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manual de boas práticas de exploração florestal

Âmbito MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE


Objectivos
EXPLORAÇÃO FLORESTAL
ÂMBITO
Agentes intervenientes
A exploração Florestal (CAE 02012) compreende as actividades de: abate de árvores
Princípios de execução
e operações complementares (cortes de ramos em troncos abatidos, toragem,
descasque, extracção-rechega e transporte no interior da mata); extracção de cortiça,
Condições de execução
resina e gomas e respectivas operações complementares; apanha de pinhas,
(Abate e Operações
complementares) castanhas e outras partes de árvores florestais (ramos, cascas, folhas, frutos e raízes)
e respectivas operações complementares; produção de lenha; produção não industrial
● Abate de carvão vegetal. Inclui as fases de transformação efectuadas pelo responsável pela
exploração florestal e cultura de materiais de entrançar.
■ Planeamento
Neste código não se inclui a rede viária, por ser um assunto que necessita de
■ Equipamento
tratamento específico.
e maquinaria

■ Práticas de
OBJECTIVOS
execução
A execução das operações de exploração florestal deve ter em vista:
● Corte de Ramos 1. o melhor aproveitamento possível, tanto actual como futuro (nos casos
aplicáveis), dos produtos e do arvoredo que os origina;
■ Planeamento
2. o respeito pelo ambiente local e circundante, nomeadamente no que se refere
■ Equipamento às espécies susceptíveis ao pisoteio e ao cuidado a ter para evitar o abandono
e maquinaria na mata de equipamento deteriorado;
■ Praticas de
3. o respeito pela segurança, higiene e saúde no trabalho;
execução 4. a melhor produtividade ao menor custo possível;
● Toragem 5. a conservação e protecção das árvores a manter;
AGENTES INTERVENIENTES

As operações de exploração florestal só devem ser realizadas por pessoas


devidamente enquadradas:
1. Abate de árvores
1.1. Motosserrista
1.2. Operador de máquinas
1.3. Tractorista
1.4. Ajudantes
2. Extracção de cortiça

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2.1. Extractor de cortiça


3. Recolha de resina
3.1. Proprietário florestal
3.2. Alugador das incisões
3.2.1. Comissários
3.3. Capatazes
3.4. Resineiros
3.5. Colhedores
3.6. Empresários de extracção de resina
3.7. Indústriais de produtos resinosos
4. Colheita de pinhas
4.1. Escaladores
4.2. Trabalhadores

As operações que sejam realizadas por sub-contratação são da responsabilidade,


perante terceiros e perante o dono da obra, do agente contratante, que deve exigir e
controlar o sub-contratante nos termos das condições exigidas neste Código de Boas
Práticas.

PRINCÍPIOS DE EXECUÇÃO

As operações devem ser executadas tendo em consideração:


1. A existência de um plano de gestão e ordenamento florestal necessário à
sustentabilidade da área florestal sujeita à exploração;
2. As normas e condições de Segurança, Higiene e Saúde no trabalho Agrícola e
Florestal;
3. As condições de rendibilidade e segurança dos equipamentos e maquinaria
utilizados;
4. As infra-estruturas e outros bens existentes no local de execução das
operações e espaços vizinhos;
5. As normas de prevenção e segurança relativas a incêndios florestais;
6. A legislação especificamente aplicável (listada em anexo).
CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO

Abate e Operações Complementares


1. Antes do início dos trabalhos, deve ser elaborado um plano operacional do
abate e operações complementares, que tenha em consideração o volume de
material lenhoso a retirar, o equipamento e mão-de-obra necessários, assim
como os custos e impactes ambientais dessa intervenção. Um plano desta
natureza nunca deve ser standardizado devido às especificidades de cada
situação.
2. Com este plano pretende-se definir a sequência e tempo necessário para
realizar as operações, identificar os sistemas de exploração a utilizar e calcular
os custos, por forma a manter igual produtividade em todas as operações, ao
mínimo custo possível.
3. O planeamento das operações deve ter em consideração os seguintes
aspectos:

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3.1. Levantamento da área a corte, com delimitação da área sujeita a


abate e com indicação das áreas com especial interesse (zonas
ripícolas, áreas com gestão especial, locais com interesse histórico e
arqueológico, etc.);
3.2. Classificação do tipo de terreno, atendendo ao seu declive,
acidentado e características do solo (resistência à deformação);
3.3. Localização das linhas de água e locais de travessia dessas linhas;
3.4. Definição do método de abate, tendo em consideração o tipo de
terreno e seu declive;
3.5. Localização do início do abate;
3.6. Definição da direcção do abate;
3.7. Definição dos trilhos de extracção;
3.8. Definição dos circuitos de rechega;
3.9. Localização dos carregadouros;
3.10. Definição dos percursos de entrada e saída de camiões;
3.11. Indicação do tipo de maquinaria e equipamento necessários, os
quais dependem das características do terreno, do povoamento e do
produto final a obter.
4. Os operadores da motosserra e das outras máquinas envolvidas no abate e
operações complementares devem estar devidamente treinados, encartados
(quando aplicável) e cumprir com todas as regras de segurança, higiene e
saúde no trabalho florestal.
5. Todas as operações deverão ser correctamente sinalizadas (ex: avançar o
skidder, bobinar o guincho), assim como a área de trabalho onde ocorrem.

1. ABATE
O abate consiste no corte, o mais junto ao solo possível, das árvores que se querem
retirar de determinado povoamento.
● Planeamento
Os factores que podem condicionar o planeamento e execução desta
operação são:
. volume/ha;
b. volume/médio/árvore;
c. número de árvores/ha;
d. diâmetro das árvores;
e. espécie;
f. espaçamento entre árvores;
g. existência de árvores mortas, apodrecidas ou defeituosas;
h. inclinação das árvores;
i. densidade e altura do mato;
j. acidentado do terreno;
k. declive;
l. resistência do solo à deformação;

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m. condições climatéricas;
n. silvicultura (tipo de corte e tipo de povoamento);
o. equipamento disponível;
p. método de realização das operações (motomanual - motoserra ou
mecanizado);
q. perícia dos operadores;
r. utilização final do material lenhoso.
● Equipamento e maquinaria
. Motosserra;
b. Panca;
c. Machado;
d. Ganchos;
e. Pinça;
f. Garras;
g. Fita métrica extensível;
h. Cinto de abate com bolsos para lima e chave combinada, fixador
da fita métrica e dois bolsos para gancho e pinça;
i. Suta;
j. Caixa de primeiros socorros;
k. Guincho;
l. Equipamento de protecção individual (capacete com viseira de
rede e aurículares, calça com entretela de segurança, botas de
biqueira de aço com rasto antiderrapante e caneleiras, luvas de
segurança e vestuário de cor viva);
m. Tractor florestal com cabeça de abate acoplada;
n. Processador (harvester);
● Práticas de execução
1. O abate deve ser planeado por forma a manter as restantes
operações longe dos cursos de água, de zonas ripícolas e de
outras áreas com gestão especial.
2. A área de abate deve ser dividida em secções, onde deverão
trabalhar o número adequado de operadores.
3. Caso existam árvores mortas, apodrecidas na base ou com
outros defeitos, devem ser retiradas em primeiro lugar, antes do
início das outras operações.
4. O abate das árvores deve ser precedido da operação de
marcação de corte, tendo em vista a avaliação prévia do volume
lenhoso a vender, mas, também a obtenção de um conjunto de
dados sobre a localização e as características desse volume.
5. O abate deve ser dirigido de acordo com a direcção de queda
planeada, por forma a facilitar as operações de rechega e
extracção e a reduzir os danos nas árvores que permanecem em
pé.
6. Sempre que possível, o abate deve ser feito ao longo dos trilhos
de extracção ou em ângulos oblíquos com os trilhos, pois tem a
vantagem da proximidade do trilho e aumenta a acumulação dos

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resíduos de exploração junto aos trilhos, diminuindo os efeitos da


compactação provocada pelos tractores.
7. A direcção de queda deve ser determinada cuidadosamente e
dependerá do sentido da extracção, da inclinação da árvore, da
influência do vento, dos obstáculos existentes na direcção da
queda ou no solo, assim como da possibilidade de afastamento
dos operadores com segurança.
8. Em terrenos planos, o abate deve ser feito primeiro nos trilhos de
extracção e depois no povoamento.
9. Em terrenos declivosos deve começar-se o abate por baixo e
segundo as curvas de nível.
10. É necessário prestar especial atenção no abate de árvores
localizadas próximo de estradas principais, linhas de alta tensão,
linhas telefónicas, vedações e oleodutos, para evitar danos
graves nestas estruturas.
11. Utilizar guinchos e outras ferramentas auxiliares de corte quando
as árvores a abater se situem perto de estradas principais, linhas
de alta tensão, linhas telefónicas, vedações e oleodutos, assim
como no caso das árvores apresentarem grande inclinação,
estarem localizadas em áreas muito íngremes ou próximas de
cursos de água, ou de outras áreas com gestão especial.
12. Todas as árvores e detritos que caiam em linhas de água, zonas
ripícolas ou áreas com gestão especial, devem ser retiradas.
13. Antes de proceder ao corte duma árvore deve definir-se os
caminhos de fuga, os quais devem ser na diagonal, fazendo um
ângulo de 45º para a retaguarda da direcção de queda.
14. Nenhuma operação ou pessoa deverá estar na área
correspondente a uma distância inferior a duas vezes a altura da
árvore que se vai cortar.
15. Normalmente, a seguir ao abate deve fazer-se a rechega para
junto dos trilhos de extracção com o objectivo de facilitar as
operações de corte de ramos e toragem.
16. O abate é feito com motosserra, principalmente quando as
condições do terreno não permitem a entrada dos tractores ou
processadores, quando a densidade do povoamento é muito
elevada ou quando o volume de madeira a extrair não compensa
a utilização de outras máquinas.
17. A motosserra pode ser utilizada em todo o tipo de terrenos, pois
é uma máquina bastante móvel e fácil de transportar.
18. Com a utilização da motosserra, os impactes negativos
(compactação e erosão) sobre o solo, especialmente nas áreas
mais sensíveis, são mínimos.
19. Antes de iniciar o abate propriamente dito, deve limpar-se a
vegetação baixa em redor da árvore a abater e fazer a
desramação até à altura dos ombros, para que a base da árvore
fique bem limpa, evitando assim que a cadeia da motosserra
perca o fio rapidamente e simultaneamente permitir uma boa
movimentação do operador.
20. A zona de corte deve ser preparada, nomeadamente com
remoção de terra ou areia e limpeza da casca com auxílio do
machado.

