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A higiene do trabalho tem caráter eminentemente preventivo, pois objetiva a saúde e o

conforto do trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisória ou definitivamente do


trabalho. Por definição é: “Conjunto de normas e procedimentos voltado para a integridade
física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do
cargo e ao ambiente físico onde são executadas” (Chiavenato, 1999).

São objetivos principais do estudo da higiene no trabalho: Eliminação das causas das doenças
profissionais; Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes
ou portadoras de defeitos físicos; Prevenção de agravamento de doenças e de lesões;
Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle do
ambiente de trabalho.

Há diversas condições que Influenciam a higiene do trabalho e podemos destacar: Alcoolismo


e dependência química de drogas, medicamentos e fumo; Aids: é a síndrome de deficiência
imunológica adquirida que ataca o sistema que protege o organismo de doenças; Estresse no
trabalho; Exposição a produtos químicos perigosos, como ácidos; Exposição a condições
ambientais frias, quentes, secas, úmidas, contaminadas, barulhentas e pouco iluminadas;
Hábitos alimentares inadequados: obesidade ou perda de peso; Vida sedentária, sem contatos
sociais e sem exercícios físicos; Automedicação sem cuidados médicos adequados.

O Programa de Higiene do Trabalho contempla:

 Ambiente físico de trabalho: Iluminação: luminosidade adequada a cada tipo de


atividade; Ventilação: remoção de gases, fumaça e odores desagradáveis, bem como
afastamento de possíveis fumantes ou utilização de máscaras; Temperatura:
manutenção de níveis adequados de temperatura; Ruídos: remoção de ruídos ou
utilização de protetores auriculares.

 Ambiente Psicológico de Trabalho: Relacionamentos humanos agradáveis; Tipo de


atividade agradável e motivadora; Estilo de gerência democrático e participativo; e
Eliminação de possíveis fontes de estresse.

 Aplicação de princípios de ergonomia: Máquinas e equipamentos adequados às


características humanas; Mesas e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas;
Ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico humano.

O Programa de Saúde Ocupacional tem como objetivos: Evitar materiais suspeitos que emitam
odores ou toxinas; Proporcionar um ambiente livre de fumaça; Adotar dutos limpos e secos;
Prestar atenção às queixas das pessoas; Proporcionar equipamentos adequados; fazer o
planejamento do plantão de médicos, enfermeiros e auxiliares: para as empresas que se
enquadram no padrão obrigatório; Providenciais todos os serviços de Exames admissionais,
Primeiros socorros, Registros médicos, Controle de áreas insalubres e Exames periódicos;

Deve ser dada atenção às doenças ocupacionais e a prevenção de riscos à saúde tais como os:
a) Químicos (intoxicações, dermatoses, alergias etc.); b) Físicos (ruídos, temperaturas
extremas, esforços excessivos) e; c) Biológicos (microrganismos, contaminações, contágios
etc.).
Também devem ser efetuado palestras de higiene e saúde, convênio com entidades locais,
benefícios médicos para aposentados, cobertura financeira por doença ou acidente e
comunicações de mudanças de trabalho, de setor ou horário.

São exemplos de doenças do trabalho:

 Silicose: É causada pelas partículas da sílica, muito comum nas industrias cerâmicas,
minerações, pedreiras e metalúrgicas, provocando uma redução na capacidade
respiratória.

 Asbestos: É causada pelas fibras dos asbestos (amianto), provocando redução na


capacidade de transferência de oxigênio para o sangue, além de câncer.

 Antracose: Também conhecida como “doença do pulmão preto” ou “doença dos


mineiros”. É causada pela inalação de partículas de carvão mineral.

 Bissinose: É causada principalmente pela poeira de algodão, comum nas indústrias


têxteis. Provocam redução na capacidade respiratória, febre e tosses frequentes.

