independente do sistema principal, em caldeiras
mazenamento; de combustível sólido;
• Proibição de fumar na área de armazenamento d) sistema de drenagem rápida de água, em cal-
e carregamento de caroço de algodão; deiras de recuperação de álcalis;
• Manter preventivos em condições de uso (hi- e) sistema de indicação para controle do nível de
drantes e extintores). água ou outro sistema que evite o superaqueci-
mento por alimentação deficiente.”
2.4.10 Caldeiras/vasos de pressão
Utilizando as estatísticas norte-americanas do “13.2.5. Constitui risco grave e iminente o não
National Board Bulletin realizadas em 1995, aci- atendimento aos seguintes requisitos:
dentes com caldeiras e vasos de pressão são oca-
sionados principalmente por falhas de projetos a) para todas as caldeiras instaladas em ambiente
(10%) ou falhas humanas (90%). aberto, as alíneas ‘b’, ‘d’ e ‘f’ do subitem 13.2.3 des-
ta NR;
Acidentes por causa de: b) para as caldeiras da categoria ‘A’ instaladas em
ambientes fechados, as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’, ‘e’, ‘g’ e ‘h’
• Válvulas de segurança; do subitem 13.2.4 desta NR; (Alterado pela Porta-
• Nível de água; ria SIT n.º 57, de 19 de junho de 2008)
• Falha nos limites de controle de combustão e c) para as caldeiras das categorias ‘B’ e ‘C’ instala-

323
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

das em ambientes fechados, as alíneas das as variáveis envolvidas na nova


‘b’, ‘c’, ‘d’, ‘e’, ‘g’ e ‘h’ do subitem 13.2.4 condição de operação.
desta NR. (Alterado pela Portaria SIT nº b) sejam adotados todos os procedi-
57, de 19 de junho de 2008)” mentos de segurança decorrentes de
sua nova classificação no que se refere
“13.3.1. Toda caldeira deve possuir a instalação, operação, manutenção e
Manual de Operação atualizado, em inspeção.”
língua portuguesa, em local de fácil
acesso aos operadores, contendo no “13.4.1. Todos os reparos ou altera-
mínimo: ções em caldeiras devem respeitar ao
respectivo código de projeto de cons-
a) Procedimentos de partidas e para- trução e às prescrições do fabricante
das. no que se refere a:
b) Procedimentos e parâmetros opera-
cionais de rotina. a) Materiais.
c) Procedimentos para situações de b) Procedimentos de execução.
emergência. c) Procedimentos de controle de qua-
d) Procedimentos gerais de segurança, lidade.
saúde e de preservação do meio am- d) Qualificação e certificação de pes-
biente.” soal.”

“13.3.2. Os instrumentos e controles “13.5.1. As caldeiras devem ser sub-


de caldeiras devem ser mantidos ca- metidas a Inspeções de Segurança Ini-
librados e em boas condições ope- cial, periódica e extraordinária, sendo
racionais, constituindo condição de considerado condição de risco grave e
risco grave e iminente o emprego de iminente o não atendimento dos pra-
artifícios que neutralizem sistemas de zos estabelecidos nesta NR.”
controle e segurança da caldeira.”
2.4.10.2 Prevenção de acidentes
“13.3.3. A qualidade da água deve ser em vasos de pressão
controlada e tratamentos devem ser
implementados, quando necessários, Conforme NR 13
para compatibilizar suas propriedades
físico-químicas com os parâmetros de “13.8.1. Todo vaso de pressão enqua-
operação da caldeira.” drado nas categorias “I” ou “II” deve
possuir Manual de Operação próprio
“13.3.4. Toda caldeira a vapor deve es- ou instruções de operação contidas no
tar obrigatoriamente sob operação e Manual de Operação da unidade onde
controle de operador de caldeira, sen- estiver instalado, em língua portugue-
do que o não atendimento dessa exi- sa e de fácil acesso aos operadores,
gência caracteriza condição de risco que contenha no mínimo:
grave e iminente.”
a) Procedimentos de partidas e para-
“13.3.12. Constitui condição de risco das.
grave e iminente a operação de qual-
quer caldeira em condições diferentes b) Procedimentos e parâmetros opera-
das previstas no projeto original, sem cionais e rotina.
que: c) Procedimentos para situações de
a) seja reprojetada, considerando to- emergência.
324
AMPA - IMAmt 2018

d) Procedimentos gerais de segurança, saúde e • Evitar inalação, contato com os olhos e com a pele
de preservação do meio ambiente.” • Utilizar equipamento de proteção individual

“13.8.2. Os instrumentos e controles de vasos Para pessoal de serviço de emergência:


de pressão devem ser mantidos calibrados e em
boas condições operacionais.” • Utilizar EPI completo, com óculos de seguran-
ça, luvas de proteção de PVC, vestimenta de
“13.8.2.1. Constitui condição de risco grave e impermeável
iminente o emprego de artifícios que neutrali-
zem seus sistemas de controle e segurança.”
Precauções ao meio ambiente:
“13.9.1. Todos os reparos ou alterações em vasos
de pressão devem respeitar ao respectivo código • Utilizar spray d’água para reduzir os fumos
de projeto de construção e às prescrições do fa- no ar
bricante no que se refere a: • Utilizar ar forçado para manter a concentração
do gás abaixo do valor explosivo
a) Materiais.
b) Procedimentos de execução. Métodos e materiais para contenção e limpeza:
c) Procedimentos de controle de qualidade.
• Interromper o vazamento, se não houver risco;
d) Qualificação e certificação de pessoal.”
• Aliviar o conteúdo vagarosamente para a at-
mosfera
“13.10.1. Os vasos de pressão devem ser subme-
tidos a Inspeções de Segurança Inicial, periódica • Ventilar a área de vazamento ou remover o re-
e extraordinária.” cipiente para área bem ventilada

2.4.11 Armazenamento de GLP Prevenção e combate de incêndios

Prevenção de acidentes Meios de extinção apropriados: compatível com


pó químico, espuma resistente a álcool, dióxido
Medidas de controle para derramamento ou de carbono (CO2) e neblina de água.
vazamento
ATENÇÃO: meio de extinção não recomendado:
Precauções pessoais: jatos d’água. Não jogue água diretamente no
ponto de vazamento, pois pode ocorrer conge-
Para o pessoal que não faz parte dos serviços de lamento.
emergência:
Perigos específicos da mistura ou substância:
• Eliminar todas as fontes de ignição;
• Impedir fagulhas ou chamas • Gás extremamente inflamável