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21. É importante apontar correctamente a motosserra na direcção da


queda pretendida para a árvore, por forma a obter um abate
preciso e para o qual se deve utilizar a pega dianteira como
orientação ou a marcação que algumas das motosserras já têm
introduzida.
22. O abate propriamente dito, inicia-se fazendo um entalhe de
direcção ou “bica”, o qual deve penetrar até um quarto ou um
quinto do diâmetro da árvore.
23. A “bica” deve fazer-se o mais junto ao solo possível, se a base do
tronco for utilizável ou se a altura dos cepos poder ser um
obstáculo para as operações seguintes.
24. O ângulo de abertura da “bica” deverá ser de 45º e as linhas dos
dois cortes não devem cruzar-se, devendo ser coincidentes.
Começa-se pelo corte oblíquo, devendo o corte horizontal
encontrar o oblíquo segundo uma linha recta perpendicular à
direcção de queda. Quando tal não se consegue, é necessário
corrigir a “bica”.
25. O corte de queda deve ser feito horizontalmente, ligeiramente
acima do traço horizontal da “bica”. Este corte deve ser feito de
forma a permitir a introdução duma cunha, para evitar o
retrocesso da árvore e para não prender a lâmina-guia da
motosserra. Também poderá ser utilizada a panca, desde que
exista espaço livre para que a corrente da motosserra não toque
no metal.
26. A charneira ou presa, que é necessária para guiar a árvore
durante a queda deve ter a mesma largura em ambos os lados e
a sua direcção ser perpendicular à direcção de queda.
27. Devem estar disponíveis cunhas e a panca, para facilitar o abate
das árvores grandes ou inclinadas.
28. Relativamente à direcção da queda pretendida para o abate, o
motosserrista deve colocar-se do lado direito da árvore, com o
seu pé direito próximo do tronco e para o lado, o pé esquerdo
atrás do tronco da árvore e o ombro esquerdo encostado ao
mesmo, servindo este como ponto de apoio intermédio, o que
permite uma economia de esforço, não esquecendo a flexão das
pernas e o dorso direito.
29. Assim que o motosserrista verifique a tendência de queda, deve
retirar a motosserra, colocá-la em segurança, e em seguida,
auxiliar a queda com a panca, afastando-se para trás, quando a
árvore inicia a queda, de modo a prevenir um possível ressalto do
tronco.
30. A utilização da panca possibilita fazer o abate com maior
segurança. No entanto, é uma operação que pode provocar
lesões na coluna vertebral quando mal executada.
31. A correcta utilização da panca implica que o operador se coloque
de frente para a árvore, segure a panca com as duas mãos,
mantendo os braços estendidos, flicta as pernas, coloque os pés
bem apoiados, mantendo uma boa base de sustentação e um
bom equilíbrio e utilize a força das pernas para movimentar a
panca.
32. Todos os operadores da motosserra e seus ajudantes devem
usar vestuário e equipamento de protecção individual e

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respeitarem as normas de segurança relativamento ao


funcionamento e manuseamento da motosserra.
33. Para manter a motosserra em boas condições de funcionamento
deve realizar-se a sua manutenção diária e semanal.
34. Para que não ocorram grandes interrupções na sequência dos
trabalhos com a motosserra, devem estar disponíveis, no local de
trabalho, algumas peças sobressalentes, nomeadamente, corda e
mola de arranque, filtro de ar, vela, porcas da lâmina-guia,
parafusos da cobertura da máquina, correntes e limas.
35. A posição correcta para trabalhar com a motosserra é manter a
coluna direita, flectir as pernas, ter os pés bem apoiados no chão,
para obter uma boa base de sustentação e de estabilidade,
podendo se necessário colocar um joelho no chão.
36. Uma caixa completa de primeiros socorros deve estar sempre
disponível nas proximidades, para tratamento de acidentes mais
graves.
37. No caso do abate de árvores enganchadas, deve, em primeiro
lugar, procurar-se o ponto onde a árvore está enganchada e
avaliar a situação.
38. Sempre que possível, devem utilizar-se meios de tracção para
libertar a árvore (tractor com guincho, moto-guincho, cordas).
39. Para evitar acidentes graves ao baixar uma árvore enganchada,
nunca se deve abater a árvore que a suporta, trabalhar por baixo
da árvore enganchada, abater uma árvore por cima duma árvore
enganchada ou abandonar o local sem assinalar a área à sua
volta, de um modo visível e a uma distância segura.
40. No caso do abate de árvores tombadas, por ser uma operação
que se reveste de maior perigo do que o abate normal, nunca
deve ser executado por um operador isolado.
41. É necessário fazer uma avaliação das tensões a que a árvore
está sujeita e assegurar que as raízes levantadas ficam seguras,
de forma a não caírem sobre o motosserrista, quando a árvore for
cortada.
42. Nunca trabalhar sozinho na mata.
43. O abate mecanizado pode ser utilizado em terrenos não
declivosos ou com declives moderados ( não mais de 35% de
inclinação), pouco acidentados e com boa resistência à
deformação.
44. Sempre que possível, deveria recorrer-se ao abate mecanizado
pois são maiores os rendimentos do abate (rapidez e
aproveitamento) e da extracção (facilidade de encadeamento das
várias operações), é maior o volume abatido por unidade de
tempo, aumenta a segurança do abate e tem vantagens nos
casos em que há escassez de mão-de-obra ou onde a vegetação
é espessa.
45. O tractor deve possuir uma boa aderência, estabilidade e
facilidade de manejo. A cabine do tractor deve ser bem
estruturada de forma a reduzir as vibrações, a fornecer um
ambiente de trabalho mais seguro e a proporcionar um certo
conforto ao operador.
46. Os trilhos de extracção devem manter-se acessíveis e deve

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evitar-se os terrenos muito inclinados e os solos sensíveis.


47. Aproveitar os resíduos de exploração para circular com as
máquinas e assim reduzir a compactação do solo.

2. CORTE DE RAMOS
O corte de ramos consiste na eliminação dos ramos e da ponta após o abate da
árvore. Normalmente é uma operação que precede a operação de toragem.
● Planeamento
Os factores que podem condicionar o planeamento e execução desta
operação são:
. volume/ha;
b. volume/médio/árvore;
c. número de árvores/ha;
d. espécie;
e. tamanho e número de ramos por verticílo;
f. comprimento dos entrenós;
g. comprimento da copa;
h. diâmetro e frequência dos ramos;
i. ângulo de inserção dos ramos;
j. densidade e altura do mato;
k. acidentado do terreno;
l. declive;
m. resistência do solo à deformação ;
n. condições climatéricas;
o. equipamento disponível;
p. método de realização das operações (manual, motomanual -
motosserra ou mecanizado);
q. perícia dos operadores;
r. utilização final do material lenhoso;
s. Local de execução das operações (material empilhado junto ao
carregadouro ou disperso no terreno).
● Equipamento e maquinaria
. Motosserra;
b. Panca;
c. Machado;
d. Ganchos;
e. Pinça;
f. Garras;
g. Cinto de abate com bolsos para lima e chave combinada, fixador
da fita métrica e dois bolsos para gancho e pinça;
h. Suta;
i. Caixa de primeiros socorros;

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j. Guincho;
k. Equipamento de protecção pessoal;
l. Tractor florestal com cabeça de abate acoplada;
m. Processador (harvester);
n. Desramadores móveis ou estáticos;
● Práticas de execução
1. O corte de ramos pode ser feito no local do abate ou no
carregadouro.
2. Deve utilizar-se a ferramenta mais adequada para a tarefa que se
está a realizar.
3. O corte de ramos manual é normalmente executado com um
machado ou uma machadinha e tem um impacto negativo no
ambiente bastante reduzido, nomeadamente não há problemas
de ruído, derrame de óleo nem danos no solo.
4. Deve evitar-se o corte de ramos em declives muito inclinados
com condições climatéricas de grande humidade.
5. Tanto no caso do corte manual como com a motosserra, o tronco
da árvore deve, sempre que possível, estar a uma altura de
trabalho adequada, o que significa uma altura entre os joelhos e a
cintura, por forma a permitir uma postura correcta do operador.
6. O corte de ramos com motosserra pode ser utilizado numa
grande variedade de terrenos pois trata-se duma máquina
bastante móvel e fácil de transportar.
7. Com a utilização da motosserra, os impactos negativos
(compactação e erosão) sobre o solo, especialmente nas áreas
mais sensíveis, são mínimos.
8. Tal como no caso do corte de ramos manual, deve evitar-se
cortar os ramos em terrenos muito declivosos com condições
climatéricas de grande humidade.
9. Os ramos devem ser deixados com uma dimensão que facilite o
seu manuseamento.
10. Para executar a operação de corte de ramos em segurança, o
motosserrista deve manter-se de frente para o tronco da árvore e
manter um posição segura de trabalho, prevenindo-se contra os
obstáculos. A motosserra deverá estar apoiada sobre o tronco,
salvo na caso de ser necessário cortar do lado esquerdo do
tronco da árvore, situação em que deve apoiar-se a motosserra
entre a coxa e o tronco da árvore.
11. O operador deve manter o dorso direito, flectir as pernas e
deslocar-se sempre com a lâmina-guia da motosserra colocada
do lado oposto ao tronco da árvore.
12. Para evitar o risco de ressalto da motosserra, não se deve cortar
com a ponta da lâmina-guia, o polegar deve manter-se do lado de
dentro da pega dianteira e deve usar-se uma motosserra com
travão de corrente.
13. O corte de ramos mecanizado pode ser utilizado em terrenos
planos ou com declives moderados (até 30%), pouco acidentados
e com boa resistência à deformação.
14. Tal como no caso do abate, a cabine dos tractores fornece um

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ambiente de trabalho mais seguro e confortável para o operador.


15. Evitar áreas declivosas e solos sensíveis
16. Manter os trilhos de extracção, estradas florestais e locais de
cargamento o mais acessíveis possível.
17. Aproveitar os resíduos de exploração para circular com as
máquinas e assim reduzir a compactação do solo.

Última actualização: 21 de Junho de 2000

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3) Toragem

A toragem consiste no seccionamento transversal (traçagem) dos troncos abatidos efectuado por cortes
perpendiculares ao seu eixo, podendo os toros ter diferentes dimensões, conforme o destino previsto para
o material lenhoso.

Planeamento

Os factores que podem condicionar o planeamento e execução desta operação são:


volume/ha;
volume/médio/árvore;
número de árvores/ha;
diâmetro das árvores;
espécie;
densidade e altura do mato;
acidentado do terreno;
declive;
resistência do solo à deformação ;
condições climatéricas;
equipamento disponível;
método de realização das operações (motomanual - motoserra ou mecanizado);

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perícia dos operadores;


utilização prevista para o material lenhoso;
Local de execução das operações (material empilhado junto ao carregadouro ou disperso no terreno).

Equipamento e maquinaria

Motosserra;
Panca;
Pinças;
Garras;
Fita métrica extensível;
Equipamento de protecção pessoal;
Cunhas.

Práticas de execução

A toragem pode ser feita no local do abate ou no carregadouro e necessita de equipamento de medição
para definir as dimensões dos toros.

Antes do seccionamento do tronco, é feita uma marcação dos comprimentos pretendidos para os toros, a
qual é realizada com o auxílio duma fita métrica, atendendo-se também a eventuais defeitos que a
madeira tenha.

Tendo em vista a economia de tempo, utiliza-se na medição uma fita métrica especial, munida na
extremidade de um gancho ou prego que se fixa no tronco abatido e que permite ir fazendo,
simultaneamente, a medição do comprimento dos toros e a traçagem.

A toragem com motosserra pode ser utilizada numa grande variedade de terrenos pois é uma máquina
bastante móvel e facil de transportar .

Com a utilização da motosserra, os impactos negativos (compactação e erosão) sobre o solo

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especialmente nas áreas mais sensíveis são mínimos.

A traçagem deve ser feita de forma a não deixar prender, dentro do corte, a lâmina-guia da motosserra e a
evitar esgaçamento ou falhas nos toros, o que reduziria o valor económico desse material lenhoso.

