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Higiene e segurança do trabalho

Apresentação
Existem diversas situações que podem ocorrer em diferentes tipos de ambientes de trabalho e que
podem contribuir de forma positiva ou negativa para a saúde do trabalhador.

A higiene e a segurança do trabalho são aspectos de extrema importância e estão previstos na


legislação brasileira, na qual são atribuídas normas de regulamentação e leis que estruturam os
ambientes e os diferentes tipos de atividades que são desempenhados nos ambientes laborais.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá assuntos que envolvem a higiene e a segurança
do trabalho, identificará e analisará índices de acidentes de trabalho e conhecerá parte da legislação
específica desse assunto.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir higiene e segurança do trabalho.


• Descrever o quadro atual dos acidentes e da segurança do trabalho no Brasil
• Analisar a legislação brasileira, a fiscalização e a participação do trabalhador no controle de
riscos.
Desafio
Os acidentes de trabalho ainda são muito comuns, principalmente no Brasil, que apresenta um dos
maiores índices em nível mundial e preocupa trabalhadores, gestores e governantes. Os acidentes
podem ter diversas causas, entre elas a negligência ou a atitude imprudente do colaborador.

Analise a seguinte situação:


Apresente quais os principais tópicos que você considera imprescindível abordar na palestra para
evitar acidentes de trabalho com causas atribuídas ao colaborador.
Infográfico
Os diferentes ambientes de trabalho deveriam ser locais seguros onde os colaboradores pudessem
desenvolver suas funções laborais sem riscos para sua saúde e integridade física, mas essa ainda é
uma realidade muito distante no país.

É muito comum ainda que ocorram vários tipos de acidentes de trabalho com causas diversificadas,
que podem ter origem tanto em ações do colaborador como do gestor ou de diretores da empresa.

No Infográfico a seguir, você poderá conhecer 5 causas frequentes de acidentes de trabalho.


Confira.
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Conteúdo do livro
Atualmente, vem crescendo a preocupação com a temática higiene e segurança no trabalho. O
número de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho ainda é muito elevado no Brasil. Diante
disso, são realizados debates e estudos para implantar ações e leis que possam frear esse
crescimento e melhorar as condições de trabalho e, consequentemente, a qualidade de vida dos
colaboradores.

No capítulo Higiene e segurança do trabalho, da obra Ginástica laboral e postural, você poderá
conhecer os diferentes fatores que envolvem a higiene e a segurança do trabalho, bem como os
principais índices de acidentes e de doenças relacionados ao trabalho e os aspectos da legislação
específica do assunto no Brasil.

Boa leitura.
GINÁSTICA
LABORAL E
POSTURAL

Fernando Guilherme Priess


Higiene e segurança
do trabalho
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir higiene e segurança do trabalho.


 Descrever o quadro atual dos acidentes e da segurança do trabalho
no Brasil.
 Analisar a legislação brasileira, a fiscalização e a participação do tra-
balhador no controle de riscos.

Introdução
Notadamente, a preocupação com o tema da higiene e segurança no
trabalho vem se difundindo nos últimos tempos. Porém, no Brasil, em
especial, ainda é enorme a quantidade de acidentes e doenças relacio-
nados ao trabalho. Frente a isso, debates e estudos são promovidos a fim
de implantar ações e leis que possam reduzir esses números e melhorar
as condições laborais e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Neste capítulo, você poderá conhecer os diferentes fatores que en-
volvem a higiene e a segurança do trabalho, bem como as principais
ações e legislações no combate a acidentes e doenças relacionados ao
ambiente laboral.

1 Conceitos básicos
A responsabilidade pela saúde e segurança do trabalho não é exclusiva de uma só
pessoa; neste domínio, só é possível fazer progressos ao contar com a motivação
e o envolvimento de todos, assumindo, cada um, seu quinhão de responsabili-
dade pela prevenção dos acidentes e doenças profissionais (PRONACI, 2002).
Portanto, essa é uma área de extrema importância e que exige algum esforço
coletivo para que possa ter crescimento e gerar resultados positivos.
2 Higiene e segurança do trabalho

Ainda referente à saúde do trabalhador, o Ministério do Trabalho e Emprego


(MTE), em material de apoio à saúde do trabalhador (BRASIL, 2002), reforça
as afirmativas anteriores e complementa, afirmando que os trabalhadores,
individual e coletivamente nas organizações, são considerados sujeitos e
partícipes das ações de saúde, que incluem estudos das condições de trabalho,
identificação de mecanismos de intervenção técnica para sua melhoria e
adequação e controle dos serviços de saúde prestados.
Fazendo uma abordagem rápida da essência da legislação sobre higiene
e saúde no trabalho, observa-se que o empregador é o responsável pela pro-
teção e saúde da empresa, enquanto os empregados devem fazer sua parte e
colaborar, respeitando a regulamentação, as instruções e as normas referentes
à segurança, adotando procedimentos de trabalho seguros, tendo uma atitude
preventiva e comunicando toda e qualquer situação de trabalho que imponha
risco à segurança e à saúde (PRONACI, 2002).
Atualmente, as organizações modernas pregam que seu próprio sucesso tem
uma relação íntima com a qualidade das condições de trabalho promovidas
pelos empregadores a seus colaboradores. De acordo com a Inspeção Geral
de Atividades em Saúde (IGAS, 2018), as condições de segurança e saúde no
trabalho tornam-se importantes para o aumento da motivação dos colabora-
dores, o que, por sua vez, resulta em potencial aumento da competitividade,
em aumento da produtividade e na redução do absentismo com a diminuição
de ocorrência de acidentes e doenças profissionais.
Para Marques (2017), uma empresa deve oferecer toda a segurança neces-
sária para os seus funcionários a fim de que consigam exercer suas funções
sem nenhum tipo de prejuízo à própria saúde. Pensando nisso, o conceito dos
fatores de higiene foi criado, visando oferecer um ambiente mais seguro para
os trabalhadores em diversos aspectos.

