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UNIDADE 03

Higiene e Segurança Industrial

Olá, bem vindo à unidade 3.

Um acidente de trabalho nunca tem origem em apenas um fato (causa), mas


sim, em diversos fatos que vão acumulando-se, até que o acidente se completa.
As causas de um acidente são basicamente humanas. Os comportamentos, as
atitudes e as reações dos indivíduos no ambiente de trabalho completam a sua
relação com o acidente.

O ato e a condição insegura são os conceitos básicos da Teoria dos


Dominós elaborada por Heinrich. Com base nesta teoria o acidente seria causado
por uma cadeia de fatores como uma sequência de dominós justapostos, que
resultaria na lesão.

Vamos começar nossos estudos?

Boa aula!

●●Subsidiar o aluno com questões relativas as causas de acidentes do trabalho e suas conseqüências
para o trabalhador, a empresa e a sociedade.

●●Causas de acidentes;
●●Prevenção de acidentes do trabalho;
●●Consequências dos acidentes do trabalho;
●●Danos causados ao trabalhador;
●●Prejuízo da empresa;
●●Custos para a sociedade;
●●Classificação das conseqüências dos acidentes;
●●Terminologia usual para ferimentos.

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Acidentes de Trabalho

Causas de acidentes

Em um ambiente de trabalho vários fatores podem provocar um acidente de trabalho, como não
utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), falta de manutenção de máquinas, problemas no
ambiente de trabalho como por exemplo, falta de iluminação, peso escorregadio, etc. As causas desses
tipos de acidentes podem ser classificadas em dois grupos básicos:

1 – ato inseguro – é o modo como o trabalhador se expõem, consciente ou inconscientemente, a riscos


de acidentes.

O Ministério do Trabalho e Emprego alterou a


Norma Regulamentadora Nº1(NR-1), letra”b”, item
1.7, acabando com o ato inseguro. Não se acaba
com o ato inseguro por portaria. O ato inseguro
continua existindo por causa da NBR 14280.
(Cadastro de Acidentes do Trabalho- Procedimento
e Classificação). Segundo esta NBR ato inseguro
é ação ou omissão que, contrariando preceito de
segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência
de acidentes.

Abaixo alguns exemplos de atos inseguros mais conhecidos:

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2 – condição insegura – são consideradas falhas técnicas, que


presentes no ambiente de trabalho, comprometem a segurança dos
trabalhadores, das instalações e dos equipamentos. A NBR 14280
chama a condição insegura de Condição Ambiente de Segurança
(Condição Ambiente) e define: “É a condição do meio que causou
o acidente ou contribui para a sua ocorrência”. São exemplos de
condição insegura:

A engenharia de segurança tradicional é derivada da Teoria do Efeito Dominó, elaborada por


H.W.Heirinch em 1931. Esta teoria limitava-se a considerar que os atos inseguros dos trabalhadores,
mais as condições inseguras do ambiente, são as causas primárias dos acidentes de trabalho. É uma
abordagem básica mas limitada, e ainda possui ampla utilização no processos de identificação das causas
de acidentes do trabalho.

Heirinch, apresenta no seu trabalho publicado em 1931, a Teoria dos Dominós. Segundo sua teoria, a
ocorrência de um acidente do trabalho é um evento ou fato que resulta de uma seqüência de outros, e leva
à ocorrência de lesões. A queda do primeiro dominó é o fator que determina a queda do próximo, como
pode-se observar na Figura1.

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Os dominós de Heinrich,1950

As pedras do dominó que levarão a lesão são:

1 – Personalidade – todo trabalhador possui um conjunto de características positivas e negativas que


constituem a sua personalidade. Esta personalidade foi formada com base em fatores hereditários e do
meio social e familiar em que o indivíduo se desenvolveu. Essas características pessoais e individuais são,
por exemplo, irresponsabilidade, teimosia, etc.

2 – Falhas humanas – o trabalhador de qualquer idade ou posição hierárquica, pode cometer falhas
na execução de seu trabalho, do que ao final, resultarão nas causas de acidentes, devido aos traços
negativos de sua personalidade.

3 – Acidente – ocorrência decorrente de condições inseguras ou da prática de atos inseguros.

4 – Lesões – é uma ocorrência possível sempre que ocorre um acidente do trabalho.

