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Editado por
Carlos Galindo-Leal e
Ibsen de Gusmão Câmara
Belo Horizonte
2005
Título original: The Atlantic Forest of South America: biodiversity status,
threats, and outlook. Washington: Island Press, Center for Applied Biodiversity
Science at Conservation International. 2003.
Copyright © 2003 por Conservation International
I. INTRODUÇÃO
1. Status do hotspot Mata Atlântica: uma síntese .............................. 3
Carlos Galindo-Leal e Ibsen de Gusmão Câmara
2. Estado dos hotspots: a dinâmica da perda de biodiversidade ...... 12
Carlos Galindo-Leal, Thomas R. Jacobsen,
Penny F. Langhammer e Silvio Olivieri
II. BRASIL
3. Dinâmica da perda da biodiversidade na Mata Atlântica
brasileira: uma introdução ...................................................... 27
Luiz Paulo Pinto e Maria Cecília Wey de Brito
4. Breve história da conservação da Mata Atlântica ...................... 31
Ibsen de Gusmão Câmara
5. Estado da biodiversidade da Mata Atlântica brasileira ............... 43
José Maria Cardoso da Silva e Carlos Henrique M. Casteleti
6. Monitoramento da cobertura da Mata Atlântica brasileira
Márcia Makiko Hirota ............................................................... 60
7. Prioridades de conservação e principais causas da perda de
biodiversidade nos ecossistemas marinhos ................................. 66
Silvio Jablonski
8. Espécies ameaçadas e planejamento da conservação ................... 86
Marcelo Tabarelli, Luiz Paulo Pinto, José Maria Cardoso da Silva
e Cláudia Maria Rocha Costa
vi Sumário
III. ARGENTINA
13. Dinâmica da perda da biodiversidade na Mata Atlântica
argentina: uma introdução ...................................................... 139
Alejandro R. Giraudo
14. Breve história da conservação da Floresta do Paraná ............... 141
Juan Carlos Chebez e Norma Hilgert
15. Status da biodiversidade da Mata Atlântica de Interior da
Argentina ................................................................................. 160
Alejandro R. Giraudo, Hernán Povedano, Manuel J. Belgrano,
Ernesto R. Krauczuk, Ulyses Pardiñas, Amalia Miquelarena,
Daniel Ligier, Diego Baldo e Miguel Castelino
16. Ameaças de extinção das espécies-bandeira da
Mata Atlântica de Interior ....................................................... 181
Alejandro R. Giraudo e Hernán Povedano
17. Perspectivas para a conservação de primatas em Misiones ....... 194
Mario S. Di Bitetti
18. A perda da sabedoria Mbyá: desaparecimento de um
legado de manejo sustentável ................................................... 200
Angela Sánchez e Alejandro R. Giraudo
19. Raízes socioeconômicas da perda da biodiversidade em
Misiones .................................................................................. 207
Silvia Holz e Guillermo Placci
Sumário vii
IV. PARAGUAI
23. Dinâmica da perda da biodiversidade na Mata Atlântica
paraguaia: uma introdução ...................................................... 267
José Luis Cartes e Alberto Yanosky
24. Breve história da conservação da Mata Atlântica de Interior ... 269
José Luis Cartes
25. Status da biodiversidade da Mata Atlântica de Interior do
Paraguai ................................................................................... 288
Frank Fragano e Robert Clay
26. Aspectos socioeconômicos da Mata Atlântica de Interior ........ 308
Ana Maria Macedo e José Luis Cartes
27. O aqüífero Guarani: um serviço ambiental regional ............... 323
Juan Francisco Facetti
28. Capacidade de conservação na Mata Atlântica de Interior
do Paraguai .............................................................................. 326
Alberto Yanosky e Elizabeth Cabrera
V. QUESTÕES TRINACIONAIS
29. Dinâmica da perda da biodiversidade: uma introdução
às questões trinacionais ............................................................ 355
Thomas R. Jacobsen
30. Espécies no limiar da extinção: vertebrados terrestres
criticamente em perigo ............................................................ 358
Thomas Brooks e Anthony B. Rylands
31. Reunindo as peças: a fragmentação e a conservação
da paisagem ............................................................................. 370
Carlos Galindo-Leal
viii Sumário
VI. CONCLUSÃO
39. Perspectivas para a Mata Atlântica ........................................... 459
Carlos Galindo-Leal, Ibsen de Gusmão Câmara e
Philippa J. Benson
Perda de hábitat
A construção de represas e a conseqüente inundação de grandes áreas de terra
resultam em significativa perda de hábitat. As represas também isolam os
413
414 QUESTÕES TRINACIONAIS
0º
Represa
Rio Curuá-Una
N Represa Balbina 40º W
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Tucuruí
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Represa
Itaipu
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Represa Represa
Yacyretá Tijuco Alto
Represa
Urugua-í
guai Rios
ru Fronteiras internacionais
U
ARGENTINA Represas mencionadas no texto
io
R
Figura 35.1. Localização das principais represas hidrelétricas do hotspot Mata Atlântica e de
outras mencionadas no texto.