O que é higiene ocupacional?


A palavra higiene, em um primeiro momento, remete diretamente a noções
de limpeza corporal e cuidado básico com a saúde do corpo. Embora isso
realmente faça parte do conceito, sua acepção não se resume somente a isso,
principalmente quando falamos da higiene ocupacional, que envolve outros
aspectos a serem apresentados a seguir.
Higiene e segurança do trabalho 3

Para melhor fundamentar o assunto, utilizaremos um conceito de higiene


apresentado por Marques (2017), que destaca a origem da palavra, derivada
do nome de uma deusa grega da saúde, conhecida como Hygeia. Seu pai e
sua irmã estavam diretamente ligados ao tratamento de doenças, já Hygeia
se preocupava com a preservação da boa saúde e prevenção de doenças. Daí
vem o significado utilizado na expressão higiene ocupacional, que é um pouco
diferente do conceito que utilizamos no dia a dia.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil (BRASIL, 2005), existem três aspec-
tos primordiais que contemplam o contexto da higiene no ambiente de trabalho:

1. Saúde mental — conforme a própria terminologia da palavra, está


preocupada diretamente com a saúde mental do colaborador e com
todos os aspectos que possam interferir de forma negativa, além de
promover ações para evitar problemas como o estresse e atitudes que
possam ocasionar situações de pressão mental.
2. Saúde física — referente à integridade física do trabalhador no cum-
primento de sua função, evitando que o tipo de trabalho realizado não
lhe ocasione lesões ou qualquer tipo de doença laboral. Reforça a im-
portância também de ações preventivas, como programas de qualidade
de vida e saúde do trabalhador e ginástica laboral.
3. Saúde social — neste aspecto, o objetivo principal é que o colaborador
possa desfrutar de um ambiente de trabalho que possibilite transitar em
todos os setores de maneira harmoniosa e ter um bom relacionamento
com os demais colaboradores. Destaca a importância de criar ações
para que seja difundido o trabalho em equipe, a cooperação, a interação
e a ajuda mútua entre os colaboradores.

Portanto, é possível observar que a higiene ocupacional é algo muito


importante e que vai muito além de ter somente hábitos e cuidados com a
higiene pessoal e a saúde física. Existe um conjunto de elementos envolvidos
diretamente com a higiene ocupacional e que precisam ser promovidos, tanto
pelos colaboradores quanto pelos gestores e empresários. Assim, é um trabalho
que deve ser desenvolvido por “várias mãos” para que realmente tenha um
resultado efetivo.
4 Higiene e segurança do trabalho

O ser humano e o trabalho no contexto histórico


Antes de abordarmos diretamente o termo segurança no trabalho, que tem
uma relação direta com a higiene ocupacional, é importante revisarmos um
pouco do contexto histórico do trabalho na vida ser humano. Existem registros
históricos indicando que desde os primórdios de nossa espécie o trabalho
esteve presente, ainda que não da mesma forma e com os mesmos objetivos
que no mundo atual.
Ao estudarmos a história de nossa espécie até a Revolução Industrial,
que foi um marco que modificou drasticamente o sistema de trabalho e
produção, encontram-se poucas observações sobre a saúde dos trabalha-
dores e seu ambiente de trabalho. No início, o esforço dispendido pelo
trabalhador para garantir sua existência e sobrevivência era o fator que
gerava as principais doenças “ocupacionais”. Mais tarde, com a estratifi-
cação da sociedade, o trabalho comum era desempenhado por escravos,
em geral povos que haviam sido dominados por outros povos (MENDES,
1991 apud ANJOS et al., 2004).

No site disponível no link a seguir, parte do programa de ensino a distância promovido


pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), você encontrará diferentes
informações sobre o tema segurança do trabalho, com muitas informações históricas
e dados atuais.

https://qrgo.page.link/gxBMC

Segundo Ferreira e Peixoto (2012), ao longo da história o ser humano


esteve constantemente exposto a riscos, mas a partir da Revolução Indus-
trial, com a invenção das máquinas a vapor, alguns riscos ampliaram-se
— embora outros, indiretos, tenham diminuído bastante. O surgimento das
máquinas em substituição ao trabalho artesanal multiplicou a produtividade.
Higiene e segurança do trabalho 5

Iniciava-se então a produção em larga escala, mediante o uso das novas


tecnologias. As condições de trabalho nessa época eram muito precárias
— havia jornadas de trabalho de até 16 horas — e o resultado disso foi um
grande número de acidentes no trabalho, doenças e muitos trabalhadores
mortos e mutilados. A partir dessa situação dramática é que começaram
a surgir as primeiras leis e estudos relacionados à proteção, à saúde e à
integridade física dos trabalhadores, aspectos que serão abordados em
mais profundidade na sequência do capítulo.
De acordo com Luxon (1984 apud ANJOS et al., 2004, p. 13), o regime
de trabalho de semiescravidão durante a Revolução Industrial foi motivo
de reinvindicações trabalhistas por parte de inúmeros movimentos sociais,
inf luenciando políticos e legisladores a introduzirem medidas legais.
Na Inglaterra, por exemplo, em 1802 o Parlamento introduziu uma multa
para controlar as condições de trabalho, prevista na chamada “Lei da Saúde
e Moral dos Aprendizes”. Essa lei atendia às recomendações do Conselho
de Saúde de Manchester, reunido em 1796, mas acabou se tornando ineficaz
pela falta de fiscalização para o cumprimento e o pagamento de multas.
Conforme já citado, percebe-se que o ser humano, no contexto histórico,
sempre demonstrou alguma preocupação com a saúde e a segurança dos
trabalhadores, em algumas épocas de forma mais tímida e em outras mais
efetiva, como nos dias atuais. No decorrer da história, surgiram diferentes
tipos de doenças com graves consequências para a saúde e integridade física
dos trabalhadores, além de acidentes. Isso fez com que o interesse em estudar
esses problemas aumentasse, na busca de encontrar suas raízes e mitigar suas
consequências para os trabalhadores e para empresa.
Portanto, é fato que houve uma grande mudança e evolução nas relações do
ser humano com o trabalho. Embora hoje ainda tenhamos muitos problemas
nos ambientes laborais que poderiam ser evitados, as melhorias comparadas
com outras épocas são evidentes. Ferreira e Peixoto (2012) ainda destacam
que o desenvolvimento econômico deve estar ligado diretamente à qualidade
de vida no trabalho. Assim, para transformar empresas comuns em empre-
sas modernas e comprometidas com o país, com a comunidade e com seus
colaboradores, é preciso investir e desenvolver ações preventivas de higiene,
saúde e qualidade de vida geral.
6 Higiene e segurança do trabalho