• Não fumar na área de risco e impedir que ocor- • Risco de explosão, se a ignição for em área fe-
ram fagulhas e chamas chada

• Isolar a área, em um raio de 100 m, no mínimo, • Espontaneamente explosivo à luz do sol com
em todas as direções cloro

• Não tocar nos recipientes danificados ou no • Forma mistura explosiva com o ar e agentes
material derramado sem o uso de vestimentas oxidantes
adequadas • Combustão pode gerar fumos anestésicos

325
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

Medidas de proteção da equipe de tamente com os espaços confinados,


combate a incêndio: sobre seus direitos, deveres, riscos e
medidas de controle, conforme pre-
• Equipamento de proteção respira- visto no item 33.3.5.”
tória do tipo autônomo (SCBA) com
pressão positiva e vestuário prote- “33.3.5.3 Todos os trabalhadores au-
tor completo torizados, Vigias e Supervisores de En-
• Combater o incêndio à máxima dis- trada devem receber capacitação pe-
tância possível ou monitorar os es- riódica a cada doze meses, com carga
guichos horária mínima de oito horas.”

• Se possível, combater o incêndio a “33.3.5.4 A capacitação inicial dos tra-


favor do vento balhadores autorizados e vigias deve
• Não extinguir o fogo antes que o ter carga horária mínima de dezesseis
vazamento seja contido horas, ser realizada dentro do horário
de trabalho, com conteúdo programá-
• Para grandes incêndios, utilizar su-
tico de:
portes de mangueiras ou monito-
rar os esguichos, se for impossível
a) definições
abandonar a área
b) reconhecimento, avaliação e con-
• Resfriar os contêineres com gran-
trole de riscos
des quantidades de água até que o
fogo tenha sido extinto c) funcionamento de equipamentos
utilizados
• Remova os recipientes da área de
incêndio, se possível, sem correr ris- d) procedimentos e utilização da Per-
cos adicionais missão de Entrada e Trabalho
e) noções de resgate e primeiros so-
2.5 Treinamentos corros.”
Os treinamentos de trabalhadores
devem obedecer às prescrições das
respectivas NRs, conforme resumo: “33.3.5.5 A capacitação dos supervi-
sores de entrada deve ser realizada
NR 33 - SEGURANÇA E SAÚDE NOS dentro do horário de trabalho, com
TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINA- conteúdo programático estabelecido
DOS no subitem 33.3.5.4, acrescido de:

“33.3.4 Medidas Pessoais” a) identificação dos espaços confina-


dos;
“33.3.4.1 Todo trabalhador designado b) critérios de indicação e uso de equi-
para trabalhos em espaços confinados pamentos para controle de riscos
deve ser submetido a exames médicos c) conhecimentos sobre práticas segu-
específicos para a função que irá desem- ras em espaços confinados
penhar, conforme estabelecem as NRs
07 e 31, incluindo os fatores de riscos psi- d) legislação de segurança e saúde no
cossociais com a emissão do respectivo trabalho
Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.” e) programa de proteção respiratória;
f ) área classificada
“33.3.4.2 Capacitar todos os traba-
lhadores envolvidos, direta ou indire- g) operações de salvamento.”

326
AMPA - IMAmt 2018

“33.3.5.6 Todos os supervisores de entrada de- “35.3.3.1 O treinamento periódico bienal deve
vem receber capacitação específica, com carga ter carga horária mínima de oito horas, conforme
horária mínima de quarenta horas para a capaci- conteúdo programático definido pelo emprega-
tação inicial.” dor.”

NR 35 - TRABALHO EM ALTURA Treinamento de integração de trabalhadores


na atividade de beneficiamento de algodão
“35.3. Capacitação e Treinamento”
Embora não exista uma NR especifica para tra-
“35.3.1 O empregador deve promover programa balho em algodoeiras, as NR 1 e NR 9 remetem-
para capacitação dos trabalhadores à realização -nos ao entendimento de obrigatoriedade de
de trabalho em altura.” treinamento de integração.

“35.3.2 Considera-se trabalhador capacitado “NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS”


para trabalho em altura aquele que foi sub-
metido e aprovado em treinamento, teórico “1.7 cabe ao empregador:
e prático, com carga horária mínima de oito c) informar aos trabalhadores:
horas, cujo conteúdo programático deve, no I. os riscos profissionais que possam originar-se
mínimo, incluir: nos locais de trabalho
II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as
a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho medidas adotadas pela empresa”
em altura
b) análise de risco e condições impeditivas NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS
AMBIENTAIS
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em al-
tura e medidas de prevenção e controle “9.5 Da informação.”
d) sistemas, equipamentos e procedimentos de
proteção coletiva “9.5.2. Os empregadores deverão informar os
e) equipamentos de proteção individual para tra- trabalhadores de maneira apropriada e suficiente
balho em altura: seleção, inspeção, conservação sobre os riscos ambientais que possam originar-
e limitação de uso -se nos locais de trabalho e sobre os meios dispo-
níveis para prevenir ou limitar tais riscos e para
f ) acidentes típicos em trabalhos em altura; proteger-se dos mesmos.”
g) condutas em situações de emergência, incluin-
do noções de técnicas de resgate e de primeiros NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVI-
socorros.” DUAL - EPI

“6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI:


“35.3.3 O empregador deve realizar treinamento d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso
periódico bienal e sempre que ocorrer quaisquer adequado, guarda e conservação”
das seguintes situações:
NR 31 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
a) mudança nos procedimentos, condições ou NA AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA,
operações de trabalho EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
b) evento que indique a necessidade de novo
treinamento “31.10 Ergonomia”
c) retorno de afastamento ao trabalho por perío- “31.10.3. Todo trabalhador designado para o
do superior a noventa dias transporte manual regular de cargas deve rece-
d) mudança de empresa.” ber treinamento ou instruções quanto aos mé-