Quando se realiza a operação de traçagem, há que ter em consideração as tensões a que o tronco está
sujeito, pois consoante as irregularidades do terreno sobre o qual está colocado, assim essas tensões
determinam que as fibras do lenho se encontrem sob o efeito de tracção (de fácil penetração para a
lâmina-guia) ou sob o efeito de compressão (onde a lâmina-guia trabalha com dificuldade ou fica mesmo
entalada).

Nas árvores de pequenas dimensões, o operador executará a traçagem num movimento contínuo. A
introdução duma cunha será suficiente para evitar que a lâmina-guia fique entalada no corte.

Quando o diâmetro das árvores fôr demasiado grande para a lâmina-guia, a traçagem faz-se de ambos os
lados, mudando a posição da motosserra várias vezes.

O operador deve estar colocado sempre do lado superior do tronco.

O operador deverá manter uma postura correcta, nomeadamente, o dorso direito, pernas flectidas e
afastadas e um pé à frente do outro.

A toragem mecanizada é recomendada para terrenos não declivosos ou com declives moderados e
ligeiramente irregulares. No caso de se utilizarem tractores de lagartas é possível trabalhar em condições
de terreno mais adversas.

Tal como nas operações anteriores, a cabine fornece um ambiente de trabalho mais seguro e confortável
para o operador.

Evitar áreas declivosas e solos sensíveis

Manter os trilhos de extracção, estradas florestais e locais de cargamento o mais acessíveis possível.

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Aproveitar os resíduos florestais para circular com as máquinas e assim reduzir a compactação do solo.

Nenhuma pessoa ou operação deverá estar localizada no lado de baixo da zona de toragem.

O equipamento de medição deverá ser verificado e calibrado regularmente.

4) Descasque

O descasque consiste na eliminação da casca.

Planeamento

Os factores que podem condicionar o planeamento e execução desta operação são:


volume/ha;
volume/médio/árvore;
Espécie;
Espessura da casca;
acidentado do terreno;
declive;
resistência do solo à deformação ;
condições climatéricas;
equipamento disponível;
método de realização das operações (manual ou mecanizado);
perícia dos operadores;
utilização final do material lenhoso;
Tamanho do toro (diâmetro e comprimento);
estação do ano (seca ou molhada);

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período que vai desde o abate até ao descasque (quanto mais secos estiverem os toros, mais dificil é o
descasque);
estado das árvores, se estão ou não afectadas por ataques de insectos, doenças, queimadas ou sujeitas a
stress hídrico.

Equipamento e maquinaria

Machadinha;
Vestuário de protecção pessoal;
processadores (harvester);
Descascador.

Práticas de execução

O descasque deve ser feito após o corte dos ramos e toragem.

O descasque pode ser feito no local de abate, o que diminui o peso e o volume a transportar, no
carregadouro ou junto dos trilhos de extracção, o que se torna mais económico, pois o material lenhoso
está mais concentrado.

O descasque manual tem um impacto negativo no ambiente bastante reduzido, nomeadamente não há
barulho, derrame de óleo nem danos no solo.

A casca não deve ser depositada nos cursos de água, zonas ripícolas, zonas de quebra fogos, estradas e
áreas de gestão especial.

O descasque mecanizado só pode ser utilizado em terrenos planos ou ligeiramente inclinados (até 15%) e
ligeiramente acidentados.

5) Extracção

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A extracção consiste no arrastamento e concentração do material lenhoso que se encontra disperso pelo
local de abate para junto dos trilhos de extracção (rechega), e sua condução para junto duma via
principal, onde ficará empilhado em determinadas áreas designadas por carregadouros.

Planeamento

Os factores que podem condicionar o planeamento e execução desta operação são:


volume/ha;
volume/médio/árvore;
número de toros;
área da parcela a corte;
diâmetro das árvores;
espécie;
acidentado do terreno;
declive;
resistência do solo à deformação;
condições climatéricas;
rede viária;
silvicultura (tipo de povoamento);
equipamento disponível;
sistem de extracção (árvores inteiras com ramos, troncos sem ramos e despontados ou toros);
perícia dos operadores;
utilização final do material lenhoso;
Distância média a percorrer pelo tractor para realizar a extracção;
Localização dos carregadouros.

Equipamento e maquinaria

Gancho

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Guincho
Estropos
Grua
bulldozer
Tractor arrastador (skidder) de rodas ou de lagartas;
Tractor agrícola;
Tractor transportador (forwarder).
Cabos
Equipamento de protecção individual
Tractor
Reboque
Semi-reboque.

Práticas de execução

1. A extracção pode ser manual ou mecânica.

2. A rechega é tanto mais importante quanto o material lenhoso esteja disperso pelo terreno e o seu
objectivo é facilitar a extracção.

3. Na rechega manual deve evitar-se, sempre que possível, levantar e transportar o material lenhoso a
braço.

4. Quando for necessário proceder à movimentação manual do material lenhoso deve respeitar-se os
seguintes princípios:

4.1. As distâncias a percorrer devem ser mínimas, procurando-se que a direcção de abate facilite o
acesso aos trilhos de extracção;

4.2. Devem prever-se pausas regulares, para reduzir a carga de trabalho físico;

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4.3. O trabalhador deve levantar o material lenhoso mantendo o dorso direito e fazendo trabalhar os
músculos das pernas. A carga deve estar bem equilibrada e próxima do seu corpo;

4.4. Quando vários trabalhadores transportam um toro, é o trabalhador que se encontra mais atrás da
carga que deve dar o sinal para levantar e deixar cair a mesma e todos os trabalhadores devem estar do
mesmo lado do toro;

4.5. Em terrenos inclinados, os trabalhadores devem estar do lado de cima do toro e antes de o deixar
rolar devem assegurar-se que não se encontra ninguém em baixo.

5. No caso da extracção com recurso a tractores arrastadores e guinchos, devem ter-se em consideração
os seguintes princípios:
5.1. Os tractores devem estar conforme as normas, possuir pneus de alta elasticidade, lâmina frontal e
chapa de encosto, estarem munidos de blindagem e equipados com guinchos, estarem dotados de um
cabo de aço cuja resistência à ruptura seja, pelo menos, o dobro da força de tracção do guincho e terem
um arco de arraste ou outro tipo de suporte que suspenda a extremidade anterior da carga, de forma a que
os troncos não se enterrem no terreno durante o arraste;

5.2. Os cabos dos guinchos devem ter o comprimento mínimo de 30 m e robustez suficiente e estarem
solidamente fixados ao tambor;

5.3. Os cabos dos guichos devem ser enrolados com cuidado e ficarem bem esticados à volta do tambor;

5.4. Os estropos devem estar bem fixos, perto da extremidade dos troncos, de modo a que a distância
entre o tronco e o cabo do guincho seja a mais curta possível;

5.5. Quando se desenrola o cabo, é aconselhável deixar sempre pelo menos três voltas do cabo sobre o
tambor;

5.6. O peso a arrastar pelo guincho deve ser claramente inferior à sua força de tracção e à resistência à
ruptura do cabo;

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5.7. Quando o guincho está em movimento, os travões dos tractores arrastadores deverão estar bem
travados e a lâmina frontal e a chapa de encosto em posição baixa;

5.8. Todo o material deverá ser regularmente inspeccionado, com o objectivo de evitar alguma
deterioração;

5.9. Os troncos devem ser içados de modo a ficarem encostados à chapa de encosto sem provocar o
balanço dos mesmos;

5.10. Nos terrenos inclinados, os trabalhadores deverão colocar-se do lado superior da encosta;

5.11. Deve evitar-se descarregar o material lenhoso num local a seguir a uma curva, uma lomba de
estrada ou debaixo de fios eléctricos;

5.12. Nenhum trabalhador deve sentar-se ou estar de pé sobre o material lenhoso em movimento, nem
tentar recolocá-la manualmente, nem caminhar ao longo da carga;

5.13. Nunca se deve iniciar uma operação de extracção quando existem outros trabalhadores com outro
tipo de trabalho.

6. No que se refere à extracção com recurso a tractores transportadores, importa considerar o seguinte:
6.1. Os troncos extraídos com um tractor transportador devem ter um comprimento o mais uniforme
possível;

6.2. Estes tractores não deverão ser utilizados em terrenos com declives superiores a 33%;

6.3. Os semi-rastos ou as correntes deverão estar ajustadas em função do transporte e do estado do


terreno;

6.4. A grua não deverá ser accionada se uma parte da máquina se encontra a menos de 15 m de linhas de
alta tensão.

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7. Em terrenos inclinados, os tractores devem movimentar-se segundo a direcção de maior declive e não
lateralmente, sendo que as viragens devem ser feitas nas zonas mais planas (no alto da encosta ou em
baixo).

8. Quanto à extracção por meio de um cabo grua, os cabos, os mastros de extracção e as estacas de
ancoragem devem ser preparados antes das operações de abate e marcadas as respectivas zonas de
trabalho.

9. Os cabos de ancoragem devem formar um ângulo mínimo de 45º com os mastros de extracção.

10. Os cabos devem estar bem fixos ao tambor do guincho. Convém deixar três voltas de cabo, pelo
menos, sobre os tambores durante as manobras.

11. O peso da carga não deve ultrapassar o peso recomendado na máquina.

12. Todos os operadores devem conhecer muito bem os sinais de comunicação e o operador do guincho
deve estar atento e responder imediatamente ao sinal de paragem.

13. Nenhuma outra actividade deve ser realizada, pelo menos, a uma distância inferior a 20 m do
sistema, enquanto os cabos-grua estão em movimento.

14. A zona de trabalho em volta do guincho deve estar desimpedida de qualquer obstáculo.
15. As pilhas de toros devem ser feitas de forma a facilitar a extracção.

15. As pilhas de toros devem ser feitas de forma a facilitar a extracção.

16. Quando se utilizam os skidders, os trilhos de extracção devem ser planeados e assinalados no terreno
antes de começar o abate.

17. No caso da extracção com utilização de guincho, deve ser utilizado um código de sinais pelos
operadores.

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18. Os cabos devem ser enrolados sempre segundo a direcção do eixo principal do tractor e nunca na
diagonal.

19. As cargas devem ir sempre bem encostados ao escudo traseiro do tractor.

20. A localização e disposição dos carregadouros deve ser determinada na fase do planeamento.

21. O material lenhoso deve ser armazenado em terreno estável e horizontal ou sobre uma base sólida,
sendo de evitar o empilhamento dos troncos/toros à beira dos caminhos íngremes.

22. As pilhas devem ser dispostas e mantidas em equilíbrio estável e bem seguras, não devendo
ultrapassar 1 m, no caso da movimentação manual dos troncos, e 2 m nos demais casos.

6) Carregamento e Transporte

O carregamento consiste na colocação do material lenhoso em veículos de transporte para serem


conduzidos às unidades de consumo.

Planeamento

Os factores que podem condicionar o planeamento e execução destas operações são:


Dimensão dos toros (diâmetro e comprimento);
Cargas úteis;
Tipo de carregamento;
Tempo de viagem.

Práticas de execução

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Devem estar bem delimitadas as zonas destinadas ao parqueamento e à circulação de veículos e


máquinas.

Os acessos previstos para utilização em tempo húmido devem ser bem drenados, construídos em zonas
firmes e, tanto quanto possível, pavimentados e, em qualquer caso, concebidos e construídos de modo a
evitar o risco de escorregamento.

As viaturas e os equipamentos utilizados, devem ser adequados ao trabalho florestal e ser objecto de
inspecção regular, nomeadamente, a direcção, espelhos retrovisores, travões, servo-freios, barras de
ligação, embraiagem e luzes.

