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Treinamento de PPRPS

Instrutor Ricardo França


Objetivo

Informar os operadores de prensas e


equipamentos similares para a
correta utilização, atendendo o que
determina a Convenção Coletiva de
Novembro de 2002, visando sempre
a segurança do trabalhador.
Prevenção de acidentes e Incidentes
 No ano de 2000, o Brasil teve 26.100.020 ( vinte e seis milhões, cem mil e vinte )
trabalhadores com carteira assinada e 343.996( trezentos e quarenta e três mil,
novecentos e noventa e seis) acidentes do trabalho. Destes 3.094 foram fatais, o
que corresponde a 1,32%.
 50% dos acidentes do trabalho ocorrem com as mãos e a maioria deles resultam
em mutilação.
Conceito legal de Acidente do Trabalho

 O conceito legal de Acidente do Trabalho é estabelecido pela lei N°8.213, de 24/07/91 e


está transcrito a seguir.
 “Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda, ou redução
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”
Conceito prevencionista de acidente do
trabalho
 Em meados de 1930, Herbert william Heinrich, a partir de suas pesquisas sobre os
acidentes do trabalho e a relação entre lesões graves, lesões leves e danos materiais,
formulou o seguinte conceito prevencionista.
 “ Acidente do trabalho é uma ocorrência não programada, inesperada ou
não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade,
acasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e danos
materiais”.
Conceito prevencionista de acidente do
trabalho
Conceito prevencionista de acidente do
trabalho

 Estudos realizados por Frank E. Bird Jr. Em 297 empresas, analisando 1.753.498 casos
para 1.750.000 trabalhadores acrescentou à teoria de Heinrich a visão sobre os acidentes:

 “ Um incidente (Quase Acidente) é toda ocorrência anormal com potencialidade para


provocar perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e danos materiais”
Conceito prevencionista de acidente do
trabalho

A ocorrência do incidente é muito


desproporcional em relação às lesões
e aos danos materiais e constitui aviso
de que existe a probabilidade de
ocorrer acidentes.
Ato Inseguro
 São atitudes, ações ou comportamentos do trabalhador contrários às normas de segurança.

 80% dos acidentes são provocados pelo próprio trabalhador.

 Atos inseguros são classificado como falhas humanas.

 Exemplos:

 Descumprir regras e procedimentos de segurança

 Não usar o Equipamentos de Proteção corretamente

 Trabalhar sob efeito de álcool e/ou drogas

 Operar máquinas e equipamentos sem habilitação

 Distrair-se ou realizar brincadeiras durante o trabalho

 Utilizar ferramentas inadequadas


Condição Insegura

 Condições inseguras são as falhas, defeitos,


irregularidades técnicas e carência de
dispositivos de segurança que põem em risco a
integridade física, saúde e segurança das
pessoas, instalações e equipamentos.
 Exemplos
 Falta de proteções adequadas;
 Falta de treinamento;
 Falta de EPIS.
 Perigos, acidentes e suas consequências.
Formas básicas de controle;

 Podemos evitar os acidentes ou mesmo neutralizar


ou reduzir os danos consequentes se pudermos agir
de forma concreta e sistemática sobre todos os
elementos do processo do acidente.
SEGURANÇA DO TRABALHO

 Controlando...

 Eliminando o perigo.
 Reduzindo a exposição ao perigo.
 Reduzindo o dano, se o fato (acidente)
ocorrer.
SEGURANÇA DO TRABALHO
 Reflexão...
 Trabalhar com segurança é simplesmente trabalhar
de forma técnica e profissional.
 Todo técnico realmente profissional sabe agregar aos
seus procedimentos operacionais a prevenção.
 A segurança não se soma a um trabalho, ela está
dentro do trabalho.
RESPONSABILIDADES CIVIL E CRIMINAL
CÓDIGO PENAL Lei 2.848/1940

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.


Pena: de três meses a um ano.
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente.
Pena: de três meses a um ano.
CÓDIGO CIVIL: Lei 10.406, de 10 janeiro de 2002

Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Artigo 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
SEGURANÇA DO TRABALHO
A Segurança do Trabalho se dedica à prevenção dos acidentes, ou
seja, à antecipação, reconhecimento, análise e controle dos perigos
operacionais.