 Pulmão dos fazendeiros: É provocada pela inalação de partículas de cereais


(sementes), madeiras ou fenos. Causam um tipo de cicatrização nos pulmões, febre,
calafrios, tosse, dores musculares e redução na capacidade de respiração.

Outro aspecto relacionado às boas condições da realização do trabalho é a Ergonomia que é o


conjunto de ciências e tecnologias que procura a adaptação, confortável e produtiva, das
condições de trabalho às características do ser humano, através do desenvolvimento de
métodos e técnicas, instrumentos, máquinas, ferramentas e dispositivos. A NR17 – Ergonomia
(disponível em
https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-17.pdf), é a
Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

Exemplos de Riscos Ergonômicos: Força física com as mãos; Permanência fora do eixo vertical
do corpo; Trabalhos de pé, imóvel; Trabalhos com braços acima dos ombros; Trabalhos com
braços abertos (“asa aberta”); Força estática de pequena intensidade e longa duração (chave
de fenda etc.); Desvios do punho fora do eixo horizontal (digitação); Peso excessivo na coluna
vertebral; Transporte de cargas longe do corpo; Flexão e torção da coluna; Movimentos de
grande frequência sem tempo de recuperação (lesões de esforços repetitivos – LER); Na
posição sentada a pressão nos discos intervertebrais é maior que na posição de pé; há menor
dispêndio energético; Maior possibilidade de distúrbios musculares dos ombros e membros
superiores; Trabalho nas posições: sentado, de pé, parado, de cócoras (bom para a coluna,
ruim para os joelhos).

Podemos destacar que há situações ideais para a realização do trabalho por parte do
empregado e dentre essas citamos aquela que permite a flexibilidade postural, o andar e
alternar as posições sentado e de pé e as pausas para recuperação.

Por fim temos os Sistemas de Gestão que são um conjunto de elementos inter-relacionados ou
interativos de uma organização para estabelecer políticas, objetivos e processos para alcançar
esses objetivos. Para atingi-los são necessárias: a) Medidas de controle compulsórias: Atendem
a uma exigência legal. Exemplo: Normas Regulamentadoras, do Ministério do Trabalho; b)
Medidas de controle voluntárias: Exigência do mercado.

Como exemplo de normas que são adotadas pelas organizações e que fazem parte do SST
temos:

 ABNT NBR ISO 9001:2015 (disponível em


https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=345041)

 ABNTNBR ISO 14001:2015 (disponível em


https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=345116).

 ISO 45001:2018 (disponível em https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?


ID=303877).

 BS OHSAS 18001:2007 (disponível em https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?


ID=369809).

A OSHAS 18001 e a ISO 45001 consistem na organização de um sistema de gestão, assim como
a ISO 9001 (produtos) e ISO 14001 (serviços e meio ambiente), porém com o foco voltado para
a saúde e segurança ocupacional. Essas normas se baseiam no conceito de que a companhia
deve periodicamente analisar e avaliar seu sistema de gesto da Saúde e Segurança do Trabalho
(SST), de maneira a sempre identificar melhoras e implementar as ações necessárias.

Há inúmeros benefícios com a Implantação da Gestão em SST: Redução de riscos de acidentes


e de doenças profissionais; Redução de custos (indenizações, multas, prêmios de seguro,
prejuízos resultantes de acidentes, dias de trabalho perdidos); Melhoria geral da produtividade
e do desempenho da organização; Conformidade com a legislação vigente; Motivação dos
colaboradores num ambiente de trabalho seguro e saudável; Abrangência das atividades de
prevenção a toda a organização; Redução das taxas de absentismo; Imagem de
responsabilidade social e ambiental; Chamativo para a conquista de novos clientes e
fornecedores.

Por fim temos os componentes do Sistema de Gestão do SST: Escopo; Referências normativas;
Termos e definições; Contexto da organização; Liderança e participação dos trabalhadores;
Planejamento; Apoio; Operação; Avaliação de desempenho e; Planos de Melhoria.

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