Para protecção da cabine contra a queda de objectos ou a penetração de troncos mal fixos, as gruas
devem estar equipadas com um malhal, adaptado e situado entre a carga e a cabine.

Os veículos a carregar devem estar estacionados de modo seguro, com o travão de mão accionado.

Durante a operação de carga, não deve estar ninguém na plataforma do veículo ou na cabine, salvo o
operador da grua quando os comandos são accionados da cabine.

Os trabalhadores devem manter uma distância de segurança face aos toros que têm de girar ou cair e
manter-se fora da zona de risco no caso de um cabo partir.

Os veículos de transporte devem respeitar as cargas máximas estabelecidas por lei.

A carga nos camiões deve estar bem equilibrada e fixada por cabos, cordas ou cintas suficientemente
robustos, para impedir que os troncos se desloquem durante o transporte.

7) Medidas a tomar após as operações de abate e operações complementares

Após a conclusão das operações de abate e intervenções complementares, devem ser tomadas medidas
que minimizem os riscos de erosão do solo que aquelas operações sempre originam.

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A forma como vão ser tratados os materiais sobrantes da exploração, vai ser determinante no ciclo dos
nutrientes, na humidade e na erosão do solo, sendo de evitar a queima destes materiais, pois a folhagem
contem muitos nutrientes, o que irá contribuir grandemente para o fundo de fertilidade do solo.

Sempre que possível os materiais sobrantes da exploração devem ser estilhaçados, devendo permanecer
no local, dado que actuam também como barreira, evitando os efeitos negativos do escorrimento
superficial, aumentando a infiltração e reduzindo a erosão do solo.

Os materiais sobrantes da exploração também podem ser amontoados em linha, por forma a facilitar o
seu processo de decomposição.

Todas as árvores que não foram abatidas e que dificultem ou impeçam outras operações devem ser
cortadas, excluido aquelas que funcionem como ninhos ou sejam necessárias para a nidificação das aves.

Todos os restos de materiais, desde cabos a contentores, etc., devem ser removidos do local.

Tanto os caminhos como os trilhos de extracção devem ser convenientemente drenados e cobertos com
ramos de forma a minimizar os risco de erosão.

Os caminhos principais nos quais se tenham causado danos, devem ser recuperados e o sistema de
drenagem dos mesmos deve ser limpo.

Todos os caminhos e carregadouros que não voltem a ser utilizados devem ser mobilizados e recuperado
o perfil inicial do terreno através das operações que se considerarem convenientes.

Extracção de cortiça e resina e respectivas operações complementares

Extracção de cortiça

A extracção de cortiça consiste na separação, em sobreiros vivos, da camada protectora do entrecasco - a


cortiça - do entrecasco propriamente dito, junto ao felogénio (descortiçamento).

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Planeamento

A extracção de cortiça deve ser planeada por forma a não exercer esta operação muito cedo ou muito
tarde, para evitar que a actividade celular esteja já bastante reduzida e a cortiça dê mal, assim como para
preparar os meios disponíveis e necessários.

Equipamento

· Machado
· Máquinas para descortiçar

Práticas de execução

1. O descortiçamento deve ser efectuado com moderação e com o máximo de cuidado, para não pôr em
risco a vida das árvores nem lhes provocar um enfraquecimento comprometedor de futuras produções.

2. A época do ano em que as condições fisiológicas são mais favoráveis ao descortiçamento é na


Primavera/Verão.

3. O período considerado fisiologicamente óptimo para o descortiçamento deve corresponder à fase


mais activa da actividade do felogénio, dada a recém-formação das células súbero-felodérmicas, o que
facilita a ruptura das membranas daquelas células e consequentemente a separação da cortiça do
entrecasco.

4. Não se deve descortiçar quando tenham precedido o descortiçamento dias exageradamente frios ou
muito quentes e secos, pois terão motivado uma quebra na actividade celular o que irá dificultar a
separação da cortiça.

5. Não se deve descortiçar quando as condições meteorológicas forem de chuva ou de ventos quentes do
sul, porque o felogénio pode não se regenerar, o que poderá provocar a secagem do entrecasco, acabando

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o câmbio por ser também afectado.

6. Não se deve descortiçar “em meças” árvores habitualmente exploradas em “pau batido”, nem árvores
exploradas pela primeira vez.

7. Deve começar-se por descortiçar as árvores aparentemente sãs.

8. Antes de descortiçar, deve proceder-se à marcação, no tronco, pernadas ou braças, do nível até onde o
descortiçamento deve ir.

9. Deve proceder-se à extracção da cortiça com o máximo cuidado para evitar danificar o entrecasco
com golpes ou pressões exageradas.

10. A altura de descortiçamento não pode exceder os seguintes múltiplos do perímetro do tronco,
medido sobre a cortiça, a 1.30 m do solo:

10.1. Duas vezes, no caso de árvores produtoras apenas de cortiça virgem;


10.2. Duas vezes e meia, no caso de árvores já produtoras de secundeira mas ainda não de amadia;
10.3. Três vezes, no caso de árvores já produtoras de amadia.

11. Nos casos em que a altura de descortiçamento é superior à altura do fuste, a diferença entre estas
duas alturas, dividida pelo número de pernadas, determina o comprimento máximo de descortiçamento
em cada pernada.

12. Não é permitida a desbóia de chaparros cujo perímetro do tronco, medido sobre a cortiça a 1.30 m do
solo, seja inferior a 70 cm.

13. Não é permitida a extracção de cortiça em fustes e pernadas cujo perímetro, medido sobre a cortiça
no limite superior de descortiçamento, seja inferior a 70 cm.

14. É aconselhável marcar o nível de despela mais baixo do que o legalmente permitido, quando os
sobreiros manisfestarem sintomas de debilidade ou quando a superfície a descortiçar “nos ares” tender a

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ser grande em comparação com a do fuste, em consequência do sobreiro ter elevado número de pernadas
e/ou do fuste ramificar relativamente baixo.

15. A extracção da cortiça secundeira ou amadia só pode fazer-se após 9 anos de criação, com excepção
de alguma situação que tenha uma autorização especial.

16. Não fazer sempre na mesma parte da árvore os cortes transversais de redondas e zonas de separação
de meças.

17. Na medida do possível, aproveitar fendas profundas do enguiado para fazer os cortes longitudinais.

18. Se ocorrer alguma ferida por descolamento do entrecasco, deve evitar-se a sua exposição prolongada
ao ar e aplicar logo sobre ela a porção descolada fixando-a convenientemente (por exemplo com pregos).

19. Evitar fazer “bocados”

20. Não forçar o descortiçamento quando a cortiça estiver a “dar mal”, para não provocar danos graves
no entrecasco.

21. Deixar as “redondas “lisas.

22. Não deixar “calços” agarrados à árvore.

23. Após o descortiçamento não “riscar” as árvores.

24. Após o descortiçamento, é obrigatório a inscrição, com tinta branca indelével e sobre a superfície
explorada dos sobreiros, do algarismo das unidades do ano da tiragem da cortiça. No caso da extracção
ocorrer em manchas ou folhas, apenas é obrigatória a marcação dos sobreiros que as delimitam.

25. As pranchas de cortiça devem ser empilhadas de forma a não acumularem água da chuva e a
poderem secar rapidamente.

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26. Deve desinfectar-se as ferramentas que tenham servido para descortiçar sobreiros doentes antes de as
utilizar em outras árvores.

Extracção de resina

Operação que consiste na extracção de um produto de secreção (resina), própria das espécies resinosas,
que serve para proteger estas árvores contra “agressões” exteriores do meio. O pinheiro bravo é a espécie
em que normalmente, entre nós, se pratica a resinagem, seguida do pinheiro manso.

Planeamento

Para que haja um aumento da rentabilidade do trabalho de resinagem, deve elaborar-se um plano de
ordenamento da exploração que deverá ter em consideração:
a divisão do pinhal em “parcelas” homogéneas quanto ao declive;
a área;
o acidentado do terreno;
a distância média entre árvores resináveis;
o “inventário” de cada parcela (nº de feridas e pinheiros);
espaçamento das renovas;
número de renovas por ferida;
a distância entre parcelas.

Equipamento

Machado
enxó
Recipientes (púcaros, sacos de plástico)
Riscador

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Maço
Ferro americano
Tapadoiro
Raspadeira
espátula

Práticas de execução

1. A passagem da resina, que se encontra nos canais resiníferos para o exterior, faz-se através de
destruição da parede celulósica destes canais, por meio de uma substância química. Presentemente, para
destruição desses canais usa-se uma pasta química. A exsudação, através dos canais é encaminhada para
um recipiente (púcaro de barro, plástico ou saco de plástico), ligado ao pinheiro, de forma a que o
homem a possa aproveitar.

2. A extracção de resina deve apoiar-se na existência de áreas ordenadas, as quais servirão de base à
escolha de uma das duas modalidades de resinagem possíveis: à vida, com exploração continuada do
arvoredo a partir dum diâmetro mínimo de 25 cm a 1.30 de altura, ou à morte, antecedendo em 4 anos a
realização de cortes.

3. As operações de resinagem não poderão começar antes do dia 1 de Março nem terminar depois do dia
30 de Novembro, data em que todo o material deve estar recolhido, exceptuando-se o descarrasque, que
poderá iniciar-se em Fevereiro.

4. Não poderão ser resinados os pinheiros com perímetro inferior a 0.80m, medido a 1.30 do solo.
Quando o perímetro for igual ou inferior a 1.10 m somente poderá fazer-se uma fiada de feridas, não
podendo realizar-se nova fiada sem que a anterior esteja completamente explorada. Nos pinheiros com
perímetro superior a 1.10 m, podem fazer-se simultaneamente duas fiadas de feridas, mas só durante os
primeiros quatro anos, findo os quais apenas se poderá realizar uma fiada de cada vez.

5. Os pinheiros com perímetro superior a 63 cm medido a 1.30 m do solo, e sujeitos a corte a curto
prazo, podem ser resinados à morte com maior número de feridas, mas dentro das dimensões legalmente
indicadas.

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6. Num pinhal em que já se iniciou a extracção de resina, não podem abrir-se feridas em pinheiros não
resinados, sem que esteja completa a exploração dos já resinados.

7. No descarrasque, que deve ser feito com ferramentas próprias (enxó), apenas se deve proceder a um
alisamento da carrasca para eliminar as rugosidades, abrangendo uma superfície de 20 cm x 50 cm e de
forma a deixar 1 cm de espessura de casca, a fim de evitar, no Verão, demasiada secura do entrecasco.

8. A riscagem, operação efectuada com um ferro “riscador”, consiste na traçagem segundo o eixo da
árvore, de dois riscos paralelos, os quais servem para orientar a realização das renovas. No segundo e
terceiro ano de exploração, os riscos devem coincidir com a extremidade da ferida do ano anterior. Na
ferida a realizar no quarto ano, os riscos deverão ficar a igual distância das margens da que se vai
prolongar.

9. As dimensões máximas de cada ferida e em cada ano são as seguintes:

Largura (cm)Altura (cm)1º ano12 502º ano12 503º ano12 504º ano10 50

10. As feridas devem ser iniciadas na base do tronco, a uma distância do solo não superior a 0.20 m e,
prolongadas nas campanhas futuras, formando uma faixa contínua no sentido do eixo da árvore não
superior a 2 m do chão, até completar o 4º ano de exploração, não podendo realizar-se simultaneamente
duas feridas na mesma fiada.

