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NR-18

BÁSICO EM SEGURANÇA
DO TRABALHO

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NR-18

BÁSICO EM SEGURANÇA
DO TRABALHO

Porto Alegre
Maio, 2022
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APRESENTAÇÃO

Prezado Aluno,

Os assuntos contidos neste Manual baseiam-se no conteúdo estabelecido pela Norma


Regulamentadora (NR) n° 18, do Ministério do Trabalho e Previdência, para realização de
treinamento Básico em Segurança do Trabalho aos trabalhadores da Indústria da Construção (IC).
O treinamento Básico em Segurança do Trabalho deve ser ministrado dentro do horário de
trabalho, antes de o trabalhador da Indústria da Construção iniciar suas
atividades laborais, com carga horária mínima conforme descrito na legislação vigente.
O objetivo principal do treinamento é fornecer informação, sensibilizar e treinar os
trabalhadores da Indústria da Construção para a necessidade de observância das normas de
segurança e saúde no trabalho, bem como para o uso correto de equipamentos e dispositivos de
proteção no intuito de contribuir para a preservação da integridade física e da saúde do trabalhador.

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INTRODUÇÃO

Contextualização da Indústria da Construção

A Indústria da Construção (IC) é um segmento importante da economia brasileira por gerar


grande volume de riquezas e empregos para todas as classes sociais, demonstrada no grau de
escolaridade dos trabalhadores.
Recentemente, o Brasil vem vivendo um momento importante da história da IC. São recordes os
índices de crescimento atuais em consideração às duas últimas décadas. Isto
é, em grande parte o reflexo do desenvolvimento econômico e social recente, que, além do
crescimento da produção, incluiu no mercado consumidor grande parcela de brasileiros. Os
investimentos em obras governamentais e a acentuada expansão do crédito imobiliário permitiram
um expressivo impacto na habitação, em todas as regiões do país.
A participação da IC na economia é ainda maior se for considerada a sua cadeia produtiva, que
envolve a produção de materiais de construção, de máquinas e equipamentos, serviços e o comércio
de materiais, expandindo consideravelmente o impacto social e econômico dessa atividade
econômica.
O segmento possui características próprias, tais como: dinâmica das atividades existentes numa
obra, realização simultânea de serviços, grande quantidade de movimentação de máquinas e de
materiais, trabalho manual, alta rotatividade de trabalhadores e nível de escolaridade diversificado.
Vale ressaltar que cada tipo de obra
possui características próprias.
Conforme a NR 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, o conteúdo
programático do treinamento inicial deve conter informações sobre:
a) para a capacitação básica em segurança do trabalho:
I. as condições e meio ambiente de trabalho;
II. os riscos inerentes às atividades desenvolvidas;
III. os equipamentos e proteção coletiva existentes no canteiro de obras;
IV. o uso adequado dos equipamentos de proteção individual;
V. o PGR do canteiro de obras. (BRASIL, 2021).

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1. CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO

1. Conceitos e definições

1. SEGURANÇA DO TRABALHO

Conforme definição apresentada no dicionário de Segurança do Trabalho das Normas


Regulamentadoras Comentadas - 6ª edição, o termo “Segurança do Trabalho significa conjuntos de
medidas que são adotadas visando eliminar ou minimizar os acidentes de trabalho, doenças
ocupacionais, bem como proteger a integridade física e a capacidade de trabalho do
colaborador”.

2. SAÚDE OCUPACIONAL

O termo “saúde” permite uma interpretação bastante ampla, não se limitando somente à
“ausência de doenças”. A Organização Mundial da Saúde entende que “Saúde Ocupacional” está
relacionada a uma série de ações que objetiva incentivar e manter, em todas as profissões, o elevado
nível de bem- estar físico, mental e social dos trabalhadores.

3. ACIDENTE DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS

A Lei n° 8.213, Previdência Social, de 24/7/1991, define Acidente do Trabalho (AT) como
aquele “que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho” (Brasil, 1991).
Equiparam-se aos acidentes do trabalho:
 Acidente que acontece quando você está prestando serviços por ordem da empresa fora do
local de trabalho;
 Acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, devido a: agressão,
sabotagem, ofensa física, ato de imprudência, negligência ou imperícia, ato de pessoa
privada do uso da razão, desabamento, inundação, incêndio.
 Acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;

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c) em viagem a serviço da empresa;
d) aquele ocorrido no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
e) Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. (Art. 20, inciso I). Exemplo: A
asma profissional, decorrente da inalação de agentes sensibilizantes e irritantes a
exemplo do cimento e da madeira.
f) Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I. (Art. 20, inciso II). Exemplo: dermatose
de contato ocasionada pela constante utilização de produtos químicos (cimento, cal,
argamassa e outros) sem o uso adequado de EPI.

De acordo com a lesão sofrida, os acidentes são classificados como:


 Acidente com Afastamento – aquele resultante de acidente do trabalho que impede o
acidentado de retornar ao serviço no primeiro dia útil após o acidente;
 Acidente sem Afastamento – aquele que após o atendimento médico o acidentado
retorna ao serviço no mesmo dia ou no dia de trabalho imediato ao evento.

Conceito Prevencionista de Acidente do Trabalho

Acidente de trabalho é qualquer ocorrência não programada, inesperada ou não, que interfere ou
interrompe o processo normal de uma atividade, trazendo como consequência isolada, ou
simultaneamente, perda de tempo, dano material ou lesões ao homem.

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A OHSAS 18001 adota um conceito prevencionista para os incidentes abrangendo acidentes,
quase acidentes e emergências. Também estabelece nas suas diretrizes a necessidade de realização
de investigação e análise dos mesmos para que sejam implantados controles necessários evitando,
assim, reincidência.
De acordo com a OHSAS 18001:2007, incidente é um
[...] evento relacionado ao trabalho no qual uma lesão ou doença (independentemente da
gravidade) ou fatalidade ocorreu ou poderia ter ocorrido.
Nota 1 - um acidente é um incidente que resultou em lesão, doença ou fatalidade.
Nota 2 - um incidente no qual não ocorre lesão, doença ou fatalidade pode também
ser denominado um “quase acidente”, “quase perda”, “ocorrência anormal” ou “ocorrência
perigosa”.

1.1.3.1. Tipos de acidentes e doenças do trabalho na IC


As principais causas de acidentes de trabalho fatais, “entre 2007 e 2009, foram: acidente de
transporte, envolvendo veículos terrestres automotores (33%), seguida pelas quedas (16%),
eletrocussões (8%), enquanto que agressões interpessoais foram responsáveis por 5,6% dos casos”.
(SESI/DN, 2013).
As circunstâncias mais comumente relatadas entre os AT não fatais notificados na IC diferem
de acordo com o sexo. Entre as mulheres foram: 1) quedas (não especificadas);
2) acidentes com veículos; 3) agressões interpessoais; 4) impacto com objetos (choques
com máquinas, equipamento). Entre os homens, distintamente, foram: 1) veículos terrestres; 2)
quedas, especialmente de escadas; 3) impacto com objetos (máquinas, equipamentos, etc.); 4)
agressões interpessoais. (SESI/DN, 2013).
Os principais tipos de doenças do trabalho existentes são as doenças musculoesqueléticas
(DME), com estimativa bem mais elevada que as dos demais grupos, i.e., doenças do aparelho
circulatório, doenças mentais e comportamentais e doenças do aparelho digestivo, nessa ordem.
(SESI/DN, 2013).
Na IC também são identificadas outras doenças relacionadas ao trabalho, como: perda auditiva
induzida por ruído (PAIR), podendo levar a surdez irreversível; dermatites, devido ao contato direto
com cimento; lesões respiratórias, por presença de sílica, principalmente no corte de porcelanato,
produzindo a silicose com a inalação de finas partículas de sílica cristalina produzindo inflamação e
cicatrização em forma de lesões nodulares nos lóbulos superiores do pulmão, com diminuição
irreversível e progressiva da capacidade respiratória.

