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Olá! Eu sou o Carlos. Sou técnico extensionista e irei acompanhá-los neste curso. Vamos
tratar do manejo florestal e das principais boas práticas exigidas pela legislação e pelo
mercado.
A Bruna, analista ambiental do ICMBio, irá nos orientar sobre a parte burocrática do
planejamento da atividade de Manejo Florestal Sustentável. Também contaremos com
o apoio do Seu Raimundo, mais conhecido como Seu Raí, técnico de Segurança do
Trabalho que já acompanhou vários planos de manejo.
Florestas boreais são aquelas mais próximas aos polos, em regiões frias e com neve na maior parte
do ano. Devido às baixas temperaturas, sua vegetação é pouco diversificada, sendo constituída
principalmente por coníferas (abetos e pinheiros). Essas florestas são encontradas principalmente
no norte do Alasca, Canadá, sul da Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia, Sibéria e Japão.
A Floresta Boreal da Sibéria, também conhecida como Taiga Siberiana, é quase três vezes maior que
a Floresta Amazônica.
Saiba Mais
A queda das folhas está associada a uma adaptação das plantas na defesa
contra a seca fisiológica, uma vez que o inverno (nas regiões temperadas), que
dura cerca de três meses, é bastante rigoroso e a água congela no solo. As
árvores que apresentam esta característica são chamadas de caducifólias.
As florestas tropicais ocorrem nas regiões entre os trópicos, que se caracterizam por uma maior
incidência de luz solar, predominando altas temperaturas e umidade. Essas florestas apresentam
alta diversidade de espécies. São encontradas principalmente na América Central, na América do
Sul, na África e no sudeste Asiático.
Saiba Mais
A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, com área de mais
de 5.500.000 km , estando presente em 8 países da América do Sul (Brasil,
Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia) e no território
da Guiana Francesa. No Brasil, ela ocupa quase a metade do território.
Que interessante! Estou tão Tenho tratado disso com os meus Foi bom ter chamado a
acostumado aqui com a alunos. Mas eu quero aprender atenção de vocês. Mas
nossa floresta que nem me muito mais sobre como podemos vamos ver um pouco mais as
dava conta dessa variedade. ser beneficiados com as florestas. características das florestas
tropicais, que é a que temos
aqui?
As florestas tropicais são divididas em três categorias: florestas tropicais secas, florestas tropicais
estacionais e florestas tropicais úmidas (FAO, 2012).
As florestas são formadas por milhares de espécies vegetais que apresentam diferentes tamanhos,
formas e funções dentro do ecossistema florestal. Em relação ao tamanho e forma dessas espécies,
podemos dividir a floresta em quatro estratos (altura): herbáceo, sub-bosque, dossel e emergente.
Sub-bosque: conjunto de
plântulas e plantas jovens
que crescem abaixo do dossel
florestal.
Densidade: número de indivíduos por unidade de área, por exemplo, número de árvores por
hectare.
Distribuição diamétrica: distribuição do número de árvores por hectare, por espécie e por
classe de DAP.
Mosaicos
Importante
Entender a estrutura espacial das espécies arbóreas dentro da floresta ajuda
no planejamento do manejo florestal, evitando a exploração excessiva de
determinada espécie e, consequentemente, sua extinção dentro da área de
manejo.
Florestas
tropicais
no Brasil
A Amazônia Legal representa 59% do território brasileiro, distribuídos por 775 municípios,
onde vivem, segundo a projeção de 2017 do IBGE, mais de 28 milhões de pessoas
(aproximadamente 13% da população brasileira).
A região é compreendida pela bacia do rio Amazonas, a mais extensa do planeta, formada por
25 mil km de rios navegáveis, em cerca de 6,9 milhões de km , dos quais aproximadamente
3,8 milhões de km estão no Brasil. A bacia escoa 20% do volume de água doce no mundo.
O clima predominante é quente e úmido, com temperatura média de 25°C, com chuvas
bem distribuídas ao longo do ano.