11. Entre duas fiadas de feridas tem que haver no mínimo 10 cm de carrasca a que se dá o nome de
“presa”.

12. A montagem do serviço consiste na colocação dos recipientes (púcaros de barro ou


plástico) na árvore, fixados por meio de pregos ou estacas e ainda de uma pequena lâmina -“bica”
destinada a encaminhar a resina para os recipientes, ou de sacos de plástico que são fixados com
agrafador.

13. Todo o trabalho de colocação dos recipientes deve ser feito sem pancadas violentas do “maço”, as
quais poderão provocar descolamento do entrecasco, o que a acontecer ir permitir a entrada de ar por
debaixo da casca e a resina irá solidificar facilmente, deixando de escorrer.

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14. As bicas devem ser instaladas abaixo do limite superior da ferida da última campanha, permitindo
assim que a primeira renova e respectivo tratamento se realiza com mais facilidade.

15. As renovas realizadas com o “ferro americano”, devem ser feitas de forma a extrair a casca sem ferir
o lenho, sendo indispensável para tal, manter os bordos laterais do ferro bem afiados e em condições de
penetrarem facilmente na casca, deixando o bordo da base menos cortante.

16. Na execução da renova deve ter-se o cuidado de tapar o “púcaro” com o “tapadoiro”, impedindo
deste maneira que a casca caia na resina, ou mesmo retirá-lo quando seja necessário para facilitar a
posição de trabalho. Deve igualmente evitar-se ferir a madeira, ultrapassar os riscos ou descolar do lenho
a casca que fica a limitar a renova superiormente.

17. A seguir à realização da renova aplica-se o tratamento com a pasta química. A sua composição é um
elemento importante, pois poderá garantir um maior período de actuação e por conseguinte uma
diminuição do número de renovas e tratamentos por árvores.

18. As condições de calor ou de chuva são determinantes para a subida da pasta sendo excessiva no
primeiro caso e diminuta ou nula no segundo.

19. A utilização da pasta química requer que sejam tomadas algumas precauções, nomeadamente:

19.1. Apenas comprimir o frasco quando se faz a pulverização;


19.2. Em dias de vento é aconselhável o uso de uma pala;
19.3. Não se deve levar as mãos à cara, e principalmente aos olhos, sem as lavar muito bem, assim
como os braços;se o resineiro for atingido com um jacto da pasta química, deve lavar imediatamente a
parte atingida, diversas vezes, com água de cal ou bicarbonada;
19.4. Não deve deixar-se o pulverizador ao alcance de pessoas desprevenidas ou de crianças.

20. O intervalo ou espaçamento das renovas corresponde ao número de dias decorridos entre duas
renovas consecutivas e depende do tipo de pasta que se está a utilizar, assim como do número de renovas
que se planearam fazer e da data de início da primeira renova.

21. A definição do intervalo e das voltas (trabalho de um dia do resineiro no serviço de renova), assim
como o cumprimento do plano de ordenamento da exploração previamente estabelecido vai permitir uma

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maximização do rendimento do trabalho.

22. Quando os recipientes estão cheios, a resina é despejada com o auxílio de uma espátula para dentro
de latas (colha). Estas latas, depois de cheias, são despejadas em bidões que devem estar distribuídos
pelo pinhal em função da produção deste. Esses bidões depois de cheios são transportados para o
estaleiro na mata, para posterior transporte para a fábrica.

Colheita de frutos e sementes

Esta operação consiste na recolha de frutos ou sementes de diversas espécies florestais com vista ao seu
processamento e conservação para posterior utilização na produção de plantas.

Planeamento

Os factores que podem condicionar o planeamento e execução desta operação são:


Espécie;
Condições climatéricas;
Frutificação;
Época de maturação das sementes;
Estado fitossanitário das sementes;
Localização do local de colheita;

Equipamento

Escadas;
Cordas;
plataformas telescópicas móveis;
vestuário de escalada (fato de trabalho, calçado adequado para subir às árvores, luvas e capacete);
picos;

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lâminas presas a cabos longos;


cinto segurança;
sacos;
serras e tesouras de poda.

Práticas de execução

1. Um pouco antes da época normal de maturação das sementes, é essencial realizar uma visita aos
locais de colheita, para avaliar a qualidade e quantidade da frutificação e assim preparar os meios
necessários e disponíveis para realizar a colheita.

2. A colheita de frutos e sementes deve ser feita logo após a sua maturação, mas antes que os frutos
abram e as sementes comecem a cair.

3. Consoante as espécies, a colheita deve começar quando as substâncias de reserva das sementes
deixem de se apresentar leitosas, ou quando os frutos começam a secar ou quando ocorre uma mudança
de cor nos frutos.

4. Contudo, a forma mais segura de avaliar o estado de maturação das sementes será recolher uma
pequena amostra, cortar os frutos ou sementes e examinar o estado da semente.

5. Os frutos e sementes devem ser colhidos em povoamentos seleccionados ou pomares produtores de


semente inscritos no catálogo nacional de materiais de base, para as espécies sujeitas a certificação.

6. No caso das espécies não sujeitas a certificação, os frutos e sementes devem ser colhidos em
povoamentos identificados que garantam a qualidade genética pela observação das suas características
fenotípicas.

7. Nunca colher em:

7.1. Árvores da bordadura dos povoamentos, isoladas ou em pequeno número, pois a probabilidade de
obter sementes não viáveis é elevada.

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7.2. Árvores doentes, pouco vigorosas ou que apresentem características morfológicas inadequadas para
o fim em vista.

7.3. Povoamentos de baixa classe de qualidade, pois neste caso, a probabilidade da semente ter
potencialidades genéticas superiores é reduzida.

7.4. Árvores muito novas ou muito velhas porque apresentam grande probabilidade de terem sementes
não viáveis uma vez que existe maior dificuldades de polinização.

8. Não danificar as árvores ao fazer a colheita.

9. A colheita pode ser feita:

9.1. No chão após a queda natural dos frutos ou sementes. Neste caso, devem ser escolhidas as melhores
sementes, o mais cedo possível. Não se devem aproveitar as sementes da primeira queda, dada
normalmente, a sua fraca qualidade.

9.2. Nas árvores abatidas, o que se torna bastante prático e económico. Implica a necessidade de se
harmonizar a época de corte com a melhor época de colheita das sementes.

9.3. Nas árvores em pé, o que se torna um processo mais difícil e dispendioso. Contudo, tem a vantagem
de se ter uma boa fonte de colheita durante um período de tempo mais longo.

10. No caso da colheita se processar em árvores em pé, só devem subir às árvores os operadores que
estejam adequadamente treinados e tenham um conhecimento adequado das técnicas de escalada às
árvores florestais, nomeadamente, os diferentes nós de segurança utilizados na subida e descida da
árvore, utilização de picos, cintos, cordas e escadas.

11. No caso da colheita com subida às árvores, cada equipa de operadores deve ser formada, pelo menos
por dois elementos, devendo todos os operadores ter um conhecimento adequado das técnicas de
salvamento e de primeiros socorros.

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12. Utilizar o equipamento necessário e respeitar as normas de segurança de escalada e descida de


árvores e levar sempre para o campo uma caixa de primeiros socorros.

13. Os operadores que realizam a subida às árvores devem possuir boa resistência física, agilidade,
ausência de vertigens e capacidades psicomotoras que permitam operar a alturas que podem atingir 30 m.

14. Na colheita em árvores em pé, deve fazer-se uma avaliação das condições climáticas, não se devendo
colher em condições de nevoeiro, vento, gelo ou chuva, por colocar em risco a segurança dos
trabalhadores.

15. Quando a subida se faz em dias de muito calor, devem fazer-se as pausas necessárias para evitar
situações de fadiga excessiva no operador que está em cima da árvore.

16. Os operadores que sobem às árvores devem conhecer as diferentes características das espécies a que
vão subir e a diferença entre madeira viva e madeira morta.

17. As escadas que se utilizam para subir às árvores devem ter uma base anti-derrapante e estável e antes
da sua utilização deve verificar-se o seu estado.

18. Antes de iniciar a colheita propriamente dita, deve ser feita uma avaliação mais cuidada da
frutificação e só subir aquelas árvores cuja quantidade de frutos compense o esforço e tempo dispendido
neste tipo de operação.

19. Quando se trata de frutos grandes, estes são cortados individualmente e deixados cair no chão. Caso
os frutos sejam pequenos, são apanhados individualmente ou em raminhos e colocados em sacolas que os
operadores transportam com eles.

20. Nenhum trabalhador deve estar na área por baixo da copa da árvore onde se está a realizar a colheita
no momento em que os frutos estão a ser lançados ao chão.

21. O trabalhador que está em cima da árvore deverá avisar quando cair alguma coisa acidental ou
deliberadamente.

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22. A descida da árvore deverá ser feita de forma lenta e cuidadosa.

23. Cada lote de semete colhido deve ser etiquetado, indicando com exactidão a espécie, o local e a data
de colheita.

24. Seguir os procedimentos legalmente estabelecidos para a certificação de sementes no que se refere às
espécies de certificação obrigatória.

25. Ter cuidado no manuseamento e transporte das sementes após a colheita pois algumas degradam-se
com facilidade, se não forem colhidas para recipientes arejados e protegidos do sol.

Legislação

Protecção de montados de sobro e azinho - Decreto-Lei nº 11/97 de 14 de Janeiro.

Comercialização de Materiais Florestais de Reprodução - Portaria nº 134/94 de 4 de Março.

Resinagem - Decreto-Lei nº 129/88 de 20 de Abril

GLOSSÁRIO

Abate e operações complementares

Carga útil - é o peso máximo que um determinado tractor pode transportar.

Carregadouro -

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Carrregamento - Colocação do material lenhoso nos veículos de transporte que o conduzirão às unidades
de consumo.

Charneira - é o bocado de madeira que fica depois de feito o corte de queda.

Corte manual - a operação é realizada com equipamento não motorizado, em que tanto o esforço de
transporte como de corte é feito pelo operador, como por exemplo o machado ou a serra.

Corte moto-manual - a operação é realizada com equipamento motorizado manuseado manualmente, em


que o esforço de transporte é feito pelo Homem mas o esforço de corte é realizado pela máquina, como é
o caso da motosserra.

Corte mecanizado - a operação é realizada por máquinas motorizadas especiais, onde todos os esforços
são suportados pela máquina, tendo o Homem apenas o papel de controlar a máquina, como é o caso dos
processadores ou tractores cortadores-rechegadores.

Extracção - Operação fundamental, através da qual os toros (ou troncos) são transferidos do local de
abate ou ponto de extracção até ao carregadouro, junto a uma via principal.

Rechega - arrastamento e concentração de toros ou troncos inteiros até junto de pontos ou trilhos de
extracção.

Extracção de cortiça

Bocados - pedaços de cortiça virgem ou de reprodução que apresentam uma superfície, medida sobre a
barriga, inferior a 400 cm2.

Calços - cortiça virgem ou de reprodução formada junto ao colo da árvore e que, quando extraída,
usualmente origina bocados.

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Cortiça amadia - cortiça proveniente de partes de árvores nas quais é a terceira vez ou seguintes que se
extrai cortiça.

Cortiça secundeira - cortiça proveniente de partes de árvores nas quais é a segunda vez que se extrai
cortiça.