327
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

todos de trabalho que deverá utilizar, A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA


com vistas a salvaguardar sua saúde e
prevenir acidentes.” A.1 - Capacete
a) capacete para proteção contra im-
2.6 Uso de equipamento de proteção pactos de objetos sobre o crânio
individual
B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS
Nas diversas fases do beneficia- E FACE
mento, incluindo o transporte de far-
dões e fardos cilíndricos à algodoeira, B.1 - Óculos
são recomendados, conforme a NR 6, a) óculos para proteção dos olhos con-
diversos EPIs. tra impactos de partículas volantes;
c) óculos para proteção dos olhos con-
2.6.1 Equipamentos tra radiação ultravioleta
B.3 - Máscara de Solda
NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO a) máscara de solda para proteção dos
INDIVIDUAL olhos e face contra impactos de par-
tículas volantes, radiação ultravioleta,
“6.1. Para os fins de aplicação desta radiação infravermelha e luminosida-
Norma Regulamentadora - NR, consi- de intensa.
dera-se Equipamento de Proteção In-
dividual - EPI todo dispositivo ou pro- C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA
duto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de C.1 - Protetor auditivo
riscos suscetíveis de ameaçar a segu- a) protetor auditivo circum-auricu-
rança e a saúde no trabalho.” lar para proteção do sistema auditivo
contra níveis de pressão sonora supe-
“6.3 A empresa é obrigada a fornecer riores ao estabelecido na NR-15, Ane-
aos empregados, gratuitamente, EPI xos nº 1 e 2
adequado ao risco, em perfeito estado b) protetor auditivo de inserção
de conservação e funcionamento, nas para proteção do sistema auditivo
seguintes circunstâncias: contra níveis de pressão sonora su-
periores ao estabelecido na NR-15,
Anexos nº 1 e 2
a) sempre que as medidas de ordem c) protetor auditivo semi-auricular
geral não ofereçam completa prote- para proteção do sistema auditivo
ção contra os riscos de acidentes do contra níveis de pressão sonora supe-
trabalho ou de doenças profissionais e riores ao estabelecido na NR-15, Ane-
do trabalho; xos nº 1 e 2.
b) enquanto as medidas de proteção
coletiva estiverem sendo implantadas D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓ-
RIA
c) para atender a situações de emer-
gência.”
D.1 - Respirador purificador de ar não
motorizado:
ANEXO I a) peça semifacial filtrante (PFF1) para
proteção das vias respiratórias contra
LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTE- poeiras e névoas;
ÇÃO INDIVIDUAL b) peça semifacial filtrante (PFF2) para
(Alterado pela Portaria SIT nº 194, de 7 proteção das vias respiratórias contra
de dezembro de 2010) poeiras, névoas e fumos;
328
AMPA - IMAmt 2018

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPE- proteção do usuário contra riscos de queda no
RIORES posicionamento em trabalhos em altura.”

F.1 - Luvas 2.6.2 Capacitação


a) luvas para proteção das mãos contra agentes
abrasivos e escoriantes NR 11 - TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMA-
b) luvas para proteção das mãos contra agentes ZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS
cortantes e perfurantes
c) luvas para proteção das mãos contra choques “11.1.5. Nos equipamentos de transporte, com
elétricos força motriz própria, o operador deverá receber
f ) luvas para proteção das mãos contra agentes treinamento específico, dado pela empresa, que
químicos o habilitará nessa função.”
g) luvas para proteção das mãos contra vibrações
F.2 - Creme protetor NR 12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUI-
a) creme protetor de segurança para proteção NAS E EQUIPAMENTOS
dos membros superiores contra agentes quí-
micos “12.135. A operação, manutenção, inspeção e de-
F.3 - Manga mais intervenções em máquinas e equipamentos
a) manga para proteção do braço e do antebraço devem ser realizadas por trabalhadores habili-
contra choques elétricos tados, qualificados, capacitados ou autorizados
b) manga para proteção do braço e do antebraço para este fim.”
contra agentes abrasivos e escoriantes
“12.136. Os trabalhadores envolvidos na opera-
G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFE- ção, manutenção, inspeção e demais interven-
RIORES ções em máquinas e equipamentos devem rece-
ber capacitação providenciada pelo empregador
G.1 - Calçado e compatível com suas funções, que aborde os
a) calçado para proteção contra impactos de riscos a que estão expostos e as medidas de pro-
quedas de objetos sobre os artelhos; teção existentes e necessárias, nos termos desta
e) calçado para proteção dos pés contra agentes Norma, para a prevenção de acidentes e doen-
cortantes e perfurantes; ças.”

I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM “12.147.1. O curso de capacitação deve ser espe-
DIFERENÇA DE NÍVEL cífico para o tipo máquina em que o operador irá
exercer suas funções e atender ao seguinte con-
(Alterado pela Portaria SIT nº 292, de 8 de dezembro teúdo programático:
de 2011)
a) histórico da regulamentação de segurança so-
I.1 - CINTURAO DE SEGURANÇA COM DISPOSI- bre a máquina especificada
TIVO TRAVA-QUEDA
a) cinturão de segurança com dispositivo trava- b) descrição e funcionamento
-queda para proteção do usuário contra quedas c) riscos na operação
em operações com movimentação vertical ou
d) principais áreas de perigo
horizontal.
e) medidas e dispositivos de segurança para evi-
I.2 - CINTURÃO DE SEGURANÇA COM TALA- tar acidentes
BARTE f ) proteções - portas, e distâncias de segurança
a) cinturão de segurança COM TALABARTE para
proteção do usuário contra riscos de queda em g) exigências mínimas de segurança previstas
trabalhos em altura nesta Norma e na NR 10
b) cinturão de segurança COM TALABARTE para h) medidas de segurança para injetoras elétricas
329
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

