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BIOSSEGURANÇA

Riscos químicos

Os riscos químicos estão condicionados principalmente à manipulação de produtos que possam causar danos
à saúde. São consideradas agentes de riscos químicos as substâncias que possam adentrar no organismo do
trabalhador de várias maneiras, tais como: pelas vias respiratórias, pela alta exposição e até mesmo pela
ingestão de alguma substância.
Os danos causados pela alta exposição aos riscos químicos vão desde a irritação na pele e olhos até
queimaduras. No entanto, também podem ter maior gravidade aqueles causados por incêndio ou explosão.
Esses danos podem advir de exposição de curta ou longa duração, na maioria das vezes, através do contato
com elementos químicos tóxicos através da pele e dos olhos, bem como a inalação de seus vapores. Isso
pode resultar em doenças respiratórias crônicas, doenças do sistema nervoso, rins e fígado, e até mesmo
alguns tipos de câncer.

Riscos físicos

Os riscos físicos estão ligados a ambientes que representam alguma forma que possa prejudicar a saúde do
funcionário, tais como: ruído, baixa e alta temperatura, vibração e outros.
Diferente dos riscos químicos e biológicos, que contaminam o trabalhador após ter o contato, o risco físico
normalmente é o agente causador do acidente.
Algumas formas de riscos físicos
 Alta temperatura: geralmente esse tipo de risco está relacionado com serviços desenvolvidos a céu
aberto onde há incidência direta do sol e também com ambientes de extração de minério e siderúrgica;
 Baixa temperatura: os trabalhos com carga congelada em câmara frigorífica e em funções a céu
aberto em regiões que apresentam baixas temperaturas podem levar a esse tipo de risco, além de locais
que sejam armazenados produtos congelados;
 Radiação ionizante: esse tipo de radiação é capaz de ionizar os átomos do corpo do trabalhador, que
acaba recebendo cargas positivas ou negativas, ou seja, perde ou ganha elétrons. Quando esse tipo de
fenômeno ocorre em tecidos vivos, é capaz de alterar o funcionamento das células e gerar diversas
doenças. Esse tipo de risco existe na indústria de transformação como mineração ou exploração de
petróleo e gás;
 Umidade: esse tipo de situação pode colaborar com deslize de materiais, problemas respiratórios e
com o estado da pele do trabalhador. A umidade está presente normalmente em canteiros de obras ou
em ambientes alagados, além de locais onde se lavam carros e outros materiais. As maiores causas de
acidentes são trabalhadores que escorregam devido à umidade no local;
 Vibração: equipamentos que causem oscilações ao corpo humano podem acarretar diversos problemas
ao trabalhador que estão expostos a essas vibrações. Dentre as conseqüências estão desde simples
formigamentos e dores musculares até problemas na coluna e osteoporose.

Riscos Biológicos

Independente do setor de atuação, todo local de trabalho oferece risco à saúde do trabalhador. Nesse
contexto, o risco biológico é uma ameaça presente que pode ser prejudicial à saúde do empregado. Alguns
trabalhadores específicos, como por exemplo, aqueles que fazem suas funções em ambientes hospitalares,
estão sujeitos ao risco de contato com agentes biológicos.
Nesses locais onde existe uma grande propensão de expor trabalhadores a um agente biológico, é importante
adotar um sistema eficiente de biossegurança, definindo medidas e procedimentos técnicos que devem ser
observados.
Segundo o MINISTERIO DA SAUDE: biossegurança é “um conjunto de medidas e procedimentos técnicos
necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos capazes de prevenir, reduzir, controlar
ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o
meio ambiente”.
São considerados riscos biológicos
 Bacilos;
 Bactérias;
 Fungos;
 Parasitas;
 Protozoários;
 Vírus.
Algumas formas de riscos biológicos
O risco biológico ocorre através de micro-organismos que entram em contato com seres humanos e
provocam várias doenças. Diversas atividades profissionais têm mais chances de ter o contato com esse tipo
de risco. Alguns exemplos são indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública, laboratórios e outras.
A primeira atitude para diminuir o nível de exposição dos trabalhadores a determinados riscos, é a adoção de
procedimentos que visem avaliar, registrar e monitorar os possíveis problemas ocupacionais,
independentemente de serem riscos químicos, físicos ou biológicos.