Cortiça virgem - cortiça proveniente de partes de árvores nas quais é a primeira vez que se extrai cortiça.

Desbóia - primeiro descortiçamento a que um subreiro é submetido.

Descortiçamento - operação que consiste em extrair, de sobreiros vivos, parte da cortiça que os reveste.

Descortiçamento em meças - tipo de descortiçamento no qual a superfície do sobreiro explorada para a


produção de cortiça se encontra dividida em duas ou mais partes, correspondentes a anos de extracção
diferentes.
Despela - operação que consiste em extrair de sobreiros vivos partes da cortiça que os reveste.

Enguiado - sulcos longitudinais profundos na face externa da cortiça resultantes do crescimento do lenho,
do liber e do próprio tecido suberoso.

Meças - partes em que se encontra dividida a superfície de um sobreiro sujeito a descortiçamento em


meças.

Pau batido - tipo de descortiçamento no qual a toda superfície do sobreiro explorada para a produção de
cortiça corresponde o mesmo ano de extracção.

Riscar - praticar incisões longitudinais sobre o entrecasco, após o descortiçamento.

Extracção de resina

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Capatazes - são aqueles que, ao serviço dos proprietários dos pinhais, ou de industriais, ou empresários
de extracção, dirigem e executam a extracção da resina ou gema conforme as instruções recebidas da
entidade patronal. Estes profissionais também são conhecidos por encarregados da secção. São pagos
normalmente ao mês.

Comissários - são aqueles que, como mandatários dos empresários de extracção de resina, ou dos
industriais de produtos resinosos, realizam com os proprietários dos pinhais contratos destinados a
regular a extracção da gema. Recebem vulgarmente uma comissão por cada ferida angariada.

Colha - operação que se faz quando os púcaros ou sacos de plástico se encontrarem cheios, e consiste em
despejar a resina para dentro das latas de colha.

Colhedores - são os que recolhem a gema ou resina dos recipientes que estão na árvore, metendo-a nos
bidões. Recebem normalmente ao dia, ou à empreitada, por bidão cheio.

Empresário de extracção de resina - são os responsáveis pelo pagamento do aluguer do pinhal, por todo o
pessoal que colabora na exploração da gema e por todo o material utilizado. A gema extraída nas suas
secções é sua pertença vendendo-a às indústrias de produtos resinosos. A venda é feita normalmente ao
quilo e em estaleiro na mata.

Industriais de produtos resinosos - são as entidades que procedem à extracção da gema através dos seus
mandatários e à sua transformação por destilação (pez e aguarrás), fazendo a comercialização dos
respectivos produtos. Neste caso é muito difícil obter da gema um estaleiro. Este preço seria equivalente
ao preço à porta da fábrica, incluindo o valor do aluguer da incisão mais os encargos de exploração está
cada vez mais desuso, isto é, poucos industriais o praticam.

Renova -

Resineiros - são aqueles que executam trabalhos da exploração propriamente dita da gema. Fazem a
montagem, executam as renovas e respectivos tratamentos e, no final, fazem a demonstagem. Volta é o
Trabalho do resineiro durante o dia (ver à frente). Vulgarmente são pagos à volta, ou ao dia, ou ao quilo
e, por vezes, ao mês.

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Secção - é a mancha um tanto contígua de pinhal que um empresário ou industrial explora em


determinado Concelho. Um empresário ou industrial pode ter mais que uma secção.

Volta - é a quantidade de pinhal que o resineiro ou resineiros terão de percorrer, praticando uma renova
em todas as feridas a seu cargo. Volta simples é o trabalho efectuado por um resineiro no serviço de
renova durante um dia.

Colheita de frutos e sementes

BIBLIOGRAFIA

Dykstra, D. P. e Heinrich, R. (1995) - Model code of forest harvesting practice. FAO. Roma.

Forestry Commission (….) - Forestry practice. Bolletin nº 14.

Instituto dos Produtos Florestais (1975) - ABC do podador de sobreiros e do tirador de cortiça. Lisboa.

Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de trabalho (1998) - Trabalho Florestal, manual
de prevenção.

Junta Nacional dos Resinisos (1966) - Resinagem. Direcção Geral dos Serviços Florestais e
Aquícolas.Lisboa.

Loureiro, A. M. (1991) - Sementes Florestais. Apontamentos de Silvicultura. Universidade de


Trás-os-Montes e Alto Douro. Vila Real.

Natividade, J. V. (1950) - Subericultura. Direcção-Geral das Florestas. Lisboa.

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Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (1982) - Motosserras nas florestas
tropicais. Instituto dos Produtos Florestais. Lisboa

Reis, A. (….) - Descortiçar sem comprometer futuras produções. Revista DGF Informação nº 6. Lisboa.

Reis, A. (1998) - Altura do descortiçamento - Uma decisão com consequências no valor da cortiça.
Direcção-Geral das Florestas. Lisboa.

16. Quando se utilizam os skidders, os trilhos de extracção devem ser planeados e assinalados no terreno
antes de começar o abate.

17. No caso da extracção com utilização de guincho, deve ser utilizado um código de sinais pelos
operadores.

18. Os cabos devem ser enrolados sempre segundo a direcção do eixo principal do tractor e nunca na
diagonal.

19. As cargas devem ir sempre bem encostados ao escudo traseiro do tractor.

20. A localização e disposição dos carregadouros deve ser determinada na fase do planeamento.

21. O material lenhoso deve ser armazenado em terreno estável e horizontal ou sobre uma base sólida,
sendo de evitar o empilhamento dos troncos/toros à beira dos caminhos íngremes.

22. As pilhas devem ser dispostas e mantidas em equilíbrio estável e bem seguras, não devendo
ultrapassar 1 m, no caso da movimentação manual dos troncos, e 2 m nos demais casos.

6) Carregamento e Transporte

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O carregamento consiste na colocação do material lenhoso em veículos de transporte para serem


conduzidos às unidades de consumo.

Planeamento

Os factores que podem condicionar o planeamento e execução destas operações são:


Dimensão dos toros (diâmetro e comprimento);
Cargas úteis;
Tipo de carregamento;
Tempo de viagem.

Práticas de execução

Devem estar bem delimitadas as zonas destinadas ao parqueamento e à circulação de veículos e


máquinas.

Os acessos previstos para utilização em tempo húmido devem ser bem drenados, construídos em zonas
firmes e, tanto quanto possível, pavimentados e, em qualquer caso, concebidos e construídos de modo a
evitar o risco de escorregamento.

As viaturas e os equipamentos utilizados, devem ser adequados ao trabalho florestal e ser objecto de
inspecção regular, nomeadamente, a direcção, espelhos retrovisores, travões, servo-freios, barras de
ligação, embraiagem e luzes.

Para protecção da cabine contra a queda de objectos ou a penetração de troncos mal fixos, as gruas
devem estar equipadas com um malhal, adaptado e situado entre a carga e a cabine.

Os veículos a carregar devem estar estacionados de modo seguro, com o travão de mão accionado.

Durante a operação de carga, não deve estar ninguém na plataforma do veículo ou na cabine, salvo o

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manual de boas práticas de exploração florestal

operador da grua quando os comandos são accionados da cabine.

Os trabalhadores devem manter uma distância de segurança face aos toros que têm de girar ou cair e
manter-se fora da zona de risco no caso de um cabo partir.

Os veículos de transporte devem respeitar as cargas máximas estabelecidas por lei.

A carga nos camiões deve estar bem equilibrada e fixada por cabos, cordas ou cintas suficientemente
robustos, para impedir que os troncos se desloquem durante o transporte.

7) Medidas a tomar após as operações de abate e operações complementares

Após a conclusão das operações de abate e intervenções complementares, devem ser tomadas medidas
que minimizem os riscos de erosão do solo que aquelas operações sempre originam.

A forma como vão ser tratados os materiais sobrantes da exploração, vai ser determinante no ciclo dos
nutrientes, na humidade e na erosão do solo, sendo de evitar a queima destes materiais, pois a folhagem
contem muitos nutrientes, o que irá contribuir grandemente para o fundo de fertilidade do solo.

Sempre que possível os materiais sobrantes da exploração devem ser estilhaçados, devendo permanecer
no local, dado que actuam também como barreira, evitando os efeitos negativos do escorrimento
superficial, aumentando a infiltração e reduzindo a erosão do solo.

Os materiais sobrantes da exploração também podem ser amontoados em linha, por forma a facilitar o
seu processo de decomposição.

Todas as árvores que não foram abatidas e que dificultem ou impeçam outras operações devem ser
cortadas, excluido aquelas que funcionem como ninhos ou sejam necessárias para a nidificação das aves.

Todos os restos de materiais, desde cabos a contentores, etc., devem ser removidos do local.

Tanto os caminhos como os trilhos de extracção devem ser convenientemente drenados e cobertos com

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manual de boas práticas de exploração florestal

ramos de forma a minimizar os risco de erosão.

Os caminhos principais nos quais se tenham causado danos, devem ser recuperados e o sistema de
drenagem dos mesmos deve ser limpo.

Todos os caminhos e carregadouros que não voltem a ser utilizados devem ser mobilizados e recuperado
o perfil inicial do terreno através das operações que se considerarem convenientes.

Extracção de cortiça e resina e respectivas operações complementares

Extracção de cortiça

A extracção de cortiça consiste na separação, em sobreiros vivos, da camada protectora do entrecasco - a


cortiça - do entrecasco propriamente dito, junto ao felogénio (descortiçamento).

Planeamento

A extracção de cortiça deve ser planeada por forma a não exercer esta operação muito cedo ou muito
tarde, para evitar que a actividade celular esteja já bastante reduzida e a cortiça dê mal, assim como para
preparar os meios disponíveis e necessários.

Equipamento

· Machado
· Máquinas para descortiçar

Práticas de execução

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1. O descortiçamento deve ser efectuado com moderação e com o máximo de cuidado, para não pôr em
risco a vida das árvores nem lhes provocar um enfraquecimento comprometedor de futuras produções.

2. A época do ano em que as condições fisiológicas são mais favoráveis ao descortiçamento é na


Primavera/Verão.

3. O período considerado fisiologicamente óptimo para o descortiçamento deve corresponder à fase


mais activa da actividade do felogénio, dada a recém-formação das células súbero-felodérmicas, o que
facilita a ruptura das membranas daquelas células e consequentemente a separação da cortiça do
entrecasco.

4. Não se deve descortiçar quando tenham precedido o descortiçamento dias exageradamente frios ou
muito quentes e secos, pois terão motivado uma quebra na actividade celular o que irá dificultar a
separação da cortiça.

5. Não se deve descortiçar quando as condições meteorológicas forem de chuva ou de ventos quentes do
sul, porque o felogénio pode não se regenerar, o que poderá provocar a secagem do entrecasco, acabando
o câmbio por ser também afectado.

6. Não se deve descortiçar “em meças” árvores habitualmente exploradas em “pau batido”, nem árvores
exploradas pela primeira vez.

7. Deve começar-se por descortiçar as árvores aparentemente sãs.

8. Antes de descortiçar, deve proceder-se à marcação, no tronco, pernadas ou braças, do nível até onde o
descortiçamento deve ir.

9. Deve proceder-se à extracção da cortiça com o máximo cuidado para evitar danificar o entrecasco
com golpes ou pressões exageradas.

