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Olá! Eu sou o Altair, técnico extensionista da região, e irei conduzir este curso com
a analista ambiental Carol. Os fazendeiros Eliana e João também irão partilhar as
experiências e dúvidas sobre os temas que serão apresentados.
CAROL
TÉCNICO
Importante
Recuperação ou recomposição da vegetação nativa - restituição da cobertura
vegetal nativa por meio de implantação de sistema agroflorestal, de
reflorestamento, de regeneração natural da vegetação, de reabilitação ecológica
e de restauração ecológica.
Restituição
Segundo o World Agroforestry Center - ICRAF, os SAFs são “sistemas baseados na dinâmica,
na ecologia e na gestão dos recursos naturais que, por meio da integração de árvores na
propriedade e na paisagem agrícola, diversificam e sustentam a produção, com maiores
benefícios sociais, econômicos e ambientais para todos aqueles que usam o solo em
diversas escalas”.
Processo pelo qual espécies nativas se estabelecem em área alterada ou degradada a ser
recuperada ou em recuperação, sem que este processo tenha ocorrido deliberadamente
por meio de intervenção humana.
Restituição de cobertura vegetal com espécies nativas por meio de plantios de mudas ou
semeadura direta visando reabilitação e/ou restauração ecológica com a implantação de
estratégias de plantios como sistema agroflorestal, reflorestamento ou mesmo
regeneração natural da vegetação.
Reabilitação ecológica
Restauração ecológica
Temos nossas práticas e costumes, então Conte com a gente, Eliana e João. Mas
estamos felizes por contar agora com para realizar a recomposição é necessário
o apoio de vocês para este processo de entender as características da vegetação
recomposição. que pretendemos recompor, pois cada
área apresenta uma disposição própria
conforme o local de ocorrência.
As florestas são formadas por milhares de espécies que apresentam diferentes tamanhos,
formas e funções dentro do ecossistema florestal. Em relação ao tamanho e forma dessas
espécies, podemos dividir a floresta em quatro estratos (altura): herbáceo, sub-bosque,
dossel e emergente.
Emergente: árvores altas que ultrapassam o
dossel.
Dossel: patamar superior da floresta correspon-
dendo à mais alta camada de folhas, caules e
pequenos ramos expostos;
Sub-bosque: conjunto de plântulas e plantas
jovens que crescem abaixo do dossel florestal;
Herbáceo: camada de ervas (planta não lenhosa
e terrestre), subarbustos (planta de base
lenhosa e ápice herbáceo), trepadeiras (planta
de hábito escandente de forma ampla), sendo
estas herbáceas (vinhas) ou lenhosas (lianas)
e arbustos (planta lenhosa ramificada desde a
base) com até 1,30m.
* Planta recém brotada ou muito nova.
Área basal: área ocupada pela circunferência dos indivíduos por hectare;
Mosaicos
A Floresta faz parte do bioma Amazônico, no qual ocupa 49,29% do território nacional,
aproximadamente 4.196.943 km2, representando o maior bioma do Brasil (SNIF).
* Bioma: um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação
contíguos e que podem ser identificados a nível regional, com condições de geologia e clima semelhantes
e que, historicamente, sofreram os mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma
diversidade de flora e fauna própria(IBGE, 2005).
Clima
Relevo
(https://atlasescolar.ibge.gov.br/images/
atlas/mapas_brasil/brasil_fisico.pdf).
Solo e Vegetação
Formações florestais se refere àos diferentes tipos de vegetação arbórea, como a Mata de Araucarias,
Cerradão, Mata de bambus na Amazônia, etc.
Floresta Ombrófila Aberta: possui um dossel mais aberto devido à grande presença de cipós
ou palmeiras ou bambus ou sororocas;
Veloso, Rangel Filho e Lima (1991) disponível em IBGE, 2012.
CAROL
Serviços ambientais: trata-se dos benefícios que as pessoas obtêm da natureza direta ou indiretamente,
através dos ecossistemas, a fim de sustentar a vida no planeta, como proteção contra erosão, água
potável, solos férteis e muitos outros.
Absorção de carbono: as plantas, enquanto crescem, retiram gás carbônico do ar – uma árvore adulta
tem cerca de 40% de seu peso de carbono.
Saiba mais
O relatório “O Futuro Climático da
Amazônia”, aponta o importante pa-
pel da floresta na regulação do clima,
destacando a sua capacidade em
manter a umidade do ar, possibili-
tando que ocorram chuvas dentro do
continente, longe dos oceanos, como
o fenômeno dos rios voadores.
Este fenômeno ocorre da seguinte
forma: os ventos alísios (ventos que
sopram de leste para oeste) carregam
vapor d’água que vem do oceano
Atlântico para a região amazônica,
gerando chuvas e fazendo mover os
rios voadores. Essa umidade avança
até atingir a Cordilheira dos Andes, onde ocorre uma nova precipitação forman-
do as cabeceiras dos rios da Amazônia. A umidade que atinge a região andina em
parte retorna para o Brasil, podendo gerar precipitações nas regiões centro-oes-
te, sudeste e sul.
* Gases de efeito estufa são as substâncias gasosas que absorvem o calor (radiação infravermelha) e
impedem que ele se dissipe no espaço, esquentando a atmosfera da terra.
A Lei n° 12.651/2012 estabelece regras para a recomposição das áreas de Reserva Legal e a
Área de Preservação Permanente para todas as propriedades rurais. Vamos entender agora a
relação das áreas de um imóvel rural com a regularização ambiental, seus serviços e produção
sustentável.
Áreas de APP e RL
As áreas de RL e APP são áreas de grande importância socioambiental. A proteção de rios,
nascentes e lagoas contribui para a manutenção de boas fontes de água. A vegetação
dos morros e ribanceiras ajuda a proteger o solo, diminuindo a possibilidade de erosão e
deslizamentos. Sendo assim, a manutenção da vegetação nativa nessas áreas contribui para
manter o clima mais agradável, conservar os recursos hídricos e permitir a sobrevivência dos
animais silvestres, além de outros serviços ecossistêmicos.
Cada imóvel rural precisa ter em sua área uma porcentagem de Reserva Legal. Confira os
dados.
Amazônia legal
Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Para, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do
Maranhão
área de floresta: 80%
área de cerrado: 35%
área de de 20%
campos gerais:
Demais regiões
do país 20%
Em relação à Área de Proteção Permanente (APP), as seguintes áreas deverão estar protegidas
tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais:
APP de curso d’água – São matas ciliares que formam faixas na beira de qualquer rio ou
riacho, mesmo quando o rio é do tipo que seca uma vez ao ano. O tamanho da APP varia de
acordo com a largura desse rio dentro do imóvel rural e deve ser medida a partir da borda da
calha do leito regular desse rio.
APP de lagos e lagoas naturais – São as faixas de vegetação em volta de espelhos d’água
naturais. Quanto maior o lago ou lagoa, maior deve ser a faixa de mata.
Nascentes – São os lugares onde nascem os rios. Também são conhecidas como cabeceiras,
olhos-d’água, minas ou fontes. Devem ter uma faixa de vegetação de 50 m em seu entorno.
Topos de morro, montanhas, montes e serras, com altura mínima de 100 metros e
inclinação média maior 25º – A vegetação deve ser preservada em pelo menos 1/3 da
parte superior das elevações muito inclinadas.
Altitudes maiores que 1800 m – Não importa o tamanho do imóvel, a regra é a mesma:
trata-se de APP e deve ser preservada.
Encostas ou parte de encostas com declividade superior a 45º: As elevações mais
inclinadas do terreno antes de chegar ao topo de um morro, como os paredões de uma
montanha, também devem ter a vegetação protegida.