O filme Tempos Modernos, de 1936, apresenta de uma forma bastante lúdica o trabalho
mecânico e incansável nas linhas de montagem e a realidade das fábricas da época,
onde as máquinas foram inseridas para o aumento da produção. No filme, é possível
acompanhar de forma bastante cômica, pela interpretação de Charles Chaplin, os
efeitos negativos da Revolução Industrial (Figura 1).

Figura 1. Imagem do filma Tempos Modernos, de Charles Chaplin.


Fonte: Silva (2016, documento on-line).

Todo o processo de evolução tecnológica pelo qual passamos até hoje nos trouxe
muitos benefícios, conforto e desenvolvimento; porém, novos riscos acom-
panharam esse processo. As ações e o desenvolvimento do trabalho trazem
muitos benefícios ao ser humano, isso é incontestável, mas outro fato que que
precisa ser estudado são os diversos fatores que envolvem à produção e serviços
que podem ser nocivos à segurança individual e coletiva dos colaboradores.
Portanto, observa-se que a evolução do mundo do trabalho é bastante
dinâmica, e, embora já tenha havido muitos ganhos no campo da segurança
no trabalho, ainda temos muito a avançar. Quando doenças, casos de inca-
pacidade laboral e até de morte são computados de forma a estatística, os
números apresentados sempre parecem altos, e o ideal seria alcançarmos o
zero, embora isso seja algo quase impossível. Seja como for, é necessário que
haja uma diminuição drástica nos números de casos de doenças relacionadas
ao trabalho, afastamentos, acidentes e mortes.
Higiene e segurança do trabalho 7

Muito do desenvolvimento atual na área de segurança do trabalho se deve aos que


perderam a vida ou ficaram incapacitados em decorrência da utilização de novas
tecnologias, novos processos e novos produtos que se revelaram prejudiciais ao
longo do tempo, uma vez que não se conheciam os riscos, até que se estudassem
seus efeitos (FERREIRA; PEIXOTO, 2012).

2 Acidentes e segurança do trabalho


no Brasil
A segurança do trabalho no Brasil e o número de acidentes laborais ainda
são assuntos que preocupam muito e precisam ser avaliados e tratados
com grande atenção. Embora existam algumas leis que foram criadas para
proteger o trabalhador e diminuir os índices de afastamento, doenças e
mortes no ambiente ocupacional, muito ainda temos para melhorar nessas
instâncias.
De acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho
do Ministério Público do Trabalho, citados por Moreno (2019), o Brasil regis-
tra um acidente laboral a cada 49 segundos. Foram registrados nada menos
que 4,7 milhões de acidentes de trabalho no país no período que vai de 2012
até o último dia 3 de maio de 2019. Ao todo, foram 17.244 acidentes fatais.
A média, conforme os últimos números divulgados, é de seis mortes a cada
100 mil trabalhadores dentro do mercado de trabalho formal.
Esses números reforçam a necessidade de mudanças no setor laboral e a
importância do desenvolvimento de ações laborais preventivas. Pela análise
dos dados apresentados, fica claro que as condições de segurança e saúde
no trabalho no Brasil estão muito longe do ideal e que se faz necessário
maior fiscalização sobre as empresas. Sobre o assunto, Moreno (2019) ainda
destaca que é possível que o número de acidentes de trabalho no Brasil seja
ainda muito maior do que o contabilizado, já que, para não criar provas
contra si, muitas empresas se negam a abrir o Comunicado de Acidente de
Trabalho (CAT) e, consequentemente, esses acidentes não entram para as
estatísticas nacionais.
8 Higiene e segurança do trabalho

Deve-se levar em consideração também que os números de acidentes


citados anteriormente levam em consideração os empregos formais. Dessa
forma, é muito provável que esses números sejam muito maiores, o que se torna
algo muito preocupante. Moreno (2019) destaca também que a terceirização
autorizada pela nova reforma trabalhista pode fazer com que esses números
piorem ainda mais. O autor acrescenta que as alterações na legislação são
temerárias, estimando que os terceirizados representam 80% dos acidentes
de trabalho no país.

De acordo com dados da Previdência Oficial, entre os anos de 2014 e 2018, foram
registrados no Brasil 1,8 milhão de afastamentos por acidente de trabalho e 6,2 mil
óbitos, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD BRASIL, 2015). O Brasil é o 3º país do mundo com mais registros de mortes por
acidentes de trabalho (FILGUEIRAS et al., 2017).