e hidráulicas de comando manual operar, o qual deverá ser supervisio-


i) demonstração prática dos perigos e nado, documentado e ter duração mí-
dispositivos de segurança.” nima de:
a) caldeiras da categoria A: 80 (oitenta)
horas
NR 13 - CALDEIRAS E VASOS DE PRES- b) caldeiras da categoria B: 60 (sessen-
SÃO ta) horas
c) caldeiras da categoria C: 40 (quaren-
“13.3.4. Toda caldeira a vapor deve es- ta) horas.”
tar obrigatoriamente sob operação e
controle de operador de caldeira, sen- “13.3.11 A reciclagem de operadores
do que o não atendimento a esta exi- deve ser permanente, por meio de
gência caracteriza condição de risco constantes informações das condições
grave e iminente.” físicas e operacionais dos equipamen-
tos, atualização técnica, informações
“13.3.5. Para efeito desta NR será con- de segurança, participação em cursos,
siderado operador de caldeira aquele palestras e eventos pertinentes.”
que satisfizer pelo menos uma das se-
guintes condições: 2.7 Equipamento de proteção coletiva
a) possuir certificado de ‘Treinamento O Equipamento de Proteção Coleti-
de Segurança na Operação de Caldei- va (EPC) é todo dispositivo ou sistema
ras’ e comprovação de estágio (b) prá- de âmbito coletivo destinado à preser-
tico conforme subitem 13.3.11 vação da integridade física e da saúde
b) possuir certificado de “Treinamento dos trabalhadores, assim como a de
de Segurança na Operação de Caldei- terceiros. Os EPCs são equipamentos
ras” previsto na NR 13 aprovada pela que devem ser instalados e sinaliza-
Portaria 02, de 08/05/84 dos, conforme determina a legislação
c) possuir comprovação de pelo me- pertinente (Corpo de Bombeiros), bem
nos 03 (três) anos de experiência nes- como deve ser de conhecimento de
sa atividade, até 08 de maio de 1984.” todos os trabalhadores sua operação
e localização dentro da algodoeira.
“13.3.6 O pré-requisito mínimo para O empregador dever oferecer trei-
participação como aluno, no ‘Treina- namentos para utilização dos EPCs,
mento de Segurança na Operação de quando for o caso.
Caldeiras’ é o atestado de conclusão
do 1º grau.” NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊN-
DIOS
“13.3.7 O ‘Treinamento de Segurança
na Operação de Caldeiras’ deve, obri- “23.1 Todos os empregadores devem
gatoriamente: adotar medidas de prevenção de incên-
a) ser supervisionado tecnicamente dios, em conformidade com a legislação
por ‘Profissional Habilitado’ citado no estadual e as normas técnicas aplicáveis.”
subitem 13.1.2
b) ser ministrado por profissionais ca- “23.1.1 O empregador deve providen-
pacitados para esse fim ciar para todos os trabalhadores infor-
c) obedecer, no mínimo, ao currículo mações sobre:
proposto no Anexo I-A desta NR.” a) utilização dos equipamentos de
combate ao incêndio;
“13.3.9. Todo operador de caldeira b) procedimentos para evacuação dos
deve cumprir um estágio prático, na locais de trabalho com segurança;
operação da própria caldeira que irá c) dispositivos de alarme existentes.”
330
AMPA - IMAmt 2018

São considerados EPCs:


• Rede de hidrantes e mangotinhos
• Extintores de incêndio
• Proteções de partes móveis das máquinas
• Sinalização de piso com demarcação de acesso restrito
• Sinalização de segurança
• Ventilação dos locais de trabalho
• Exaustores
• Sensores de máquinas
• Corrimão
• Fitas antiderrapantes nos degraus de escadas
• Ventiladores
• Iluminação
• Piso antiderrapante
• Guarda-corpos
• Sirene de alarme de incêndio
• Chuveiro e lava-olhos de emergência. n

LITERATURA CONSULTADA

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Causas de incêndio. Disponível em <http://zonaderisco.blogspot.com.br/2009/06/descobrindo-as-


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NR6, NR7, NR9, NR11, NR12, NR13, NR14, NR15, NR17, NR23, NR26, NR31, NR33, NR35. Disponível
em< http://www.mtps.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamenta-
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331
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

SEITO, A.I. et al. A segurança contra incêndio no Brasil. Ed. Projeto: São Paulo,
2008. 496 p.

Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n° 19/2015, Sistema de Proteção por


Hidrantes e Mangotinhos, Corwpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato
Grosso. Disponível em <http://www.sesp.mt.gov.br/bombeiros.php?IDCatego-
ria=3331> Acessado em 03/05/2016.

Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n° 44/2016, Unidades de Armazena-


mento e Beneficiamento de Produtos Agrícolas e Insumos, Corpo de Bombeiros
Militar do Estado de Mato Grosso. Disponível em < http://www.sesp.mt.gov.br/
bombeiros.php?IDCategoria=3331> acessado em 03/05/2016.

N851 NR-13: Manual técnico de caldeiras e vasos de pressão. – Edição comemo-


rativa 10 anos da NR-13. Disponível em
<http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BCB2790012BD52933F650E5/
ManualTecnicoCaldeiras_2006.pdf > Acessado em 03/05/2016.

INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 02/2011, Conceitos básicos de segurança contra incên-


dio, SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO Corpo de Bombeiros. Disponível em < http://
www.corpodebombeiros.sp.gov.br/internetcb/Downloads/IT-02-2015_Concei-
tos_basicos_de_seguranca_contra_incendio.pdf> acessado em 03/05/2016.

332
AMPA - IMAmt 2018

333
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

A sustentabilidade na cotonicultura
brasileira : programa de certificação
ABR e sistema de licenciamento BCI
Félix
BALANIUC 1. Certificação Algodão de sua fundação, destaca-se como
IAS Socialmente Correto (2007) - demanda dos produtores a criação
Origem da certificação ABR do Programa de Certificação Algo-
dão Socialmente Correto, em 2007,
O incremento do plantio de algo- em parceria com a empresa certifica-
dão no cerrado a partir da década dora ABNT (Associação Brasileira de
de 1990, em especial em Mato Gros- Normas Técnicas), que foi adotado
so, a produção em nível empresa- pela Abrapa em 2009 e estendido às
rial, tecnificada e de larga escala, e a demais associações estaduais, sob o
preocupação com o futuro de seus nome de Programa de Certificação
empreendimentos agrícolas levaram Socioambiental (Psoal).
naturalmente o produtor mato-gros- Os dois programas, Algodão Social-
sense a unir seus esforços e a criar a mente Correto do IAS e Psoal, foram
Associação Mato-grossense de Pro- unificados em 2012 em regra única
dutores de Algodão (Ampa), em 1997. de certificação, dando origem ao Pro-
Essa iniciativa motivou, posteriormen- grama Algodão Brasileiro Responsá-
te, a criação de outras associações es- vel (ABR).
taduais e da Associação Brasileira de
Produtores de Algodão (Abrapa). 2. Programa de certificação ABR
Destacado por seu elevado nível de
gestão empresarial, sempre conecta- O programa ABR foi criado em
do ao mundo das commodities e das 2012, com a fusão dos protocolos dos
inovações tecnológicas, o cotonicul- programas de certificação de susten-
tor mato-grossense logo descobriu tabilidade IAS e Psoal, sob a coorde-
as vantagens em adotar práticas sus- nação da Abrapa, e representa a união
tentáveis na produção agrícola como dos produtores das associações esta-
forma de assegurar o futuro de seus duais, com intuito de consolidar, para
empreendimentos rurais e sua per- o mercado comprador e consumidor,
manência no mercado. a imagem do algodão sustentável
Nesse viés, em 2005, os produtores produzido no Brasil. O programa ABR
associados à Ampa começaram a é financiado com recursos do Institu-
abordar a questão da sustentabili- to Brasileiro do Algodão (IBA).
dade e decidiram, de forma pioneira Seus critérios, já adotados nos
e arrojada, criar o Instituto Algodão programas que o antecederam, en-
Social (IAS), com objetivo de estrutu- globam os três pilares do desenvol-
rar um programa de orientação aos vimento sustentável — social, am-
produtores, não apenas para cumprir biental e econômico — e têm como
a legislação ambiental e trabalhista escopo produzir o algodão de forma
de segurança e saúde do trabalho, socialmente justa, ambientalmente
mas também para incluir a prática de correta e economicamente viável.
ações sociais e ambientais na gestão O programa ABR buscou unifor-
das fazendas. mizar os processos de certificação e
Entre as várias iniciativas sociais pla- teve como objetivo principal disse-
nejadas e executadas pelo IAS des- minar entre os associados os pilares