Veredas: Aqui cresce a palmeira buriti, em um solo encharcado conhecido como brejo. A
regra para essa APP, no caso de pequenos imóveis rurais, é manter uma faixa de vegetação
com 50 metros contados a partir do brejo.
Há outras condições em que as áreas podem ser enquadradas como APP conforme
estabelecido na Lei, como o entorno de reservatórios de águas artificiais que foram
represadas, as bordas de tabuleiros ou chapadas. As restingas e manguezais do ambiente
costeiro também são consideradas APP e devem ser preservadas em toda a sua extensão.
Vale lembrar que existem três possibilidades das áreas de APPs sofrerem intervenções ou
supressões da sua vegetação, são elas:
• hipótese de utilidade pública;
• interesse social;
• atividades eventuais ou de baixo impacto social.
Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações,
benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;
Identificadanainscriçãoanecessidadederecomposiçãodevegetaçãonativa,oproprietário
ou possuidor de imóvel rural poderá solicitar de imediato a adesão ao Programa de
Regularização Ambiental - PRA, sendo que, com base no requerimento de adesão ao PRA,
o órgão estadual competente convocará o proprietário ou possuidor para assinar o termo
de compromisso.
Para recompor, o proprietário e/ou possuidor rural pode aderir ao Programa de Regulariza-
ção Ambiental – PRA que representa um conjunto de ações ou iniciativas a serem desenvol-
vidas com o objetivo de adequar e promover a regularização ambiental de imóveis rurais.
Ao aderir ao PRA, os proprietários e/ou possuidores rurais que retiraram de forma irregular
a vegetação de APPs, RLs e AURs antes de 22 de julho de 2008, ficam isentos de autuação
por infrações. Destacamos que todo imóvel rural que tenha área de RL em extensão inferior
ao estabelecido poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao PRA.
Aqueles que não aderirem ao PRA não terão acesso aos benefícios acima listados, e deverão
responder nas esferas civil, penal e administrativa sobre os ilícitos cometidos objetos dos
PRA (infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de
vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito).
TÉCNICO CAROL
Atualmente a internet disponibiliza várias imagens de satélite que podem ser úteis para
compreender a paisagem do imóvel rural e entorno, tais como:
• Conexões entre fragmentos florestais;
• Áreas degradadas ou alteradas dos rios, lagos e nascentes;
• Áreas de vegetação nativa;
• Áreas produtivas; e
• Áreas construídas.
A identificação das áreas também pode ser realizada com a elaboração de um desenho das
áreas do imóvel rural.
IMPORTANTE – As informações indicadas no mapa ou croqui devem ser verificadas em
campo para garantir que estão de acordo com a realidade.
A vegetação remanescente é toda a vegetação que está presente em uma área, composta
por espécies nativas e/ou exóticas nos mais diversos estágios de sucessão.
Dessa forma, a vegetação remanescente irá auxiliar na identificação do nível de intervenção
necessária para recompor a área, por exemplo:
1. Áreas alteradas/degradadas que apresentam uma diversidade de espécies nativas
de árvores e arbustos e/ou estão próximas a fragmentos de vegetação nativa são
mais favoráveis à regeneração natural, por possibilitar a dispersão de sementes das
plantas presentes no local e entorno (disponíveis para germinação, estoque no solo
ou, ainda, migração para outras áreas);
2. Áreas que apresentam um maior grau de alteração/degradação e/ou estão longe
de fragmentos de vegetação nativa possuem menor potencial de regeneração
natural, exigindo maior interferência. A situação se torna ainda mais difícil no caso da
presença de gramíneas exóticas invasoras, tais como as braquiárias (Urochloa spp.),
o capim-colonião (Panicum maximum), o capim-elefante (Pennisetum purpureum)
e o capim-gordura (Melinis minutiflora), que dificultam a regeneraçãode espécies
nativas.
Exóticasinvasoras:sãoespéciesexóticasquesereproduzemdemaneiramuitoagressivaemdeterminado
local, ameaçando as espécies nativas.
Estrutura física do solo é como se distribuem os componentes sólidos, gasosos e líquidos do solo, e a
textura deles.
Importante
A origem das plântulas (mudas e sementes) a serem usadas na recomposição
devem ser, prioritariamente, de procedência local ou o mais próximo possível
da área a ser recomposta. Isso garante que as plantas estejam adaptadas
as condições climáticas locais, dando maiores condições para o sucesso da
recomposição.
TÉCNICO
Exemplo
Valor unitário
Atividade Item Unidade Quantidade Valor Total (R$)
(R$/unidade)
Mudas 500,00 1000 mudas 3 (mil mudas) 1.500,00
Plantio de Combustível
4,00 Litros 75 300,00
mudas do trator
Mão de obra … … … …
… … … … …
… … … … … …
Soma de todos os
Total
custos
Atividade Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
Preparo do solo
Controle de formiga
Controle de gramíneas
Plantio
Manutenção
Replantio
Monitoramento
Nestemódulo,falamossobreoplanejamentodarecomposição
da vegetação e o diagnóstico das áreas a serem recompostas,
além da localização e o mapeamento da paisagem, bem como
sobre o Cadastro Ambiental Rural. Por fim, tratamos sobre a
TÉCNICO
CAROL
TÉCNICO
O banco de sementes do solo são as sementes viáveis, de várias espécies, que se encontram na camada
superior do solo aguardando boas condições para germinar.
Esse método utiliza maquinários agrícolas para o preparo do solo e plantio das sementes.
Geralmente é utilizada uma mistura de sementes de espécies de árvores, arbustos e de
adubação verde, que é conhecida como é conhecida como muvuca.
Aconselha-se fazer duas ou mais muvucas com sementes de tamanhos e formas diferentes,
separando sementes grandes de sementes pequenas e aladas, pois as grandes podem ser
enterradas até 3-4 cm de profundidade no solo, enquanto as pequenas e aladas devem
ficar próximas à superfície. As sementes pequenas são misturadas com terra ou areia para
aumentar o volume a ser distribuído e evitar que uma grande quantidade de sementes caia
em um mesmo local.
Essa técnica é indicada para áreas extensas com histórico de uso por pastagem e lavoura.
Em áreas ocupadas por pastagem, é necessário realizar a descompactação do solo e o
controle das gramíneas antes da semeadura, que pode ser realizada com lançadeiras de
capim,espalhadoresdecalcárioouàmão.Jáemáreasocupadasporlavourasmecanizadas,
a semeadura pode ser realizada em linhas com plantadeiras através da técnica de plantio
direto, dispensando as operações de preparo de solo.
Saiba mais
O Instituto Socioambiental (ISA) uti-
liza a muvuca para a recomposição
de APPs degradadas na bacia do rio
Xingu, no estado do Mato Grosso.
Guia da muvuca:
https://us14.campaign-archive.
com/?u=2e9f3527128e6ed6d086fc5b4&id=64400ed51b
h ttps://www.s ocioambie nt al.org/pt-br/noticias-
socioambientais/vamos-plantar-florestas
http://esalqlastrop.com.br/capa.asp?j=31#![1]/6/
Entre os benefícios ambientais dos SAFs, podemos destacar (MICCOLIS et al., 2016):
• restauração e conservação da fertilidade e estrutura do solo;
• sombra e criação de microclimas;
• favorece a biodiversidade de forma geral, incluindo agentes polinizadores;
• regulação de águas da chuva e melhoria da qualidade da água;
• mitigação e adaptação a mudanças climáticas.
Apesar desses benefícios listados anteriormente, SAFs são métodos mais complexos que
os tradicionais, pois exigem conhecimento específico e são extremamente exigentes em
mão-de-obra devido à demanda de trabalho manual. Sendo assim, as principais causas de
insucesso dos SAFs em escala local são (MICCOLIS et al., 2016).