De acordo Filgueiras et al. (2017), a grande frequência de acidentes no


país é acompanhada por uma mortalidade (número de mortes em relação à
população ocupada) muito mais alta do que em outros países. Comparado
a países europeus, mesmo aqueles mais pobres, o Brasil é palco de mais
acidentes fatais por trabalhador em atividade. Quando comparado com
nações capitalistas centrais, como o Reino Unido, as piores condições de
acidentalidade ficam ainda mais evidentes. Por lá, a despeito dos ataques
que os instrumentos de regulação protetiva do trabalho vêm sofrendo, têm
ocorrido menos de 200 acidentes fatais por ano (PNUD BRASIL, 2015),
numa população de cerca de 30 milhões de trabalhadores. A Figura 2 apre-
senta um panorama das principais causas de afastamento por acidentes de
trabalho e adoecimentos no Brasil.
Figura 2. As 20 situações que mais ocasionaram afastamentos por acidente e adoecimentos no trabalho no Brasil no ano de 2017.
Fonte: Filgueiras et al. (2017).
Higiene e segurança do trabalho
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10 Higiene e segurança do trabalho

De acordo com Ferreira e Peixoto (2012), os acidentes de trabalho pode


ser subdivididos basicamente em três grupos:

1. Acidente típico: é aquele que ocorre no local e durante o trabalho,


considerado um acontecimento súbito, violento e ocasional, provocando
no trabalhador uma incapacidade para a prestação de serviço. Exemplos:
batidas, quedas, queimaduras, contato com produtos químicos, choque
elétrico, etc. A Figura 2 mostra o perigo de carregar itens acima da
capacidade de segurança do colaborador e condições que geram inse-
gurança no ambiente laboral, situações que podem ocasionar acidentes
típicos no ambiente de trabalho.

Figura 3. O perigo de carregar itens acima de sua capacidade,


somado a uma condição insegura (obstáculos).
Fonte: Ferreira e Peixoto (2012, documento on-line).

2. Acidente de trajeto: é o acidente sofrido pelo empregado no percurso


da residência para o local de trabalho, ou vice-versa, qualquer que seja
o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado.
Higiene e segurança do trabalho 11

Deixa de ser caracterizar como “acidente de trajeto” caso o empregado


tenha, por interesse próprio, interrompido ou alterado seu percurso
normal (Figura 4).

Figura 4. Exemplo de transporte usado por muitos trabalhadores, a bicicleta, também


sujeito a acidentes de trajeto.
Fonte: Ferreira e Peixoto (2012, documento on-line).

3. Doenças ocupacionais: doenças decorrentes do trabalho, classificadas


em doenças profissionais e doenças do trabalho:
■ Doença profissional — as doenças profissionais decorrem da
exposição dos trabalhadores a agentes físicos, químicos, ergonô-
micos e biológicos, ou seja, da respectiva relação elaborada pelo
MTE e pela Previdência Social (Anexo II do Decreto nº 2.172/97).
Exemplo: lesão por esforço repetitivo (LER) (Figura 5a).
12 Higiene e segurança do trabalho

Figura 5. Exemplos de situações propensas a doenças ocupacionais:


(a) digitador, muito exposto a LER; e (b) ruído ocupacional.
Fonte: Ferreira e Peixoto (2012, documento on-line).

■ Doença do trabalho — doenças desencadeadas a partir das con-


dições inadequadas de trabalho; para tanto, segundo a legislação
atual, torna-se necessária a comprovação do nexo causal, ou seja,
a comprovação de que foram adquiridas em decorrência direta
do trabalho. Exemplos: estresse; dores de coluna, fadiga, alergias
respiratórias (Figura 5b).
Higiene e segurança do trabalho 13

Conceito legal e prevencionista de acidente


de trabalho
Existe basicamente dois tipos de conceitos de acidente de trabalho: o legal,
que é estabelecido por lei e define tudo que envolve o acidente de trabalho, e
o prevencionista, que, apesar de estar fundamentado e embasado no conceito
legal, tem uma visão mais ampla do ambiente de trabalho. Para apresentar os
conceitos, usaremos as definições apresentadas por Ferreira e Peixoto (2012).

Conceito legal de acidente de trabalho

Os autores apresentam a definição dada pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de


1991, e pelo Decreto nº 2.172, de 5 de março de 1997, no Regulamento dos
Benefícios de Previdência Social, revogado pelo Decreto n° 3.048, de 6 de
maio de 1999, o qual aprova o Regulamento da Previdência Social e dá outras
providências, definindo: “[...] acidente de trabalho é aquilo que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade
para o trabalho, permanente ou temporária” (FERREIRA; PEIXOTO, 2012,
documento on-line).
Segundo a lei, consideram-se acidentes as seguintes entidades mórbidas:

 Doença profissional: produzida e desencadeada pelo exercício do


trabalho.
 Doença do trabalho: adquirida ou desencadeada em função de condi-
ções especiais em que o trabalho é realizado e que com ele se relacione
diretamente.
 Doença proveniente de contaminação acidental do empregado no
exercício de sua atividade: quando na sua ação laboral se contamina de
alguma forma com algum produto ou substância comum no meio laboral.
 Acidente sofrido: ainda que fora do local e horário de trabalho.

Conceito prevencionista de acidente de trabalho

Utilizando ainda as definições de Ferreira e Peixoto (2012), para essa visão


prevencionista a definição é apresentada como qualquer ocorrência não pro-
gramada, inesperada ou não, que interfere ou interrompe a realização de uma
determinada atividade, trazendo como consequência isolada ou simultânea a
perda de tempo, danos materiais ou lesões.
14 Higiene e segurança do trabalho

A diferença entre os dois conceitos reside no fato de que, para o conceito


legal, é necessário haver lesão física, enquanto no conceito prevencionista
são levadas em consideração, além das lesões físicas, a perda de tempo
e de materiais. No meio prevencionista, para os profissionais da área,
mesmo um acidente sem lesão é muito importante, pois pela análise desse
tipo de situação podem surgir medidas capazes de impedir sua repetição
ou agravamento, isto é, um acidente com lesão (FERREIRA; PEIXOTO,
2012) (Figura 6).