Das formações florestais vistas anteriormente, segundo dados do IBGE (2012), a floresta
amazônica é caracterizada pela presença de:
Também conhecida como floresta tropical úmida ou pluvial, é a formação com maior presença
dentro da floresta amazônica e é caracterizada pela existência de árvores de grande porte. Essa
formação florestal é subdividida em cinco categorias, de acordo com as variações das faixas de
altitude: Altomontana, Montana, Submontana, Terras Baixas e Aluvial.
Apresenta um dossel mais aberto devido ao maior espaçamento entre as árvores, grande
presença de cipós, palmeiras, bambus ou sororocas2.
2
Planta da família Musaceae, mesma das bananeiras.
Também conhecida como caatinga da Amazônia e caatinga-gapó, ocorre no alto rio Negro
(noroeste do Amazonas) e no médio rio Branco (sul de Roraima). Essa formação se diferencia da
floresta ombrófila por apresentar um porte menor das árvores com troncos mais finos.
Campinarana arborizada
Saiba Mais
Além dessas formações florestais, também é possível encontrar dentro da floresta amazônica
áreas com vegetação que sofreram distúrbios feitos pelo homem, como vegetação
remanescente em mosaicos em que pelo menos uma formação seja florestal, vegetação
secundária em áreas florestais e reflorestamento.
Sendo assim, vem se buscando alternativas para reverter este quadro de desmatamento,
principalmente por meio do uso sustentável da floresta. Nesse cenário, o manejo florestal
sustentável é uma alternativa que traz desenvolvimento econômico para a população que
reside na floresta junto com a manutenção da floresta em pé, por meio de práticas de colheita
de baixo impacto.
VENEZUELA VENEZUELA
COLÔMBIA COLÔMBIA
RR AP RR AP
EQUADOR EQUADOR
AM AM
PA MA PA MA
PI PI
AC AC
RO RO
PERU TO PERU TO
BA BA
MT MT
DF DF
GO GO
BOLÍVIA MG BOLÍVIA MG
MS MS
SP RJ SP RJ
PR PR
“Mais de 1,6 bilhão de pessoas dependem da floresta em diversos níveis para sobreviver.
Aproximadamente 60 milhões de indígenas são quase totalmente dependentes das
florestas. Em torno de 350 milhões de pessoas que vivem dentro ou perto de florestas densas
dependem dela em um alto grau para subsistência e renda. Em países em desenvolvimento,
aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas dependem de sistemas de produção agroflorestais
que ajudam a sustentar a produtividade agrícola e geração de renda. Em todo o mundo, as
indústrias de base florestal empregam mais de 60 milhões de pessoas. Mais de 1 bilhão de
pessoas no mundo dependem de medicamentos derivados de plantas presentes em florestas
para suas necessidades médicas.” (BANCO MUNDIAL, 2004).
ATE
R
Povos
TÉCNICO
da
Floresta
Dona Bené e Seu Raimundo, os Povos da Floresta são grupos sociais que utilizam os recursos
naturais provenientes da floresta e dos rios para sua sobrevivência sem destruí-los, assim
como a comunidade de vocês. Eles baseiam seu modo de vida da extração de produtos
como a borracha, a castanha, óleos vegetais, entre outros, e dedicam-se à caça, à pesca não
predatória e à agricultura de subsistência.
ATER
ATE
R
TÉCNICO
Povos
da
Floresta
Atualmente, com cerca de 28 milhões de pessoas vivendo nos nove estados da Amazônia
Legal, a densidade demográfica é de cerca de 5,4 habitantes por km , com mais da metade
da população vivendo em centros urbanos. Manaus é considerada a maior cidade da
Amazônia, de acordo com a projeção do IBGE da população em 2017(a), com mais de 2,1
milhões de pessoas.
Como podemos observar, a formação da população
da Amazônia, assim como a brasileira, preserva
ainda hoje características da grande variação de seus
diversos povos.