334
AMPA - IMAmt 2018

da sustentabilidade, promovendo o emprego A certificação e o selo de conformidade ABR


progressivo das boas práticas sociais, ambientais têm como objetivo informar ao mercado com-
e agroeconômicas, com a finalidade de cons- prador e consumidor que a matéria-prima algo-
truir uma boa imagem para o algodão brasileiro, dão foi produzida em respeito à legislação tra-
elevar a gestão sustentável das fazendas produ- balhista e de segurança e saúde do trabalho e às
toras, bem como o nível de competitividade do normas ambientais.
algodão no mercado e, assim, conquistar novos As certificadoras que executam o ABR são
espaços perante o novo nicho do mercado do al- credenciadas pela Abrapa e devem estar devida-
godão sustentável. mente credenciadas no Inmetro e em organismos
A implantação do ABR nas fazendas resultou internacionais de acreditação de certificação, as
em organização da base produtiva, melhoria na quais, após a auditoria de campo, emitem os cer-
gestão das unidades produtoras, produção de tificados de conformidade e autorizam a emissão
um algodão diferenciado e reconhecido pelo dos selos ABR, que são adesivados aos fardos.
mercado comprador e comprometimento do As auditorias são realizadas nas fazendas por
produtor com a preservação dos recursos natu- auditores que utilizam um checklist de verifica-
rais e proteção ao meio ambiente. ção de conformidade, que contém itens especí-
O programa ABR já se encontra implantado ficos para atender aos princípios internacionais
pelas associações estaduais em sete estados: de certificação sustentável, cujos critérios são:
Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Gros- regularidade do contrato de trabalho, proibição
so do Sul, Minas Gerais, Piauí e Tocantins. de trabalho infantil e de trabalho análogo ao es-
Ao aderir à certificação ABR, o produtor deve cravo, liberdade sindical, não discriminação de
assinar um termo de adesão voluntária ao pro- pessoas, segurança e saúde no trabalho, boas
grama e participar da primeira etapa do proces- práticas agrícolas e desempenho ambiental.
so, denominada Diagnóstico Inicial, na qual os A adesão ao programa ABR contribui para a
técnicos verificam a conformidade das práticas consolidação da boa imagem do algodão brasi-
da fazenda em relações trabalhistas, de seguran- leiro no mercado. O Brasil encontra-se entre os
ça e saúde do trabalho e ambientais. cinco maiores exportadores do mercado mundial
Sendo encontradas não conformidades, ela- da pluma, e Mato Grosso, como maior produtor
bora-se o Plano de Correção de Não Conformida- brasileiro de algodão, responde por aproximada-
des (PCNC), e estas deverão ser adequadas antes mente 60% das exportações nacionais.
da contratação da empresa certificadora. Em Mato Grosso, a transição da certificação Al-
Segundo o regulamento ABR, para que a fa- godão Socialmente Correto para o programa ABR
zenda possa obter a certificação deverá alcançar, deu-se de forma tranquila, pois a maioria das fa-
na primeira safra, o índice de 85% de conformi- zendas já se encontrava certificada desde 2007.
dade em todos os critérios, sendo excluída au- Os números do relatório abaixo, referentes às
tomaticamente do programa na hipótese de ser adesões ao ABR em Mato Grosso nas últimas safras,
constatada a prática de trabalho infantil ou aná- evidenciam o comprometimento dos produtores
logo ao escravo. com as práticas sustentáveis em suas fazendas:

Safra Safra Safra


Ações
2014-2015 2015-2016 2016-2017

Adesão ao ABR (Fazendas) 192 187 174


Adesão ao ABR (Áreas) 98 168 165
Auditorias de Certificação 175 180 55
Diagnóstico Inicial 17 7 11
Fazendas Certificadas Abr + Bci 188 162 153

335
MANUAL DE QUALIDADE DA FIBRA

3. Sistema BCI loto, começou a ser implantado pelo


IAS nas fazendas de Mato Grosso na
Um grande grupo de empresas e safra 2011/2012. Foram verificadas e
magazines, associações de produto- licenciadas quatro fazendas na pri-
res, beneficiadoras e organizações meira safra e 45 na safra seguinte.
não governamentais estabeleceu, A produção Better Cotton encon-
em 2005, em uma parceira global e tra-se em plena evolução nos esta-
desenvolveu o sistema Better Cotton dos de Bahia, Goiás, Maranhão, Mato
Initiative (BCI - Iniciativa por um Algo- Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
dão Melhor) para a produção global Gerais, Piauí e Tocantins.
de uma nova categoria de algodão O sistema BCI, por meio dos agen-
denominado algodão Better Cotton. tes que atuam na comercialização
O sistema BCI, cuja administração do algodão, permite que a oferta do
executiva tem sede em Genebra, na algodão Better Cotton seja correspon-
Suíça, opera como uma organização dida pela demanda global crescente
sem fins lucrativos e tem por objeti- de um algodão sustentável.
vo orientar e incentivar a produção A licença de comercialização BCI
de um algodão global, que deve ge- passou a ser um diferencial para o
rar bons resultados econômicos para algodão brasileiro; o Brasil é o maior
quem produz, para garantir o futuro parceiro e fornecedor de algodão
da cotonicultura e contribuir com o Better Cotton desde a implantação do
desenvolvimento social e para a con- sistema BCI, em 2010.
servação do meio ambiente.
Os princípios do sistema BCI vi- 4. Benchmarking ABR e BCI - Unifi-
sam, entre outros objetivos, que a cação dos programas
produção do algodão Better Cotton
promova relações justas de trabalho, Considerando o padrão comum
reduza o impacto do uso da água e de desempenho, a similaridade dos
defensivos na saúde humana e meio protocolos, a otimização de custos
ambiente, promova boas práticas e os interesses comuns na produção
para a conservação do solo e pro- de um algodão sustentável, a Abra-
teção da biodiversidade, preserve pa e representantes da BCI celebra-
a qualidade da fibra e proporcione ram em 2013 um acordo resultante
o aumento da lucratividade para os do benchmarking executado entre
produtores, por meio da troca de co- os dois programas, o que permitiu
nhecimento. ao produtor brasileiro obter por li-
Segundo o BCI e estimativas do vre opção, em processo único, a
setor, aproximadamente oitenta paí- certificação ABR e a licença de co-
ses produzem algodão em escala mercialização BCI, a partir da safra
comercial e a cadeia produtiva do 2013/2014.
algodão é representada por 100 mi- Essa parceria fortalece a cadeia
lhões de produtores no mundo todo nacional da cotonicultura, agrega
(sendo 90% em pequenas proprie- nichos de mercado e garante novas
dades de agricultura familiar) e por possibilidades comerciais aos coto-
milhares no Brasil. A Abrapa aderiu à nicultores, levando ao mercado com-
implantação do sistema BCI no Brasil, prador o selo ABR com a licença de
e o IAS, como braço social da Ampa, comercialização BCI. O benchmarking
tornou-se responsável pela introdu- dá visibilidade internacional e credi-
ção do BCI em Mato Grosso. bilidade à certificação Algodão Brasi-
O BCI, mediante um programa-pi- leiro Responsável e cria um novo ni-