Prevenção de Acidentes do trabalho

As causas de acidentes são devidas as falhas humanas


e materiais, sendo assim a prevenção de acidentes deve ser
baseada:
●● Na eliminação das condições inseguras.
●● Na eliminação da prática de atos inseguros.

O foco dos trabalhadores e dos profissionais que trabalham


com prevenção de acidentes, é o de neutralizá-los e/ou mantê-

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los sob controle, caso não possam ser eliminados.

Toda ação visando a prevenção deve partir da análise minuciosa da tarefa e de suas correlações
com outros processos. Se o risco de acidentes não puder ser eliminado ou neutralizado através de
equipamento de proteção coletiva, deve-se proteger o trabalhador através do uso de equipamentos de
proteção individual.

Outro fator importante na prevenção de acidentes, é a inspeção de segurança. É a parte do controle


de risco que consiste em efetuar vistorias no ambiente de trabalho, com o objetivo de descobrir e corrigir
situações que comprometem a segurança dos trabalhadores.

As inspeções de segurança podem ser de três tipos:

1 - Inspeção geral – é realizada quando se quer ter uma visão geral de todos os setores da empresa.

2 - Inspeção Parcial – é realizada onde já se sabe da existência de problemas de segurança ou acidentes.


Deve ser detalhada e criteriosa.

3 – Inspeção Específica – é uma inspeção para procurar e identificar problemas e riscos determinados.

Consequências dos Acidentes de Trabalho

Os acidentes de trabalho apresentam fatores negativos para as


empresas, para o trabalhador acidentado e para a sociedade. São
elevados os custos sociais e econômicos para o país, levando-se em
conta os danos causados a integridade física e mental do trabalhador,
os prejuízos das empresas e os custos resultantes para a sociedade.

Danos causadores ao trabalhador

Quando o trabalhador não morre em um acidente de trabalho,


podem ser atingidos por danos de diversos tipos:
●● Traumas de diversos tipos.
●● Cirurgias e remédios.
●● Sofrimento físico e mental.
●● Desamparo a família.
●● Fisioterapia.
●● Assistência psicológica.
●● Prótese, etc.

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Prejuízos da empresa

O custo de um acidente do trabalho é calculado pelo custo direto (custo do segurado) com o
recolhimento feito para a Previdência Social, e com o pagamento do seguro contra acidentes do trabalho. A
outra é o custo indireto (custo não segurado). Os custos não segurados impactam a empresa da seguinte
forma:
●● Interrupção da produção.
●● Paralisação do setor.
●● Perícia trabalhista.
●●Treinamento de substituto.
●● Salário dos quinze primeiros dias após o acidente.
●● Comoção no ambiente de trabalho.
●● Prejuízos a imagem da empresa.
●● Atrasos de produção.
●● Cobertura de licença médica, etc.

Custos para a sociedade

Um acidentado desfalca a empresa e onera a sociedade, pois


passam a precisar de:
●● Leitos em hospitais.
●● Cirurgias.
●● Socorro de emergência.
●● Dependem de auxílio previdenciário.

Classificação e consequências dos acidentes

As conseqüências do acidente podem ser classificadas em:


●● Sem lesão.
●● Lesão leve (acidente sem afastamento).
●● Lesão incapacitante (acidente com afastamento).

Ocorrido o evento não desejado, acidente, e o trabalhador não retornar ao trabalho


no mesmo dia ou no dia seguinte ao acidente, considera-se esse acidente como acidente
com afastamento, cuja conseqüência é incapacidade temporária total, incapacidade
permanente parcial ou total, ou morte do acidentado.

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Analisando o acidente de trabalho como lesão ou perturbação funcional temos:

1 – Acidente sem afastamento e com afastamento.

a – Acidente sem afastamento – é aquele em que o trabalhador acidentado pode exercer sua função
normalmente, no mesmo dia do acidente, ou no dia seguinte ao acidente.

b – Acidente com afastamento – é aquele que provoca a incapacidade do trabalhador, e pode ser:
temporária, parcial ou total.
●● Incapacidade temporária – é a perda da capacidade de trabalho por período limitado de tempo. O
acidentado fica afastado do trabalho por período muito pequeno de tempo, voltando a executar suas
funções normalmente.
●● Incapacidade parcial – é a redução parcial da capacidade
de trabalho do acidentado em caráter permanente.

exemplos: perda de um dos dedos, de um dos olhos, etc.