Saiba Mais
Há uma grande diversidade entre os povos e comunidades tradicionais que habitam
a Amazônia Brasileira. Os Povos Indígenas da Amazônia pertencem a mais de 200
povos distintos (incluindo tribos isoladas), cada uma com sua própria cultura e modo
de relação com o ambiente. Além dos povos originários, existem os quilombolas,
seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco-de-babaçu e ribeirinhos, também
com conhecimentos, práticas e culturas bem diversas entre si.
Povos
Indígenas
Encerramento do módulo 1
Estemódulofoifundamentalpara
expor as questões conceituais de
floresta, além da caracterização
do bioma e das pessoas que aqui Lembrem-se
habitam. de realizar os
exercícios.
Até mais!
No próximo módulo,
vamos abordar mais
tópicos relacionados
às atividades dentro
das florestas.
Floresta
Sabemos que as florestas são essenciais para a terra como um todo. Falar da importância
das florestas não envolve somente nós humanos, mas também sua relevância como um
elementofundamentaldonossoecossistema,comoprotetorasdosoloedabiodiversidade3,
como influência fundamental na regulação das chuvas, na regulação do ciclo de nutrientes
em nível global, dentre muitos outros serviços.
3
Biodiversidade é a variedade de formas de vida, animal, vegetal, bacteriana, fúngica e
demais organismos existentes em determinado local. A diversidade entre as espécies, como
variedades de mandioca, e genética, também faz parte da atividade.
A vegetação nativa é parte importante das relações dos povos e comunidades tradicionais e
agricultores familiares com seus territórios. Para além de um pedaço de terra, estes territórios
são o local onde estas populações existem, se reproduzem, produzem e vivem. Assim, as
florestas públicas comunitárias, as propriedades da agricultura familiar e demais territórios
ocupados por povos e comunidades são de importância crucial.
• Madeira para lenha e construção de casa e barcos, para cercas e cochos, para
casas de farinha e jiraus.
• Plantas para remédio e comida, para fazer cestas e artesanato, para cobrir
casas, para vender e gerar renda, a castanha, o açaí, a erva-mate, a cataia,
o licuri, o pequi, o umbu, o tucum, a sempre-viva, o babaçu, o velame,
dentre uma infinidade de outros produtos. As florestas representam uma
fonte contínua de diversos produtos que geram alimento, remédios e renda.
Isso contribui para a permanência das famílias nessas áreas e estimula a
sustentabilidade ambiental.
Floresta
Isto mesmo, Carlos. A demanda por produtos florestais tem crescido, estimulando a sua
produção por parte dessas comunidades. Isso garante o sustento e o desenvolvimento delas e
é uma importante estratégia de conservação das florestas.
Os que vivem na e da floresta, costumam usar de forma racional e sustentável, se estes
produtos conseguirem proporcionar uma renda mínima para eles.
Saiba Mais
Segundo o IBGE, a produção de madeira em tora, vinda das florestas nativas da Amazônia
Legal, foi de 10,6 milhões de m , em 2016, ante 52,1 milhões de m , em 1995. O avanço
das ações e políticas relacionadas às medidas de comando e controle explica, em parte,
essa queda considerável na produção, pois levou à redução do desmatamento ilegal e
à substituição parcial da madeira vinda das florestas nativas por madeiras derivadas
de plantios florestais e por outros produtos substitutos da madeira. Outras possíveis
causas que colaboraram para esse declínio da produção foram as crises econômicas
internacionais ocorridas no período.
A silvicultura (obtida em florestas plantadas) contribuiu com 79,3% (R$ 16,3 bilhões)
desse total, representando um aumento de 11,1% no valor de produção na comparação
com 2017.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 1996 – 2018.
Produtos
florestais
não-madeireiros
Fonte: Adaptado de: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Produção da Extração Vegetal de 2012.
Serviços
ambientais
De dia, as plantas realizam a fotossíntese, elas absorvem o dióxido de carbono (COꢂ) e usam a
energia solar para convertê-lo em açúcares (que servem de alimento para as plantas) e oxigênio. À
noite, elas param de fazer a fotossíntese (pois não há energia solar) e passam a respirar, de modo
que o oxigênio é absorvido e o dióxido de carbono é liberado.
