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GESTÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE NO

TRABALHO
Acadêmicos:
Juscelino Gomes da Siva (1767127)¹
Vandernilson Gomes da Silva (1767216)¹
Francicleude Lima dos Santos (1767301)¹
Cleomar Santos de Freitas (1767069)¹
Gilziney Lima Barros (1767172)¹
Cleudenylson da Siilva Cunha (2546092)
Tutor Externo: José Uandeson Sousa dos Santos²

RESUMO

A gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) reduz riscos de acidentes, promove a


saúde e a satisfação dos trabalhadores, melhora os resultados operacionais e a imagem
das organizações, sobretudo daquelas do setor industrial. Este artigo discutirá a
importância da Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho nas organizações, através do
suporte teórico que apresentará os principais Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde
do Trabalho, seus requisitos e exemplos de indicadores, identificará os principais
motivos que devem ser considerados pelas organizações para investir em Segurança e
Saúde do Trabalho, bem como apresentar algumas boas práticas relacionadas a este
tema que justifiquem investimentos nesta área.

Palavras-chave: Gestão da segurança e saúde do trabalho; Sistema de gestão, Segurança e saúde


ocupacional, Avaliação de riscos

1. INTRODUÇÃO

O ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas faz com que muitos
gestores não detenham suas atenções quanto ao ambiente de trabalho oferecido a seus
empregados e, consequentemente, não percebem os danos a que estão expondo seus
funcionários em seu meio de trabalho, ao meio ambiente e às comunidades.

Segundo Cicco (1997), a evolução das questões relacionadas à saúde e


segurança ocupacional data da revolução industrial, onde a preocupação fundamental
era a reparação de danos à saúde física do trabalhador. As ações, atitudes ou medidas de
prevenção começaram em 1926, através dos estudos de H. W. Heinrich verificando os
custos com as seguradoras para reparar os danos decorrentes de acidentes e doenças do
trabalho. Em 1966 Frank Bird Jr. propôs o controle de danos, considerando o enfoque
para a saúde e segurança a partir da idéia de que a empresa deveria se preocupar não
somente com os danos aos trabalhadores, mas também com os danos às instalações, aos
equipamentos e a seus bens em geral. Em 1970 Jonh Fletcher ampliou o conceito de
Frank Bird Jr. englobando também as questões da proteção ambiental, de segurança
patrimonial e segurança do produto, criando o controle total das perdas (Total Loss
Control).
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Cita Araujo (2006b) que as organizações devem garantir que suas operações e
atividades sejam realizadas de maneira segura e saudável para os seus empregados,
atendendo aos requisitos legais de saúde e segurança, regidos pela Consolidação das
Leis Trabalhistas (CLT) e Normas Regulamentadoras que tratam de Segurança e Saúde
ocupacional. Assim, o sistema de gestão atua no comprometimento e atendimento aos
requisitos legais e regulatórios, podendo trazer inúmeros benefícios tanto do ponto de
vista financeiro quanto do ponto de vista motivacional.

A globalização dos mercados tem aumentado consideravelmente a


competitividade mundial, o que impõe às organizações a contínua busca por novas
ferramentas de gestão que possam auxiliar na melhoria de seus processos.

Com a implantação de sistemas de gestão específicos (qualidade, meio


ambiente, segurança e saúde do trabalho, responsabilidade social, etc.), as organizações
objetivam o aumento da qualidade de produtos e serviços, o desenvolvimento
sustentável, melhor relacionamento com a sociedade e, consequentemente, o aumento
da lucratividade, podendo, assim, transformar as pressões de mercado em vantagens
competitivas.

Neste contexto, o bom desempenho em Segurança e Saúde no Trabalho (SST) é


decisivo para as empresas, uma vez que este sistema reduz os riscos de acidentes,
promove a saúde e a satisfação dos trabalhadores, melhora os resultados operacionais e
a imagem da organização, criando novas oportunidades de crescimento.

2. SEGURANÇA NO TRABALHO

A gestão de segurança do trabalho está entre uma das preocupações mais básicas

de qualquer organização. Ou, ao menos, deveria ser assim.


Zelar pelo bem-estar dos colaboradores, mais do que uma obrigação legal, é um

compromisso humanitário que as empresas precisam firmar. Essa responsabilidade, no

entanto, deve ser genuína, e não ser feita apenas como parte de um protocolo.

É sobre isso que vamos falar ao longo deste texto, não só explicando o que é e

como funciona a gestão de segurança do trabalho, mas destacando a sua importância e

as etapas de implantação.