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1.1.3.2. Impactos gerados pelos Acidentes e Doenças do Trabalho na IC
Os acidentes de trabalho causam impactos de ordem social e econômica atingindo as diversas
áreas da sociedade. As principais consequências dos acidentes e doenças distribuídas por área estão
apresentadas a seguir:

1º Acidentado e familiares:
 redução da qualidade de vida em função dos danos físicos e as sequelas geradas;
 redução da saúde mental, devido ao desenvolvimento de traumas, medos, complexos,
síndromes, etc.;
 redução da capacidade ao trabalho em função dos danos físicos e psicológicos gerados;
 redução salarial em função do recebimento dos benefícios, cujo valor é menor do que o
salário;
 aumento das despesas e das atividades domésticas, pois o acidentado pode precisar
de cuidados especiais;
 realização de replanejamento familiar, devido à redução do orçamento doméstico;
 crises conjugais, pois o acidentado pode ficar inapto para algumas atividades.

2º Previdência Social:
 aumento das despesas previdenciárias em função dos benefícios concedidos aos
trabalhadores acidentados, desde que de direito (auxílio-doença, auxílio-acidente,
aposentadoria por invalidez, pensão por morte, reabilitação profissional e benefícios
exigidos pela reabilitação);
 redução da arrecadação, pois o trabalhador acidentado deixa de contribuir;
 aumento do número de dependentes da previdência.

3º Sistema Público de Saúde:


 aumento das despesas em função do atendimento ao acidentado;
 aumento do número de pessoas utilizando o Sistema Único de Saúde (SUS) e consequente
aumento das filas de atendimento e redução do número de leitos hospitalares.

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4º Ministério do Trabalho e emprego:
 aumento do subemprego para complementação da renda doméstica;
 redução da força de trabalho ativa do país.

5º Empresa:
 paralisação da produção, retrabalho e reposição de materiais perdidos gerando custos não
contemplados nas planilhas orçamentárias da obra;
 atraso no cronograma da obra, podendo gerar multas contratuais e inviabilização do
projeto;
 hora extra: necessidade de realização de horas extras devido ao atraso da obra, gerando
maior custo operacional devido ao acréscimo de valor aos salários;
 restituição de gastos com medicamentos, próteses e tratamentos médicos: o acidentado
pode necessitar utilizar medicamentos, próteses e fazer tratamentos médicos e estas
despesas podem ser cobradas do empregador;
 recolhimento do fundo de garantia (FGTS) durante o afastamento pela previdência social:
durante o período de afastamento pelo INSS o empregador para de pagar os salários, mas
tem a obrigação de continuar a depositar o fundo de garantia (FGTS) do empregado;
 estabilidade - o empregado que sofre acidente de trabalho tem garantia, pelo prazo
mínimo de 12 meses, à manutenção do seu contrato de trabalho na empresa após cessação
do auxílio-doença acidentário;
 indenização por danos morais e estéticos: o acidentado pode solicitar que a empresa lhe
pague uma indenização por danos morais ou estéticos. São exemplos de situações que
causam danos morais: dor, incapacidade, necessidade de submeter-se à cirurgia e de
danos estéticos: perda da mão, perda das pernas, cicatriz;
 redução da saúde mental da equipe: instabilidade emocional da equipe, reduzindo a
capacidade laborativa e podendo gerar outros acidentes;
 imagem da empresa: perda da confiança da sociedade, clientes e fornecedores com relação
à empresa.

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2. PERIGOS E RISCOS INERENTES À FUNÇÃO

Ao longo dos anos, estudos mostram que as condições e o meio ambiente de trabalho da
indústria da construção possuem diversos riscos que, se não forem controlados, podem
comprometer a integridade física e mental dos trabalhadores.
As etapas da obra, o grande número de serviços e de trabalhadores e a dinâmica da
construção modificam os perigos existentes no ambiente de maneira rápida, necessitando da
implantação imediata de medidas preventivas distintas. O bom planejamento e a cooperação de
todos são o ponto-chave para a implantação das medidas preventivas acompanharem a itinerância
da obra, controlando assim os perigos.
O papel dos trabalhadores é fundamental nesse trabalho, pois executam atividades inseridas em
uma ou mais etapas da obra e realizam serviços específicos de acordo com sua experiência e
habilidades. Cada trabalhador deve saber claramente os serviços que vai realizar, não ficando
nenhuma dúvida, bem como os perigos que estarão expostos e as medidas necessárias para evitar
acidentes e doenças. Cada um deve cuidar de si e do
outro, ao lembrar a importância da segurança e saúde no ambiente de trabalho.
O primeiro passo para a prevenção é compreender os conceitos utilizados nas obras e na área de
segurança do trabalho, então verifique a seguir:

1. Perigo

“Fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos humanos em termos de lesão ou
doença, ou uma combinação destas.” OHSAS 18001:2007.
Em todos os serviços existentes em uma obra existem um ou mais perigos associados. Os
principais perigos existentes em uma obra são: ruído, vibrações, radiações não ionizantes, poeiras,
fumo, queda de pessoas, queda de materiais, contato com partes móveis de equipamentos,
contato com materiais perfuro cortantes, levantamento e
transporte manual de peso, entre outros.

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Figura 1 - Ilustração da atividade de montagem de andaimes

Fonte: SESI, 2022.

Na figura está apresentada uma ilustração da atividade de montagem de andaimes.


Esta atividade possui dois perigos, correlacionados ao agente mecânico ou de acidente:
 Perigo 01 – Queda de materiais; Perigo 02 – Queda de pessoas.

2.2. Risco

“Combinação da probabilidade de ocorrência de um evento perigoso ou exposição (ões)


com a gravidade da lesão ou doença que pode ser causada pelo evento ou exposição (ões).”
OHSAS 18001:2007.

RISCO = PROBABILIDADE DE OCORRER O PERIGO X GRAVIDADE DO DANO

Exemplo: trabalho com serra circular de bancada.

2.3. Dano Potencial

O dano é a consequência da ocorrência de um evento perigoso em termos de doenças e lesões


humanas ou a combinações destas.
A relação Perigo x Dano é a mesma de Causa x Consequência.

PERIGO = Ruído X DANO = Perda auditiva induzida por ruído - PAIR


(CAUSA) (CONSEQUÊNCIA)

Exemplo: asma ocupacional, inflamações pulmonares, LER/DORT, etc.

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4. Identificação de Perigo e Dano Potencial

A identificação de perigos é o processo de reconhecimento de que um perigo pode existir, sua


definição e características. Para a identificação dos perigos, é levado em conta o serviço executado,
o ambiente onde está sendo realizada a atividade, a utilização de máquinas, equipamentos,
ferramentas, produtos químicos e a toxicidade dos produtos.
Numa obra, a identificação dos perigos deve ser realizada por antecipação, para que sejam
definidas com antecedência quais medidas de controle deverão ser implantadas em cada etapa e/ou
serviço, evitando assim a não implantação de alguma medida de controle essencial à segurança dos
trabalhadores.
Conforme a Norma Regulamentadora n° 01, Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais, “o gerenciamento de riscos ocupacionais deve ser utilizado para fins de prevenção e
gerenciamento dos riscos ocupacionais.” (BRASIL, 2020).
De acordo com a Norma Regulamentadora n° 01, “o processo de identificação de perigos e
avaliação de riscos ocupacionais deve considerar o disposto nas Normas Regulamentadoras e
demais exigências legais de segurança e saúde no trabalho.” (BRAIL, 2020).