Figura 6. O conceito prevencionista envolve tanto o acidente quanto o incidente.


FONTE: Ferreira e Peixoto (2012, documento on-line).

Além dos prejuízos diretos para o trabalhador, os acidentes de trabalho


geram altos custos para o governo, que vão desde o pagamento de salários
por afastamentos devido a problemas laborais à concessão de aposentadorias
e auxílios para as vítimas de acidentes, bem como pensões para seus depen-
dentes, no caso de óbito.
Higiene e segurança do trabalho 15

3 Legislação e fiscalização no Brasil


De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil (BRASIL, 2005), a saúde
do trabalhador constitui uma área da saúde pública que tem como objeto de
estudo e intervenção as relações entre o trabalho e a saúde. Seus objetivos são
a promoção e a proteção da saúde do trabalhador por meio do desenvolvimento
de ações de vigilância contra riscos presentes nos ambientes e condições de
trabalho e contra agravos à saúde do trabalhador e por meio da organização e
prestação de assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de
diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada no Sistema Único
de Saúde (SUS). Ou seja, existe uma legislação específica que trata da saúde
do trabalhador, sendo uma ramificação da legislação de saúde de forma geral.
A legislação de saúde considera como trabalhadores todos os homens e
mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus depen-
dentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos
setores formais ou informais da economia. Estão incluídos nesse grupo os
indivíduos que trabalharam ou trabalham como empregados assalariados,
trabalhadores domésticos, trabalhadores avulsos, trabalhadores agrícolas,
autônomos, servidores públicos, trabalhadores cooperativados e empregadores
— especialmente os proprietários de micro e pequenas unidades de produção.
Filgueras et al. (2017) destacam que a saúde do trabalhador passou
aos poucos a ser incorporada nas ações do SUS em 1990. Por meio da Lei
Orgânica da Saúde (LOS, nº 8080, artigo 6º) é conferido à direção nacional
do SUS a responsabilidade de coordenar a política de saúde do trabalhador.
A LOS orienta a execução das ações voltadas para a saúde do trabalhador e em
seu parágrafo 3º do artigo 6º a define como: “[...] um conjunto de atividades
que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica e vigilância
sanitária, à promoção e à proteção da saúde do trabalhador, assim como visa a
recuperação e a reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos das condições de trabalho” (BRASIL, 1990, documento on-line).
O Ministério da Saúde do Brasil, por meio da portaria 3.908/GM, de 30 de
outubro de 1998, estabeleceu a Norma Operacional de Saúde do Trabalhador
(NOST/SUS), que definiu as atribuições e responsabilidades para orientar e
instrumentalizar as ações de saúde do trabalhador rural e urbano, consideradas
as diferenças entre homens e mulheres, a serem desenvolvidas pelas secretarias
de saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
16 Higiene e segurança do trabalho

Ainda referente à legislação da saúde do trabalhador, Saliba e Pagano


(2018) fazem uma análise minuciosa de aspectos da legislação que abordam
o tema. Na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destacam o capítulo
V, que trata da segurança, medicina do trabalho e saúde do trabalhador. No
artigo 157 do referido capítulo, são apresentados os aspectos que cabem à
empresa (SALIBA; PAGANO, 2018):

 I — cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do


trabalho;
 II — instruir os funcionários, por meio de ordens de serviço, quanto
às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou
doenças ocupacionais;
 III — adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão re-
gional competente;
 IV — facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

No artigo 158, segundo Saliba e Pagano (2018), destacam-se as atribuições


que cabem aos empregados:

 I — observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive


as instruções de que trata o item II do artigo anterior;
 II — colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos do capítulo.

Portanto, fica muito claro, ao analisar as diferentes esferas da legislação


brasileira, que as ações na busca de evitar e melhorar o ambiente de trabalho
devem ser realizadas de forma conjunta, com empregador, empregado e o go-
verno federal realizando ações em prol da melhoria das condições de trabalho.
Saliba e Pagano (2018) ainda destacam algumas portarias do Ministério
do Trabalho, especificamente a nº 3214, em que são apresentadas as Normas
Reguladoras (NR). Em seus dispositivos, determinam que cabe ao empregador
informar aos trabalhadores sobre:

 os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;


 os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela
empresa;
 os resultados dos exames médicos e de exames complementares de
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;
 os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
Higiene e segurança do trabalho 17

Os empregadores ainda devem permitir que representantes dos trabalha-


dores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho e determinar os procedimentos que devem
ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho.
Além disso, as NR dispõem que cabe ao empregado:

 cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde


do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;
 usar o equipamento de proteção individual (EPI) fornecido pelo
empregador;
 submeter-se aos exames médicos previstos nas NR;
 colaborar com a empresa na aplicação das NR.

Sobre o tema segurança e saúde no trabalho, Oliveira (2003), em um de


seus estudos, faz uma análise de diferentes aspectos que envolvem a temática
e os comportamentos e atitudes dos empregadores e seus colaboradores,
apresentando os principais elementos que muitas vezes impedem progressos
significativos nessa área. O autor ainda destaca que um programa de Segu-
rança e Saúde no Trabalho (SST) abrange três elementos básicos — cultura,
ferramentas e objetivos — e, se avaliados conforme a importância, os aspectos
culturais representam de longe o que há de mais significativo, facilitando,
inibindo ou inviabilizando seu sucesso.
Por mais elaborado que seja um programa de SST e por melhores que sejam
as ferramentas por ele disponibilizadas para o diagnóstico e a solução dos
riscos do trabalho, se não houver disposição e participação compromissada
de todos os envolvidos em suas ações, os resultados por ele produzidos serão
limitados, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo, ou seja, a
participação tem que ser de todos para que os resultados apareçam e sejam
significativos.
Oliveira (2003) ainda destaca que muitos programas de SST são elaborados
quase que exclusivamente para o cumprimento da legislação vigente e não
na busca de resolver problemas reais da empresa nas questões relacionadas à
segurança e saúde do trabalhador. O autor ressalta a questão cultural, tanto
do empregador quanto do empregado, como um fator preponderante para os
números negativos no setor.
Fica muito claro no meio laboral que o trabalhador ainda age de maneira
muito displicente em muitas situações laborais, ou seja, não dá a devida
importância a seu próprio envolvimento e a medidas preventivas para evi-
tar problemas laborais. Uma das atribuições básicas do trabalhador para a
18 Higiene e segurança do trabalho