10. A altura de descortiçamento não pode exceder os seguintes múltiplos do perímetro do tronco,
medido sobre a cortiça, a 1.30 m do solo:

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10.1. Duas vezes, no caso de árvores produtoras apenas de cortiça virgem;


10.2. Duas vezes e meia, no caso de árvores já produtoras de secundeira mas ainda não de amadia;
10.3. Três vezes, no caso de árvores já produtoras de amadia.

11. Nos casos em que a altura de descortiçamento é superior à altura do fuste, a diferença entre estas
duas alturas, dividida pelo número de pernadas, determina o comprimento máximo de descortiçamento
em cada pernada.

12. Não é permitida a desbóia de chaparros cujo perímetro do tronco, medido sobre a cortiça a 1.30 m do
solo, seja inferior a 70 cm.

13. Não é permitida a extracção de cortiça em fustes e pernadas cujo perímetro, medido sobre a cortiça
no limite superior de descortiçamento, seja inferior a 70 cm.

14. É aconselhável marcar o nível de despela mais baixo do que o legalmente permitido, quando os
sobreiros manisfestarem sintomas de debilidade ou quando a superfície a descortiçar “nos ares” tender a
ser grande em comparação com a do fuste, em consequência do sobreiro ter elevado número de pernadas
e/ou do fuste ramificar relativamente baixo.

15. A extracção da cortiça secundeira ou amadia só pode fazer-se após 9 anos de criação, com excepção
de alguma situação que tenha uma autorização especial.

16. Não fazer sempre na mesma parte da árvore os cortes transversais de redondas e zonas de separação
de meças.

17. Na medida do possível, aproveitar fendas profundas do enguiado para fazer os cortes longitudinais.

18. Se ocorrer alguma ferida por descolamento do entrecasco, deve evitar-se a sua exposição prolongada
ao ar e aplicar logo sobre ela a porção descolada fixando-a convenientemente (por exemplo com pregos).

19. Evitar fazer “bocados”

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20. Não forçar o descortiçamento quando a cortiça estiver a “dar mal”, para não provocar danos graves
no entrecasco.

21. Deixar as “redondas “lisas.

22. Não deixar “calços” agarrados à árvore.

23. Após o descortiçamento não “riscar” as árvores.

24. Após o descortiçamento, é obrigatório a inscrição, com tinta branca indelével e sobre a superfície
explorada dos sobreiros, do algarismo das unidades do ano da tiragem da cortiça. No caso da extracção
ocorrer em manchas ou folhas, apenas é obrigatória a marcação dos sobreiros que as delimitam.

25. As pranchas de cortiça devem ser empilhadas de forma a não acumularem água da chuva e a
poderem secar rapidamente.

26. Deve desinfectar-se as ferramentas que tenham servido para descortiçar sobreiros doentes antes de as
utilizar em outras árvores.

Extracção de resina

Operação que consiste na extracção de um produto de secreção (resina), própria das espécies resinosas,
que serve para proteger estas árvores contra “agressões” exteriores do meio. O pinheiro bravo é a espécie
em que normalmente, entre nós, se pratica a resinagem, seguida do pinheiro manso.

Planeamento

Para que haja um aumento da rentabilidade do trabalho de resinagem, deve elaborar-se um plano de
ordenamento da exploração que deverá ter em consideração:
a divisão do pinhal em “parcelas” homogéneas quanto ao declive;

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a área;
o acidentado do terreno;
a distância média entre árvores resináveis;
o “inventário” de cada parcela (nº de feridas e pinheiros);
espaçamento das renovas;
número de renovas por ferida;
a distância entre parcelas.

Equipamento

Machado
enxó
Recipientes (púcaros, sacos de plástico)
Riscador
Maço
Ferro americano
Tapadoiro
Raspadeira
espátula

Práticas de execução

1. A passagem da resina, que se encontra nos canais resiníferos para o exterior, faz-se através de
destruição da parede celulósica destes canais, por meio de uma substância química. Presentemente, para
destruição desses canais usa-se uma pasta química. A exsudação, através dos canais é encaminhada para
um recipiente (púcaro de barro, plástico ou saco de plástico), ligado ao pinheiro, de forma a que o
homem a possa aproveitar.

2. A extracção de resina deve apoiar-se na existência de áreas ordenadas, as quais servirão de base à

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escolha de uma das duas modalidades de resinagem possíveis: à vida, com exploração continuada do
arvoredo a partir dum diâmetro mínimo de 25 cm a 1.30 de altura, ou à morte, antecedendo em 4 anos a
realização de cortes.

3. As operações de resinagem não poderão começar antes do dia 1 de Março nem terminar depois do dia
30 de Novembro, data em que todo o material deve estar recolhido, exceptuando-se o descarrasque, que
poderá iniciar-se em Fevereiro.

4. Não poderão ser resinados os pinheiros com perímetro inferior a 0.80m, medido a 1.30 do solo.
Quando o perímetro for igual ou inferior a 1.10 m somente poderá fazer-se uma fiada de feridas, não
podendo realizar-se nova fiada sem que a anterior esteja completamente explorada. Nos pinheiros com
perímetro superior a 1.10 m, podem fazer-se simultaneamente duas fiadas de feridas, mas só durante os
primeiros quatro anos, findo os quais apenas se poderá realizar uma fiada de cada vez.

5. Os pinheiros com perímetro superior a 63 cm medido a 1.30 m do solo, e sujeitos a corte a curto
prazo, podem ser resinados à morte com maior número de feridas, mas dentro das dimensões legalmente
indicadas.

6. Num pinhal em que já se iniciou a extracção de resina, não podem abrir-se feridas em pinheiros não
resinados, sem que esteja completa a exploração dos já resinados.

7. No descarrasque, que deve ser feito com ferramentas próprias (enxó), apenas se deve proceder a um
alisamento da carrasca para eliminar as rugosidades, abrangendo uma superfície de 20 cm x 50 cm e de
forma a deixar 1 cm de espessura de casca, a fim de evitar, no Verão, demasiada secura do entrecasco.

8. A riscagem, operação efectuada com um ferro “riscador”, consiste na traçagem segundo o eixo da
árvore, de dois riscos paralelos, os quais servem para orientar a realização das renovas. No segundo e
terceiro ano de exploração, os riscos devem coincidir com a extremidade da ferida do ano anterior. Na
ferida a realizar no quarto ano, os riscos deverão ficar a igual distância das margens da que se vai
prolongar.

9. As dimensões máximas de cada ferida e em cada ano são as seguintes:

Largura (cm)Altura (cm)1º ano12 502º ano12 503º ano12 504º ano10 50

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10. As feridas devem ser iniciadas na base do tronco, a uma distância do solo não superior a 0.20 m e,
prolongadas nas campanhas futuras, formando uma faixa contínua no sentido do eixo da árvore não
superior a 2 m do chão, até completar o 4º ano de exploração, não podendo realizar-se simultaneamente
duas feridas na mesma fiada.

11. Entre duas fiadas de feridas tem que haver no mínimo 10 cm de carrasca a que se dá o nome de
“presa”.

12. A montagem do serviço consiste na colocação dos recipientes (púcaros de barro ou


plástico) na árvore, fixados por meio de pregos ou estacas e ainda de uma pequena lâmina -“bica”
destinada a encaminhar a resina para os recipientes, ou de sacos de plástico que são fixados com
agrafador.

13. Todo o trabalho de colocação dos recipientes deve ser feito sem pancadas violentas do “maço”, as
quais poderão provocar descolamento do entrecasco, o que a acontecer ir permitir a entrada de ar por
debaixo da casca e a resina irá solidificar facilmente, deixando de escorrer.

14. As bicas devem ser instaladas abaixo do limite superior da ferida da última campanha, permitindo
assim que a primeira renova e respectivo tratamento se realiza com mais facilidade.

15. As renovas realizadas com o “ferro americano”, devem ser feitas de forma a extrair a casca sem ferir
o lenho, sendo indispensável para tal, manter os bordos laterais do ferro bem afiados e em condições de
penetrarem facilmente na casca, deixando o bordo da base menos cortante.

16. Na execução da renova deve ter-se o cuidado de tapar o “púcaro” com o “tapadoiro”, impedindo
deste maneira que a casca caia na resina, ou mesmo retirá-lo quando seja necessário para facilitar a
posição de trabalho. Deve igualmente evitar-se ferir a madeira, ultrapassar os riscos ou descolar do lenho
a casca que fica a limitar a renova superiormente.

17. A seguir à realização da renova aplica-se o tratamento com a pasta química. A sua composição é um
elemento importante, pois poderá garantir um maior período de actuação e por conseguinte uma
diminuição do número de renovas e tratamentos por árvores.

18. As condições de calor ou de chuva são determinantes para a subida da pasta sendo excessiva no
primeiro caso e diminuta ou nula no segundo.

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19. A utilização da pasta química requer que sejam tomadas algumas precauções, nomeadamente:

19.1. Apenas comprimir o frasco quando se faz a pulverização;


19.2. Em dias de vento é aconselhável o uso de uma pala;
19.3. Não se deve levar as mãos à cara, e principalmente aos olhos, sem as lavar muito bem, assim
como os braços;se o resineiro for atingido com um jacto da pasta química, deve lavar imediatamente a
parte atingida, diversas vezes, com água de cal ou bicarbonada;
19.4. Não deve deixar-se o pulverizador ao alcance de pessoas desprevenidas ou de crianças.

20. O intervalo ou espaçamento das renovas corresponde ao número de dias decorridos entre duas
renovas consecutivas e depende do tipo de pasta que se está a utilizar, assim como do número de renovas
que se planearam fazer e da data de início da primeira renova.

21. A definição do intervalo e das voltas (trabalho de um dia do resineiro no serviço de renova), assim
como o cumprimento do plano de ordenamento da exploração previamente estabelecido vai permitir uma
maximização do rendimento do trabalho.

22. Quando os recipientes estão cheios, a resina é despejada com o auxílio de uma espátula para dentro
de latas (colha). Estas latas, depois de cheias, são despejadas em bidões que devem estar distribuídos
pelo pinhal em função da produção deste. Esses bidões depois de cheios são transportados para o
estaleiro na mata, para posterior transporte para a fábrica.

Colheita de frutos e sementes

Esta operação consiste na recolha de frutos ou sementes de diversas espécies florestais com vista ao seu
processamento e conservação para posterior utilização na produção de plantas.

Planeamento

Os factores que podem condicionar o planeamento e execução desta operação são:

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Espécie;
Condições climatéricas;
Frutificação;
Época de maturação das sementes;
Estado fitossanitário das sementes;
Localização do local de colheita;

Equipamento

Escadas;
Cordas;
plataformas telescópicas móveis;
vestuário de escalada (fato de trabalho, calçado adequado para subir às árvores, luvas e capacete);
picos;
lâminas presas a cabos longos;
cinto segurança;
sacos;
serras e tesouras de poda.

Práticas de execução

1. Um pouco antes da época normal de maturação das sementes, é essencial realizar uma visita aos
locais de colheita, para avaliar a qualidade e quantidade da frutificação e assim preparar os meios
necessários e disponíveis para realizar a colheita.

2. A colheita de frutos e sementes deve ser feita logo após a sua maturação, mas antes que os frutos
abram e as sementes comecem a cair.

3. Consoante as espécies, a colheita deve começar quando as substâncias de reserva das sementes
deixem de se apresentar leitosas, ou quando os frutos começam a secar ou quando ocorre uma mudança

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de cor nos frutos.