RISCOS ERGONOMICOS

Ergonomia está relacionada com a postura e equilíbrio. É a ciência que estuda as relações entre o homem e o
seu trabalho, os equipamentos que utiliza e o meio ambiente. É a adequação do trabalho ao homem, e não o
contrário. Desde a pré-história a Ergonomia já estava presente.

Formas Inadequadas de usar o Corpo Humano no Trabalho:

• Esforço muscular excessivo;

• De pé, parado;

• Braços acima do nível dos ombros;

• Sentado, em posição estática;

• Movimentar, levantar ou carregar cargas muito pesadas;

• Esforço feito longe do corpo e torção do tronco;

• Esforço de levantamento de cargas feito freqüentemente;

• Repetitividade de movimentos, sem o devido tempo de repouso;

• Posições forçadas do punho ou do ombro;

Há medidas para evitar o risco ergonômico como:

• Eliminação do movimento/postura críticos;

 Redução da freqüência;
 Redução do tempo na postura crítica;

• Pequenas melhorias;

• Equipamentos e soluções conhecidas;

• Projeto ergonômico;

• Melhoria na Organização do Trabalho;

• Orientação ao trabalhador para atitudes

corretas; Alarmes para estudo ergonômico

Fisiológicos :

• Aceleração dos batimentos cardíacos

• Quantidade de ar respirado Em nível de trabalho

• Repetitividade de erros;

• Baixa produtividade e qualidade;

• Incidentes e acidentes; Mudanças de comportamento ;

• Ansiedade e irritação.

• Afastamento;

Possíveis sintomas: Dores freqüentes na coluna; Dores musculares; Diminuição do movimento; Dificuldade
para dormir, não “acha” posição boa; Fraqueza muscular; Sensação de formigamento.

Riscos Psicossociais
Um dos grandes desafios dos tempos atuais que os gestores enfrentam são os riscos psicossociais no
trabalho. Identificar precocemente suas causas e conseqüências é primordial para construção de um
ambiente de trabalho saudável e construtivo.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 300 milhões de pessoas sofrem de
depressão no mundo. Uma doença mental que mais incapacitou os profissionais em 2020.

O estudo evidenciou ainda que apenas metade desses trabalhadores recebem tratamento adequado. Falta
maior conscientização das empresas em relação aos riscos e distúrbios psicossociais.

Outro dado alarmante da pesquisa é sobre o impacto financeiro causado somente pela depressão e pela
ansiedade. Prejuízo de quase um trilhão por ano com baixa produtividade.

O que são riscos psicossociais?

Primeiro é preciso entender o que é saúde mental e de que forma ela pode interferir nas atividades
corriqueiras pessoais e profissionais. Pessoas mentalmente saudáveis são mais produtivas em vários
aspectos.

Elas lidam melhor com suas emoções, independente da adversidade que possa surgir. Já o contrário, gera
diversos problemas na vida pessoal e no trabalho.

Estudos indicam que os transtornos mentais afetam a vida de 30% dos trabalhadores no mundo. No Brasil
eles são a terceira maior causa de solicitação de auxílio-doença no Instituto Nacional de Seguridade Social
(INSS).

No trabalho os transtornos mentais são decorrentes de riscos psicossociais. A Organização Internacional do


Trabalho (OIT), define riscos psicossociais como sendo todos os fatores que englobam o ambiente de
trabalho.

Entre eles, o clima organizacional, a função, a relação interpessoal, o tipo e a forma como executam as
tarefas, entre outros.

Além disso, englobam ainda alguns fatores externos como a personalidade, a família e até a vida social.
Estes riscos podem elevar o nível de estresse, gerar doenças laborais, insatisfação e faltas.

Quais são as doenças psicossociais?

– Síndrome do burnout – Uma doença ocasionada pelo esgotamento físico e mental. Seus principais
sintomas são agressividade, baixa autoestima, isolamento, lapsos de memória, dificuldade de concentração;

– Depressão – Gera perda de interesse pelas atividades profissionais e pessoais, desânimo, tristeza e
desmotivação;

– Síndrome do pânico – Um tipo de transtorno de ansiedade que causa medo, mal-estar, taquicardia,
sudorese, angústia, falta de ar;

– Transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) – Pode acontecer após algum acidente pessoal ou com
colegas de trabalho. A pessoa perde o interesse pelas atividades;
– Ansiedade generalizada – Se materializa pela excessiva preocupação, mesmo sem ter qualquer risco
aparente. Pode causar fadiga, irritabilidade, falta de concentração.