São Paulo
Juguiá
Tijuco
Alto
ra
ei Registro
Rib
Paraná
Curitiba Cidades
Cidades
Iguaçu
Represas propostas
Represas propostas
Represas existentes
Represas existentes
Cobertura florestal
Cobertura florestal
Rios
Rios
26 S 26 S
Limites estaduais
Limites estaduais
Santa 48 W 48 W
Catarina 30 30 0 30 30 60 km
0 60 km
Jaraguá do Sol
a a
Itaipu zú
Igua
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Urugua-í
PARAGUAI
San Pedro
ná
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i oP ARGENTINA
R
Corpus Christi
es
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Yacyretá ss
Mi
Posadas
Cidades Roncador/
Represas propostas Parambí
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Represas existentes io U
R
Cobertura florestal
BRASIL
Rios
Garabi
40 0 40 80 km
B b
Localização das represas segundo Eletrobrás (1999). Dados de cobertura florestal segundo
Fundação SOS Mata Atlântica (Brasil), Fundación Moisés Bertoni (Paraguai) e Fundación
Vida Silvestre Argentina (Argentina).
Figura 35.2. Represas hidrelétricas propostas nas regiões sudeste (a) e sudoeste (b) do hotspot
Mata Atlântica.
Bloqueio da migração
Os reservatórios impedem os movimentos e as migrações de espécies, tanto
aquáticas quanto terrestres. Animais terrestres cujos hábitats foram isolados e
fragmentados por uma represa podem não ser capazes de nadar através do
reservatório até outras porções de hábitat. As represas impedem a migração de
peixes e mudam a composição de espécies e a estrutura biótica das comunidades
à jusante, interrompendo ou impedindo os padrões de fluxo regular dos rios
(Petts, 1984; Walker, 1985; Dudgeon, 1992). Muitas espécies de peixes
dependem dos padrões de fluxo regular para migração, alimentação e reprodução.
As “escadas de peixes” foram anunciadas como uma solução para restaurar os
padrões de migração de muitas espécies, mas tiveram sucesso limitado. As
“escadas de peixes” ou “elevadores” instalados na represa de Yacyretá, no rio
Paraná, a um custo de US$30 milhões, por exemplo, foram baseadas em um
modelo usado para o salmão e inadequado para muitas espécies do rio Paraná
que viajam rio acima e rio abaixo (McCully, 2001).
Desaparecimento de tesouros
Na Mata Atlântica, a perda e a alteração de hábitats que acompanham a
implantação de represas levaram várias espécies ao limiar da extinção. No início
de 1997, ornitólogos brasileiros descobriram uma nova espécie de ave que habita
gramíneas altas de áreas úmidas. O macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis)
foi descoberto em três localidades ao longo do rio Iraí, no leste do estado do
Paraná (Bornschein et al., 1998). A descoberta dessa ave coincidiu com os planos
de fechamento da represa do rio Iraí, em 1998, que inundou o hábitat de área
úmida único do macuquinho-da-várzea. A proteção da espécie foi defendida com
base em diversas razões: populações pequenas existem apenas em algumas poucas
áreas extremamente fragmentadas, pouco é conhecido sobre sua história natural,
seu hábitat está em declínio contínuo e também abriga outras espécies
418 QUESTÕES TRINACIONAIS
Impactos sociais
Os efeitos sociais das represas podem ser tão dramáticos quanto os impactos
ambientais. A conseqüência mais complicada é o reassentamento forçado de
centenas, e às vezes milhares, de pessoas tiradas de seus lares, que freqüentemente
acompanha os projetos das represas. Os efeitos secundários, que incluem o
aumento da incidência de doenças e o prejuízo à subsistência, podem
desestruturar seriamente as instituições sociais. A população, infelizmente, não
tem uma história bem sucedida de oposição aos projetos de construção de
represas que a afetam negativamente.