• falta de planejamento agroflorestal e econômico;
• baixo acesso a conhecimento;
• baixa disponibilidade de mão de obra;
• baixo acesso a insumos;
• fatores limitantes do meio físico.
São obtidos por plantios de árvores de rápido crescimento com copa favorável para o pouso
de aves e morcegos. Poleiros artificias podem ser construídos com varas de bambu, postes
de eucalipto ou outro tipo de madeira, sendo recomendado o plantio de trepadeiras para
colonizar o poleiro. Esses poleiros servem de locais estratégicos para pouso, reprodução
ou esconderijo de aves e morcegos, aumentando a dispersão de sementes na área e a
interação fauna-flora;
Para a nucleação são retiradas apenas pequenas porções da camada superficial de solo de
uma formação natural para a área a ser recomposta.
Consiste em formar pilhas de galhos, tocos e galhos de rebrota de altura variada entre 30 e
50 cm que irão funcionar como atrativo e abrigo de animais;
Essas técnicas devem ser usadas em conjunto de forma aleatória ou sistemática na área a
ser recomposta, conforme exemplo.
CAROL
T É C N IC O
CAROL
A recuperação é recomendada para solos com histórico de uso intenso, com ausência das
camadas mais superficiais (horizontes A e B) e/ou intenso processo erosivo. Essa atividade
tem o objetivo de melhorar as qualidades físicas, químicas e biológicas e podem ser
realizadas pelas seguintes ações, observando os custos para cada atividade:
• Construção de terraços e bacias de acúmulo de água para reduzir os processos
erosivos;
• Descompactação do solo, ou seja, aumentar a porosidade/espaços vazios desse solo
melhorando a qualidade física e facilitando o crescimento das raízes;
• Avaliação da fertilidade do solo por meio da análise química do solo, que consiste em
uma análise do solo feita em laboratório para medir a quantidade e a disponibilidade
dos nutrientes minerais no solo, com o objetivo verificar a necessidade e a dosagem
de adubação mineral e orgânica para melhorar o desenvolvimento das espécies.
Após essas etapas, inicia a semeadura e o plantio de mudas. Entretanto, para solos muito
degradados ainda é recomendado o uso de espécies de adubação verde, como: a mucuna
(Mucuna pruriens), o nabo-forrageiro (Raphanus sativus) e a crotalária (Crotalária spp.).
Vale lembrar: em áreas declivosas, a semeadura das espécies de adubo verde deve ser
realizada em covas e em curvas de nível.
• Uso de produtos à base de mamona e de gergelim, que são prejudiciais ao fungo que
a formiga utiliza para se alimentar;
• Revolvimento dos ninhos com uso de enxadas; e
• Injeção de grande volume de água, gás de cozinha ou gás de escapamento de trator
nos olheiros.
Obs: Caso sejam adotados tais métodos, o monitoramento deve ser mais constante, pois,
em geral, essas técnicas são menos eficientes.
O controle deve ser realizado em três momentos distintos: pré-plantio, plantio e repasses
pós-plantio.
Controle de plantio: deve ser realizado 5 a 7 dias antes do plantio, com um repasse logo
após a implantação das mudas, sendo realizado da mesma forma que na fase pré-plantio.
Repasse pós-plantio: é indicado que seja realizado periodicamente até o segundo ano
pós-plantio das mudas. Nos primeiros 2 meses, esse controle deve ser realizado a cada
15 dias e, após esse período, a cada 2 meses. Nessa fase, o controle deve ser realizado
somente nas vizinhanças das mudas cortadas e próximo aos olheiros.
Controle de plantas competidoras
O controle de plantas competidoras deve ser realizado nas fases iniciais do projeto e du-
rante a sua manutenção para aumentar a oferta de água, luz e nutrientes para o desenvol-
vimento da regeneração natural e das sementes e mudas.
A escolha do controle mais adequado para área dependerá:
• Da forma de vegetação existente (árvores, ervas, palmeiras);
• Grau de desenvolvimento das plantas (semente, plântula, juvenil ou adulto); e
• Espécie de planta competidora.
No caso da restauração do Cerrado, com exceção do Cerradão e das Matas Ciliar e de Galeria, em todas
as outras fitofisionomias não se aplica esta distinção, já que as plantas precisam de luz solar abundante
1. As espécies nativas locais já estão adaptadas aos diferentes tipos de solos, condições
climáticas, presença de polinizadores e dispersores de sementes predominantes na
região. Além disso, esta condição aumenta a probabilidade de sucesso reprodutivo e de
regeneração natural nos projetos de recomposição.
2. Áreas com alta diversidade apresentam maior:
• Capacidade de recuperação de possíveis distúrbios (incêndios, pragas, doenças
etc.);
• Ciclagem de nutrientes;
• Atratividade à fauna; e
• proteção do solo de processos erosivos.
3. A combinação de espécies pioneiras, intermediária, secundárias e clímax favorece a
sucessão ecológica.
4. Inserir espécies que são atrativas para a fauna aumenta o número de polinizadores e
dispersores de sementes.
Em relação à introdução de espécies exóticas, é necessário ter muito cuidado, pois estas
podem se tornar invasoras, ocupando o espaço e impedindo o desenvolvimento das
espécies nativas.
Características:
• Crescimento rápido;
• Tolerante ao sol e produz sombra densa;
• Forte competidora com invasoras espontâneas;
• Fácil saída do sistema de plantio (vida curta ou retirada); e
• Atrativas para a fauna, potencial econômico.
Espécies de Diversidade
• Crescimento vagaroso;
• Cresce na sombra e produz pouca sombra;
• Fraca competidora com invasoras espontâneas;
• Fácil remoção do sistema; e
• Atrativas para a fauna, potencial econômico.
Adubação
A adubação orgânica e mineral tem o objetivo de suprir as necessidades das espécies por
nutrientes não disponíveis no solo. A quantidade recomendada de adubo vai depender
de uma análise química do solo e do conhecimento sobre as exigências nutricionais das
espécies selecionadas.
Em relação às espécies nativas, ainda não existem informações precisas sobre as exigências
nutricionais da maioria das espécies, sendo recomendada a adubação padrão nesses
casos, em recomposição realizada em Áreas de Mata Atlântica, que é a mais estudada. Nos
casos de Amazônia e Cerrado, onde as espécies nativas estão adaptadas a solos pobres e
ácidos, é preciso pesar cuidadosamente a necessidade de adubação com uma análise de
solo.
As áreas a serem recompostas geralmente apresentam fertilidade baixa, ou seja, baixos
valores de bases: cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), sódio (Na) e de fósforo (P), e
em alguns casos, podem ser considerados solos ácidos/distróficos (pH abaixo de 5) que
apresentam elevado teor de Al3+ (alumínio). Tais condições podem ou não ser limitantes
para a recomposição, de acordo com os Biomas, a fitofisionomia e as espécies a serem
usadas.
Aadubação,emgeral,érealizadanaocasiãodoplantio(adubaçãodebase)eperiodicamente
durante os primeiros estágios de desenvolvimento das espécies (adubação de cobertura).
Para solos considerados ácidos, é recomendado realizar a calagem antes de iniciar a
adubação.
Adubação mineral
A adubação mineral refere-se aos sais inorgânicos obtidos por extração ou processos
industriais químicos e/ou físicos. Em geral, são utilizados fertilizantes à base de nitrogênio,
fósforo e potássio. Na adubação de base, o fertilizante é misturado à terra da cova de
plantio. Na adubação de cobertura, o fertilizante é depositado sobre o solo ao redor da
muda. Para que a adubação não favoreça o crescimento de gramíneas e plantas invasoras,
a aplicação do adubo deverá ser realizada após a capina e durante a estação das chuvas
para sua melhor absorção.