4. Contudo, a forma mais segura de avaliar o estado de maturação das sementes será recolher uma
pequena amostra, cortar os frutos ou sementes e examinar o estado da semente.

5. Os frutos e sementes devem ser colhidos em povoamentos seleccionados ou pomares produtores de


semente inscritos no catálogo nacional de materiais de base, para as espécies sujeitas a certificação.

6. No caso das espécies não sujeitas a certificação, os frutos e sementes devem ser colhidos em
povoamentos identificados que garantam a qualidade genética pela observação das suas características
fenotípicas.

7. Nunca colher em:

7.1. Árvores da bordadura dos povoamentos, isoladas ou em pequeno número, pois a probabilidade de
obter sementes não viáveis é elevada.

7.2. Árvores doentes, pouco vigorosas ou que apresentem características morfológicas inadequadas para
o fim em vista.

7.3. Povoamentos de baixa classe de qualidade, pois neste caso, a probabilidade da semente ter
potencialidades genéticas superiores é reduzida.

7.4. Árvores muito novas ou muito velhas porque apresentam grande probabilidade de terem sementes
não viáveis uma vez que existe maior dificuldades de polinização.

8. Não danificar as árvores ao fazer a colheita.

9. A colheita pode ser feita:

9.1. No chão após a queda natural dos frutos ou sementes. Neste caso, devem ser escolhidas as melhores
sementes, o mais cedo possível. Não se devem aproveitar as sementes da primeira queda, dada

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normalmente, a sua fraca qualidade.

9.2. Nas árvores abatidas, o que se torna bastante prático e económico. Implica a necessidade de se
harmonizar a época de corte com a melhor época de colheita das sementes.

9.3. Nas árvores em pé, o que se torna um processo mais difícil e dispendioso. Contudo, tem a vantagem
de se ter uma boa fonte de colheita durante um período de tempo mais longo.

10. No caso da colheita se processar em árvores em pé, só devem subir às árvores os operadores que
estejam adequadamente treinados e tenham um conhecimento adequado das técnicas de escalada às
árvores florestais, nomeadamente, os diferentes nós de segurança utilizados na subida e descida da
árvore, utilização de picos, cintos, cordas e escadas.

11. No caso da colheita com subida às árvores, cada equipa de operadores deve ser formada, pelo menos
por dois elementos, devendo todos os operadores ter um conhecimento adequado das técnicas de
salvamento e de primeiros socorros.

12. Utilizar o equipamento necessário e respeitar as normas de segurança de escalada e descida de


árvores e levar sempre para o campo uma caixa de primeiros socorros.

13. Os operadores que realizam a subida às árvores devem possuir boa resistência física, agilidade,
ausência de vertigens e capacidades psicomotoras que permitam operar a alturas que podem atingir 30 m.

14. Na colheita em árvores em pé, deve fazer-se uma avaliação das condições climáticas, não se devendo
colher em condições de nevoeiro, vento, gelo ou chuva, por colocar em risco a segurança dos
trabalhadores.

15. Quando a subida se faz em dias de muito calor, devem fazer-se as pausas necessárias para evitar
situações de fadiga excessiva no operador que está em cima da árvore.

16. Os operadores que sobem às árvores devem conhecer as diferentes características das espécies a que
vão subir e a diferença entre madeira viva e madeira morta.

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17. As escadas que se utilizam para subir às árvores devem ter uma base anti-derrapante e estável e antes
da sua utilização deve verificar-se o seu estado.

18. Antes de iniciar a colheita propriamente dita, deve ser feita uma avaliação mais cuidada da
frutificação e só subir aquelas árvores cuja quantidade de frutos compense o esforço e tempo dispendido
neste tipo de operação.

19. Quando se trata de frutos grandes, estes são cortados individualmente e deixados cair no chão. Caso
os frutos sejam pequenos, são apanhados individualmente ou em raminhos e colocados em sacolas que os
operadores transportam com eles.

20. Nenhum trabalhador deve estar na área por baixo da copa da árvore onde se está a realizar a colheita
no momento em que os frutos estão a ser lançados ao chão.

21. O trabalhador que está em cima da árvore deverá avisar quando cair alguma coisa acidental ou
deliberadamente.

22. A descida da árvore deverá ser feita de forma lenta e cuidadosa.

23. Cada lote de semete colhido deve ser etiquetado, indicando com exactidão a espécie, o local e a data
de colheita.

24. Seguir os procedimentos legalmente estabelecidos para a certificação de sementes no que se refere às
espécies de certificação obrigatória.

25. Ter cuidado no manuseamento e transporte das sementes após a colheita pois algumas degradam-se
com facilidade, se não forem colhidas para recipientes arejados e protegidos do sol.

Legislação

Protecção de montados de sobro e azinho - Decreto-Lei nº 11/97 de 14 de Janeiro.

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Comercialização de Materiais Florestais de Reprodução - Portaria nº 134/94 de 4 de Março.

Resinagem - Decreto-Lei nº 129/88 de 20 de Abril

GLOSSÁRIO

Abate e operações complementares

Carga útil - é o peso máximo que um determinado tractor pode transportar.

Carregadouro -

Carrregamento - Colocação do material lenhoso nos veículos de transporte que o conduzirão às unidades
de consumo.

Charneira - é o bocado de madeira que fica depois de feito o corte de queda.

Corte manual - a operação é realizada com equipamento não motorizado, em que tanto o esforço de
transporte como de corte é feito pelo operador, como por exemplo o machado ou a serra.

Corte moto-manual - a operação é realizada com equipamento motorizado manuseado manualmente, em


que o esforço de transporte é feito pelo Homem mas o esforço de corte é realizado pela máquina, como é
o caso da motosserra.

Corte mecanizado - a operação é realizada por máquinas motorizadas especiais, onde todos os esforços
são suportados pela máquina, tendo o Homem apenas o papel de controlar a máquina, como é o caso dos
processadores ou tractores cortadores-rechegadores.

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Extracção - Operação fundamental, através da qual os toros (ou troncos) são transferidos do local de
abate ou ponto de extracção até ao carregadouro, junto a uma via principal.

Rechega - arrastamento e concentração de toros ou troncos inteiros até junto de pontos ou trilhos de
extracção.

Extracção de cortiça

Bocados - pedaços de cortiça virgem ou de reprodução que apresentam uma superfície, medida sobre a
barriga, inferior a 400 cm2.

Calços - cortiça virgem ou de reprodução formada junto ao colo da árvore e que, quando extraída,
usualmente origina bocados.

Cortiça amadia - cortiça proveniente de partes de árvores nas quais é a terceira vez ou seguintes que se
extrai cortiça.

Cortiça secundeira - cortiça proveniente de partes de árvores nas quais é a segunda vez que se extrai
cortiça.

Cortiça virgem - cortiça proveniente de partes de árvores nas quais é a primeira vez que se extrai cortiça.

Desbóia - primeiro descortiçamento a que um subreiro é submetido.

Descortiçamento - operação que consiste em extrair, de sobreiros vivos, parte da cortiça que os reveste.

Descortiçamento em meças - tipo de descortiçamento no qual a superfície do sobreiro explorada para a


produção de cortiça se encontra dividida em duas ou mais partes, correspondentes a anos de extracção
diferentes.

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Despela - operação que consiste em extrair de sobreiros vivos partes da cortiça que os reveste.

Enguiado - sulcos longitudinais profundos na face externa da cortiça resultantes do crescimento do lenho,
do liber e do próprio tecido suberoso.

Meças - partes em que se encontra dividida a superfície de um sobreiro sujeito a descortiçamento em


meças.

Pau batido - tipo de descortiçamento no qual a toda superfície do sobreiro explorada para a produção de
cortiça corresponde o mesmo ano de extracção.

Riscar - praticar incisões longitudinais sobre o entrecasco, após o descortiçamento.

Extracção de resina

Capatazes - são aqueles que, ao serviço dos proprietários dos pinhais, ou de industriais, ou empresários
de extracção, dirigem e executam a extracção da resina ou gema conforme as instruções recebidas da
entidade patronal. Estes profissionais também são conhecidos por encarregados da secção. São pagos
normalmente ao mês.

Comissários - são aqueles que, como mandatários dos empresários de extracção de resina, ou dos
industriais de produtos resinosos, realizam com os proprietários dos pinhais contratos destinados a
regular a extracção da gema. Recebem vulgarmente uma comissão por cada ferida angariada.

Colha - operação que se faz quando os púcaros ou sacos de plástico se encontrarem cheios, e consiste em
despejar a resina para dentro das latas de colha.

Colhedores - são os que recolhem a gema ou resina dos recipientes que estão na árvore, metendo-a nos
bidões. Recebem normalmente ao dia, ou à empreitada, por bidão cheio.

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Empresário de extracção de resina - são os responsáveis pelo pagamento do aluguer do pinhal, por todo o
pessoal que colabora na exploração da gema e por todo o material utilizado. A gema extraída nas suas
secções é sua pertença vendendo-a às indústrias de produtos resinosos. A venda é feita normalmente ao
quilo e em estaleiro na mata.

Industriais de produtos resinosos - são as entidades que procedem à extracção da gema através dos seus
mandatários e à sua transformação por destilação (pez e aguarrás), fazendo a comercialização dos
respectivos produtos. Neste caso é muito difícil obter da gema um estaleiro. Este preço seria equivalente
ao preço à porta da fábrica, incluindo o valor do aluguer da incisão mais os encargos de exploração está
cada vez mais desuso, isto é, poucos industriais o praticam.

Renova -

Resineiros - são aqueles que executam trabalhos da exploração propriamente dita da gema. Fazem a
montagem, executam as renovas e respectivos tratamentos e, no final, fazem a demonstagem. Volta é o
Trabalho do resineiro durante o dia (ver à frente). Vulgarmente são pagos à volta, ou ao dia, ou ao quilo
e, por vezes, ao mês.

Secção - é a mancha um tanto contígua de pinhal que um empresário ou industrial explora em


determinado Concelho. Um empresário ou industrial pode ter mais que uma secção.

Volta - é a quantidade de pinhal que o resineiro ou resineiros terão de percorrer, praticando uma renova
em todas as feridas a seu cargo. Volta simples é o trabalho efectuado por um resineiro no serviço de
renova durante um dia.

Colheita de frutos e sementes

BIBLIOGRAFIA

Dykstra, D. P. e Heinrich, R. (1995) - Model code of forest harvesting practice. FAO. Roma.

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Forestry Commission (….) - Forestry practice. Bolletin nº 14.

Instituto dos Produtos Florestais (1975) - ABC do podador de sobreiros e do tirador de cortiça. Lisboa.

Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de trabalho (1998) - Trabalho Florestal, manual
de prevenção.

Junta Nacional dos Resinisos (1966) - Resinagem. Direcção Geral dos Serviços Florestais e
Aquícolas.Lisboa.

Loureiro, A. M. (1991) - Sementes Florestais. Apontamentos de Silvicultura. Universidade de


Trás-os-Montes e Alto Douro. Vila Real.

Natividade, J. V. (1950) - Subericultura. Direcção-Geral das Florestas. Lisboa.

Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (1982) - Motosserras nas florestas
tropicais. Instituto dos Produtos Florestais. Lisboa

Reis, A. (….) - Descortiçar sem comprometer futuras produções. Revista DGF Informação nº 6. Lisboa.

Reis, A. (1998) - Altura do descortiçamento - Uma decisão com consequências no valor da cortiça.
Direcção-Geral das Florestas. Lisboa.

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