O levantamento preliminar de perigos deve ser realizado:


a) antes do início do funcionamento do estabelecimento ou novas instalações;
b) para as atividades existentes; e
c) nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades de trabalho.
(BRASIL, 2020).

Fluxograma 1 - Cinco passos para implantação das medidas de controle

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Fonte: SESI, 2022.

PERIGOS DANOS CARGO / FUNÇÃO EXEMPLOS DE SERVIÇOS ONDE


(causa) (consequência) ESTES PERIGOS SÃO
ENCONTRADOS
 Armador;  Demolição;
 Pedreiro;  Sondagem;
 Operador de betoneira;  Fundação;
 Perda auditiva ou PAIR;  Carpinteiro;  Armação;
Ruído contínuo e
intermitente  Fadiga;  Servente de obras;  Concretagem;
 Estresse.  Topógrafo;  Alvenaria;
 Auxiliar de topografia.  Trabalhos com serra circular de bancada;
Processo de fabricação de argamassa e de
concreto.
 Insolação;  Pedreiro;  Escavação;
Radiação não ionizante  Desidratação;  Servente de obras;  Execução de pavimento;
(radiação solar)  Câncer de pele.  Topógrafo;  Funadação.
 Auxiliar de topografia.
 Doenças respiratórias;  Pedreiro;  Demolição;
 Irritação ocular;  Servente de obras;  Escavação;
Contaminação por agente
 Pintor;  Execução de pavimento;
químico.
Poeira
 Auxiliar de pintura;  Fundação;
 Gesseiro;  Forma/desforma;
 Operador de betoneira.  Alvenaria;
 Limpeza geral.
 Dermatites;  Pintor;  Revestimento;
 Irritação ocular.  Pedreiro;  Concretagem;
Contato com cimento, cal  Servente de obras; Processo de fabricação de argamassa e de
 Auxiliar de pintura. concreto.

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PERIGOS DANOS CARGO / FUNÇÃO EXEMPLOS DE SERVIÇOS ONDE
(causa) (consequência) ESTES PERIGOS SÃO
ENCONTRADOS
 Hérnia de disco;  Servente de obras;  Demolição;
 Inflamação no ombro;  Carpinteiro;  Forma/desforma;

Levantamento e  Lombalgias;  Auxiliar de pintura.  Alvenaria;


transporte manual de
carga  Dorsalgias;  Instalação de telhados;
 Esmagamento de membro;  Instalação de esquadrias;
 Amputação de membro;  Montagem e desmontagem de andaimes;
 Perfuração.  Transporte de materiais.
 Morte;  Operador de grua;  Demolição;
 Politraumatismo.  Pedreiro;  Forma/desforma;
 Carpinteiro  Alvenaria;
 Servente de obras;  Instalação de telhados;
 Pintor;  Revestimento;
Queda de pessoas
 Auxiliar de pintura.  Pintura;
 Montagem e desmontagem de andaimes;
 Transporte de materiais;
Montagem, desmontagem e manutenção de
grua.

• Morte;  Pintor;  Demolição;


• Politraumatismo.  Pedreiro;  Forma/desforma;
 Carpinteiro  Alvenaria;
 Servente de obras;  Instalação de telhados;
 Auxiliar de pintura.  Revestimento;
Queda de materiais
 Pintura;
 Montagem e desmontagem de andaimes;
 Transporte de materiais;
Montagem, desmontagem e manutenção de
grua.

 Eletricista;  Demolição;
• Morte;
 Queimadura p/ choque  Auxiliar de eletricista;  Colocação de forma/desforma;
elétrico;  Servente de obras. Instalações elétricas provisórias e
 Ferimentos; permanentes;
Contato com eletricidade  Fraturas;
 Contusões; Montagem, desmontagem e manutenção de
 Parada cardíaca; grua.
 Arritmia.

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PERIGOS DANOS CARGO / FUNÇÃO EXEMPLOS DE SERVIÇOS ONDE
(causa) (consequência) ESTES PERIGOS SÃO
ENCONTRADOS
• Morte;  Escavação;
Soterramento  Servente de obras.
• Politraumatismo.  Fundação.
 Operador de máquina;  Escavação;
• Morte;
Atropelamento  Ferimentos;  Motorista;  Terraplanagem;
 Politraumatismo.  Servente de obras.  Deslocamento de máquinas e veículos.

2.5. Programas Legais de SST

Existem três programas de grande importância para prevenção de acidentes e doenças


ocupacionais na IC cuja elaboração e implantação são legalmente obrigatórias, são eles: Programa
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT) / Programa de
Gerenciamento de Riscos (PGR) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Conforme a Norma Regulamentadora nº 18, “o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
são obrigatórias a elaboração e a implementação do PGR nos canteiros de obras, contemplando os
riscos ocupacionais e suas respectivas medidas de prevenção. O PGR deve ser elaborado por
profissional legalmente habilitado em segurança do trabalhoe implementado sob responsabilidade
da organização.” (BRASIL, 2021).

3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) E EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

As medidas de controle são medidas necessárias para a eliminação, a minimização ou o controle


dos perigos.
Do ponto de vista técnico, a principal medida de controle deve ser implementada na fonte,
aquela que elimina o perigo/fator de risco. A empresa deve adotar, na ordem,

[...] medidas de controle administrativo ou de organização do trabalho e o equipamento


de proteção individual (EPI), quando comprovar a inviabilidade técnica da adoção de
medidas de proteção coletiva, quando estas não forem suficientes, se encontrarem em fase de
estudo, planejamento, implantação, ainda em caráter complementar ou emergencial (Brasil,
1994).

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) – é todo dispositivo que visa proteger de


maneira coletiva todos os trabalhadores e visitantes existentes no ambiente de trabalho. Exemplos:
sistema guarda-corpo e rodapé, plataformas de proteção, biombos de proteção, sistema de
exaustão.

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A NR-01 estabelece, que

Quando comprovada pela organização a inviabilidade técnica da adoção de medidas


de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em
fase de estudo, planejamento ou implantação ou, ainda, em caráter complementar ou
emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se a seguinte
hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI.
A implantação de medidas de prevenção deverá ser acompanhada de informação
aos trabalhadores quanto aos procedimentos a serem adotados e limitações das
medidas de prevenção. (BRASIL, 2020).

Equipamento de Proteção individual (EPI) - todo dispositivo ou produto, de uso


individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
Segurança e a Saúde no trabalho. Exemplos: protetor auditivo, bota de segurança, capacete com
jugular, entre outros.
Cada tipo de construção seja ela uma edificação, rodovia, ferrovia, barragem, hidrelétrica, obra
de drenagem ou saneamento básico, possui características diferentes,
modificando assim os principais perigos, riscos existentes e as causas dos acidentes. Dessa
forma, as principais medidas de proteção utilizadas são distintas e prioridade das ações
diferenciadas.
A seguir, serão detalhados diversos tipos de medidas de controle, sistema/equipamento de
proteção coletiva, medidas administrativas e equipamentos de proteção individual, que podem ser
adotados na indústria da construção para manter a segurança e a saúde dos trabalhadores nos
canteiros de obras.