Gestão de segurança do trabalho é um conjunto de ações que visam melhorar o

ambiente organizacional, prevenindo acidentes e doenças ocupacionais. Assim, os

profissionais têm a integridade física e emocional preservada e conseguem desempenhar

suas funções sem maiores problemas e preocupações.


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No Brasil, quem responde por essa demanda é o Serviço Especializado em

Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), órgão obrigatório a todas

as empresas e disciplinado pela NR 4, norma regulamentadora do então Ministério do

Trabalho.

Um sistema de gestão é um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados

para estabelecer, executar e alcançar políticas e objetivos de diversas ordens, a partir de

atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e

recursos (OHSAS, 2007). Segundo a Occupational Health and Safety Assessment

Series (OHSAS, 2007), SST são condições e fatores que afetam ou poderiam afetar a

segurança e a saúde de funcionários ou de outros trabalhadores (incluindo trabalhadores

temporários e terceirizados), visitantes ou qualquer outra pessoa no local de trabalho.

Para Lin e Mills (2001), os principais fatores que influenciam a segurança são o

desempenho da organização, o tamanho da companhia, a gestão e o compromisso dos

funcionários quanto à SST.

Um SGSST pode ser definido como parte do sistema de gestão maior de uma

organização utilizada para desenvolver e implantar sua política e gerenciar seus riscos

de SST (OHSAS, 2007).

De acordo com Salamone (2008), as motivações que levam as empresas a

adotarem SGSSTs se devem, principalmente, a fatores como melhoria contínua,

melhoria na imagem, aumento da competitividade, chance de reduzir os custos com

gestão, novas oportunidades de mercado, produtividade mais alta e melhorias nos

produtos. A implantação de SGSSTs tem sido a principal estratégia das empresas para

minimizar o sério problema social e econômico dos acidentes e das doenças

relacionadas ao trabalho, sendo, ainda, um importante fator para o aumento de sua

competitividade (TRIVELATO, 2002).


Quando um funcionário é admitido, a percepção que ele tiver do ambiente físico
e social encontrado o influenciará no seu comportamento cotidiano. Por isso, são de
suma importância determinados aspectos, como ordem, limpeza e asseio pessoal, bem
como a própria organização e a utilização dos espaços por meio de um layout adequado
(BARBOSA FILHO, 2001). O sucesso de um SGSST é dependente da sua natureza de
intervenção, das características do local de trabalho e das características do ambiente
externo (ROBSON et al., 2007).
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Neste sentido, os SGSSTs são ferramentas gerenciais que contribuem para a


eficiente melhoria do desempenho das empresas com relação às questões de segurança e
saúde, visando atendimento às legislações, aumento da produtividade, diminuição de
acidentes, credibilidade perante a opinião pública e crescente conscientização quanto à
segurança e à saúde dos colaboradores e parceiros da organização.

O princípio básico de um SGSST baseado em aspectos normativos envolve a

necessidade de se determinarem parâmetros de avaliação que incorporem não só os

aspectos operacionais, mas também a política, o gerenciamento e o comprometimento

da alta direção com o processo, bem como a mudança e a melhoria contínua das

condições de segurança e saúde no trabalho (QUELHAS; ALVES; FILARDO, 2003).

2.1. Acidente de trabalho e algumas de suas causas:

Existem muitos conceitos de acidente citados na literatura, sendo que os autores

concordam que ele pode ser considerado um evento não desejado que causa prejuízo à

integridade das pessoas ou acarreta danos em sistemas técnicos e/ou sistemas

ecológicos. Um conceito que pode ser aqui citado é “um evento não planejado e

inesperado que pode (ou não) causar morte, lesão, dano ou perda. A tendência atual é

reconhecer a importância da força e liberação de energia na causa de um acidente”

(GRAYHAM, 1999).

Sobre o conceito de acidente de trabalho, é encontrado na literatura também

aquele que foi citado por Zocchio em 1971, citado por Dela Coleta (1991, p.16). Sob

tais considerações, o acidente pode ser definido por “todas as ocorrências não

programadas, estranhas ao andamento normal do trabalho, das quais poderão resultar

danos físicos e/ou funcionais ou morte ao trabalhador e danos materiais e econômicos à

empresa”. Como causas de acidentes podemos citar aquelas externas ao trabalhador (má

concepção dos sistemas, ausência ou insuficiência de assistências técnicas) e causas

internas (fadiga, estresse físico e/ou psíquico, excesso de confiança). Assim, pode dizer

que o acidente de trabalho é um fenômeno que tem muitas causas e caracteriza-se como

um evento súbito, inesperado e imprevisível.