prevenção de acidentes de trabalho é a participar ativamente de programas


de treinamento na área, mas, para tanto, deve ser feita uma conscientização
sobre a importância da participação e das ações preventivas para que isso não
se torne algo mecânico ou simplesmente para cumprir com a legislação ou
determinações da empresa. Outro dever do trabalhador é conhecer a legislação,
bem como os aspectos de sua responsabilidade e os da empresa, de forma a
fiscalizar o cumprimento das leis e normas trabalhistas para o setor e realizar
as ações que lhe cabem como colaborador da empresa.
Referente ao cumprimento das legislações por parte de empregadores
e empregados e ao pouco sucesso dos programas de saúde e segurança no
trabalho, Almeida (2000) relaciona alguns itens que são os que mais impedem
resultados positivos no setor:

 limitação de recursos para remoção do perigo;


 ultrapassagem dos limites das tarefas ou atribuições dos profissionais;
 aceitação dos perigos como inevitáveis;
 influência do clima social;
 tradição na indústria;
 falta de competência técnica para remoção do perigo;
 incompatibilidade de demandas (produção, custos, qualidade versus
segurança);
 dependência do trabalhador;
 gestão ou gerenciamento de fatores do sistema de segurança;
 sobrecarga de tarefas;
 práticas, políticas e regras das empresas;
 falta de informação (quebra de comunicação);
 inexistência de obrigação legal.

Dentre os itens destacados, existem alguns que são de responsabilidade


do empregador, outros do empregado e muitos de ambos. Portanto, as duas
partes precisam se conscientizar que tem direitos e obrigações e que devem
atuar de forma harmônica.
A experiência demonstra que a participação ativa dos trabalhadores em
programas de SST tem muito a ver com a cultura da empresa nessa área e
sobretudo com o conjunto de ações que ela desenvolve, em especial na área
de educação. Nas empresas em que os programas de segurança desvinculam-
-se das atividades produtivas e são organizados e implementados à parte
pelos chamados Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho (SESMT), é comum trabalhadores associarem as ações
Higiene e segurança do trabalho 19

de segurança do trabalho com o vivenciado no cotidiano — como o uso de


EPI e a realização de exames médicos, principalmente os periódicos. Fora
isso, restam as atividades da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(Cipa), que também são de seu conhecimento. Num ambiente dessa natureza,
dificilmente os trabalhadores associam as ações de segurança à promoção
da qualidade de vida ou algo que possa melhorar seu relacionamento com o
próprio trabalho, ao contrário das empresas em que os programas de segurança
do trabalho são abordados como parte integrante dos processos produtivos e
as ações de segurança são concebidas e implementadas como parte integrante
do próprio negócio da empresa (OLIVEIRA, 2003).
Quanto à participação do trabalhador no processo de fiscalização e melhoria
dos ambientes laborais, Filgueras et al. (2017) comentam que a ação coletiva
dos trabalhadores, especialmente via sindicatos, é fundamental para impedir
uma mudança no padrão predatório de gestão. Os sindicatos, todavia, não têm
sido protagonistas no campo da saúde e segurança do trabalho, em que pesem
iniciativas importantes em alguns setores e regiões do país. Mobilizações que
reivindicam e obtêm melhorias das condições de saúde e segurança não são
corriqueiras.
No campo da legislação em prol da segurança do trabalho, existem no
Brasil diversos diplomas jurídicos com determinações a serem seguidas
pelos empregadores para evitar acidentes e doenças ocupacionais. Essas
regras constam, em especial, nas NR de saúde e segurança do trabalho
(FILGUERAS et al., 2017). Apesar de seus limites, as NR são instrumentos
muito importantes na busca pela preservação da integridade física de quem
trabalha. Se essas regras fossem comumente seguidas pelas empresas, cer-
tamente teríamos um quadro bem menos severo de adoecimento laboral no
país, complementa o autor.
Um estudo de Saurin e Ribeiro (2000) demonstra que os trabalhadores
ainda precisam melhorar muito sua postura e seu nível de consciência nos
aspectos que envolvem a segurança nos ambientes de trabalho. Ao questionar
operários e gerentes sobre acidentes de trabalho em um canteiro de obras, foi
apurado que os entrevistados foram unânimes em apontar as próprias vítimas
como principais responsáveis pelos acidentes, baseando-se na percepção
de que assumiram o risco praticando uma ação insegura. Outro aspecto de
destaque no estudo apresentado pelos autores foi que nenhum entrevistado
manifestou preocupação ou consciência quanto às diversas condições inseguras
verificadas na obra, ficando evidente a tendência de relegar esse fator a um
plano secundário na prevenção de acidentes.
20 Higiene e segurança do trabalho

Seja como for, é possível verificar que o assunto higiene e segurança no


trabalho ainda precisa ser muito estudado, debatido e conscientizado entre
diversos setores, como o governo, empresários, funcionários de empresas e
a população em geral. Isso é fundamental para que os índices de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho sejam diminuídos e os ambientes de trabalho
sejam mais harmoniosos, com os colaboradores podendo atuar sem prejudicar
sua qualidade de vida.
Cabe aos profissionais de educação física colaborar nesse processo, atu-
ando como promotores de saúde e desenvolvendo e aplicando programas que
possam melhorar a saúde do trabalhador por meio de ações de prevenção,
conscientização e mitigação de situações adversas já instaladas.