1. Sistema de Proteção Coletiva (SPC)

Os principais tipos de SPC adotados na IC são:


 Sistema de combate a incêndio;
 Dispositivos de segurança para máquinas e equipamentos;
 Escoramentos em escavação;
 Proteção contra choques elétricos;
 Sistema de proteção contra quedas de altura;
 Tapumes e galerias;
 Escadas, rampas e passarelas.

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3.1.1 SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO

As obras devem possuir equipamentos de


combate a incêndio e equipes especialmente treinadas
para o combate inicial ao fogo.
Fazem parte do sistema de combate a incêndio da obra: extintores, alarmes, saídas de
emergências e sinalizações.
Os extintores de incêndio devem ser utilizados de acordo com a classe do fogo,
conforme apresentado no quadro 1.
Quadro 1 - Tipos
TIPOS de extintores de Incêndio
DE EXTINTORES

Pó classes ABC Água Gás carbônico Pó químico Pó químico


pressurizada seco especial
 Atende a todas as  Indicado para  Indicado para  Indicado para  Indicado para
classes de incêndio; incêndios de incêndios de incêndios de incêndios de
 O pó especial é classe A classe C classe B classe
capaz de combater (madeira, papel, (equipamento (líquidos D(metais
princípios de tecido, materiais elétrico inflamáveis); inflamáveis);
incêndios em sólidos em energizado), por  Age por  Age por
materiais sólidos, geral); não ser condutor abafamento; abafamento.
líquidos inflamáveis  A água age por de eletricidade.  Pode ser usado
e equipamentos resfriamento e  Pode ser usado também em
energizados; abafamento, também em incêndios de
 É o extintor mais dependendo da incêndios de classes A e C.
moderno no maneira como é classes A e B.
mercado, que é aplicada.
atualmente usado
nos veículos
automotivos.

Fonte: Elaborado pelos engenheiros da equipe, diante das vivências técnicas.

O alarme sonoro deve ser acionado quando for necessário informar uma emergência.
Sinalização de combate a incêndio

A sinalização de equipamentos de combate a incêndio deve estar a uma altura mínima de 1,80
m, medida do piso acabado à base da sinalização e imediatamente acima do equipamento sinalizado
e:
a) quando houver, na área de risco, obstáculos que dificultem ou impeçam a visualização
direta da sinalização básica no plano vertical, a mesma sinalização deve ser repetida a
uma altura suficiente para sua visualização;
b) quando o equipamento se encontrar instalado em uma das faces de um pilar, todas as
faces visíveis do pilar devem ser sinalizadas;

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c) quando existirem situações onde a visualização da sinalização não seja possível apenas
com a instalação da placa acima do equipamento, deve-se adotar:

a.1.o posicionamento para placa adicional em dupla face perpendicularmente à superfície da


placa instalada na parede ou pilar;
a.2.a instalação de placa angular, conforme figura 1, afixada na parede ou pilar, acima
do equipamento;
a.3.para a produção da sinalização com o formato mostrado na figura 1, deve-se
observar o tamanho padrão de cada modelo, de acordo com a ABNT NBR
13434-2.

3.1.2. DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA PARA MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

As máquinas e equipamentos devem possuir dispositivos de segurança que protejam os


trabalhadores do contato direto e indireto com suas partes móveis e elétricas. Partes como polias,
correias, engrenagens, discos, lâminas, sistemas elétricos e interruptores devem possuir proteção.

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Figura 2 - Ilustração de proteção de partes móveis de uma máquina

Fonte: SESI.

Máquinas e equipamentos acionados por energia elétrica, como serras circulares, policortes,
usinas de concreto, assim como silos, tanques de combustíveis e outros, devem ser aterrados
eletricamente. O aterramento deve ser dimensionado por engenheiro eletricista, que fará a avaliação
e emitirá laudo atestando sua eficácia e anotação de responsabilidade técnica (ART).
Toda máquina deve ter dispositivo de bloqueio para impedir seu acionamento por pessoa não
autorizada.
As máquinas e equipamentos também devem ter dispositivos de acionamento e parada
localizados de modo que seja acionado pelo operador na sua posição de trabalho, que não se
localizem na zona perigosa da máquina, que possam ser desligados em caso de emergência por
outra pessoa, que não possam ser acionados ou desligados involuntariamente e que não acarretem
riscos adicionais.
Os principais equipamentos encontrados nos canteiros de obra são: betoneira, serra
circular de bancada e manual, policorte, gruas, guinchos, elevador de carga e de passageiros,
máquinas pesadas para movimentação de terra e pavimentação (retroescavadeira, rolo compressor,
etc.), entre outros.

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3.1.3. ESCORAMENTOS

Escoramento consiste na contenção de elementos estruturais como poços, valas através de


pranchas metálicas ou de madeira fincadas perpendicularmente ao solo e travadas entre si.
Figura 3 - Ilustração de escoramento em valas

Fonte: SESI.

Taludes instáveis das escavações com profundidade superior a 1,25 m (um metro e vinte e
cinco centímetros) e taludes com altura superior a 1,75 m (um metro e setenta e
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cinco centímetros) devem ter sua estabilidade garantida por meio de escoramento.
A escavação de tubulões a céu aberto, alargamento ou abertura manual de base e execução de
taludes, deve ser precedida de sondagem ou de estudo geotécnico local.
Para escavações rasas, o escoramento pode ser feito de acordo com o avanço da escavação,
através de pranchas verticais, geralmente providas de encaixe tipo macho e fêmea, especialmente
em areias e terrenos argilosos muito moles, para garantir melhor vedação à passagem de água e
partículas finas do solo.
Os muros, as edificações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas pelas
escavações devem ser escorados.

4. PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS

Choque elétrico é a reação do organismo à passagem da corrente elétrica, ou seja, é quando o


corpo entra em contato direto com a fonte de energia. Os perigos de acidentes ocasionados aos
trabalhadores podem estar relacionados às etapas de geração, transmissão, distribuição e consumo,
incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações
elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, conforme a norma
regulamentadora de instalações e Serviços em eletricidade, NR-10, do Ministério do Trabalho e
Emprego, MTE. Dessa forma, a proteção contra choques elétricos pode ser realizada através de:
 Projeto das Instalações Elétricas Provisórias elaborado por profissional
legalmente habilitado;
 Manter atualizado o Prontuário das Instalações Elétricas;
 Isolação das partes vivas - é destinada a impedir todos os contatos com as

partes vivas da instalação elétrica através do recobrimento total por uma

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isolação que somente possa ser removida através de sua destruição. Exemplos:
isolação com fita isolante, cabo com dupla isolação, isolamento com fita isolante
complementada por mangueira isolante, etc..