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Para explicar as causas do acidente de trabalho, Skiba (1973) desenvolveu a

Teoria dos Portadores de Perigos na qual os fatores do sistema são classificados em

pessoa e objeto. O perigo é considerado uma energia danificadora que, se ativada, pode

provocar danos corporais (lesões) e/ou danos materiais. Essa energia pode estar

associada a uma pessoa como, por exemplo: escorregões de trabalhadores em pisos

molhados, torções nos pés, esbarrar em objetos parados. Essa energia pode ser

relacionada a objetos, como nos seguintes exemplos: ferramentas afiadas, superfícies


com temperaturas muito elevadas, guindaste com pesos suspensos. Dessa forma, para

Skiba (1973), os fatores do sistema de trabalho: pessoa e objeto podem ser portadores

de perigos em diversas situações.

Para Firenze (1978), há diversas causas prováveis dos acidentes: “omissão ou

mau funcionamento do sistema gerencial: um fator de trabalho presente na situação, por

exemplo, instalações, ferramentas, equipamentos e materiais; o fator humano (seja

referente ao trabalhador ou a outra pessoa), fatores de meio ambiente como ruído,

vibração, temperaturas extremas e iluminação.” Enfim, é possível compreender que esse

autor, nessa época já tinha uma visão mais ampla dos aspectos determinantes na

ocorrência de acidentes de trabalho. Kirchner (1980) complementa a tese de Skiba

(1973) ao fazer uma distinção entre perigo associado a objetos (perigo direto) e perigo

associado a pessoas (perigo indireto). Na segunda situação, a pessoa periclitante, ou

seja, aquela que corre perigo devido à energia danificadora que ela está portando

naquela situação entra em contato direto com as condições de risco. Um exemplo seria o

escorregão em piso molhado. A pessoa portadora da energia entrou em contato direto

com a condição de risco que é a superfície molhada e escorregadia.

Se a energia, considerada pelo autor como danificadora, associada a uma pessoa

(trabalhador) ou a um objeto de trabalho for ativada, ocorrerá uma colisão entre essa

pessoa e o objeto caracterizando o acidente. Nessa abordagem, um acidente é

considerado uma colisão repentina e involuntária entre pessoa e objeto causando danos

corporais (lesão ou até mesmo morte) e/ou danos materiais à empresa.


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Para que essa colisão ocorra, muitos fatores poderão estar presentes. Um

acidente com corte em uma ferramenta afiada poderá acontecer a partir do momento em

que ocorre um mau uso da mesma, ela ser segurada de mau jeito, ser usada para um fim

no qual ela não está destinada naquela circunstância como uma faca ser usada no lugar

de uma chave de fenda. No modelo explicativo de Kirchner (1980) para a gênese dos

acidentes de trabalho, a partir da Teoria dos Portadores de Perigos, ele busca evidenciar

as relações entre os fatores determinantes da ocorrência de acidentes do trabalho para

propor medidas que possam preveni-los.

Nesse modelo, tanto a pessoa quanto o objeto ou ambos podem ser portadores de

perigos e, a cada um, está associada uma energia danificadora que é resultante da

diferença entre a energia atuante (a energia potencial que fica ativa) e a resistência

específica do corpo da pessoa a essa energia. Quando a energia é nula ou negativa ela

não tem efeito maléfico sobre a pessoa. Essa neutralização poderá ocorrer a partir do

uso de EPI’s (equipamentos para proteção individual).

Perrow (1985), ao analisar os empreendimentos perigosos, conclui que,

independentemente dos dispositivos de segurança, há uma forma de acidentes que é

inevitável tornando desfavorável a implantação de usinas nucleares, transporte marítimo

de cargas tóxicas ou explosivas. Em processos produtivos com essas características, é

impossível controlar e prever todas as circunstâncias para a concepção de um sistema

infalível de segurança.

Sob as considerações desse autor, criam-se sistemas cada vez mais perigosos à

medida que a tecnologia se amplia, que as guerras aumentam. Esse perigo não se

restringe apenas aos que operam tais sistemas produtivos, mas se estende também aos

passageiros, aos expectadores inocentes e também às gerações futuras. Ele faz

afirmações coerentes e interessantes em relação ao fato de que, só se propõe soluções

para reduzir ou eliminar os perigos desses processos à medida que eles são

compreendidos. É claro que para entendê-los, é necessário investir tempo e pesquisas,

colhendo informações detalhadas a respeito das características de suas concepções,


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quais os procedimentos e normas para funcionamento, conhecimento e habilidades

básicos necessárias para operá-los e outros fatores.