Adubação orgânica
A introdução das espécies na área pode ser realizada por meio do plantio de mudas e/
ou pela semeadura direta, de forma manual ou mecanizada. A escolha da melhor forma
depende da acessibilidade da área, recursos financeiros e disponibilidade de mão de obra
e/ou equipamentos.
Plantio de Mudas
O plantio de muda é a ação de colocar a muda na cova ou sulco, já com o solo preparado,
e posteriormente preencher os espaços vazios com solo. O plantio pode ser manual ou
semimecanizado, variando de acordo com o recipiente em que a muda foi produzida.
O plantio manual é mais utilizado para mudas produzidas em sacos plásticos, sendo
recomendado o corte do fundo do saco para evitar que as raízes enovelem (acumulem no
fundo do recipiente), como também a retirada do saco antes de finalizar o plantio.
1) Abra covas ou sulcos; 2) Coloque a muda sem enterrar o colo (ponto de transição entre
caule e raiz; 3) Aperte levemente o solo ao redor da muda para retirar os bolsões de ar e
deixar as mudas firmes; 4) Construa pequenas bacias ao redor da muda, isso vai ajudar a
reter água e reduzir a perda da adubação de cobertura por lixiviação.
Muda
Plantadeira manual
Semeadura direta
Irrigação
É recomendado que a introdução das espécies na área seja realizada no período chuvoso,
reduzindo os custos. Caso não seja possível, é necessário realizar a irrigação desde o dia do
plantio até que as mudas enraízem no solo. Após esse período, a frequência da irrigação vai
depender de vários fatores, entre eles:
• Uso de hidrogel durante o plantio;
• Quantidade e distribuição das chuvas;
• Capacidade de retenção de água no solo;
• Espécies selecionadas.
O replantio é a reposição das mudas que morreram, mas antes de substituir uma muda por
outra é importante verificar:
• A causa da morte (evitar que a muda reposta morra pelas mesmas causas); e
• Se a muda a ser substituída realmente morreu (as mudas podem perder suas folhas
por herbivoria ou em virtude da seca).
A necessidade de reposição geralmente é verificada entre 60 e 90 dias após a introdução
das espécies na área e é realizada quando a mortalidade for superior a 5% do total de cada
espécie plantada. Nesse processo as mudas mortas devem ser substituídas pela mesma
espécie ou pelo mesmo grupo (recobrimento ou diversidade), respeitando a metodologia
de recomposição definida no projeto.
O replantio deve continuar durante todo o período de manutenção do projeto.
Característica Indicadores
Altura do dossel
Número de estratos verticais
Presença de indivíduos emergentes
Estrutura
Densidade total de indivíduos
Cobertura (projeção de copas ou gramíneas so-
bre o terreno)
Formas de vida (presença e proporção entre ár-
vores, arbustos, ervas e trepadeiras)
Grupo sucessional (primárias, secundárias e tar-
Composição dias)
Grupo de plantio (recobrimento e diversidade)
Riqueza de espécies nativas regionais
Riqueza de espécies invasoras e não invasoras
Taxas de recrutamento e mortalidade
Funcionamento Taxa de fixação de carbono
Restabelecimento da fauna
Grau de im-
Indicador Critério Peso
portância
- Riqueza de espécie;
- Diversidade;
- Cobertura de copa;
- Cobertura de gramíneas;
Podem comprometer todo
- Mortalidade das mudas plantadas;
Alto o plantio em curto prazo e 3
- Presença de espécies exóticas inva-
são de difícil correção
sora;
- Distribuição ordenada das mudas
no campo por meio de grupos de
plantio.
Podem comprometer o
- Presença de espécies exóticas não
plantio da áreas em médio
Médio invasoras; 2
prazo e podem sem corrigi-
- Altura das mudas plantadas.
dos.
Não comprometem o plan-
- Presença de espécies incluídas em
Baixo tio, mas são indicadores 1
algum nível de ameaça de extinção.
positivos.
Rendimento
Atividade Condição Opção técnica
operacional
1) Limpeza da área
Corte com machado Baixo
Corte com motosserra Alto
Árvores invasoras --
Manutenção dos resíduos no
local
Subsolador/sulcador Alto
Enxada Baixo
Coroamento Pulverização direcionada de
Alto
herbicida
Sem limpeza --
Média-alta mortal-
Baixo
Replantio idade
Baixa mortalidade Alto
Apesar da importância do uso de indicadores e dos avanços nessa temática, ainda são
necessárias mais pesquisas para estabelecer indicadores confiáveis e seguros com os
respectivos valores de referência esperados nas diferentes etapas do projeto, em relação a
cada situação ambiental e de acordo com a técnica de recomposição utilizada.
Saiba mais
Informações sobre rendimentos operacionais podem ser obtidas nas seguintes
publicações:
- Economia da restauração florestal (Benini e Adeodato, 2017). Disponível em:
https://www.nature.org/media/brasil/economia-da-restauracao-florestal-
brasil.pdf
- Manual para restauração florestal: florestas de transição (Cury e Carvalho,
2011). Disponível em: https://aliancadaterra.org/wp-content/uploads/2015/05/
boas-praticas-05.pdf
- Manual de Restauração Florestal: Um Instrumento de Apoio à Adequação
Ambiental de Propriedades Rurais do Pará (NBL e TNC, 2013). Disponível em:
https://www.nature.org/media/brasil/manual-de-restauracao-florestal.pdf
- Restauração da vegetação nativa no Brasil: caracterização de técnicas e
estimativas de custo como subsídio a programas e políticas públicas e privadas
de restauração em larga escala (Tymus et al., 2018). Disponível em: https://www.
nature.org/media/brasil/restauracao-da-vegetacao-nativa-no-brasil.pdf
TÉCNICO
Planejamento da coleta
Local
Apósdefinirafinalidadedassementes,énecessárioestabelecerolocalondeserãocoletadas
as sementes, sendo importante levar em consideração alguns pontos, principalmente, se o
objetivo for a recomposição da vegetação:
• Bom estado de conservação da área e com grande extensão, cenário que aumenta
a probabilidade de encontrar mais indivíduos de uma mesma espécie em condições
desejáveis;
• Grande diversidade ou variedade de espécies, possibilitando coletar várias espécies
durante uma mesma expedição de coleta no campo; e
• Logística para a coleta: próximo à residência, facilidade no transporte ou ainda quais
serão as estratégias necessárias, caso a coleta seja feita em um local distante.
Após escolher as áreas de coleta e as espécies que se deseja, é preciso identificar as árvores
matrizes onde serão coletadas as sementes ou frutos. É importante escolher matrizes que
sejam árvores adultas, vigorosas, com copa sadia, que não apresentem sinais evidentes de
ataque de pragas e doenças e que não estejam isoladas.
Para identificar corretamente as espécies selecionadas, pode-se:
• Contar com a ajuda de um parabotânico, ou seja, uma pessoa que conheça bem a
flora da região e que consiga identificar as espécies arbóreas de interesse; ou
• Coletar o material botânico (ramos, folhas, flores, frutos e sementes) das árvores
para posterior identificação em um herbário. O armazenamento desses materiais
pode ser realizado em sacos plásticos etiquetados e, quando possível, em prensas.
Diversidade genética é o grau de variedades de genes existente dentro de uma única espécie (animal
ou vegetal). Ela corresponde ao número total de características genéticas na composição genética das
espécies ou subespécies.