Importante lembrar que doenças psicossociais podem levar a problemas físicos, como infartos, artrite
reumatóide, complicações respiratórias, fraturas, entre outros.

Exemplos de riscos psicossociais

As empresas devem estar atentas para evitar que seus colaboradores adoeçam com o passar do tempo.

A identificação de fatores de riscos psicossociais e ações preventivas são importantes para prevenir estes
problemas que afetam a saúde mental e física da equipe. Entre os principais fatores de risco temos:

– Cargas excessivas de trabalho;

– Longas jornadas de trabalho;

– Falta de clareza sobre a definição das tarefas;

– Falta de participação na tomada das decisões internas;

– Má gestão organizacional;

– Insegurança no trabalho;

– Falta de comunicação ou ineficiência dela;

– Assédio psicológico, moral, sexual ou violência de terceiros;

– Ameaças de desemprego;

– Abuso psicológico;

– Falta de políticas de qualidade e de segurança do trabalho;

– Ambiente de trabalho insalubre;

– Falta de benefícios e de inclusão sociais;

– Isenção de ética.

Quais as principais causas dos riscos psicossociais?

Independentemente da área de atuação ou do seu perfil produtivo, as empresas oferecem algum grau de risco
psicossocial. Identificar as principais causas e minimizar os problemas evita que os funcionários adoeçam
com o passar do tempo trabalhado.
Além disso, estes fatores são agentes do aparecimento de transtornos mentais sérios. Por isso é importante
atenção para o tema e criar mecanismos internos de prevenção. Podemos dividir essas causas em grupos de
três fatores ligados à:

– Otimização do tempo – Exigências altas, prazos muito curtos para execução, horas extras excessivas,
mudanças repentinas de horário de trabalho, etc.

– Estrutura organizacional – Falta de clareza e objetividade na gestão, isenção de plano de carreira,


preconceitos, líderes autoritários, conflitos, entre outros.

– Tarefas – Exigências excessivas, longas jornadas de trabalho, muitas interrupções, ritmos acelerados,
muita repetição, alta concentração, etc.

Quais são as condições de trabalho condizentes com os riscos psicossociais?

As condições de trabalho que mais acarretam problemas psicossociais são aquelas que:

– Oferecem ambiente inapropriado ou inseguro;

– Falta de organização, de apoio da chefia, de autonomia e de reconhecimento;

– Onde há cobranças e carga horária de trabalho excessivas;

– Que não oferecem políticas de saúde e de segurança do trabalho;

– Jornada de trabalho e horas extras excessivas;

– Relações abusivas, com ameaças de desemprego ou abuso psicológico;

– Falta de benefícios e de políticas de inclusão social, entre outros.

Quais são as conseqüências dos riscos psicossociais no trabalho?

Os riscos psicossociais acarretam sérios problemas no trabalho e para a saúde do trabalhador. É considerado
um dos maiores desafios para a saúde e para a segurança dos trabalhadores.

Ligados diretamente aos locais de trabalho, entre os principais problemas podemos ressaltar o abalo
psicológico; a insegurança; apatias; fobias; ansiedade; medo, depressão, falta de atenção, de concentração e
de memória.

Podem surgir alguns transtornos psicofisiológicos como acidente de trabalho, alergias, doenças reumáticas e
respiratórias ou mudanças de comportamento. Trabalhar as percepções para identificar as causas e propor
soluções é o melhor caminho, rumo à prevenção.
Para isso, gestores e trabalhadores precisam estar unidos e afinados em suas diretrizes para implantar ações
preventivas eficientes. Confira outras conseqüências:

Aumento do absenteísmo

Esse é um dos maiores problemas que os fatores de riscos psicossociais geram. A falta do funcionário
atrapalha o fluxo de trabalho, sobrecarregando os demais integrantes da equipe.

Assim como o bem-estar físico ou mental deve ser preservado para não deixar o trabalhador vulnerável a
doenças. Para isso o trabalho e atenção conjunta de chefia e recursos humanos são importantes no dia a dia
de uma organização.