Figura 4 - Ilustração de isolamento para partes vivas

Fonte: SESI
 Obstáculos - Destinados a impedir os contatos diretos acidentais com
partes
vivas, sendo instalados em compartimentos cujo acesso é permitido somente a pessoas
autorizadas.
Figura 5 - Ilustração de obstáculo

Fonte: SESI

 Colocação fora de alcance - é destinada a impedir os contatos acidentais,


consistindo em instalar os condutores energizados a uma altura/distância que fique fora
do alcance do trabalhador, das máquinas e dos equipamentos.
 Dispositivo à corrente diferencial-residual (DR) - os dispositivos à corrente
diferencial-residual (DR) constituem-se no meio mais eficaz de proteção das

22
pessoas e animais contra choques elétricos. Esses dispositivos permitem o uso seguro e
adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às pessoas, as perdas de energia e
os danos às instalações, porém sem dispensar outros elementos de proteção
(disjuntores, fusíveis, etc.), a sua aplicação é específica na proteção contra a corrente de
fuga.
Figura 6 - Ilustração de diferencial-residencial

Fonte: SESI

 Aterramento - aterramento elétrico é a ligação intencional com a terra, isto é, com o


solo, considerado um condutor através do qual a corrente elétrica pode fluir,
difundindo-se. Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos
elétricos, mas que, eventualmente, possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que
esteja em local acessível a contatos.As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricos
bem como as redes de distribuição elétricas devem ser aterradas eletricamente. O
aterramento será dimensionado por profissional habilitado, que fará também a avaliação
e emitirá laudo atestando sua eficácia, com emissão de ART.
Figura 7 - Ilustração de aterramento elétrico

Fonte: SESI

23
3.1.5. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA

As proteções contra quedas de altura são os principais EPC utilizados na indústria da


construção. Elas previnem contra perigo de queda de pessoas e de materiais, que corresponde a
40% dos acidentes fatais e incapacitantes nas obras de edificações. A legislação brasileira
estabelece a obrigatoriedade da instalação de proteção coletiva onde

24
houver perigo de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais.
De acordo com a NR-35 (Trabalhos em altura), “considera-se trabalho em altura toda atividade
executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda”.
Os principais EPC contra quedas de altura são:
Sistema Guarda-Corpo e Rodapé (GCR) – a proteção contra quedas, quando
constituída de anteparos rígidos, em sistema de guarda-corpo e rodapé deve atender aos
seguintes requisitos: a) ser construída com altura de 1,20 m (um metro e vinte centímetros) para o
travessão superior e 0,70 m (setenta centímetros) para o travessão intermediário; b) ter rodapé com
altura de 0,20 m (vinte centímetros); e, c) ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro
dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura.
Figura 8 - Ilustração do sistema GCR na periferia de laje

Fonte: SESI.

Figura 9 - Ilustração do sistema GCR no poço do elevador e nas escadas da edificação

Fonte: SESI.

Fechamento de abertura de piso e de poço do elevador – as aberturas no piso devem


ter fechamento provisório resistente. As aberturas utilizadas para o transporte vertical de materiais e
equipamentos devem ser protegidas por guarda-corpo fixo, no ponto de entrada e saída de
material, e por sistema de fechamento do tipo cancela ou similar.

25
Figura 10 - Ilustração do fechamento de abertura de piso e poço do elevador

Fonte: SESI.

Bandejas ou plataformas primárias, secundárias e terciárias – em todo o perímetro


da construção de edifícios com mais de 4 (quatro) pavimentos ou altura equivalente é obrigatória a
instalação de uma plataforma principal de proteção na altura da primeira laje que esteja, no mínimo,
um pé-direito acima do nível do terreno.
A plataforma deve ser instalada logo após a concretagem da laje a que se refere e retirada
somente quando o revestimento externo do prédio acima dessa plataforma estiver concluído.
Acima e a partir da plataforma principal de proteção, devem ser instaladas, também,
plataformas secundárias de proteção, em balanço, de 3 (três) em 3 (três) lajes.
Cada plataforma deve ser instalada logo após a concretagem da laje a que se refere e
retirada somente quando a vedação da periferia, até a plataforma imediatamente superior,
estiver concluída.
Na construção de edifícios com pavimentos no subsolo, devem ser instaladas, ainda,
plataformas terciárias de proteção, de 2 (duas) em 2 (duas) lajes, contadas em direção ao subsolo e a
partir da laje referente à instalação da plataforma principal de proteção.

Tela de proteção – o perímetro da construção de edifícios deve ser fechado com tela a
partir da plataforma principal de proteção, instalada entre as extremidades de 2 (duas) plataformas
de proteção consecutivas. A tela deve constituir-se de uma barreira protetora contra projeção de
materiais e ferramentas.

26
Figura 11 - Ilustração das bandejas primária e secundária e da tela de proteção

Fonte: SESI

Redes de segurança – este dispositivo é regulamentado como medida alternativa ao uso de


plataformas secundárias de proteção. Pode ser instalado Sistema limitador de quedas de altura, com
a utilização de redes de segurança.
O Sistema Limitador de Quedas de Altura deve ser composto, no mínimo, pelos seguintes
elementos:
a. rede de segurança;
b. cordas de sustentação ou de amarração e perimétrica da rede;
c. conjunto de sustentação, fixação e ancoragem e acessórios de rede, composto de:

1. elemento força;
2. grampos de fixação do elemento força;
3. ganchos de ancoragem da rede na parte inferior.

Figura 12 - Ilustração de rede de segurança

Fonte: SESI

27
Sistema de ancoragem – são componentes definitivos ou temporários, dimensionados
para suportar impactos de queda, ao qual o trabalhador possa conectar seu equipamento de
proteção individual, diretamente ou através de outro dispositivo, de modo a que permaneça
conectado em caso de perda de equilíbrio, desfalecimento ou queda.
Os pontos de ancoragem são pontos destinados a suportar carga de pessoas para a conexão de
dispositivos de segurança, tais como: cordas, cabos de aço, trava-quedas e talabartes.
Observação: os sistemas de ancoragem devem ser projetados por profissional
habilitado.

Figura 13 - Sistema de ancoragem

Fonte: SESI

Linha de vida – existem linhas de vida do tipo vertical ou horizontal, instaladas de forma fixa
ou temporária, onde os equipamentos de proteção individual contra quedas são ancorados. As linhas
de vida podem ser de aço galvanizado ou inox (preferencial), ou do tipo de calha ou carril de
alumínio (mais comum), inox ou galvanizado, cabo sintético, cabo de aço inox ou galvanizado.

Figura 14 - Linha de vida

28
Fonte: SESI

3.1.6. TAPUMES E GALERIAS

Tapume é um painel constituído em torno de locais onde se executam obras, com a finalidade
de proteger o público contra possíveis efeitos prejudiciais que decorram da execução dos trabalhos
e evitam o acesso de pessoas alheias às atividades da obra.
Em centros urbanos, o tapume é constituído nos limites do terreno com vias públicas ou
propriedades vizinhas.
Muros existentes no terreno, que não impeçam ou dificultem a execução da obra, podem ser
mantidos até o final da construção, em substituição aos tapumes.
As galerias na via pública são executadas em caso de necessidade de realização de
serviços sobre o passeio, devendo neste caso ser sinalizada em toda sua extensão, por meio de
sinais de alerta aos motoristas nos 2 (dois) extremos e iluminação durante a noite, respeitando-se à
legislação do Código de Obras Municipal e de Trânsito em vigor.
As bordas da cobertura da galeria devem possuir tapumes fechados com altura mínima de
1,00m (um metro), com inclinação de aproximadamente 45º (quarenta e cinco graus) e devem ser
mantidas sem sobrecargas que prejudiquem a estabilidade de suas
29
Estruturas.
Figura 15 - Proteção de fachada

Fonte: SESI

3.1.7. ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS

As escadas, rampas e passarelas são utilizadas na indústria da construção de forma temporária


com o objetivo de transpor pessoas entre pisos com diferença de nível e para serviços em altura.
É obrigatória a instalação de escada ou rampa para transposição de pisos com diferença de nível
superior a 0,40m (quarenta centímetros) como meio de circulação de trabalhadores.
É obrigatória a instalação de passarelas quando for necessário o trânsito sobre vãos com risco
de queda de altura.