- Deiscentes: são frutos que abrem sua estrutura com o objetivo de soltar as sementes para
que elas sejam levadas pelo vento, água ou animais. Esses frutos devem ser colhidos assim
que iniciarem a abertura e levados para um local ventilado para terminar de abrir. São
exemplos: Guaraná (Paullinia cupana var. sorbilis ), Cedro-rosa (Cedrela odorata L.), Ucuuba
(Virola spp. Sumaúma (Ceiba pentandra L.), Mogno (Swietenia macrophylla King.), etc.
- Indeiscentes: são frutos que não se abrem sozinhos, geralmente dispersos pelo vento
ou por animais, podem ser coletados diretamente na árvore ou no chão. São exemplos:
Jatobá (Hymenaea courbaril), Ingá-açu (Ingá cinnamomea Spruce ex Benth) e o Timboril
(Enterolobium contortisiliquum).
Frutos carnosos:
São frutos que apresentam polpa carnosa ou dura envolvendo a semente. Todos os frutos
carnosos são indeiscentes, ou seja, não se abrem naturalmente. São exemplos: Pequiá
(Caryocar villosum (Aubl.) Pers. ) e Ingá (Inga spp.), podendo ser colhidos na árvore ou no
chão.
b) Métodos e materiais
A coleta de sementes pode ser realizada diretamente na árvore ou no chão, no entanto, a
escolha do melhor método vai depender da espécie, altura, forma, acessibilidade da área
e localização da matriz.
Independentemente do método escolhido, é importante limpar a área ou estender uma
lona embaixo da copa da matriz para que os frutos e sementes novos não se misturem com
os antigos.
- Coleta na árvore: esse tipo de coleta apresenta os melhores resultados em relação à
qualidade da semente coletada, entretanto, depende de vários fatores, entre eles: a forma
e a altura da árvore, o tipo de casca, a presença de espinhos, condições físicas do terreno,
o equipamento disponível e o conhecimento técnico do pessoal envolvido na coleta. Em
qualquer caso, sempre que for necessária a escalada da árvore, deve ser realizada por uma
pessoa capacitada e com os equipamentos de segurança adequados.
Os equipamentos mais utilizados são:
a) Podão: Ferramenta de cabo longo com cortador ou gancho na ponta e fácil de usar.
O alcance dos frutos e das sementes é limitado pelo tamanho do cabo.
- Coleta no chão: essa forma de coleta pode ser usada para frutos grandes que caem
próximo à copa e cujas sementes não sejam aladas. Geralmente a colheita é feita quando
os frutos se desprendem da árvore, seja de forma espontânea ou com a ajuda de alguém
ou de alguma ferramenta (podão, estilingue, corda etc.). É recomendado colocar uma
lona embaixo da árvore ou limpar a região para facilitar o recolhimento dos frutos ou das
sementes.
Alguns materiais são fundamentais para levar durante a coleta, são eles: lona, ficha de
coleta, GPS, trena, sacos de ráfia e plástico, tesoura de poda e os materiais direcionados
para o método de coleta escolhido.
NOME CIENTÍFICO:
AMBIENTE GERAL:
LOCAL DA COLETA:
OBSERVAÇÃO
Ficha de coleta
No momento da coleta, não é recomendado coletar todos os frutos e sementes das matrizes,
sendo importante deixar parte desses recursos para a fauna e para a regeneração natural.
As sementes coletadas das matrizes da mesma espécie podem formar os Lotes de
sementes florestais que são definidos como uma quantidade definida de sementes da
mesma espécie, da mesma região e pode ser formado por sementes de uma ou de várias
matrizes.
Obs: É sempre bom avaliar a condição do tempo antes de sair para a coleta: Não é
recomendado coletar durante ou logo depois de uma chuva, como também quando estiver
com muitos relâmpagos e ventos fortes.
c) Equipe
Para realizar a coleta, é sempre importante não estar sozinho, contando sempre com uma
equipe de duas ou mais pessoas e, quando possível, a presença de um parabotânico.
Além de facilitar a coleta, uma equipe formada por mais pessoas possibilita o atendimento
rápido em caso de algum acidente, como torção de membros, picadas de cobras e insetos.
d) Equipamentos de Proteção Individual – EPIs
Durante a coleta de sementes é fundamental utilizar calças, camisa de manga comprida,
botas ou tênis, chapéu, perneiras, capas de chuva, repelentes, protetor solar e óculos de
proteção.
Armazenamento e Embalagens
Armazenamento
Oarmazenamentorefere-seàformadeacondicionarassementesflorestaisemumambiente
controlado até a sua semeadura, preservando, assim, a sua capacidade de germinar,
reduzindo o grau de deterioração devido ao ataque de fungos e microrganismos, como
também garantindo a disponibilidade de sementes durante os anos de baixa produção.
As sementes devem ser armazenadas, de preferência, em câmaras frias e secas, onde
é possível controlar a umidade do ar e a temperatura, reduzindo, assim, alguns dos
fatores que estimulam a germinação. Existem também as câmaras que são frias ou secas
que controlam a temperatura ou a umidade, respectivamente, e geralmente possuem
instalação e manutenção mais baratas que a anterior.
Câmara de armazenamento
TÉCNICO
Os viveiros contam com diversas infraestruturas que vão depender de seu tamanho e
características. Podemos destacar dois tipos de viveiros: os viveiros temporários e os
viveiros permanentes.
Viveiros temporários
Viveiros permanentes
Importante
É importante lembrar que, para a instalação de viveiros permanentes em todo
o território brasileiro, deve-se obedecer à Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003,
regulamentada pelo Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004 (Revogado pelo
Decreto nº 10.586/2020), publicados no Diário Oficial da União. Além disso, para
quem deseja iniciar qualquer atividade relacionada a sementes e mudas, é
aconselhável procurar a orientação do setor de sementes e mudas da
Superintendência Federal de Agricultura de seu Estado. Também, para a
realização de qualquer atividade relacionada a sementes e mudas que vise a
comercialização, é necessário estar inscrito no Registro Nacional de Sementes e
Mudas (Renasem), – com exceções para variedades nativas e crioulas e as
destinadas para troca/venda de povos e comunidades tradicionais e agricultores
familiares entre si –, além do Registro Nacional de Cultivares (RNC).
O viveiro deve ser instalado em local que favoreça o acesso e o escoamento das mudas,
levando em consideração a qualidade das estradas para o trânsito de veículos de grande porte,
principalmente em época chuvosa, quando existe o maior escoamento de mudas devido à
redução de gastos com irrigação no plantio.
TÉCNICO
O viveiro deve ser instalado com o maior comprimento, ficando no sentido leste oeste,
garantindo um ambiente totalmente ensolarado na maior parte do tempo. Outro ponto
importante é a implantação de quebra-ventos que contribuirão para a diminuição do
ressecamento do solo e da transpiração das mudas, além de ser uma barreira para deriva de
defensivos agrícolas de áreas de cultivo próximas ao viveiro. Devem ser plantadas árvores
ou arbustos de rápido crescimento como quebra-vento, sendo este plantado perpendicular
à direção dominante do vento.
2.3.1. Recipientes
Os recipientes são uma estrutura física utilizada para acondicionar o substrato com o
objetivo de cultivar plantas desde a germinação das sementes até a comercialização das
mudas (OLIVEIRA et al., 2016).
Suas principais funções são de suporte do meio de crescimento das mudas e moldagem
das raízes em desenvolvimento, protegendo-as de danos mecânicos, da desidratação e da
incidência de luz, e facilitar o manuseio das mudas até o plantio definitivo (HOPPE et al.,
2004).
A escolha do tipo de recipiente a utilizar depende do objetivo, da escala de produção, do
grau tecnológico do viveiro e do tipo de espécie que deseja produzir. Além disso, o tamanho
do recipiente também irá variar com o objetivo das mudas e a espécie.