3
Processo natural de reter o calor da luz do sol na terra,
causado por alguns gases da atmosfera, os chamados
gases de efeito estufa.
Saiba Mais
As mudanças climáticas possuem relação com a concentração de COꢂ no planeta, ou
seja, quando se tem um aumento de COꢂ (muito pelas ações humanas como a queima
de madeira e combustíveis fósseis como carvão e petróleo que chegam a 6 bilhões de
toneladas de COꢂ por ano!) se tem o aumento da temperatura, por isso a preocupação
com relação ao aquecimento global.
Quando se desmata ou se queima uma floresta, esse carbono volta para a atmosfera,
aumentando a concentração de COꢂ. Há ainda um efeito perverso desse aquecimento:
Quanto mais a temperatura sobe, mais a floresta fica seca, portanto, mais fácil de pegar
fogo e liberar ainda mais carbono no ar.
Serviços
ambientais
Saiba Mais
A floresta amazônica funciona como uma grande “bomba biótica” de umidade. Através
do processo de evapotranspiração as árvores retiram água pelas raízes, levando através
do tronco para as folhas, que por sua vez jogam essa água evaporada para a atmosfera.
Devido à estrutura rugosa do estrato superior da floresta, ela consegue frear os ventos
que chegam do oceano e ajuda a manter a umidade nos níveis mais altos do céu. Essa
não é uma bomba qualquer: cada árvore amazônica de grande porte pode evaporar
mais de mil litros de água por dia. Todos os dias, quase 20 bilhões de toneladas de água
são evaporadas pela floresta, mais do que o aporte diário de água para o rio Amazonas.
Toda essa umidade é importante, pois regula o regime de chuvas na região, inclusive em
áreas distantes como no Sudeste. Essa grande circulação de vapor causada pela floresta
foi chamada por alguns pesquisadores de ”rios voadores”.
Serviços
ambientais
Primeiramente, devemos
entender como é fácil a
relação das florestas com
a água e conhecer o ciclo
hidrológico na floresta.
Saiba Mais
A chuva que vai sobre uma mata pode seguir dois caminhos: volta à atmosfera por
evapotranspiração (como já falamos, é a transpiração da água das folhas) ou atinge o
solo, através da folhagem ou do tronco das árvores. A água que fica na copa das árvores,
junto com a evapotranspiração, garante a formação de novas nuvens. A chuva que
chega ao chão, pingando pelas folhas ou escorrendo pelos troncos, atinge o solo e a
folhagem no chão, a serrapilheira.
• Pela evapotranspiração – as raízes das árvores retiram essa água do solo e devolve para a
atmosfera através das folhas;
• Fica como água no solo por mais algum tempo, mantendo-o úmido;
• Se infiltra mais profundamente, como água subterrânea, e abastece o lençol freático4.
A água armazenada no solo que não passar pela evapotranspiração escorre lentamente da floresta,
compondo o chamado deflúvio5, que vai alimentar os rios e fontes ao longo do ano.
4
Reserva de água subterrânea no solo, que consegue se movimentar lentamente.
5
Deflúvio é a parte da chuva que não é absorvida pelo solo nem evapotranspirada, e escorre
pela superfície do solo ou logo abaixo.
Tudo isto é muito importante. Quero aprender ainda mais e repassar aos meus alunos.
https://www.youtube.com/watch?v=vW5-xrV3Bq4
Alteração do deflúvio, com enchentes nos períodos de chuva e redução na vazão de base
quando das estiagens;
6
Processo de poluição de corpos d´água causado pelo acúmulo de matéria orgânica, o que
diminui os níveis de oxigênio dissolvidos provocando a morte de diversas espécies animais
e vegetais.
Serviços
ambientais
Importante
É importante destacar que, para os indígenas, existe uma conexão espiritual e de
identidade com as florestas, e as florestas sagradas – locais de destacada relevância
espiritual para estes povos – fazem parte de sua cultura, modos de vida e regras,
incluindo-se em seus valores e identidade, integrando partes de sua identidade étnica.