336
AMPA - IMAmt 2018

cho de acesso ao mercado mundial do algodão tão competitivo, é preciso buscar formas de di-
sustentável brasileiro. ferenciar nossos produtos”, comenta Evandro
Representa também uma visão de futuro da Antônio Mariano, gerente de uma das fazendas
cotonicultura brasileira, considerando que a certificadas e licenciadas, a respeito da mudan-
meta do BCI é alcançar 30% do mercado mun- ça no processo de certificação.
dial com algodão Better Cotton até 2020. O Brasil é o líder mundial na produção de al-
Segundo o produtor Gilson Pinesso, presi- godão Better Cotton, exportando 60% de todo o
dente da Abrapa à época da realização do ben- algodão BCI comercializado pelas trades.
chmarking: “O Brasil já é o maior produtor de Os números abaixo são referentes à produ-
algodão BCI no mundo e, com essa harmoni- ção do algodão sustentável após a unificação
zação dos protocolos, a tendência é termos um dos programas ABR e BCI; são representativos
crescimento ainda maior. Isso demonstra o van- e confirmam o sucesso dessa parceria que con-
guardismo dos cotonicultores brasileiros e sua tribui, de forma decisiva, para a consolidação
preocupação com a sustentabilidade”. da boa imagem do nosso algodão no mercado
“Passamos a ser vistos com outros olhos por comprador e consumidor, agrega valor pela cer-
nossos clientes e também pelos representan- tificação de sustentabilidade e assegura o futu-
tes dos órgãos fiscalizadores. Em um mercado ro da cotonicultura brasileira. n

Fazendas certificadas ABR / licenciadas BCI

FAZENDAS CERTIFICADAS ABR


FAZENDAS CERTIFICADAS ABR/BCI
(Não optaram pelo BCI)
ESTADO
2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17

BAHIA 26 31 38 46 7 5 2 2
GOIÁS 15 18 18 15 1 0 0 7
MARANHÃO 2 2 2 2 0 0 0 0
MATO GROSSO 151 145 127 122 37 26 32 35
MATO GROSSO DO SUL 4 3 0 10 0 0 0 0
MINAS GERAIS 1 10 7 10 0 0 0 0
PIAUI 0 6 2 2 0 0 0 0

Total 209 215 194 207 45 31 34 44

Fonte: http://www.abrapa.com.br/sustentabilidadeciadas BCI

O gerente de parceria da BCI, o britânico Corin Wood-Jones, que percorreu várias fazendas licenciadas
BCI em Mato Grosso na safra 2014/2015 para conhecer o sistema produtivo e para aproximar BCI e produ-
tores, comentou: “A função do BCI é desafiar os produtores de algodão a serem melhores, e os agricultores
do Brasil (e de Mato Grosso) podem desafiar a BCI a ser melhor”. Finalizando, Wood-Jones afirmou: “Nossa
meta é que o algodão BCI seja a commodity mais importante do mercado em 2020”.

337
MANUAL
MANUAL DE
DE QUALIDADE
QUALIDADE DA
DA FIBRA
FIBRA

Informações sobre os autores do


Manual de Qualidade de Fibra da Ampa

PARTE 1. O PROGRAMA DE QUALIDADE DE FIBRA DE ALGODÃO NO ESTA-


DO DE MATO GROSSO

Sérgio Gonçalves Dutra


Dutra Projetos Ltda; sgdutra.sc@gmail.com; São Carlos-SP
Graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de Brasília (1990),
mestrado em Produção Vegetal, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Quei-
roz - USP (2001) e doutorado em Agronomia pelo Programa de Energia na Agri-
cultura, da FCA / UNESP de Botucatu (2013). Atua como consultor técnico na área
de gerenciamento e execução de projetos no segmento agropecuário. Tem ex-
periência na área de Produção Vegetal, Políticas Públicas em Agricultura e Meio
Ambiente e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Sistemas de Produção no
Bioma Cerrado. Atua junto ao Programa de Qualidade de Fibra de Algodão, da
AMPA/IMAmt, desde 2012.

PARTE 2. A FIBRA DE ALGODÃO

Capítulo 2.1- A fibra de algodão: origem, estrutura, composição e caracte-


rização

Bruno Bachelier
Cirad; bruno.bachelier@cirad.fr; Montpellier, França
Formado em genética e melhoramento das plantas na Universidade Paris-Or-
say, desde 1985 é pesquisador do Centre de Coopération Internationale en Re-
cherche Agronomique pour le Développement (Cirad), organismo de pesquisa
agronômica e de cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável
das regiões tropicais e mediterrâneas. Trabalhou 13 anos na África Central como
melhorista e especialista da fibra de algodão e realizou, durante o seu douto-
rado, pesquisas sobre a melhoria dos produtos dessa planta. Suas experiências
profissionais o levaram a colaborar com parceiros europeus, africanos, asiáticos,
americanos, em particular no Brasil, na área de beneficiamento do algodão. Co-
-obtentor de diversas variedades de algodão e co-autor de diversas publicações
científicas, coordenou a edição de um Manual de Qualidade para as cadeias algo-
doeiras da África Central e do Oeste. Recentemente, realizou um estudo sobre a
situação da pesquisa algodoeira na África. Atualmente, é diretor adjunto da uni-
dade de pesquisa Aïda, representante da cadeia algodoeira no Cirad e membro
do painel SEEP do ICAC, tratando do impacto social, ambiental e econômico do
algodão.