Figura 16 - escada

30
Fonte: SESI

2. Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

A NR-06 define Equipamento de Proteção Individual (EPI) como “todo dispositivo ou produto,
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho”. São exemplos de EPI: protetor auditivo, luva para proteção,
capacete, calçado de segurança, entre outros.
O EPI só “poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação
(CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do
Ministério do trabalho e emprego” (Brasil, 2010).
A seleção do EPI adequado é realizada com base no perigo que o trabalhador está exposto na
atividade exercida, sendo realizada por um profissional legalmente habilitado na área de segurança
do trabalho.
O treinamento quanto à correta utilização, conservação, guarda, devolução e orientação sobre
as limitações de proteção do EPI são realizado pelo profissional de segurança do trabalho da obra.
O trabalhador tem como obrigação legal em relação ao EPI:
a. usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b. responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c.comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso;
d.cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. (Brasil,
2011).

A seguir, apresentaremos os tipos de EPI, bem como a sua finalidade.

1. PROTEÇÃO PARA CABEÇA

 Capacete – tem o objetivo de proteger contra impactos de objetos sobre o crânio,


choque elétrico e também de proteger o crânio e a face de agentes térmicos;
 Capuz – é utilizado para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica,
respingos de produtos químicos, agentes abrasivos e escoriantes;

31
Figura 17 - Ilustração de capacete

Fonte: SESI

2. PROTEÇÃO DE OLHOS E FACES

 Óculos – é utilizado para proteção contra impactos de partículas volantes,


luminosidade intensa, radiação ultravioleta, radiação infravermelha.
Figura 18 - Ilustração de óculos

Fonte: SESI

 Protetor facial – é utilizado para proteção dos olhos e face contra impactos de
partículas volantes.
Figura 19 - Ilustração de protetor facial

Fonte: SESI

 Máscara de solda – utilizada para proteção dos olhos e face contra impactos de
partículas volantes, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade
intensa.

32
Figura 20 - Ilustração de máscara de solda

Fonte: SESI

3.2.3. PROTEÇÃO AUDITIVA

✓ Protetor auditivo – é utilizado para proteção do sistema auditivo em atividades


realizadas com níveis de pressão sonora superior a 80 dB(A) ou níveis mais baixos que
causem incômodo ao trabalhador.

Figura 21 - Ilustração de protetor auricular

Fonte: SESI

3.2.4. PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Os respiradores protegem o trabalhador da inalação de contaminantes gerados por agentes


químicos como poeiras, névoas, fumos, gases, vapores e também de agentes biológicos na forma de
aerossóis. Podem ser purificadores de ar ou de adução de ar. Devem ser usados quando a execução
de controles de engenharia não for suficiente para reduzir a exposição a agentes químicos a níveis
seguros.

33
Figura 22 - Ilustração de proteção respiratória

Fonte: SESI

5. PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

 Luvas de proteção – são luvas específicas para muitas atividades profissionais,


tanto comerciais como industriais, que requeiram o uso recomendável ou obrigatório
destas. Existem vários tipos de luvas. Deverá ser utilizada a que melhor se adapte à
atividade a que se destina. Dentre elas existem: luvas para proteção contra agentes
abrasivos e escoriantes, contra agentes cortantes e perfurantes, contra choque elétrico,
contra agentes térmicos, biológicos, químicos, proteção contra vibrações, umidade
proveniente de operações com uso de água e radiações ionizantes.

 Manga – utilizada para proteção do braço contra agentes abrasivos e escoriantes,


agente cortante e perfurante, agentes térmicos.

Figura 23 - Ilustração de luvas e avental

Fonte: SESI

34
6. PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

 Calçado – é utilizado para proteção dos pés contra impactos de quedas de objetos,
contra agentes abrasivos e escoriantes, agentes cortantes e perfurantes, respingos de
produtos químicos, umidade proveniente de operações com uso de água.
 Perneira - utilizado para proteção da perna contra respingos de produtos
químicos, contra baixas temperaturas, agentes abrasivos e escoriantes, agentes
cortantes e perfurantes, picadas de animais peçonhentos.

Figura 24 - Ilustração de proteção dos membros inferiores

Fonte: SESI

7. PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

Conforme o Glossário da Norma Regulamentadora nº 35, citamos os seguintes conceitos:

 Cinturão de segurança tipo paraquedista: Equipamento de Proteção Individual


utilizado para trabalhos em altura onde haja risco de queda, constituída de sustentação
na parte inferior do peitoral, acima dos ombros e envolta nas coxas.

Figura 25 - Ilustração de cinto trava-quedas – paraquedista

35
Fonte: SESI

 Talabarte: dispositivo de conexão de um sistema de segurança, regulável ou não,


para sustentar, posicionar e/ou limitar a movimentação do trabalhador.

Figura 26 - Ilustração de talabarte

Fonte: SESI

 Trava-queda: dispositivo de segurança para proteção do usuário contra quedas em


operações com movimentação vertical ou horizontal, quando conectado com cinturão
de segurança para proteção contra quedas.

Figura 27 - Ilustração do trava-queda

Fonte: SESI

Para a proteção contra queda de diferença de nível que a altura seja igual ou superior a dois
metros de altura, deve ser utilizado o cinto tipo paraquedista. A diferença entre os diversos modelos
desse cinto no mercado está nos pontos de ancoragem disponíveis, que
36
podem ser de dois a seis pontos.

Cintos de segurança tipo paraquedista, com ponto de ancoragem no peito e nas costas. Devem
ser utilizados na movimentação vertical e horizontal com ancoragem frontal e para trabalhos
localizados com ancoragem nas costas. São recomendados para as atividades rotineiras em altura na
construção civil.
Cintos de segurança tipo paraquedista, com ponto de ancoragem no peito, nas costas e nos
dois lados da cintura. São utilizados para movimentação vertical e horizontal com ancoragem
frontal, para trabalhos localizados com ancoragem nas costas e de
posicionamento estacionário, utilizando talabartes específicos nos dois pontos da cintura.
Recomendado para as atividades de reparos elétricos ou de telecomunicações em que o trabalhador
permanece parado em uma determinada altura com os pés apoiados na estrutura, desenvolvendo sua
atividade.
Cintos de segurança tipo paraquedista, com ponto de ancoragem no peito, nas costas, nos dois
lados da cintura e nos dois ombros. São utilizados para movimentação vertical e horizontal com
ancoragem frontal e nas costas para trabalhos eventuais de posicionamento estacionário, utilizando
talabartes específicos nos dois pontos da cintura, além de atividades de içamento e resgate em
espaços confinados utilizando os dois
pontos de ancoragem dos ombros. Recomendado para as atividades em espaço confinado.