Os sistemas perigosos possuem características especiais como, por exemplo, a

forma como as situações que não vão bem podem interagir entre si, ou seja, a maneira

como o sistema é interligado. Quando ocorre interação inesperada de dois ou mais

defeitos entre os componentes é muito difícil alguém compreender o que está

acontecendo nesse momento. Assim, fica muito difícil agir para recuperar a falha

inicial. Ela poderá se propagar rapidamente. Uma ação dos trabalhadores nesse

momento poderá até piorar a situação devido ao desconhecimento inicial em relação ao

problema. Quanto mais o sistema for complexo e interligado, maiores as chances de

ocorrerem grandes catástrofes devido à dificuldade em ver e compreender o que está

ocorrendo para atuar no início da falha.

“a ergonomia (ou Human Factors) é a disciplina científica que visa a


compreensão fundamental das interações entre os seres humanos e os
outros componentes de um sistema, e a profissão que aplica
princípios teóricos, dados e métodos com o objetivo de otimizar o
bem-estar das pessoas e o desempenho global dos sistemas”
(FALZON, 2007).

A abordagem sobre acidentes de trabalho de Perrow (1985) é coerente com a de

Reason (1993) que será detalhada mais adiante no espaço desse artigo. Os pontos em

comum dessas duas abordagens são: a) reconhecimento da participação da forma como

um sistema produtivo foi concebido no surgimento de acidentes; b) o erro é inevitável,

estando na gênese de acidentes de trabalho.

Nessa perspectiva, o primeiro autor supracitado afirma: “eu tenho certeza de que

os operadores erram, exatamente da mesma maneira que os projetistas, as elites e os

professores de sociologia erram. Mas os operadores geralmente ganham uma má

publicidade: as elites, que são a causa da construção desses sistemas, e os projetistas

raramente” (PERROW, 1985, p.93). O terceiro ponto em comum é relacionado à


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interação dos defeitos. Para os autores, os defeitos independentes uns dos outros

interagem de maneira imprevista em um sistema ocasionando o acidente.

É preciso salientar que a operação de tecnologias complexas e perigosas fora do

contexto no qual elas foram concebidas, como no caso de importação de máquinas e

equipamentos, é outro agravante na questão da exposição a erros e, consequentemente a

acidentes de trabalho. Nessas circunstâncias podem ocorrer dificuldades no domínio do

idioma trazendo transtornos e incoerências na compreensão dos manuais para operação

de máquinas. Bley (2004) relata que a não percepção do risco de acidentes pode expor o

trabalho à sua ocorrência, mas a percepção do risco por si só não garante a adoção do

comportamento seguro. Mesmo percebendo que a situação é perigosa, o trabalhador

poderá optar por realizá-la a partir de diversos fatores: pressão da empresa por

produtividade, necessidades financeiras do trabalhador (possivelmente ele percebe

aquela oportunidade de trabalho como a única naquele momento que pode garantir suas

despesas básicas e de sua família), despreocupação da empresa na adoção de medidas de

segurança, enfim, muitos outros aspectos que interagem nesse contexto e influenciam na

exposição do trabalhador aos riscos das situações de trabalho. Vemos situações como

essa ocorrendo com muita freqüência não apenas no Brasil, mas também em empresas

no exterior.

Haja vista a situação que foi amplamente veiculada na mídia, dos mineiros no

Chile que foram soterrados em uma profundidade impressionante, de aproximadamente

setecentos metros, quando realizam as atividades laborais. Para resgatá-los foram

investidos meses de trabalho. Ao submeterem-se a essa situação perigosa, eles tinham

consciência do perigo, entretanto, a necessidade financeira, possivelmente, sobressaiu

no momento da escolha em aceitarem realizar tal trabalho. A adoção de um

comportamento seguro é algo muito complexo e resultante de questões internas ao

trabalhador (vontade, disposição, motivação, percepção de riscos, etc.) e do ambiente de

trabalho (informações claras e acessíveis, instalações técnicas precárias ou modernas,

comunicações transparentes nas equipes, condições técnicas seguras e outros).


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Essas questões estão interagindo constantemente e poderão contribuir positiva

ou negativamente na adoção de um comportamento seguro por quem está inserido nesse

contexto.

“os comportamentos, as atitudes e as reações dos indivíduos em


ambiente de trabalho não podem ser interpretados de maneira válida e
completa sem se considerar a situação total a que eles estão expostos,
todas as inter-relações entre as diferentes variáveis, incluindo o meio,
o grupo de trabalho e a própria organização como um todo. Acidente
de trabalho, neste sentido, pode ser visto como expressão da
qualidade da relação do indivíduo com o meio social que o cerca, com
os companheiros de trabalho e com a organização” (COLETA, 1991, p.
77).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia obtida para a realização foi a través de pesquisa bibliográfica, que foi
possível estabelecer o objetivo principal dossistemas de gestão de segurança e saúde no
trabalho, como a constituição de uma estrutura gerencial embasada no princípio da melhoria
contínua e na atuação pró-ativa que permita identificar, avaliar e controlar os perigos e
riscos existentes nos ambientes de trabalho, mantendo-os dentro de limites aceitáveis e que
não se tornem causas de acidentes. Desta maneira, este sistema de gestão pode ser utilizado
como uma ferramenta organizacional, propiciando a melhoria de desempenho de segurança
e saúde no trabalho em organizações de diversos setores.

