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NOÇÕES DE ACIDENTES

NO TRABALHO

Profª Drª Paula Pinheiro

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I- Introdução à Hig., Saúde e Segurança do Trabalho

01 - Conceito de Acidente do Trabalho;


• Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa, com o segurado
empregado, trabalhador avulso, médico residente,
bem como com o segurado especial, no exercício de
suas atividades, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
redução, temporária ou permanente, da capacidade
para o trabalho
a) O acidente de trabalho aquele sofrido pelo segurado
no local e horário do trabalho, em conseqüência de:
• Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado
por terceiro ou companheiro de trabalho;
• Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por
motivo de disputa relacionada com o trabalho;
• Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de
terceiro, ou de companheiro de trabalho;
• Ato de pessoa privada do uso da razão;
• Desabamento, inundação, incêndio e outros casos
fortuitos decorrentes de força maior;
• Doença proveniente de contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade;
• Acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de
trabalho:
• Na execução de ordem ou na realização de serviço
sob a autoridade da empresa;
• Na prestação espontânea de qualquer serviço à
empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;
• Em viagem a serviço da empresa, inclusive para
estudo, quando financiada por esta, dentro de seus
planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;
• No percurso da residência para o local de trabalho
ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado, desde que não haja interrupção ou
alteração substancial de percurso por motivo alheio
ao trabalho;
• Em atividade de procura de emprego durante o
crédito de horas para tal concedido por lei aos
trabalhadores com processo de cessação de contrato
de trabalho em curso;
• A lei 8.213/91, em seus incisos I e II, equipara a
Doença Profissional e a Doença do Trabalho ao
Acidente do trabalho, quando presentes os
requisitos nela previstos.
02 - Doença Ocupacional.
• Doenças ocupacionais são as moléstias de evolução
lenta e progressiva, originárias de causa igualmente
gradativa e durável, vinculadas às condições de
trabalho.
• Conforme previsto no artigo 20 (incisos I e II) da Lei
8.213/91, as doenças ocupacionais se subdividem
em:
• Doença profissional ;
• Doença do trabalho,
2.1 Doença Profissional (Tecnopatia e Ergonopatia);
• Assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinado ramo de
atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social,
dispensando a comprovação de nexo causal;
• Ex.: Um trabalhador que labute em uma empresa
manuseando sílica. Se este vier a adquirir uma
doença chamada “silicose”, bastara comprovar que
em seu trabalho manuseou sílica para que fique
comprovada a doença profissional, dispensando
qualquer outro tipo de prova
2.2 - Doença do Trabalho (Mesopatias);
• Assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é
realizado e com ele se relacione diretamente. Sendo
uma doença que pode acometer qualquer pessoa,
exige comprovação do nexo causal.
• Ex.: Um trabalhador adquirindo uma doença
denominada “turbeculose”, deverá comprovar tê-la
adquirida no exercício de um trabalho em uma câmara
frigorífica (no caso)
• Obs.: As doenças pré-existentes ao processo laboral que
sofram agravantes, se comprovado que o ambiente de
trabalho motivou tais agravos, devem ser consideradas
acidente do trabalho, assim sendo definido como nexo de
agravamento
03 - Porque prevenir?
• Sob todos os aspectos em que possam ser analisados,
os acidentes e doenças decorrentes do trabalho
apresentam fatores extremamente negativos para a
empresa, para o trabalhador acidentado e para a
sociedade.
• A quantificação das perdas, muitas delas irreparáveis,
é determinado levando-se em consideração os danos
causados à integridade física e mental do trabalhador,
os prejuízos da empresa e os demais custos
resultantes para a sociedade.
• As estatísticas da Previdência Social, revelam uma
enorme quantidade de pessoas prematuramente
mortas ou incapacitadas para o trabalho.
• Por ano, são gastos R$ 56,8 bilhões, com o pagamento
de benefícios (indenizações, licença médica, aposentadoria)
para trabalhadores acidentados no exercício da
função.
Os trabalhadores que sobrevivem a esses infortúnios
são também atingidos por danos que se materializam
em:
• Sofrimento físico e mental;
• Cirurgias , remédios, próteses, fisioterapia;
• Assistência médica e assistência psicológica;
• Dependência de terceiros (acompanhamento e locomoção);
• Diminuição do poder aquisitivo c/desamparo à família ;
• Estigmatização do acidentado ;
• Desemprego, marginalização, depressão e traumas;
As micro e pequenas empresas são fortemente
atingidas pelas conseqüências dos acidentes e
doenças, (nem sempre os seus dirigentes perceberem este
fato).
O custo total de um acidente é dado pela soma de duas
parcelas:
Custo direto (ou custo segurado): Recolhimento mensal
feito à Previdência Social (pagamento do seguro contra
acidentes do trabalho).
Custo indireto (custo não segurado). Estudos informam
que a relação entre os custos segurados e os não
segurados é de 1 para 4 (para cada real gasto com os
custos segurados, são gastos 4 com os custos não segurados).
Resumem-se as causas dos acidentes em 2 fatores:
a) Falhas humanas devido a prática de atos inseguros.
Podem ser eliminados por meio
de seleção de profissionais e
exames médicos pertinentes com
a atividade, educando e treinando
devidamente seus empregado;
ATO INSEGURO:
É tudo aquilo que o trabalhador faz, voluntariamente
ou não, e que pode provocar um acidente, como por
exemplo:
• o desconhecimento das regras de segurança e dos
métodos seguros de trabalho;
• a imperícia;
• o excesso de confiança;
• as idéias preconcebidas;
• o exibicionismo;
• ATO INSEGURO:
• a vontade de revelar-se corajoso ou indiferente ao
perigo;
• a negligência, o desleixo;
• o indiferentismo;
• a falta de ritmo no trabalho;
• a indecisão;
• a fadiga;a falta de concentração;
• as brincadeiras de mau gosto em momentos e em
lugares não apropriados.
Resumem-se as causas dos acidentes em 2 fatores:
b) Falhas materiais devido à condições inseguras:
• Devem ser minimizados/eliminadospor meio de medidas
de engenharia que estabeleçam a eliminação das
condições de insegurança no trabalho
CONDIÇÃO INSEGURA:
São situações existentes no ambiente de trabalho e
que podem vir a causar acidentes, tais como:
b.1) Máquinas e equipamentos:
• Localização imprópria das máquinas;
• Falta de proteção em parte móveis e pontos de
operação;
• Máquinas com defeitos.

b.2) Matéria-prima:
• Com defeito ou de má qualidade;
• Fora de especificação.
CONDIÇÃO INSEGURA:
b.3) Proteção do trabalhador:
• Proteção insuficiente ou totalmente ausente;
• Roupas não apropriada;
• Calçado impróprio ou falta de calçado;
• Equipamento de proteção com defeito.
b.4) Produção:
• Cadência mal planejada;
• Velocidade excessiva;
• Má distribuição.
b.5) Horários de trabalho:
• Esforços repetidos e prolongados;
• Má distribuição de horários e tarefas.
c) Falhas devido ao fator pessoal de insegurança:
É o que podemos chamar de “problemas pessoais” do
indivíduo e que agindo sobre o trabalhador podem vir
a provocar acidentes, como por exemplo:
• Problemas de saúde não tratados;
• Conflitos de interesse pela atividade que
desempenha;
• Alcoolismo;
• Uso de substâncias tóxicas;
• Problemas diversos de ordem social e/ou
psicológica.

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