37
3.3. Reconhecendo os Perigos/Danos, Fonte Geradora e Medidas de Controle para
as Atividades de: Forma, Concreto e Armação

ETAPA: ESTRUTURA
SERVIÇO: FORMA / DESFORMA
MEDIDAS DE CONTROLE
PERIGO / FONTE
DANO PROTEÇÕES MEDIDAS
FATOR DE RISCO GERADORA EPI
COLETIVAS ADMINISTRATIVAS
Ruído contínuo ou Perda auditiva Serra circular Cobertura na Manutenção Protetor
intermitente central de preventiva/ corretiva; auditivo tipo
carpintari plug/
a concha
Treinamento;
Avaliação
quantitativa
Radiação Queimaduras em Radiação Não se aplica Protetor solar; Capacete;
eletromagnética nível solar Uniforme Balaclava;
não ionizante dermatológico e manga Capuz de
ocular, câncer de comprida; segurança
pele, doenças de Treinamento (chapéu árabe)
pele

Movimentação Corte, Carregar Não se aplica Rodízio de Luva de


manual de carga comprometimento formas de trabalhadores; segurança
neuromuscular e/ madeira Treinamento (nesse contra agentes
ou osteoarticular momento mecânicos
e/ ou circulatório importante o
instrutor orienta
como carregar e
transportar material
com a postura
correta) Ginástica
laboral;
Limitar a carga de
maneira que não
comprometa a
saúde;
Adotar
equipamentos para
transporte de carga
Contato com Queimadura p/ Serra circular Aterramento É proibida a Luva isolante
eletricidade choque elétrico, existência de partes
ferimentos, vivas expostas de
fraturas, circuitos e
contusões, morte, equipamentos
parada cardíaca elétricos;
e/ ou arritmia Utilizar
ferramentas
elétricas manuais
com duplo
isolamento;
Treinamento

38
ETAPA: ESTRUTURA
SERVIÇO: FORMA / DESFORMA
MEDIDAS DE CONTROLE
PERIGO / DANO FONTE PROTEÇÕES MEDIDAS
FATOR DE RISCO GERADORA COLETIVAS ADMINISTRATIVAS EPI
Incêndio. Queimadura; Morte Pó de madeira Sistema de Treinamento Não se aplica
combate a
incêndio

Contato com Amputações, Serra Coifa de Treinamento; Luva de


materiais/ ferimentos, circular e proteção para Isolamento da área segurança
ferramentas/ contusões serrote serra circular; da central de contra
equipamentos Uso de bainha carpintaria; agentes
cortantes/ de proteção no Sinalização mecânicos
escoriantes/ serrote durante o
pontiagudos transporte e
armazenamento

Queda de materiais/ Politraumatismos Desforma; Assoalhos para Durante a desforma Capacete de


equipamentos/ Inexistência de fechamento de devem ser segurança com
máquinas/ plataforma de aberturas em viabilizados meios jugular;
ferramentas proteção; lajes e pisos; que impeçam a queda Botina de
Aberturas de Plataforma livre de seções de segurança
piso e de principal e formas; Sinalização
periferia de secundária de Isolamento da área;
laje proteção; Treinamento
Tela de
proteção;
Guarda-
corpo com
rodapé,
travessão e
fechamento
com tela

Queda de pessoas Morte; Aberturas de Guarda-corpo de Treinamento Cinto de


com diferença de Politraumatismo piso e de periferia de laje, segurança tipo
nível s periferia de escadas e para paraquedista
laje abertura de com duplo
elevador; Cabos talabarte;
de segurança; Dispositivo
Sistema de trava- quedas
ancoragem

39
ETAPA: ESTRUTURA
SERVIÇO: ARMAÇÃO
MEDIDAS DE CONTROLE
PERIGO / FATOR DANO FONTE
DE RISCO GERADORA PROTEÇÕES MEDIDAS
EPI
COLETIVAS ADMINISTRATIVAS
Ruído contínuo Perda auditiva Policorte Manutenção Protetor auditivo
ou intermitente preventiva / tipo plug/ concha
corretiva;
Treinamento;
Avaliação quantitativa

Radiação Queimaduras em Radiação Toldos, tendas Protetor solar; Capacete, balaclava,


eletromagnética nível solar Uniforme capuz de segurança
não ionizante dermatológico e manga (chapéu árabe)
ocular, câncer de comprida;
pele, doenças de Treinamento
pele

Exigência de Comprometimen Dobrar, Não se aplica Pausas Não se aplica


esforço t o montar e compensatórias;
físico (força) neuromuscular carregar Rodízio de
e/ ou ferragens trabalhadores;
osteoarticular e/ Ginástica
ou circulatório laboral
Trabalho Comprometiment Utilização Não se aplica Pausas Não se aplica
repetitiv o neuromuscular da torquesa compensatórias;
o e/ ou Ginástica
osteoarticular e/ laboral;
ou circulatório Treinamento
Movimentação Cortes, arranhões, Carregar Não se aplica Rodízio de Luva de segurança
manual de carga comprometiment ferragens trabalhadores; contra agentes
o neuromuscular montadas Treinamento; mecânicos
e/ ou Ginástica laboral;
osteoarticular e/ Limitar a carga de
ou circulatório maneira que não
comprometa a saúde;
Adotar
equipamentos para
transporte de carga

Contato Queimadura p/ Policorte Aterramento É proibida a Luva de segurança


com choque elétrico, existência de partes
eletricidade ferimentos, vivas expostas de
fraturas, circuitos e
contusões, morte, equipamentos
parada cardíaca elétricos;
e/ ou arritmia Utilizar ferramentas
elétricas manuais
com duplo
isolamento

40
ETAPA: ESTRUTURA
SERVIÇO: ARMAÇÃO
FONTE MEDIDAS DE CONTROLE
PERIGO / FATOR DANO GERADOR
DE RISCO PROTEÇÕES MEDIDAS
A EPI
COLETIVAS ADMINISTRATIVAS
Incêndio Queimadura Policorte Sistema de Treinamento Não se aplica
; Morte combate a
incêndio
Contato com Amputações, Policorte Proteger as Treinamento; Luva de segurança
materiais/ ferimentos, pontas dos Isolamento da contra agentes
ferramentas/ contusões. vergalhões; central de armação; mecânicos
equipamentos Coifa. Sinalização.
cortantes/
escoriantes/
pontiagudos

Projeção de Traumatismos Corte de Não se aplica Não se aplica Óculos de segurança


partículas lacero-contusos contra impacto;
ferragem Protetor facial

Queda de Politraumatismos Inexistência Assoalhos para Sinalização; Capacete de


materiais/ de fechamento de Isolamento da área; segurança com
equipamentos/ plataforma aberturas em Treinamento jugular; Botina
máquinas/ de proteção, lajes e pisos; de segurança
ferramentas abertura de Plataforma
piso e de principal e
periferia de secundária de
laje proteção;
Tela de
proteção;
Guarda-corpo,
rodapé,
travessão e tela
de fechamento

Queda de pessoas Morte; Aberturas de Guarda-corpo de Treinamento Cinto de segurança


com diferença de Politraumatismo piso e de periferia de paraquedista com
nível s periferia de laje, escadas e duplo talabarte;
laje para abertura de Dispositivo trava-
elevador; quedas
Cabos de
segurança;
Sistema de
ancoragem

41
ETAPA: ESTRUTURA
SERVIÇO: CONCRETAGEM
FONTE MEDIDAS DE CONTROLE
PERIGO / FATOR DANO GERADOR PROTEÇÕES
DE RISCO MEDIDAS
A EPI
COLETIVAS ADMINISTRATIVAS
Ruído contínuo Perda auditiva Bomba de Não se aplica Treinamento Protetor auditivo
ou intermitente projeção, tipo plug/concha
vibrador
Radiação Queimaduras em Radiação Não se aplica Protetor solar Capacete, balaclava,
eletromagnética nível solar Uniforme manga
não ionizante dermatológico e comprida capuz de
ocular, câncer de Treinament segurança (chapéu
pele o árabe)

Vibração Alterações Vibrador Não se aplica Treinament Luva de


mão- braço neurológicas e/ou o Rodízio segurança
tde
neuromusculares rabalhadores para proteção
em mãos e/ou contra
braços vibrações
Contato com Intoxicações Concreto Não se aplica Treinamento Respirador/
cimento , irritações, purificador
(concreto) de
dermatoses de ar tipo peça
contato semifacial
filtrante para
partículas
PFF1 ou com
filtro P1;
Luva de
segurança
contra agentes
químicos