 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), os registros de segurança e saúde


no trabalho devem ser legíveis, identificáveis e rastreáveis às atividades envolvidas. Os
registros de segurança e saúde no trabalho devem ser arquivados e mantidos de maneira
que possam ser rapidamente recuperados e protegidos contra danos, deterioração ou
perda. O tempo de retenção deve ser estabelecido e registrado. Registros devem ser
mantidos, de acordo com a necessidade do sistema e da organização, para demonstrar
conformidade com esta especificação OHSAS. O objetivo deste requisito é assegurar
que a empresa mantém sob controle todos os registros gerados, os quais comprovam a
implementação e operação do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho e
servem como fontes de informação para a retroação do sistema.

A norma BSI-OHSAS 18001 (1999) estabelece que o Sistema de Gestão de


Segurança e Saúde no Trabalho deve ser baseado em documentos, pois parte do
principio de que a documentação é um elemento chave para a realização de qualquer
processo que envolva comunicação, permitindo que o conhecimento existente relativo à
Segurança e Saúde no Trabalho seja mantido e aperfeiçoado de forma contínua, mesmo
com a mudança das pessoas.
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Deve-se também ser desenvolvido um manual ou documento similar que


contemple essas informações, explicando o funcionamento do Sistema de Gestão de
Segurança e Saúde no Trabalho em linhas gerais. Todos os documentos desenvolvidos
para o sistema de gestão devem ser controlados por meio de um procedimento que
assegure que eles sejam criados e distribuídos de forma organizada, permitindo a sua
correta utilização.

5. CONCLUSÃO

Alinhado ao objetivo proposto, este trabalho mostrou a importância dos sistemas


de gestão em segurança e saúde no trabalho no auxílio à prevenção de acidentes e
doenças ocupacionais nas organizações, analisando as principais características e
funcionalidades dos dois principais sistemas SG SST presentes no mercado. Pode-se
verificar que um meio ambiente saudável, principalmente no que se diz respeito à saúde
e à segurança, é importante fator para a construção de um ambiente de cooperação e
respeito mútuo entre os colaboradores das organizações.
É importante destacar que a legislação brasileira, no que diz respeito à segurança
no trabalho, é abrangente, porém, as regras criadas ainda procuram compensar os danos
causados após os incidentes, resultado de exposição indevida dos trabalhadores à
situações adversas, ao invés de construir caminhos seguros para evitá-los.
Assim, as empresas voltadas essencialmente para o atendimento legal devem
adotar uma nova postura, considerando o desempenho em segurança e saúde no trabalho
como um dos componentes fundamentais ao seu desempenho global e, portanto,
integrante de sua estratégia.

REFERÊNCIAS
ARAUJO, R. P. Avaliação da Sustentabilidade Organizacional de uma Empresa do
Setor Petrolífero:
Ferramenta para Tomada de Decisão. Itajaí: Dissertação Apresentada à Universidade do
Vale do Itajaí para
obtenção de Título de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, UNIVALI, 2006. (a)
ARAUJO, R. P. Sistemas de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho: Uma
Ferramenta Organizacional.
Joinville: Monografia Apresentada à Universidade de Santa Catarina para obtenção de
título de especialista em
Segurança do Trabalho, UDESC 2006. (b)
BENITE, A. G. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho para Empresas
Construtoras. São Paulo:
Dissertação Apresentada à Escola Politécnica da Universidade Estadual de São Paulo
para obtenção de Título de
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Mestre em Engenharia, USP, 2004.


BRITISH STANDART INSTITUITION. Guide to occupation health and safety
management systems –BS
8800. Londres, 1996.
DANIEL, R. H. Management data crisis. Harvard Business Review, p. 111-121,
set/out, 1961. DE CICCO, F. Sistemas integrados de gestão: agregando valor aos
sistemas ISO 9000. Disponível em: . Acesso em: 18 out. 2011. FEIGENBAUM, A. V.
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P. The balanced scorecard – measures that drive performance. Harvard Business
Review, Vol.70, n.1, p.71-79, 1992. MASLOW, A. H. Motivation and Personality. New
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