Despojar estes povos de suas florestas sagradas é equivalente a mutilar sua identidade
e espiritualidade.
Encerramento do módulo 2
Vamos
prosseguir!
Tripé da sustentabilidade
Social
Suportável Equitativo
Ambiental Econômico
Por exemplo: o manejo comunitário de castanha é uma atividade sustentável, pois agrega
renda à castanha do Brasil, gera ganhos sociais e econômicos para a comunidade que
coleta e comercializa a castanha e seus subprodutos, mantém a floresta em pé garantindo
a conservação da floresta e, por consequência, renda para as futuras gerações.
7
Conjunto de seres vivos de determinado local.
O Manejo Florestal Comunitário é o uso dos recursos da vegetação nativa pelos povos e
comunidades tradicionais e agricultores familiares. Ocorre em todo o Brasil, tendo um papel
importante para a alimentação e a renda de muitas famílias, além de fornecer vários produtos
para a população urbana e insumos para a indústria.
Numa definição mais técnica, Manejo Florestal Comunitário e familiar engloba todas as
atividades de manejo dos recursos florestais realizadas pelos agricultores familiares,
assentados da reforma agrária e pelos povos e comunidades tradicionais, a partir de
sua própria realidade e perspectivas, para obtenção de benefícios econômicos, sociais
e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema, conforme
descrito pelo Decreto nº 6.874, de 5 de junho de 2009.
O manejo florestal comunitário vem mostrando seu potencial como alternativa para as
comunidades e associações rurais, principalmente por estimular duas questões importantes:
Para saber sobre o processo de concessão de uma floresta pública e quais são as florestas
públicas sob concessão, acesse a página do Serviço Florestal Brasileiro na internet.
http://www.florestal.gov.br/o-que-e-concessao-florestal
O Serviço Florestal Brasileiro, por meio do Portal Saberes da Floresta disponibiliza o curso
sobre Introdução às Concessões Florestais, acesse a plataforma.
https://saberes.florestal.gov.br
A escolha da área da floresta onde ocorrerá o manejo é crucial devido a alguns fatores
que devem ser levados em conta, como topografia, composição florística, formas de
escoamento das toras, acessibilidade do maquinário, entre outros. Além disso, é importante
delimitar quais serão as áreas excluídas da exploração (infraestruturas e acampamentos,
Áreas de Preservação Permanentes e áreas sem potencial produtivo) e através de mapas
georreferenciados identificar todas estas áreas.
Quais produtos e/ou serviços que existem na floresta com potencial de mercado e, dentre
estes produtos, quais são os mais viáveis para exploração.
Qual a quantidade existente de cada produto e/ou serviço; qual é a demanda local (família,
comunidade ou comprador); qual a capacidade de produção do empreendimento (equipe,
equipamentos, conhecimentos); quanto pode ser extraído da floresta sem exceder sua
regeneração.
Intensidade de corte
Intensidade de corte – volume máximo de madeira a ser retirado por hectare de floresta.
No Brasil, apenas árvores com DAP8 maior que 50 cm podem ser derrubadas em uma área de
manejo florestal. Na prática, isso corresponde a 3 ou 4 árvores adultas (dependendo dos seus
volumes) numa área um pouco maior que um campo e meio de futebol oficial.
8
O Diâmetro à Altura do Peito (DAP) é uma medida do diâmetro da árvore a 1,30 metros
de altura em relação ao nível do solo e é um elemento importante pois fornece a base
para muitos outros cálculos. Ele serve para a obtenção da área seccional à altura do
peito (g), medida importante no cálculo do volume das árvores e de povoamentos, a
qual é dada pela seguinte expressão:
g = (π.〖DAP〗^2)/4, se o diâmetro estiver em metros.