Particulados Irritação das vias Materiais Não se aplica Umedecer o Respirador/


de
(insolúveis ou de respiratórias construção material para purificador
baixa evitar suspensão de ar tipo
solubilidade) não de poeira peça
especificado de semifacial
outra maneira
(PNOS) filtrante
(respirável) para
partículas
PFF1 ou
com filtro
P1
Exigência de Comprometimento Lançament Não se aplica tPausas Não se aplica
o
esforço neuromuscular e/ de compensatórias;
concreto;
físico (força) ou osteoarticular Vibrador Rodízio de
e/ ou circulatório rabalhadores;
Ginástica
laboral

42
ETAPA: ESTRUTURA
SERVIÇO: CONCRETAGEM
MEDIDAS DE CONTROLE
PERIGO / FATOR DANO FONTE
DE RISCO GERADORA PROTEÇÕES MEDIDAS
EPI
COLETIVAS ADMINISTRATIVA
S
Movimentação Comprometimen Concreto Equipamentos Rodízio de Luva de segurança
manual de carga t o para transporte trabalhadores; contra agentes
neuromuscular de carga; Treinamento (nesse mecânicos
e/ ou Ombreiras para momento importante o
osteoarticular e/ transporte dos instrutor orienta
ou circulatório vergalhões como carregar e
transportar material
com a postura correta);
Ginástica laboral;
Limitar a carga
de maneira que
não comprometa
a saúde

Posturas extremas/ Comprometimen Lançamento Não se aplica Pausas Não se aplica


orçadas t o de concreto compensatórias;
neuromuscular Ginástica
e/ ou laboral
osteoarticular e/
ou circulatório
Contato Queimadura p/ Vibrador Aterramento É proibida a existência Não se aplica
com choque de partes vivas
eletricidade elétrico, expostas de circuitos e
ferimentos, equipamentos elétricos;
fraturas, Utilizar ferramentas
contusões, elétricas manuais com
morte, parada duplo isolamento
cardíaca e/ ou
arritmia

Queda de Politraumatismos Inexistência Assoalhos para Sinalização Capacete de


materiais/ de fechamento de Isolamento da área segurança com
equipamentos/ plataforma aberturas em jugular; Botina
máquinas/ de proteção, lajes e pisos; de segurança
ferramentas abertura de Plataformas
piso e de principais e
periferia de secundárias de
laje proteção
Tela de
proteção;
Guarda-corpo
com rodapé,
travessão e tela
de fechamento.

43
ETAPA: ESTRUTURA
SERVIÇO: CONCRETAGEM
MEDIDAS DE CONTROLE
PERIGO / FATOR DANO FONTE
DE RISCO GERADORA PROTEÇÕES MEDIDAS
EPI
COLETIVAS ADMINISTRATIVAS
Queda de pessoas Morte; Aberturas de Guarda-corpo de Treinamento Cinto de segurança tipo
com diferença de Politraumatismo piso e de periferia de laje, paraquedista com
nível s periferia de escadas e para duplo talabarte;
laje abertura de Dispositivo trava-
elevador. quedas
Cabos de
segurança
Sistema de
ancoragem

Respingos de Irritação, Lançamento Não se aplica Treinamento Óculos de segurança


produtos queimaduras de concreto ampla visão
químicos Capa de proteção

4. Sinalização

De acordo com o dicionário de SST do SESI, a sinalização de segurança

[...] é a sinalização relacionada com um objeto, uma atividade ou uma situação determinada, que
fornece uma indicação ou uma prescrição relativa à segurança ou à saúde no trabalho, ou a
ambas, por intermédio de uma placa, uma cor, um sinal luminoso ou acústico, uma comunicação
verbal ou um sinal gestual.

A obra é sinalizada com o objetivo de:


 Identificar os locais de apoio que compõem o canteiro;
 Indicar as saídas por meio de dizeres ou setas;
 Manter comunicação através de avisos, cartazes ou similares;
 Advertir os trabalhadores contra perigo de contato ou acionamento acidental com
partes móveis das máquinas e equipamentos;
 Advertir quanto ao perigo de queda;
 Alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI, específico por atividade;
 Alertar quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por
grua, guincho ou guindaste;
 Identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra;
 Advertir contra risco de passagem de trabalhadores onde o pé-direito for inferior a
1,80 m;
44
 Identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e
radioativas.
 Quanto à sinalização de segurança em vias públicas:
 É dirigida para alertar os motoristas e pedestres, em conformidade com as
determinações do órgão competente;
 É obrigatória a utilização do colete ou tiras refletivas na região do tórax e
costas;
 Os acessos ao canteiro de obra e frente de serviços ou em movimentação e transporte
vertical de materiais são sinalizados;
 O tráfego próximo às escavações quando é impossibilitado realizar desvio a velocidade
dos veículos é reduzida;
 No estreitamento de pistas em vias públicas, deve ser adotado o sistema de sinalização
luminosa (utilizar como referencial para consulta o Código Brasileiro de Trânsito).

Os principais tipos de sinalização são:


 Cones sinalizadores;
 Telas de PVC;
 Iluminação noturna;
 Alertas luminosos (para horário noturno);
 Placas;
 Alertas sonoros em equipamentos de guindar, durante a movimentação;
 Alertas sonoros em máquinas e caminhões pesados (retroescavadeira, caminhão
basculante, etc.), durante a movimentação de ré.

A sinalização deve acompanhar as mudanças de fase da obra e deve-se realizar


manutenção periódica para que a sinalização não fique desatualizada e ineficiente.

45
4. ATITUDES PREVENTIVAS

1. Autocuidado

Esta atitude é baseada no resgate do ser humano para que ele se cuide. Serve para que o
trabalhador lembre-se de que ele é responsável por ele mesmo e adote uma atitude preventiva e
saudável.
São exemplos de autocuidado:
 Percepção de perigos e riscos - antes do início das atividades, o trabalhador deve
realizar uma análise visual no ambiente de trabalho, identificando os perigos que estão
presentes e solicitar à equipe de segurança, encarregado ou à CIPA um EPC ou EPI que
esteja faltando;
 Direito de recusa - todo trabalhador tem o direito de recusar a realização
 das atividades que não possuam as medidas de controle adequadas e que
comprometam a segurança;
 Realizar exames médicos e ocupacionais;
 Praticar higiene pessoal e bucal;
 Ingerir apenas água potável e alimentos lavados;
 Praticar atividades físicas regularmente e ter uma alimentação saudável.

2. Alerta Mútuo

“O alerta mútuo é um aviso que o trabalhador pode dar a um companheiro ou qualquer pessoa
que entre na sua área de trabalho” (SESI/DN, 2012). O aviso pode ser de qualquer perigo que a
pessoa não perceba, como por exemplo: “Cuidado! Movimentação de carga acima”, “podem cair
ferramentas ou materiais”, “estou subindo”, “vou ligar o equipamento, afaste-se”, “o veículo está
dando ré”, entre outros.
Essa ferramenta auxilia na prevenção de acidentes e quase acidentes, principalmente em áreas
com grande movimentação de materiais, como a IC, e no desenvolvimento da solidariedade e
cuidado com o próximo.

3. Regras de Ouro

As regras de ouro são diretrizes preventivas que os trabalhadores devem seguir para evitar
acidente e doenças do trabalho.

46
Verifique a seguir dez regras de ouro:

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