ALMEIDA, I. M. Construindo a culpa e evitando a prevenção. 2000. Tese (Doutorado em


Saúde Ambiental) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-01112001-145305/publico/tde.
pdf. Acesso em: 31 jan. 2020.
ANJOS, A. M. et al. Introdução à higiene ocupacional. Brasília: Fundacentro, 2004.
BRASIL. Lei no. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, 20 set.
1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm. Acesso
em: 31 jan. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Legislação em saúde: caderno de legislação em saúde do
trabalhador. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
BRASIL. Saúde do trabalhador. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. (Cadernos de Atenção
Básica, n. 5). Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_trabalha-
dor_cab5_2ed.pdf. Acesso em: 31 jan. 2020.
FERREIRA, L. S.; PEIXOTO, N. H. Segurança do trabalho I. Santa Maria: UFSM, CTISM, Sistema
Escola Técnica Aberta Brasil, 2012. Disponível em: http://redeetec.mec.gov.br/images/
stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_seguranca/seg_trabalho/151012_seg_
trab_i.pdf. Acesso em: 31 jan. 2020.
Higiene e segurança do trabalho 21

FILGUEIRAS, V. A. et al. Saúde e segurança do trabalho no brasil. Brasília: Gráfica Movi-


mento, 2017.
IGAS. Manual de segurança e saúde no trabalho. Lisboa: IGAS, 2018. Disponível em: http://
www.igas.min-saude.pt/wp-content/uploads/2017/04/Manual_Seguranca_e_saude_
no_trabalho.pdf. Acesso em: 31 jan. 2020.
MARQUES, M. Tudo que você precisa saber sobre higiene e segurança no trabalho.
Blog Marcus Marques, 2017. Disponível em: http://marcusmarques.com.br/pequenas-
-e-medias-empresas/voce-precisa-saber-higiene-seguranca-do-trabalho/. Acesso
em: 31 jan. 2020.
MORENO, D. Acidentes de trabalho e a falta de segurança laboral no Brasil. Rede Jornal
Contábil, 2019. Disponível em: https://www.jornalcontabil.com.br/acidentes-de-traba-
lho-e-a-falta-de-seguranca-laboral-no-brasil/. Acesso em: 31 jan. 2020.
OLIVEIRA, J. C. Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida. São
Paulo em Perspectiva, v. 17, n. 2, p. 3–12, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
spp/v17n2/a02v17n2.pdf. Acesso em: 31 jan. 2020.
PNUD BRASIL. Relatório de Desenvolvimento Humano 2015: o trabalho como motor do
desenvolvimento humano. New York: PNUD, 2015. Disponível em: https://www.br.undp.
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PRONACI. Higiene e segurança no trabalho. Lisboa: AEP, 2002. Disponível em: http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pronaci_higiene_seguranca_trabalho.pdf. Acesso
em: 31 jan. 2020.
SALIBA, T. M.; PAGANO, S. R. S. Legislação de segurança, acidente do trabalho e saúde do
trabalhador. São Paulo: LTr Editora, 2018.
SAURIN, T. A.; RIBEIRO, J. L D. Segurança no trabalho em um canteiro de obras: percep-
ções dos operários e da gerência. Produção, v. 10, n. 1, p. 5–17, 2000. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132000000100001.
Acesso em: 31 jan. 2020.
SILVA, M. C. O ato de avaliar no ciclo de alfabetização: qual o compromisso dos gestores
e professores com as crianças nos três anos do ensino fundamental? In: CRUZ, M. C.
C.; BORBA, R. E. S. R. Ciclo de palestras: volume 1. Recife: Editora UFPE, 2016. Disponível
em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Captura-de-fragmento-do-filme-
-Tempos-Modernos-de-Charles-Chaplin_fig9_313365919. Acesso em: 31 jan. 2020.
22 Higiene e segurança do trabalho

Leituras recomendadas
BITTENCOURT, F. Brasil ocupa quarta posição no ranking de acidentes de trabalho.
A tarde, 2019. Disponível em: http://atarde.uol.com.br/empregos/noticias/2058823-brasil-
-ocupa-quarta-posicao-no-ranking-de-acidentes-de-trabalho. Acesso em: 31 jan. 2020.
BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria do Trabalho. Nota Técnica DSST/SIT no.
11/2015. Cumprimento de decisão e subsídios — ref. Mandado de Segurança n°
0001152-98.2014.5.12.0013. Defesa da fiscalização da NR-12. Ministério da Economia,
2015. Disponível em: http://trabalho.gov.br/participacao-social-mtps/participacao-
-social-do-trabalho/legislacao-seguranca-e-saude-no-trabalho/item/download/77
66_99bcad4def39a6da34066af5c9d2bc72. Acesso em: 31 jan. 2020.
CHAMBE, A. J. Manual de saúde, higiene e segurança no trabalho: concebido para cons-
trução civil. Maxixe: Faith Construções, 2017. Disponível em: https://www.academia.
edu/31792058/MANUAL_DE_SA%C3%9ADE_HIGIENE_E_SEGURAN%C3%87A_
NO_TRABALHO_-_Concebido_para_Constru%C3%A7%C3%A3o_Civil. Acesso em:
31 jan. 2020.
SILVA, A. et al. Saúde e segurança do trabalho no Brasil. Brasília: Ministério Público do
Trabalho, 2017. Disponível em: https://ergonomiadaatividadecom.files.wordpress.
com/2017/11/livro-sac3bade-e-seguranc3a7a-do-trabalho-no-brasil.pdf. Acesso em:
31 jan. 2020.