Saúde Ocupacional
A Saúde Ocupacional também atua na prevenção e no tratamento da
doença relacionada ao trabalho, mas o seu foco é no trabalhador.
Segurança do Trabalho

 Higiene Ocupacional

 A Higiene Ocupacional se dedica à


prevenção das doenças ocupacionais, ou
seja, à antecipação, reconhecimento,
avaliação e controle dos riscos ambientais.

 Ela atua com foco no ambiente de trabalho.


Segurança do Trabalho
 Perigos críticos
 São aqueles capazes de produzir acidentes sérios ou fatais.
Segurança do Trabalho
 Os perigos críticos para a segurança
 Máquinas e Equipamentos em Geral NR 12
 No ponto de operação.
 Na transmissão de força (correias e polias,
correntes, engrenagens).
 Nas partes móveis, girantes, alternativas
(eixos, fusos, discos, manivelas).
Segurança do Trabalho
Perigos específicos conforme a empresa;

Fogo, materiais quentes (fundições, metalurgia,


siderurgia).
Produtos químicos perigosos (indústrias
químicas).
Explosões de pós (silagem de cereais, farinha).
Segurança do Trabalho
 Ações de prevenção
 Prevenção se faz com pessoas e por meio das pessoas.
 As pessoas se preocuparão e agirão se:
 Tiverem a percepção dos perigos.
 Tiverem ferramentas para atuar.
 Todos devem atuar na prevenção e a CIPA deve estimular
isso.
 Significa, fundamentalmente, desenvolver, em cada
trabalhador(a), supervisores(as) e no empresário(a) atitudes
e comportamentos para a segurança
Segurança do Trabalho
 Ferramentas comportamentais

 Ferramenta 1 - As portas para o acidente


 Nem sempre as pessoas percebem os perigos.
 Esta ferramenta busca evitar atitudes e ações que
ocorrem LOGO ANTES dos acidentes.
 Faça com que todos(as) percebam quando estão
abrindo as portas para o acidente.
Segurança do Trabalho
 As portas para o acidente

 Slogan: Não abra essa porta !!


 Portas: pressa; improvisação; exceções; presumir;
auto-exclusão.
 Estratégia: adotar o jogo das portas para a prevenção:
 - advertindo, sem criticar;
 - de forma descontraída e participativa;
 - pessoas não devem se sentir criticadas;
 - agradecer o lembrete;
 - um acidente pode ter sido evitado.
Segurança do Trabalho
 Porta nº 1 – pressa

 Eis aí uma porta fácil de abrir


 A pressa produz o perigo, pois com ela:
 Esquecemos etapas do procedimento correto.
 Pulamos etapas do procedimento correto.
 Os atalhos facilitam o erro e os acidentes.
 Se há pressão quanto ao tempo de execução das
tarefas – diálogo é o melhor remédio.
Segurança do Trabalho
 Porta nº 2 – improvisação

 Uma porta muito comum, por falta de recursos ou na


tentativa de simplificação
 Usando dispositivos e ferramentas inadequadas.
 Usando coisas para fins que não se destinam.

 A improvisação não é a forma correta de realizar o trabalho e


promove acidentes.
Segurança do Trabalho

 Porta nº 3 – exceções

 Pulando procedimentos "só desta vez“.


 “Neste caso podemos deixar de lado“.
 Nada deve justificar exceções.

 O acidente não vai deixar de ocorrer “só desta vez”.


Segurança do Trabalho
 Porta nº 4 – presumir
 Presumir é assumir algo sem verificar !! Essa é uma atitude
muito perigosa.Quem presume é responsável pelas
consequências. Esta é a grande porta, pois presume-se com
muita frequência, criando perigos. Você já ouviu:
 “Ele já deve ter desligado a rede elétrica. Pode trabalhar...”.
 “Isso aqui eu também sei fazer (é fácil)”.
 “Isso já deve estar previsto...”.
 “Se fosse perigoso teria um aviso...”.
Segurança do Trabalho
 Porta nº 5 – auto-exclusão

 As coisas só acontecem com os outros.


 Os outros podem errar, eu não...

 O que torna alguém tão especial, que é impossível que se


acidente?
Segurança do Trabalho
 As portas...