Esses recipientes podem ser classificados em duas categorias: degradáveis e persistentes.
Os recipientes degradáveis são aqueles que se degradam facilmente ao longo do tempo
e não são reutilizáveis, podendo ser constituídos de materiais naturais ou artificiais.
Exemplos desses recipientes são o torrão paulista, tubo ou bandeja de papelão, taquara e
tubo de madeira laminada.
Os recipientes persistentes são aqueles feitos com materiais duráveis e que podem
ser reutilizados ou reciclados. Exemplos de recipientes reutilizáveis são os tubetes e de
recipientes recicláveis são as sacolas plásticas.
Existem,basicamente,doismétodosdeproduçãodemudas,aviasexuadaeaviaassexuada.
A via sexuada é feita por meio da germinação de sementes e a via assexuada é realizada
pela propagação vegetativa. Em projetos de recomposição da vegetação nativa, é utilizada
a produção de mudas via sexuada, pois esse método garante uma maior variabilidade
genética.
Propagação Vegetativa é a produção de mudas através de partes de planta já adulta, como a estaquia.
A muda assim produzida é um clone da planta-mãe
2.4.1. Germinação
Boa parte das sementes das espécies, em condições favoráveis, iniciam sua germinação
imediatamente, enquanto algumas outras espécies apresentam dormência em suas sementes.
Dormência é um processo que bloqueia a germinação da semente mesmo em condições ambientais
favoráveis. É uma adaptação para a sobrevivência das espécies a longo prazo, pois mantém as
sementes viáveis por um maior período de tempo (HOPPE et al, 2004).
Com isso, é necessário superar a dormência da semente para ocorrer a germinação com o
procedimento adequado para cada espécie.
A dormência pode ser classificada em endógena ou exógena, sendo que existem casos que as
sementes apresentam os dois tipos combinados.
É importante saber que existem diversos tipos de dormência e que cada uma possui uma forma
diferente de superá-la. A condição de dormência é variável de espécie para espécie e algumas podem
requerer métodos combinados. Caso não sejam adotados os métodos adequados para superar a
dormência, a germinação das sementes pode ser reduzida e irregular.
Para superar a dormência desse tipo de semente é necessário facilitar a entrada de água e
ar dentro da semente, sendo que o método mais comum é raspar a casca da semente até
alcançar a sua parte interna.
Para desgastar o tegumento da semente podem ser usadas lixas, raspagem no concreto,
uso de esmeril ou o uso de tambores com britas ou paredes revestidas por lixa.
Essa raspagem da semente não pode ocorrer na região do hilo da semente, pois isso
aumenta a chance de dano ao eixo embrionário resultando na morte da semente ou na
germinação de plântulas defeituosas (BRANCALION et al, 2015).
Outro método de superar esse tipo de dormência é a utilização do choque térmico, que
consiste na imersão repentina das sementes em água quente e logo em seguida em água
fria, ocasionando a rápida expansão e contração do tegumento, causando microfissuras
que possibilitam a absorção de água pela semente. É recomendado para sementes com
grande superfície de exposição (área de superfície/unidade de massa).
Outra forma de realizar esse procedimento é por meio do uso de produtos químicos, como
ácidos, facilitando a absorção de água e ar pela semente. Esse método é aconselhável para
sementes pequenas pela dificuldade de se manusear as sementes.
Esse tipo de dormência pode ser superado por diversos modos como a adição de hormônios
e fitoreguladores, lavagem das sementes por longos períodos, tratamento térmico, entre
outros (HOPPE et al., 2004).
São substancia sintéticas que interferem na regulação hormonal das plantas, favorecendo ou retardando
processos como o enraizamento, a frutificação, etc
Importante
Caso a semente esteja adequadamente armazenada, a dormência irá cair
progressivamente ao longo do tempo, independentemente do tipo de dormência.
Com isso, um bom armazenamento pode ser uma estratégia eficiente para
a quebra da dormência das sementes, sendo uma das formas mais fáceis de
estimular a germinação (BRANCALION et al., 2015).
2.4.8. Pureza
Os lotes de sementes podem conter pedaços de galhos, folhas secas, sementes de outras
espécies e outros materiais. Com isso, é necessário determinar a pureza através da
quantidade efetiva de sementes da espécie especificada na amostra. Para isso, é necessária
a separação das sementes da espécie do lote dos outros materiais. Depois disso, pesa-se a
quantidade de sementes e a quantidade total de material. Veja o cálculo que determina a
porcentagem de pureza do lote de sementes.
Esse teste serve para estimar o número máximo de sementes que germinam sobre ótimas
condições de temperatura, substrato, umidade e aeração. Os resultados desse teste são
expressos em porcentagem de sementes germinadas.
2.5. Semeadura
A produção de mudas via sexuada acontece pela semeadura das sementes. A semeadura
pode ser classificada em direta ou indireta.
A semeadura direta consiste em colocar as sementes diretamente nos recipientes em que
a muda irá se desenvolver até ser transferida ao campo.
A semeadura indireta ocorre quando as sementes são colocadas para germinar em
sementeiras e após a germinação são transferidas para os recipientes definitivos. Esse tipo
de semeadura é aconselhável para espécies com germinação baixa e irregular.
A sementeira pode conter como substrato 100% de areia lavada e como cobertura das
sementes recomenda-se utilizar esterco de gado bem curtido ou substrato comercial à
base de casca de Pinus sp. compostada (OLIVEIRA et al., 2016). A localização da sementeira
dependerá da espécie considerada, espécies tolerantes à sombra devem ficar em locais
com menos incidência de luz ou cobertas por um sombrite, já espécies pioneiras podem ser
dispostas à incidência de luz. A transferência das mudas da sementeira para os recipientes
definitivos, conhecido como repicagem, é realizada logo após a emergência das plântulas
através da seleção das melhores plântulas.
Para obter sucesso na produção de mudas, devem ser observados fatores como a densidade
de semeadura, época de semeadura e o abrigo dos canteiros.
2.5.2. Época
A época de semeadura, quando possível, deve ser sincronizada com a época em que se
realizará o plantio, ou seja, cada espécie deve ser plantada em um determinado número
de meses antes da estação chuvosa, assegurando que nessa época a muda já esteja pronta.
Dessa forma, a etapa de expedição de mudas deve coincidir com a época de chuvas do
local do plantio.
2.5.3. Abrigo
Mesmo existindo viveiros de diversos tamanhos com diversos objetivos, algumas atividades
são essenciais para o funcionamento do viveiro com objetivo de produzir mudas de
excelente qualidade. Confira as atividades a serem realizadas para que o viveiro produza
mudas com boa qualidade.
Irrigação
Adubação
Deve ser realizado um desbaste para retirar o excesso de plântulas nascidas nos tubetes.
Algumas semanas após o desbaste, as mudas devem ser separadas em tamanho para
melhor controle de qualidade dentro do viveiro e descarte das mudas que não germinaram.
Além disso, durante a seleção, é recomendado ir diminuindo a densidade de mudas nos
canteiros para evitar a competição por luz.
A presença de folhas murchas, amareladas ou cortadas indica que as mudas podem estar
doentes ou então sendo atacadas por alguma praga.
No caso de doença, a redução do sombreamento e da irrigação pode ser suficiente para
a planta se recuperar. Caso não ocorra, poderá ser necessária a aplicação de fungicida
ou algum outro defensivo, mas para isso será necessária a consulta com um profissional
técnico da área.