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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
As causas dos diferentes tipos de acidentes de trabalho podem ter origem tanto na falha da
legislação ou de fiscalização do cumprimento, no desinteresse de empregadores e empresários na
aplicação das leis, na falta de investimentos em segurança do trabalhador e também na própria
desatenção, displicência e falta de cuidados do trabalhador no desenvolvimento de suas funções
laborais.

O foco, a atenção, o comprometimento com as ações de trabalho e a disciplina são aspectos que
podem evitar muitos acidentes de trabalho e, consequentemente, as doenças e os afastamentos.

Na Dica do Professor, serão apresentadas algumas atribuições que cabem aos colaboradores e
devem ser seguidas para evitar acidentes no meio laboral.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios

1) Existem diferentes tipos de ações que podem ser realizadas nas empresas para melhorar o
ambiente de trabalho e a qualidade de vida dos colaboradores, bem como diminuir os índices
de acidentes e de afastamentos. A criação da CIPA é um dos aspectos que auxiliam nesse
processo.

Assinale a alternativa que representa o significado de CIPA:

A) Comissão Internacional de Pessoas para Evitar Acidentes de Trabalho.

B) Comissão Interinstitucional de Prevenção de Acidentes.

C) É o órgão de controle interno e de políticas contra acidentes de trabalho.

D) Comissão Interna para Aprimoramento da Saúde do Trabalhador.

E) Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, desenvolvida em empresas.

2) A CIPA desempenha papel importante para fomentar programas de combate aos acidentes
de trabalho e também na saúde do trabalhador. Entre as ações desenvolvidas, destaca-se a
SIPAT. Analise as afirmativas a seguir e assinale a resposta que melhor define SIPAT e seus
objetivos.

A) SIPAT significa Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho e refere-se a uma


semana anual, voltada para a conscientização dos colaboradores para saúde ocupacional.

B) SIPAT significa Serviços Internos e Programas de Assistência ao Trabalhador, na busca de


melhores condições de trabalho e para fomentar a saúde dos colaboradores.

C) SIPAT significa Semana de Inspeção das Práticas de Atenção ao Trabalhador e tem como
objetivo verificar as ações preventivas que são desenvolvidas pela empresa.

D) SIPAT é o Sistema de Inclusão de Práticas Alternativas para Segurança no Trabalho.

E) SIPAT é o Sistema Interno de Prevenção de Acidentes de Trabalho e tem por objetivo criar
sistemas de proteção à saúde do trabalhador.

3)
De acordo com Ferreira e Peixoto (2012, p. 33), a classificação dos acidentes de trabalho é
basicamente em três grupos: acidente típico, acidente de trajeto e doenças ocupacionais.

Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de acidente típico.

A) LER - Lesões por Esforços Repetitivos.

B) DORT - Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho.

C) Queda de uma escada no trabalho.

D) Acidente de bicicleta no trajeto para o trabalho.

E) Estresse de trabalho.

4) Segundo o Ministério da Saúde, existem 3 aspectos que são primordiais e que contemplam o
contexto da higiene no ambiente de trabalho, são eles: saúde mental, saúde física e saúde
social. Entre os exemplos citados nas alternativas a seguir, assinale aquele mais se adequa à
saúde social.

A) Criação de dinâmicas de cooperação e de integração da equipe.

B) Realização de exercícios localizados.

C) Realização de exercícios para melhora da postura.

D) Realização de dinâmicas e de exercícios de relaxamento.

E) Realização de avaliação física.

5) A Lei n.o 8.213, de 24 de julho de 1991, e o Decreto n.o 2.172, de 5 de março de 1997, do
Regulamento dos Benefícios de Previdência Social, classificam e consideram acidentes as
seguintes atividades mórbidas:

A) doença profissional; doença do trabalho; doença da contaminação acidental; doenças


genéticas.

B) doenças genéticas; doença do trabalho; doença da contaminação acidental; doenças motoras.

C) doença profissional; doença do trabalho; doença da contaminação acidental; doenças


congênitas.
D) doença profissional; doença do trabalho; doença da contaminação acidental; acidente sofrido.

E) doença intelectual; doença do trabalho; doença da contaminação acidental; doenças; acidente


sofrido.
Na prática
A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) exerce papel de extrema importância nas
empresas com o objetivo de mobilizar os colaboradores e integrar os diferentes setores em prol da
melhoria das condições de trabalho e, por seguinte, diminuir os acidentes e os afastamentos por
doenças relacionadas ao trabalho.

Neste Na Prática, você poderá conhecer melhor como é estruturada a CIPA, qual o objetivo e
exemplos de ações que podem motivar a participação dos colaboradores da empresa.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem


No livro a seguir, você conseguirá fundamentação teórica para diferentes temas importantes para a
segurança e a saúde no trabalho.

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Registro de dados sobre acidentes de trabalho fatais em


sistemas de informação no Brasil
Neste artigo, as autoras abordam a temática acidentes de trabalho no Brasil e realizam um
levantamento para identificar sistemas de informação que dispõem de dados sobre acidentes de
trabalho fatais. Essas informações são muito importantes para os profissionais da área da saúde.

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Introdução à higiene ocupacional


Neste material, produzido pelo Governo Federal, o tema higiene e saúde ocupacional é abordado
de forma bem esclarecedora, permitindo conhecer os principais aspectos do assunto, bem como
formas de atuação na prevenção de acidentes de trabalho.

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Saúde, segurança e higiene no trabalho


Neste vídeo, você poderá ver de forma ilustrada os principais aspectos que envolvem a saúde, a
segurança e a higiene no trabalho, de acordo com a legislação brasileira.

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