●● Incapacidade total – é a perda da capacidade total para o
trabalho de modo permanente. Exemplos: perda de uma perna ou
um braço.

Terminologia Usual para Ferimentos

As feridas no corpo humano, são consequência de uma agressão por um agente no tecido vivo. As
feridas podem ser classificadas de várias maneiras: pelo tipo do agente causal, de acordo com o grau de
contaminação, pelo tempo do traumatismo e pela profundidade das lesões. Para a infortunística (parte
da medicina legal e da legislação trabalhista que cuida dos riscos industriais, acidentes do trabalho e
moléstias profissionais), interessa o agente causal.

Quanto ao agente causal as feridas classificam-se em:

1 – Incisas ou cortantes – são provocadas por agentes cortantes, como faca, lâminas, etc. Suas
características são o predomínio do comprimento sobre a profundidade, bordas regulares e nítidas,
geralmente retilíneas. Na ferida incisa o corte geralmente possui profundidade igual de um extremo à outro
da lesão, sendo que na ferida cortante, a parte mediana é mais profunda.

2 – Corto-contusa - o corte não é tão acentuado sendo que a força do traumatismo é que causa a
penetração do instrumento. Os instrumentos agem por um gume mas quem influencia na produção da
lesão é o peso do instrumento.

exemplos: facão, machado, foice, enxada, guilhotina para cortar papel, etc.

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3 – Perfurante – são ocasionados por agentes longos e pontiagudos, como prego e agulha. As feridas
também são chamadas de punctórias. Pode ser transfixante quando atravessa o corpo.

4 – Pérfuro-contusas – são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir o orifício de entrada
apenas, ou orifício de entrada e saída. Neste caso a ferida é transfixante.

5 – Lacero-contusa – os mecanismos mais freqüentes são a compressão ou tração. Pela compressão a


pele é esmagada de encontro ao plano subjacente, e tração por rasgo ou arrancamento de tecido.

exemplo: mordida de um animal.

6 – Contusa – os instrumentos contundentes produzem lesões superficiais e profundas. Nas primeiras,


estão as contusões e as feridas contusas. As contusões se caracterizam por derramamento de sangue na
massa dos tecidos. Nas feridas contusas estuda-se as escoriações.

7 – Escoriações – A lesão surge na superfície cutânea, com arrancamento de pele. Quando as escoriações
são profundas há luxações, fraturas, roturas viscerais, esmagamento, etc. As escoriações são feridas
contusas superficiais, também chamadas de arranhaduras ou esfoladuras.

8 – Equimoses e hematomas – na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda de


continuidade da pele, e no hematoma o sangue extravasado forma uma cavidade. São manchas de
colorido variável iniciando no vermelho e passando para o roxo, violáceo, azul verde, amarelo, até o
desaparecimento completo de qualquer tonalidade.

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Qualquer tipo de acidente é causado, e não simplesmente acontece, por este motivo devem ser
investigador e analisados para encontrar as causas antecedentes. Os acidentes de trabalho ocorrem por
faltas cometidas pelo trabalhador que violam as regras de segurança ou por condição insegura que existe
no ambiente de trabalho.

Atos e condições inseguras são fatores que combinados ou não, levam ao acidente de trabalho. Um
acidente é definido de acordo com a lesão sofrida pelo trabalhador e possuem classificação própria. A
lesão é o dano causado por trauma, sofrido pelos tecidos do corpo.

Leituras Complementares

JUNIOR, Magalhães Evilázio; Rodrigues, Fernanda. Acidente de trabalho: A Importância da Higiene e


Segurança do Trabalho, na Prevenção de Acidentes. Revista Científica Eletrônica de Ciências Contábeis
– ISSN:1679-3870. Maio de 2006.

AZZI, Gomes Silva. Diagnóstico de Acidentes no Trabalho Ocorridos na Indústria Química do Estado
de Goiás. Universidade Católica de Goiás. Anápolis. Goiânia, 2009.

NEGRINI, Danila Aparecida. Acidente do Trabalho e Suas Conseqüências Sociais. Editora: LTR. São
Paulo, 2010.

AYRES, Dennis de Oliveira. Manual de Prevenção de Acidentes do Trabalho – Aspectos Técnicos e


Legais. Editora: Atlas. São Paulo, 2011.

COSTA, Hertz Jacinto. Manual de Acidente do Trabalho. Editora: Juruá, Curitiba,2008.

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