Ciclo de corte
Ciclo de corte – tempo entre duas colheitas na mesma área. Este período deve permitir que
o processo de regeneração da floresta através da sucessão florestal ocorra nas clareiras de
exploração e que as espécies exploradas possam crescer e se recuperar antes da próxima
intervenção na floresta.
Relação
Intensidade
Diâmentro mínimo Intensidade de
máxima de Ciclo de corte10
de corte9 exploração/Ciclo
exploração
de corte
menor ou igual a
menor ou igual a
maior que 50 cm entre 25 a 35 anos 0,86 m3,ha-1.
30 m3/ha
ano-1
9
Diâmetro da árvore medido à 1,3 metro do solo.
10
Ciclo de corte para manejo com máquinas de arraste.
As atividades do manejo
florestal sustentável devem
estar de acordo com as
técnicas de exploração de
impacto reduzido (EIR), como
o planejamento da direção
da queda das árvores
quando forem cortadas e o
planejamento das estradas
por onde as toras serão
escoadas.
a) MICROPLANEJAMENTO
A partir da seleção dessas árvores, são definidas as trilhas de arraste, de forma que se tenha
a menor abertura de estradas possível.
TRILHAS DE ARRASTE
Uma área de manejo deve ter um tamanho grande o suficiente para que cada UPA seja
explorada em um dado ano de forma que volte a ser explorada novamente apenas
quando completado o ciclo de corte.
Após a coleta dos dados, são iniciados os procedimentos pré-exploratórios. Alguns deles
podem ter sido realizados bem antes.
Os mais comuns são: corte de cipós (no ano anterior à exploração), limpeza ao redor do
tronco das árvores a serem derrubadas, abertura de estradas e trilhas de arraste, além da
construção de pátios de estocagem. O número e tamanho são dimensionados conforme as
necessidades pontuais do empreendimento.
PROCEDIMENTOS
PRÉ-EXPLORATÓRIOS
Técnicas de corte direcionado devem ser usadas nessa operação, que é realizada quase
que exclusivamente com motosserra. Uma vez derrubada a árvore, a placa colocada na
mesma durante o inventário 100% deve ser afixada no toco, e o número da UT e da árvore
devem ser pintados no tronco, com tinta permanente à prova d’água.
E) ARMAZENAMENTO
A madeira, seja em tora, seja em pranchões, é então levada para os pátios secundários
(menores, em maior número e mais próximos das árvores abatidas), e depois para os pátios
primários (maiores, em menor número e próximos da estrada principal de escoamento),
onde é medida antes da venda.
Consistem em tratamentos
silviculturais (Incluem
a liberação de árvores
comerciais através do corte
de ou anelamento (processo
que retira a casca da árvore
numa forma de anel, o que
impede que o transporte de
seiva causando sua morte)
de árvores competidoras,
corte de cipós, plantio de
enriquecimento (árvores de
valor comercial) em clareiras,
entre outros.
INVENTÁRIO CONTÍNUO
O inventário contínuo é o
monitoramento da floresta desde
a fase pré-exploratória e após a
atividade ocorrer para saber como
ela está crescendo e os impactos
decorrentes da exploração sobre as
espécies comerciais. É importante
também zelar pela manutenção da
infraestrutura e as atividades de
proteção florestal, principalmente
contra incêndios.
Assim, para garantir a segurança das atividades de manejo, é necessário o cumprimento de quatro
pontos:
Importância
Exatamente, Bruna! Como já foi do manejo
florestal para a
visto durante esse curso, a floresta comunidade e
é uma fonte enorme de alimentos, para a floresta
produtos e serviços ambientais.
Encerramento do módulo 3
Licenciamento
do Manejo
Florestal
O que é APAT?
Etapas do
licenciamento
A sigla APAT é Autorização Prévia à Análise Técnica. Essa etapa tem como objetivo
verificar se a pessoa – física ou jurídica – que deseja realizar o manejo, em
determinada área, tem direito legal àquela área, e se a área pode ser manejada
– tem florestas, está regular com os órgãos ambientais, não foi objeto de outro
plano de manejo anteriormente, dentre outros.