Impactos das represas na biodiversidade da Mata Atlântica 419
Desalojamento e reassentamento
A hidrelétrica de Tucuruí, no Amazonas, trouxe custos ambientais e sociais
extremamente altos (Fearnside, 1999, 2001). Mais de 30 mil pessoas foram
deslocadas de seus lares (Magalhães, 1990) e, apesar das promessas de reassenta-
mento, 1.500 famílias continuavam sem teto um ano após a conclusão do
projeto (Teixeira, 1996). Na Mata Atlântica, a hidrelétrica de Yacyretá já desalo-
jou cerca de 30 mil pessoas, mas o número pode aumentar para 50 mil se o reser-
vatório for preenchido até os projetados 83m acima do nível do mar (IRN, 2001).
O reassentamento, quando ocorre, é realizado freqüentemente longe do rio
que servia como meio de subsistência para a população, afetando sua cultura e
seu estilo de vida e, potencialmente, causando estresse psicológico. Em todo o
Brasil, as represas expulsaram cerca de 1,5 milhão de pessoas de seus lares e de
seus modos de vida (IRN, 1997). Anos depois de concluídas as represas, as
famílias ainda esperam, das autoridades do setor energético, pela compensação,
na forma de terra ou dinheiro.
Doenças
O papel das represas na disseminação de doenças é um impacto social fre-
qüentemente subestimado. Insetos, caramujos e outros vetores de parasitas e
doenças relacionadas com a água desenvolvem-se nos hábitats criados pelo enchi-
mento dos reservatórios e pelos sistemas de irrigação (McCully, 2001). A cons-
trução de represas é grandemente responsável pela disseminação da esquistosso-
mose em novas regiões e pelo rápido aumento do número de pessoas infectadas
(McCully, 2001). Essa doença é causada por um platelminto do gênero
Schistosoma transmitido por três espécies de caramujos de água doce (ver Capí-
tulo 33). A doença ocorre em 70 países e afeta mais de 200 milhões de pessoas.
O aumento das águas paradas e outras alterações ambientais que resultaram
da construção da hidrelétrica de Yacyretá, na região da Mata Atlântica,
promoveram um acréscimo da incidência da dengue, da hantavirose, da
leishmaniose e da febre amarela, além da malária e da esquistossomose.
Política e economia
As represas são freqüentemente divulgadas como ferramentas de desenvolvi-
mento econômico, e o empenho político a favor delas pode ser imenso. No
entanto, seus custos de construção, que são geralmente subestimados, somados
aos custos ambientais, que raramente são avaliados corretamente (quando o são),
tornam as represas um veículo ineficiente de estímulo econômico.
Tabela 35.1. Custo real e estimado e área inundada de quatro grandes represas (capacidade
instalada = l0Mw) no Brasil, no Paraguai e na Argentina.
Tabela 35.2. Atividades de mitigação realizadas para compensar alguns dos impactos
ambientais das represas, em comparação com seu efeito real (Fearnside, 1989; Cardenas,
1986).
"Salvamento" de fauna. Envolve a (a) Animais "salvos" são forçados a competir com grupos
remoção da vida silvestre (a) para já presentes, resultando em declínio da população; (b) as
fora da área inundada pelo reservas podem não apresentar o tipo correto de hábitat; a
reservatório ou (b) para reservas de qualidade da terra é inferior ao hábitat original. Não são
vida silvestre. realizados estudos de acompanhamento.
Construção de escadas para peixes As escadas não são viáveis para algumas espécies de peixes
para permitir a passagem deles pequenos, não são instaladas de forma ampla e sua eficácia
através da barragem. é desconhecida. Algumas escadas na América do Sul foram
projetadas com base nas necessidades ecológicas do salmão
e não atendem às necessidades das espécies locais.