Jean-Paul Gourlot
Cirad; jean-paul.gourlot@cirad.fr; Montpellier, França
Graduação em Engenharia Têxtil pela Universidade de Mulhouse, especializado
na transformação da fibra de algodão. Realizou um PhD sobre viés na caracteri-
zação das fibras e uma HDR sobre métodos de caracterização das fibras e seu uso

338
AMPA
AMPA -- IMAmt
IMAmt 2018
2018

na cadeia algodoeira, com aplicações desde em programas de melhoramento genético até na indústria
têxtil, incluindo o estudo das interações com as condições de produção da fibra a campo. Já foi diretor
do Laboratório de Tecnologia Algodão do Centre de Coopération Internationale en Recherche Agrono-
mique pour le Développement (Cirad) na França. Desde os anos 90, Jean-Paul Gourlot participa de vários
grupos nacionais e internacionais para a calibração/padronização de diversas características da fibra,
como ICAC-CSITC e ITMF-ICCTM.

Capítulo 2.2 - Classificação do algodão em pluma

Jorge José de Lima


J.G. Cursos de Classificação de Algodão em Pluma e Têxtil LTDA ME; jorgealgodão@gmail.com; Rio de
Janeiro-RJ
Pós-graduação em Gestão pela Qualidade Total, licenciado em Matemática, técnico têxtil e instrutor de
classificação de algodão em pluma credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to (Mapa). Tem 12 anos de experiência nas áreas de produção e controle da qualidade em indústrias
têxteis. Foi professor do Senai CETIQT nos cursos técnicos e engenharia têxtil (1988 – 2016). Atuou na
função de classificador de algodão em pluma na parceria Senai CETIQT/Master Inspect no período de
1999 a 2002. Tem 30 anos de experiência nas áreas de classificação de algodão e controle da qualidade
em indústrias têxteis e da cadeia do algodão. Atua na função de instrutor e classificador de algodão em
pluma, auditor e assistente técnico para empresas do setor têxtil e da cadeia do algodão. Atuou como
auditor técnico para credenciamento e renovação de credenciamento de alguns laboratórios junto ao
Mapa. Formou 13 turmas de classificador de algodão em pluma entre 2005 e 2014 nas seguintes Insti-
tuições: FBET, Amipa/Minas Cotton e Unicotton, em parceria com o Senai CETIQT e o Mapa. Conselheiro
do Crea-RJ no triênio 2010-2012. Professor contratado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) na disciplina de Controle de Materiais Têxteis V do curso de Engenharia de Produção (1998/2000).
Autor de publicações de instituições como Senai CETIQT, Abrapa e IMAmt sobre a cadeia do algodão e
indústria têxtil. Participou na reestruturação da Instrução Normativa n° 63 de 5 de dezembro de 2002
do Mapa, que foi revogada pela Instrução Normativa nº 24, de 14 de julho de 2016, que estabelece o
Regulamento Técnico do Algodão em Pluma e entrou em vigência em 1º de março de 2017. É professor
de matemática do município do Rio de Janeiro e sócio minoritário da J.G. J.G. Cursos de Classificação de
Algodão em Pluma e Têxtil LTDA ME.

Capítulo 2.3 - Os laboratórios de classificação HVI no Brasil

Edson Tetsuji Mizoguchi


Abrapa; edson@abrapa.com.br; Brasília-DF
Técnico têxtil, classificador de algodão credenciado pelo Mapa, graduado em Física, com especialização
em Gestão de Negócios, Logística, e Estatística Aplicada. Tem experiência em gerenciamento de fiação
de algodão, laboratório de análise têxtil, engenharia de processos e implantação de sistema de gestão da
qualidade NBR ISO9001 e NBR ISO/IEC 17025. Foi professor universitário nas disciplinas de Controle de
Qualidade Têxtil I e II na Universidade Estadual de Maringá (UEM-PR). Atualmente é gestor do Programa
de Qualidade SBRHVI da Abrapa no Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA).

Vanessa Bellote
Santista WorkSolution S/A; vanessa.bellote@santistasa.com.br; Americana-SP
Possui graduação em Tecnologia Têxtil pela Unesp, Fatec Americana (2004) e Engenharia de Produção
pela Anhanguera Educacional (2010). É pós-graduada em Gestão da Produção pela Universidade Fe-
deral de São Carlos (UFSCar, 2006) e MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV, 2017). Tem vasta expe-
riência na área industrial de fiação de algodão e atualmente é gerente de Controle de Qualidade do
Algodão na Santista WorkSolution S/A.

339
MANUAL
MANUAL DE
DE QUALIDADE
QUALIDADE DA
DA FIBRA
FIBRA

Capítulo 2.4 - A qualidade da fibra do algodão de Mato Grosso

Jean-Louis Belot
IMAmt; jeanbelot@imamt.com.br; Primavera do Leste-MT
Engenheiro agrônomo, mestre e doutor-engenheiro em Agronomia pela ENSA
Montpellier, França. Atuou como melhorista de algodão no Centre de Coopéra-
tion Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (Cirad) de
1984 até 2008, com experiência na África e na América Latina. Foi coordenador da
equipe de pesquisa sobre algodão do Cirad no Cone Sul Americano, do Programa
Algodão da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec) e da unidade de
pesquisa UR10 do Cirad. Foi responsável pelo comité científico do 9o Congresso
Brasileiro do Algodão, em Brasília, em 2013, e editor técnico de diversas publica-
ções do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt). Atualmente, é coordena-
dor do programa de melhoramento algodão do IMAmt e coordenador técnico do
Programa de Qualidade de Fibra de Algodão.

PARTE 3. A INDÚSTRIA TÊXTIL E A QUALIDADE DA FIBRA

Capítulo 3.1 - Indústria têxtil, mercado mundial e qualidade de fibra para o


futuro

Jean-Louis Belot (cf. 2.4)

Capítulo 3.2 - A indústria têxtil e a qualidade da fibra de algodão

Jorge José de Lima (cf. 2.2)

PARTE 4. PRODUZIR UMA FIBRA DE QUALIDADE

Capítulo 4.1 - Escolha da variedade para produção de uma fibra de qualidade

Jean-Louis Belot (cf. 2.4)

Patricia Maria Coury de Andrade Vilela


IMAmt; patriciavilela@imamt.com.br; Rondonópolis-MT
Engenheira agrônoma pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e mestre
em Agricultura Tropical pela mesma universidade, na linha de pesquisa em Micro-
biologia do Solo. Trabalhou no programa de melhoramento algodão da Coopera-
tiva Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec) até 2007 e, depois, no IMAmt, como
coordenadora do projeto de supressão do bicudo-do-algodoeiro. Atualmente, é
coordenadora do programa de melhoramento algodão no Instituto Mato-Gros-
sense do Algodão (IMAmt) em Primavera do Leste-MT, do projeto de publicações
e vídeos informativos e encarregada dos orçamentos dos projetos de pesquisa do
IMAmt.