No caso de ataque de pragas, como pulgões, formigas, cupins, besouros, grilos, gafanhotos,
lagartas, caramujos, e outros, poderá ser usado o controle mecânico, físico ou químico. A
presença de pragas geralmente ocorre em viveiros malcuidados ou em mudas malnutridas.
Além disso, a utilização de canteiros de mudas suspensos pode diminuir a incidência de
pragas, uma vez que a maioria delas está associada ao solo (OLIVEIRA et al., 2016).
Para ervas daninhas, deve ser realizado o controle em todo o viveiro e não apenas no
canteiro de mudas e pode ser realizado o controle tanto manual quanto por meio do uso
de herbicidas (OLIVEIRA et al., 2016).
É recomendada, para todas essas atividades, a consulta de um profissional técnico.
Rustificação
Antes de iniciar o transporte das mudas ao campo, deve-se realizar a seleção das melhores
mudas, pois más condições de desenvolvimento inicial irão refletir em toda a vida adulta
daquela planta. Devem ser selecionadas as mudas saudáveis e com boa aparência. As
mudas que não se enquadram nesse perfil deverão ser descartadas. Mudas doentes, ou
com presença de pragas, ou muito velhas (podem apresentar raízes enoveladas) ou muito
novas (não resistem ao processo de rustificação) terão um desenvolvimento em campo
pouco satisfatório.
Após essa seleção, inicia-se o transporte das mudas para o campo. O tempo de permanência
da muda no viveiro irá depender do desenvolvimento de cada espécie como também da
época em que o plantio das mudas irá ocorrer.
fisiológicas.
A altura da muda é facilmente medida como uma régua. As plantas que possuírem uma
altura menor podem apresentar alguma deficiência nutricional ou estar sendo atacada por
alguma doença ou praga.
Vigor
As medições dos parâmetros fisiológicos não são simples e, às vezes, são até mais
complicados, exemplos deles são o potencial hídrico, estado nutricional, ecofisiologia de
raízes e outros.
Outros
Além desses parâmetros, existem muitos outros que podem ser monitorados para avaliar
as condições e crescimento das mudas. Cabe ao produtor de mudas definir e avaliar quais
são os melhores e mais práticos parâmetros que o viveirista pode medir para acompanhar
o desenvolvimento da muda.
Importante
Para o trabalho em um viveiro florestal, alguns EPIs são importantes. Devido à alta
exposição ao sol, os trabalhadores dos viveiros devem usar roupas que cubram o
todo o corpo, como camisetas de manga comprida, calças, sapatos fechados (de
preferência impermeável), chapéu que cubra o rosto e principalmente protetor
solar. Caso haja uso de herbicidas, fungicidas e outros, os EPIs adequados ao
manuseio destes produtos também devem ser utilizados.
Em relação à ergonomia, o trabalho em posição agachada e o levantamento
de peso do chão pode ser desgastante fisicamente. Com isso, deve ser dada a
preferência da utilização de bancadas elevadas para facilitar o trabalho dos
viveiristas.
T É C N IC O
CAROL
Conforme já colocado nos módulos anteriores, realizar uma recomposição florestal com
vegetação natural em imóveis rurais é uma obrigação legal para os produtores que têm
menos áreas de florestas nativas que o previsto na Lei nº 12.651. O não cumprimento
dessas obrigações pode levar o proprietário a ser penalizado, e pode impedir o acesso ao
crédito rural.
A recomposição também promove a melhora ambiental e ecológica, gerando benefícios
para toda a sociedade, inclusive globalmente, como: manter um ambiente estável, ajudar
a regular o clima, reduzir o impacto de inundações e deslizamentos de terra, melhorar a
quantidade e a qualidade da água, fixar carbono, manter a biodiversidade, a qualidade do
solo e vários outros.
No entanto, apesar dos benefícios serem para muitos, o custo dessa recomposição
recai apenas sobre o proprietário/possuidor rural. E essa atividade pode ser cara. Além
disso, o produtor/possuidor rural pode se ver em uma situação onde, além de gastar na
recomposição, perde parte das suas terras produtivas para a recomposição. Não é de se
estranhar que as iniciativas de recomposição em larga escala geralmente não têm a adesão
de muitos proprietários.
Logo, para cumprir os compromissos que o Brasil assumiu na Convenção do Clima e o
passivo ambiental detectado a partir da Lei de Proteção da Vegetação Nativa, é essencial
que os custos para os proprietários/possuidores rurais sejam menores, que incentive
a promoção de mercados alternativos para os produtos da recomposição e aumente a
renda gerada por esse mercado de forma diferente, sustentável e permanente. A vontade
dos proprietários em fazer isso é ponto crucial para a realização bem-sucedida destas
atividades.
Ainda hoje, a recomposição da vegetação nativa enfrenta muitos desafios, como os altos
custos e a dificuldade de sua implementação. Isso ocorre principalmente pela fragilidade
dos elos que compõem a cadeia. Assim, foram listados alguns dos principais gargalos que
precisam ser superados para fomentar a cadeia de recomposição e que se analisarmos
sob o ponto de vista de oportunidades, podemos nos integrar a algumas ações de forma
empreendedora (Antonielle et al, 2016):
• A demanda ainda é baixa, levando a cadeia a não se desenvolver;
• Não existem sementes em quantidade e qualidade de espécies suficientes para
atender à diversidade de espécies exigidas pelas leis, ou para suprir os modelos com
aproveitamento econômico. Para o caso específico da técnica de semeadura direta,
a principal dificuldade é a falta de sementes disponíveis em grandes quantidades e o
consequente alto custo desse insumo;
• Não existem muitos viveiros de espécies nativas, o que encarece as mudas. Os
viveiros existentes estão mal distribuídos ao longo do território brasileiro;
• Baixa divulgação de conhecimento técnico e científico sobre a recomposição
florestal, produzido por empresas e instituições de pesquisa;
• Falta de informações sobre o comportamento silvicultural das espécies nativas
regionais (quais espécies, como, onde e quando plantá-las nas diferentes regiões);
• Falta de mão de obra capacitada para o plantio das mudas;
• Para modelos com aproveitamento econômico, a irregularidade no crescimento
das espécies nativas por conta do uso de matrizes sem melhoramento genético
representa uma incerteza sobre a produtividade; e
• Ausência ou dificuldade de acesso a incentivos financeiros e outras contrapartidas
econômicas voltadas a projetos de recomposição florestal.
A resolução desses gargalos contribuiria consideravelmente para a estruturação da cadeia
de recomposição e, consequentemente, para redução dos custos da atividade.
Implantação de viveiros
Os viveiros florestais não são importantes apenas pela parte ambiental, na produção
de mudas, mas também tem seus reflexos econômicos e sociais, já que essa atividade é
intensiva em mão de obra, e movimenta valores financeiros por vezes elevados.
Dependendo da escala dos projetos de recomposição, os responsáveis geralmente optam
por investir na estruturação de viveiros próprios, ao invés de comprarem mudas, muitas
vezes porque faltam sementes e mudas de qualidade no mercado da recomposição.
Nesse sentido, cada bioma apresenta desafios específicos. Na Amazônia, por exemplo, os
viveiros familiares e comunitários são muito mais efetivos e adequados do que grandes
viveiros nos centros urbanos, devido às longas distâncias e às dificuldades de transporte.
A participação de agricultores familiares em redes de sementes e viveiros comunitários é
uma alternativa importante, já que possibilita a diversificação nas atividades produtivas
e na renda familiar. Uma rede de pequenos viveiros integrados, ou um grande viveiro
ligado aos coletores locais, utilizando as sementes deles, pode ser alternativa tanto para
a geração de renda quanto para a oferta de mudas. No entanto, antes de investir nesta
atividade, é bom se certificar de que existe um bom mercado local no raio de atividade do
viveiro pretendido.