Promoção do “desenvolvimento”
Apesar de seus custos ambientais, sociais e econômicos, as hidrelétricas
continuam a ser construídas em grande número, visto que os líderes políticos
acreditam que projetos hidrelétricos são a forma de “desenvolver” seus países e
dão pouca atenção às suas conseqüências a longo prazo. Uma vez que um projeto
é iniciado, ele quase nunca é abortado. O dinheiro é injetado continuamente nos
custos de construção e, uma vez que os planejamentos são definidos, o projeto é
visto como irreversível. Os políticos são proponentes freqüentes das represas,
devido à quantidade massiva de trabalho requerido para construí-las, gerando
milhares de empregos. Uma pressão adicional a favor da construção das
hidrelétricas é feita pelos “barrageiros”, ou construtores de represas, que estão
interessados em garantir sua renda. Os construtores gozam de alto status social,
de confortáveis alojamentos fornecidos na localização de cada projeto e de escolas
separadas daquelas dos residentes de classes sociais inferiores (Fearnside, 1989;
Fearnside e Barbosa, 1996).
Projetos de represas
Inúmeros novos projetos de hidrelétricas foram propostos e trarão sérios
impactos para os fragmentos remanescentes da Mata Atlântica (Figura 35.2).
Outros estão em estágio avançado de planejamento ou em estágio inicial de
construção. Em particular, a hidrelétrica de Corpus Christi, no rio Paraná, ao
longo da fronteira entre a Argentina e o Paraguai, inundará mais de 90km2 na
província de Misiones. A realização desse projeto parece iminente, apesar da
oposição pública generalizada. A hidrelétrica de Garabí, no rio Uruguai, na
fronteira entre a Argentina e o Brasil, ameaça inundar pelo menos 300km2 no sul
de Misiones. A hidrelétrica de Roncador, também no rio Uruguai, é outra
ameaça para a biodiversidade da região (ver Capítulo 19). Embora a Argentina
esteja vivendo um aumento da demanda de eletricidade, o maior usuário dos
recursos de energia hidrelétrica de Misiones será provavelmente o Brasil, que está
vivendo uma severa crise de escassez de eletricidade.
No Brasil, novas hidrelétricas foram propostas em toda a região da Mata
Atlântica. Muitas delas seriam localizadas em alguns dos maiores fragmentos
florestais remanescentes do hotspot, ou em áreas adjacentes a eles, principalmente
nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro (Figura 35.2). Entre as mais
preocupantes estão as hidrelétricas planejadas para o Vale do Ribeira de Iguape,
incluindo a hidrelétrica de Tijuco Alto, em São Paulo. Em março de 2001, as
famílias da região protestaram contra a decisão do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de conceder a licença
ambiental para a Tijuco Alto (ENS, 2001). Mais de 1.500 brasileiros reuniram-
se em um grande protesto no Ministério da Energia, no Dia Internacional da
Ação contra Represas. As organizações sociais e ambientais continuam a opor-se
à construção da hidrelétrica no Vale do Ribeira de Iguape.
Melhores práticas
As lições aprendidas sobre o impacto das hidrelétricas existentes na
biodiversidade e nas comunidades humanas são essenciais para avaliar os
impactos potenciais daquelas que estão sendo propostas. No futuro, todo esforço
deve ser realizado para evitar a construção de hidrelétricas em áreas altamente
sensíveis, como os fragmentos florestais de tamanho considerável nos hotspots de
biodiversidade ou os últimos hábitats remanescentes de comunidades e espécies
ameaçadas. Avaliar as hidrelétricas existentes também é necessário porque, em
muitos casos, elas podem ser administradas de forma a reduzir os impactos
ambientais. Em outros casos, o desativamento pode ser seguro e prático, dado o
tremendo custo de manutenção das hidrelétricas. A melhor estratégia, em uma
perspectiva proativa, é buscar fontes alternativas de energia – como a eólica, a
solar e a proveniente de células de hidrogênio – e melhorar a eficiência na
produção e no consumo atual de energia, por meio de avanços tecnológicos
(McCully, 2001).
Embora as hidrelétricas tenham sido responsáveis por enormes impactos
ambientais e sociais em todo o mundo, elas também fornecem eletricidade,
424 QUESTÕES TRINACIONAIS
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