340
AMPA
AMPA -- IMAmt
IMAmt 2018
2018

Capítulo 4.2 - Desenvolvimento da planta e qualidade da fibra

Fábio Rafael Echer


Unoeste; fabioecher@unoeste.br; Presidente Prudente-SP
Engenheiro Agrônomo (Unemat, Tangará da Serra 2006), mestre em Agronomia (Unoeste, 2008), doutor
em Agronomia (FCA/Unesp Botucatu, 2012) com estágio de doutoramento na Universidade do Arkan-
sas (2011-2012) e pós-doutor pela Unesp (2017). Especialista em Fisiologia do Algodão, atualmente é
professor na Unoeste, em Presidente Prudente-SP, nos cursos de graduação, mestrado e doutorado em
Agronomia.

Ciro A. Rosolem
Unesp; rosolem@fca.unesp.br; Botucatu-SP
Graduado em Agronomia em 1973, mestre em Agronomia - Solos e Nutrição de Plantas em 1978 e dou-
tor em Agronomia - Solos e Nutrição de Plantas em 1979 pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Cientista visitante da Universidade da Califórnia,
Davis, em 1984/85. Foi fundador, diretor e diretor-presidente da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrí-
colas e Florestais. Foi diretor do Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) e coordenador da área de ciências agrárias da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) de 1995 a 2007. Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo e é membro do International Plant Nutrition Council e vice-presidente do CCAS (Con-
selho Científico Agro Sustentável). Tem experiência na área de agricultura, com ênfase em fertilidade
do solo, adubação, fisiologia aplicada, crescimento radicular, sistemas de produção agrícola, rotação de
culturas e ciclagem de nutrientes, atuando principalmente nas culturas do algodão, soja, plantas de co-
bertura e integração lavoura-pecuária. Atualmente, é professor titular do Departamento de Produção e
Melhoramento Vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, em Botucatu-SP.

Juan Piero A. Raphael


Unesp; juanpiero1@gmail.com; Botucatu-SP
Engenheiro agrônomo, mestre em Agronomia pelo programa de Agricultura da Faculdade de Ciências
Agronômicas (FCA) da Unesp, em Botucatu. Atua em pesquisas na área de ecofisiologia do algodoeiro
e sistemas de produção. Atualmente, cursa doutorado pelo mesmo programa, conduzindo estudos de
avaliação de respostas do algodoeiro à adubação nitrogenada em condições restritivas de luz.

Capítulo 4.3 - Colheita, armazenamento, transporte e qualidade de fibra

Renildo Luiz Mion


UFMT; renildomion@gmail.com; Rondonópolis- MT
Graduação em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras (UFLA, 1998), mestrado em En-
genharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (UFV, 1999), doutorado em Agronomia - Ener-
gia na Agricultura pela Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, em Botucatu-SP (2002) e
pós-doutorado pela Texas Tech University, em Lubbock-TX (2016). Atualmente, é professor associado na
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis.

Jean- Louis Belot (cf. 2.4)

341
MANUAL
MANUAL DE
DE QUALIDADE
QUALIDADE DA
DA FIBRA
FIBRA

Capítulo 4.4 - Preservar a qualidade da fibra no beneficiamento

Jean-Luc Chanselme
Cotimes do Brasil; jean@cotimesdobrasil.com.br; Cascavel-PR
Mestre pela Universidade de Paris XI, especialista em Manejo e Tecnologia do Be-
neficiamento do Algodão pela Mississippi State University (Estados Unidos). Admi-
nistrador e diretor técnico da empresa de consultoria em tecnologia do algodão
Cotimes do Brasil.

Capítulo 4.5 - A mini-usina e escola de beneficiamento de algodão do IMAmt

Rodrigo Sperotto
IMAmt; rodrigosperotto@imamt.com.br ; Rondonópolis-MT
Coordenador da Escola de Beneficiamento do Instituto Mato-Grossense do Algo-
dão (IMAmt) no CTA de Rondonópolis-MT.

PARTE 5. PRODUZIR COM QUALIDADE

Capítulo 5.1- Segurança nos processos de produção de fibra

Amandio Pires Jr.


IMAmt; amandiopires@imamt.com.br; Cuiabá- MT
Graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT, 1987), com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho (UNIC,
2009), Bombeiro Civil Mestre (Máxima Treinamentos, 2015). Agrônomo com atuação
em propriedade com produção agrícola e bovinocultura, tem experiência na elabo-
ração e implantação de projetos técnicos agropecuários. Assessor estadual do Pro-
jeto Novas Fronteiras da Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável (PNFC).
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD BRA 97/015). Agrôno-
mo contratado pelo Fundo de Apoio da Cultura do Algodão (FACUAL), à disposição
da Delegacia Federal de Agricultura em Mato Grosso (DFA/MT), prestando serviços
junto ao Setor de Sanidade Vegetal (SSV). Agrônomo contratado pelo Instituto de
Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA-MT), junto à sua Coordena-
doria de Defesa Vegetal (CDSV). É membro da Comissão Estadual do Plano Nacional
de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Acidentes Ambientais com Produtos
Químicos Perigosos (P2R2), representando o Instituto de Defesa Agropecuária do Es-
tado de Mato Grosso (INDEA-MT). Atua como perito e assistente técnico em perícias
trabalhistas do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MT) desde 2009. É coordenador
de Segurança do Trabalho no Instituto Mato-grossense de Algodão (IMAmt) junto ao
projeto Qualidade de Fibra do Algodão de Mato Grosso.

Sérgio Gonçalves Dutra (cf. 1)

Capítulo 5.2- A sustentabilidade na cotonicultura brasileira: programa de


certificação ABR e sistema de licenciamento BCI

Félix Balaniuc
IAS; advbalaniuc@hotmail.com; Cuiabá- MT
Advogado, diretor-executivo do Instituto Algodão Social (IAS)
342
AMPA
AMPA -- IMAmt
IMAmt 2018
2018

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