 Todos podem observar pessoas que estão “abrindo as


portas” – e devem, de forma direta e cordial, avisá-las,
para que “fechem a porta” !

 Esta ferramenta deve ser divulgada, entendida e praticada


com naturalidade.
 Uma pequena campanha pode ser criada, por exemplo, por
ocasião da semana de prevenção de acidentes.
Tipos de prensas e Equipamentos similares

 Prensas
 O que é uma prensa?
É um equipamento utilizado para conformar, moldar, cortar, furar,
cunhar e vazar peças.
Há uma grande variedade de prensas, seja no tipo, modelo, tamanho,
na capacidade de aplicação de força ou velocidade.
No mercado, encontramos prensas com pouca capacidade de carga e
até prensas de mais de 50.000 Toneladas de força.
Tipos de prensas e Equipamentos similares

 Classificação das prensas:


 1 Mecânica:
 1.1 Excêntrica de engate por chaveta.
 1.2 Excêntrica com freio e embreagem.
 São prensas com curso limitado, energia constantes e força variável com relação à
altura de trabalho. São prensas do tipo ação do joelho, excêntrica de corpo em
“C” ou duplo montante ( corpo em H). Podem ser com transmissão direta do
volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal
inclinável ou inclinada. São utilizadas nas estamparias em operações de corte e
conformação e em repuxos moderados.
Tipos de prensas e Equipamentos similares

 Fricção ou Percussão.
 Prensas com curso e energia variável. Também são conhecidas como prensas do tipo
parafuso. Sua energia máxima é obtida no final do curso descendente. São utilizadas, de
modo geral, em operações de cunhagem e forjamento a quente.
Tipos de prensas e Equipamentos similares

 Hidráulica
 Prensas com força ajustável e constantes em qualquer ponto do curso. São utilizadas
normalmente em operações de repuxo profundo. Inúmeras características adicionais podem
ser encontradas neste tipo de equipamento como por exemplo: duplo efeito e triplo efeito.
Encontramos prensas hidráulicas também nas áreas de sintetizados e cerâmicas.
Elementos Básicos de uma prensa
 Para efeito puramente didático, podemos dizer que normalmente encontramos nas prensas as seguintes
partes :
 Estrutura: Podem ser confeccionadas em ferro fundido, aço fundido ou em chapas de aço soldada.
 Cadeia cinemática: são todas as peças que geram movimento para ser aplicado no martelo. Podemos
exemplificar com os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias etc.
 Biela: é a peça que faz a conexão entre o conjunto de tração e o martelo.
 Martelo: é a peça que, numa extremidade, fixa-se no estampo. Ele aplica força necessária para fazer a
conformação da peça.
 Zona de prensagem: é o espaço entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, e a área
onde o martelo aplica a força. É nesta área que o operador deve concentrar toda a sua atenção, porque é
aqui que se realiza o trabalho, a sua atividade.
Elementos Básicos de uma prensa
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS
EXISTENTES NA ZONA DE
PRENSAGEM OU DE TRABALHO
 O Art 186 da CLT e NR 12 em seu item 12.2.2 determina que as máquinas e os equipamentos com acionamento
repetitivo deverão receber proteção adequada.
 Segundo a NBRNM 272:2001 Segurança de Máquinas – Proteções – Requisitos gerais para o projeto e construção de
proteções fixas e móveis, proteção é definida como parte da máquina especificamente utilizada para prover proteção
por meio de uma barreia física, devendo:
  
 - não apresentar facilidade de burla;
 - prevenir o contato (NBRNM-ISO 13852:2003, NBRNM-ISO 13853:2003, NBRNM-ISO 13854:2003);
 - ter estabilidade no tempo;
 - não criar perigos novos;
 - não criar interferência.
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS
EXISTENTES NA ZONA DE
PRENSAGEM OU DE TRABALHO

 Proteções fixas
 São proteções de difícil remoção, fixadas normalmente no corpo ou
estrutura da máquina. Essas proteções deverão ser mantidas em sua
posição fechada sendo de difícil remoção, fixadas por meio de solda
ou parafusos, tornando sua remoção ou abertura impossível sem o
uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas em tela metálica,
chapa metálica ou policarbonato.
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS RISCOS
EXISTENTES NA ZONA DE
PRENSAGEM OU DE TRABALHO
 Proteções móveis:

 Essas proteções geralmente estão vinculadas à estrutura da máquina ou elemento de fixação


adjacente que pode ser aberto sem o auxílio de Ferramentas. As proteções móveis (portas,
tampas, etc.) devem ser associadas a dispositivos de intertravamento de tal forma que: 
 - a máquina não possa operar até que a proteção seja fechada;
 - se a proteção é aberta quando a máquina está operando, uma instrução de parada é
acionada. Quando a proteção é fechada, por si só, não reinicia a operação, devendo haver
comando para continuação do ciclo.
 Quando há risco adicional de movimento de inércia, dispositivo de intertravamento de
bloqueio deve ser utilizado, permitindo que a abertura da proteção somente ocorra quando
houver cessado totalmente o movimento de risco.
 Exemplos de proteções fixas e móveis podem ser encontradas na norma NBR NM 272:2002
e NBR273:2002.
ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM

 Essa proteção deve impedir o acesso à zona de prensagem por todos


os lados. Possuem frestas que possibilitam somente o ingresso do
material e não da mão ou dedos. Suas dimensões e afastamentos
devem obedecer a NBRNM-ISO 13852:2003, e NBRNM-ISO
13854:2003. Pode ser constituída de proteções fixas ou móveis
dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança,
garantindo a pronta paralisação da máquina sempre que forem
movimentadas, removidas ou abertas conforme NBRNM 272:2002
e NBRNM-ISO 273:2002.
ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM
ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM

Enclausuramento da zona de
prensagem por proteções
reguláveis.
ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM
ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM
 Ferramenta fechada;
 Neste caso, a matriz é fechada de tal modo que permita apenas o ingresso do
material e não permita o acesso da mão e dos dedos na área de prensagem. Esta
condição deverá ser preferencialmente analisada e desenvolvida durante a fase de
projeto e confecção da ferramenta, podendo ser adaptada em ferramentas já
existentes, observando-se não criar riscos adicionais com a incorporação da
proteção.

OBSERVAÇÃO: O tipo de proteção acima apresentado inova com o uso de


policarbonato, material resistente que proporciona visibilidade. O fechamento da
ferramenta deixando apenas uma fresta para passagem do material (A) é
adequado, pois não permite o ingresso dos dedos do operador na zona de
prensagem. Porém um risco adicional foi criado entre a parte superior da proteção
(C) e o movimento do martelo (B), conhecido como "efeito guilhotina".
ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM

Adaptação de proteção fixa em ferramentas. Proteção em policarbonato.


ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM

Este dispositivo exige a utilização simultânea das duas mãos do


operador para o acionamento da máquina, garantindo assim que
suas mãos não estarão na área de risco. Para que a máquina
funcione, é necessário pressionar os dois botões simultaneamente
com defasagem de tempo de até 0,5 s (atuação síncrona, conforme
NBR 14152:1998, item 3.5).
Os comandos bi-manuais devem ser ergonômicos e robustos, e
possuir autoteste, sendo monitorados por CLP ou relé de
segurança. A interrupção de um dos comandos bi-manuais
resultará em sua parada instantânea. O autoteste garante a
condição de não-acionamento em caso de falha de um
dos componentes do circuito elétrico do comando bi-manual;
atende, assim, o item 12.2.2 da NR 12 da Portaria 3214/78, NBR
13930:2001 e NBR 14152:1998 – Segurança em máquinas –
Dispositivos de comando bi-manuais, aspectos funcionais e
princípios para projeto.
O número de comandos bi-manuais deve corresponder ao número
de operadores na máquina, com chave seletora de posição tipo
yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o
funcionamento acidental da máquina sem que todos os comandos
sejam acionados, conforme a NBR 14154:1996.
ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM

O sistema cortina de luz consiste de um transmissor, um receptor e um


sistema de controle. O campo de atuação dos sensores é formado por
múltiplos transmissores e receptores de fachos individuais. Para cada
conjunto de transmissores e receptores ativados, caso o receptor não receba
o feixe luminoso de infravermelho do transmissor, é gerado um sinal de
falha.
ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM

Conjugação de cortina de luz e gaveta em prensa hidráulica.


Regras gerais de segurança

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