A recomposição florestal é uma atividade que gera muitos empregos devido à alta taxa
de uso da mão de obra em praticamente todas as etapas, como coleta de sementes,
produção de mudas, operações de plantio, a manutenção das áreas e a exploração dos
produtos florestais. O preparo das áreas, plantio e manutenção é o serviço operacional
que apresenta maiores dificuldades devido à sua baixa oferta de mão de obra com
conhecimento específico destas as atividades.
A escassez de mão de obra frequentemente tem gerado perdas de mudas antes e após o
plantio das áreas, pela dificuldade de manutenção. Isto é tão grave que tem gerado perdas
no campo que muitas vezes ultrapassam 90% das mudas plantadas (BENINI et al., 2016).
A baixa oferta de mão de obra para esta atividade está relacionada com o alto custo nas
atividades agrícolas. Só que estas últimas têm perspectivas claras de retorno econômico,
o que geralmente não ocorre ou não é facilmente percebida na recomposição. Assim, os
produtores rurais priorizam a aplicação da mão de obra no setor agrícola, em que o retorno
econômico é mais seguro.
Há serviços que ocorrem na recomposição que são comuns nas atividades agrícolas, como
capina, coroamento, construção de cercas. Mas existem partes mais específicas, como
reconhecer as mudas em campo, tanto na hora do plantio como no coroamento, prevenção
contra ataques de formigas, identificar quando se faz necessário o suporte de condução
das mudas para evitar seu tombamento, entre outras, que nem sempre os trabalhadores
existentes no local estão capacitados para realizar.
A oferta de insumos para os plantios, como adubação, equipamento, transporte apropriado
de mudas, etc., uma vez que a cadeia da recomposição florestal esteja instaurada
localmente, também pode se constituir numa oportunidade de geração de renda.
Outro ponto da cadeia de recomposição que demanda mão de obra, nem sempre
disponível, é a elaboração de projetos, a assistência técnica antes, durante e depois do
plantio, capacitação dos atores da cadeia, previsão de custos e outros.
Este bloco refere-se aos produtos florestais que são produzidos nas áreas recompostas. No
caso de recomposição com fins comerciais, aplicam-se as mesmas observações relativas
aos sistemas agroflorestais, ou seja, deve haver mercado próximo para estes bens. Por
exemplo, se não houver serrarias próximas, o custo de transporte da madeira retirada
da área pode inviabilizar a venda dessa madeira – a menos que seja das espécies mais
valorizadas. Para não madeireiros, por exemplo, se não houver comprador próximo para
espécies medicinais, essas plantas deveriam ser secas, de forma apropriada, antes da
venda. É importante que o proprietário/possuidor rural reflita se deseja arcar com essa
atividade.
Para além da existência de mercado, é importante ressaltar que os projetos de
recomposição, principalmente os que também têm geração de renda como propósito,
devem, obrigatoriamente, serem desenvolvidos visando atender aos interesses do
proprietário e suas necessidades, respeitando a lei. É importante que, no caso da reserva
legal, ele escolha as áreas das quais pode abrir mão de que sejam áreas agrícolas na
propriedade, e que queira trabalhar com os produtos e espécies selecionados. Nas palavras
de Brancalion et al., (2015), “É preciso que empresas ambientais, ONGs e Governo deixem
de enxergar esses proprietários de forma utilitarista, ou seja, como alguém que vai apenas
ceder a terra para se realizarem ações que sirvam aos interesses destes grupos, mas de fato
integrem o proprietário como verdadeiro parceiro e beneficiário”. Para que isso ocorra, o
proprietário tem de participar das decisões, e avaliar as alternativas técnicas, financeiras
que estão sendo apresentadas e outras, para que a recomposição aconteça na escala
assumida como um compromisso pessoal. É bom lembrar que a recomposição florestal
proporciona benefícios para a sociedade como um todo, não apenas para o proprietário/
possuidor da área onde ela acontece.
Os produtos florestais oriundos da recuperação podem ser produtos madeireiros e não
madeireiros, e serão tratados a seguir, por terem legislação diferente.
São os produtos obtidos do lenho das árvores, sejam para uso como madeira, energia,
processamento e vários outros fins. Podem ser de espécies nativas ou exóticas, sendo
que em APP apenas as propriedades com até quatro módulos fiscais e territórios de uso
coletivo de povos e comunidades tradicionais podem plantar exóticas, em até 50% da área
e intercalada com espécies nativas, devendo haver um bom manejo de solo e água. Em
reserva legal, a recomposição pode ser realizada contendo até 50% de espécies exóticas,
sem restrição do tipo de proprietário.
As espécies mais plantadas no Brasil para fins madeireiros são pinheiros e eucaliptos, mas
o pinheiro é uma espécie invasora agressiva, e não deve ser utilizada na recomposição.
O eucalipto é uma espécie exótica, seu plantio está submetido às restrições legais de uso
de exóticas em Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente. No entanto, é uma
espécie de rápido crescimento, com mudas muito baratas, cuja madeira tem muitos usos,
tanto em cidades quanto no meio rural, e que já tem uma silvicultura bem desenvolvida.
Desta forma, pode ser usada como pioneira nos plantios de recomposição, ou mesmo para
melhorar o solo antes, já que bem escolhida a espécie e variedade, pode crescer bem em
solos degradados. Ainda, tem venda quase que garantida, ajudando a diminuir o custo
da recomposição e desmitificando que a área recomposta é uma área economicamente
perdida para o produtor rural.
Em relação às espécies nativas para a produção madeireira, quando da escolha das
espécies, alguns cuidados devem ser tomados para decidir o que plantar. Primeiro, deve
ser uma espécie que seja viável em plantios, inclusive formando tronco retilíneo (várias
espécies madeireiras só formam um tronco retilíneo se crescerem em florestas), a madeira
deve ter mercado local, ou ser valiosa o suficiente para valer à pena o transporte para
localidades mais distantes, como o jacarandá da Bahia (Darlbergia nigra), o pau-brasil
(Caesalpinia echinata), e o mogno (Swietenia macrophylla), deve haver mudas de qualidade
disponível, e a espécie deve crescer bem no local de plantio. Nem todas as espécies vão se
desenvolver bem, principalmente se o regime de chuva do local for diferente do local de
origem da espécie.
Caso a retirada de madeira de espécies nativas seja um dos objetivos da recomposição, é
importante registrar o projeto junto aos órgãos ambientais competentes, de forma que o
corte e transporte desta madeira sejam autorizados depois.
É bom lembrar que não pode haver a retirada de madeira em áreas de Preservação
Permanente, mesmo que recuperadas, com exceção de alguns casos muito específicos
para agricultores familiares e quando declarados como de interesse social e baixo impacto.
Neste último módulo, falamos sobre a geração de renda pela recomposição florestal, sua importância
para o sucesso da recomposição em larga escala, além das cadeias produtivas florestais, gargalos da
cadeia de recomposição florestal e as soluções para os gargalos.
ANTONELLI, L., SARTORELLI, P., COSTA, K. e BASSO, L. Restauração Florestal em Cadeias Agropecuárias
para a adequação do Código Florestal. INPUT &AGROICONE, São Paulo, 2016. 86 p. Disponível em < https://
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AQUINO, F. G.; ALBUQUERQUE, L. B.; ALONSO, A. M.; LIMA, J. E. F. W.; SOUZA, E. S. Cerrado: Restauração de
Matas de Galeria e Ciliares. Embrapa, Brasília, 2012. 42 p.
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BENINI, R. DE M., SOSSAI, M.F., PADOVEZI, A. E MATSUMOTO, M.H. Mudanças no Código Florestal Brasileiro:
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