Aumento do presenteísmo

Presenteísmo é o mesmo que estar no trabalho, mas com a mente longe dali. O trabalhador não falta, mas
também não consegue desempenhar bem suas funções. Acabam representando um sério risco de acidentes e
lesões, além de prejudicar os índices de produtividade e de lucratividade.

Redução nas defesas psíquicas

Especialistas já comprovaram que exposição prolongada a fatores psicossociais diminui as defesas psíquicas
do trabalhador. Além disso, favorecem o surgimento de transtornos emocionais como ansiedade, apatia,
depressão, insegurança, fobia, falta de concentração e até perda de memória.

Transtornos psicofisiológicos

São todas aquelas doenças agravadas pelo desequilíbrio emocional, podendo chegar a extremos físicos e
psicológicos. Isso vai depender e variar de acordo com a sensibilidade de cada pessoa.

Os transtornos psicofisiológicos mais comuns são os problemas cardiovasculares, como enfartes; os de


ordem respiratória (asmas, bronquites; imunológicos; gastrointestinais (úlcera, colite, doença de Crohn).

Podem ainda trazer diversos problemas dermatológicos, endocrinológicos ou musculoesqueléticos.

Acidentes de trabalho

Este é uma das conseqüências mais comuns que os fatos de riscos psicossociais geram. Pessoas afetadas
emocionalmente são passíveis de distrações e de comportamentos inseguros.

Combinações perigosas que podem levar a acidentes de trabalhos, dos mais simples aos mais dramáticos.
Trabalhar desatento, com problemas físicos e mentais são as principais causas deste tipo de ocorrência.

Mudanças de comportamento

Essas reações adversas podem afetar a vida pessoal e profissional do funcionário, prejudicando o seu
desempenho profissional.

A OIT classifica as mudanças de comportamentos como ativas que são as greves, as reclamações, os atrasos
ou confrontos com as chefias.
E os comportamentos passivos que levam a indiferença pela qualidade do trabalho, faltas, infelicidade,
dificuldades para dormir, abuso de álcool, de tabaco e até de comida.

Quais são os impactos financeiros provenientes do aumento dos riscos psicossociais?

Tanto os funcionários como a empresa sofrem com os impactos financeiros gerados pelo aumento dos riscos
psicossociais. O trabalhador doente arca com custos adicionais como consultas médicas, medicamentos,
acompanhamento psicológico, internações.

Despesas que quase sempre não estão e não cabem em seu orçamento familiar. Já a empresa vê os índices de
absenteísmo e de rotatividade aumentarem; queda na produtividade e nos lucros; indenizações;
aposentadorias precoces, entre outros.

As estatísticas mundiais sobre problemas mentais no trabalho não são nada animadoras. Somente doenças
como depressão e ansiedade, geraram em 2020, perdas da ordem de um trilhão em baixa produtividade no
mundo.

No mesmo ano estas foram as doenças mais incapacitantes profissionalmente. Os dados são da Organização
Mundial de Saúde (OMS). Até a sociedade arca com esses impactos financeiros, pois o estado também arca
com os custos de consultas médicas, exames, remédios e internações.

Existe uma norma regulamentadora (NR) focada em riscos psicossociais?

Não, ainda não existe um mecanismo legal que regule as empresas quanto a esse problema. Apesar de não
existir uma norma regulamentadora (NR) específica para riscos psicossociais, está em análise a lei 3.588.

Ela propõe à edição de uma NR que gerencie os riscos que possam afetar de alguma forma a saúde mental e
física do trabalhador. Enquanto isso não acontece já temos algumas NR em vigor para benefício de
empregados e empregadores:

– NRs 1 e 7 – Avalia o perfil psicológico do trabalhador por meio do Programa Saúde em Psicologia (PSP).
Essas normas discriminam os riscos e a saúde ocupacionais de uma forma ampla, inclusive abrangendo as
questões psicofisiológicas;

NR 17 – Inclui mapa de riscos nos setores, quantificam os fatores como produtividade, imposição de rotinas
de trabalhos excessivas, tarefas noturnas, jornadas prolongadas e monótonas;

– NR 33 – Avalia as condições psicossociais para trabalho em espaços confinados;

– NR 34 – Regulamenta as condições mínimas de trabalho para a construção naval;

– NR 35 – Estabelece regras de segurança e saúde no trabalho em

altura. Referencia:

https://blog.medicinatrabalhosp.com.br/risco-ergonomico
portal.unisepe.com.br

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