Etapas do
licenciamento
Etapas do
licenciamento
Importante
Os passos para o licenciamento do Manejo aqui descritos são os da legislação Federal, ou
seja, quando o Manejo Florestal ocorre em áreas da União, nas Unidades de Conservação de
Uso Sustentável, e para a Amazônia. Os estados têm suas próprias exigências e, às vezes, até
modalidades de manejo diferentes. É imprescindível consultar a legislação aplicável à área
a ser manejada ANTES de qualquer atividade de manejo para saber que passos se tem de
cumprir, ou mesmo, se o manejo florestal é permitido naquela área em particular. Os custos
do manejo dependem em parte disso.
Etapas do
licenciamento
Marco legal: Segundo a Resolução CONAMA 01/86 e o Código Florestal, tanto o novo quanto
o antigo, Manejo Florestal é atividade sujeita a licenciamento. Assim, a atividade começou
a ser regulamentada pelo Ibama apenas em 1991. Atualmente, as principais normativas
federais incidentes sobre a atividade são as IN MMA 04, que trata da APAT, e 05 de 2006, que
trata da apresentação do PMFS e POA, a Resolução CONAMA 406 (Amazônia apenas) e a
Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente n° 1, de 25 de junho de 2009, que trata
do manejo florestal na Caatinga.
O CTF11 – Cadastro Técnico Federal, previsto na Política Nacional de Meio Ambiente (Lei
6.939/1981), é realizado no Ibama. O cadastro é obrigatório para pessoas físicas e jurídicas
que exercem atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais e/
ou se dedicam a atividades e instrumentos de defesa ambiental.
6) Mapa da área total do imóvel, indicando as coordenadas dos pontos de amarração e dos
vértices definidores dos limites do imóvel rural.
O órgão competente sobre o imóvel rural onde será realizado o Manejo Florestal vai analisar
a documentação apresentada, em relação à adequada identificação do proponente do plano
de manejo, da comprovação de regularidade do título do imóvel, se não existe sobreposição
da área com terras indígenas, unidades de conservação e áreas militares. No caso de ter
sobreposição do local com zona de amortecimento de unidades de conservação, o órgão
ambiental competente tem de pedir a manifestação do órgão gestor da Unidade. Também
vai analisar a existência de floresta no local, por meio de imagens de satélite.
11
Legalmente, enquanto o plano de manejo não for aprovado, a pessoa que está
tentando obter a APAT é chamada de proponente. Depois do PMFS aprovado, a pessoa
física ou jurídica que é o responsável legal pelo PMFS é chamado de detentor.
Uma das modalidade de manejo (de baixa intensidade), mas geralmente está entre 25-30
anos. Na Caatinga varia de 10 a 15 anos.
Lista de espécies: é a lista de espécies que foram escolhidas para serem exploradas
excluindo as que são proibidas de corte pela legislação, que são a castanheira, o mogno
e a seringueira. Elas são decididas em função das espécies que existem na área, que tem
indivíduos jovens, adultos e plântulas, e que existam acima de determinada quantidade
– esses dados são fornecidos pelo inventário amostral e pelo uso comercial das espécies.
Estradas, trilhas e ramais: as áreas de manejo tendem a ser áreas de floresta relativamente
intocadas. Desta forma, é preciso construir estradas para se chegar até elas e escoar a
produção. Os ramais são estradas secundárias, e as trilhas de arraste são abertas para se
chegar até as árvores exploradas. O planejamento dessas estruturas é muito importante,
porque além de serem parte relevante do impacto ambiental do manejo, são de alto
custocaras.
Inventário a 100%: é realizado na área que vai ser cortada, e mede todas as espécies que
vão ser comercializadas, já adultas. Ele vai determinar que árvores serão colhidas.
Osmanejadores(equipe)tambémdevemestardetalhadosnestafase:
quem, quantos, que tipo de equipamentos e treinamentos receberão.
Adicionalmente, deve conter a Anotação de Responsabilidade
Técnica – ART de quem elaborou o Plano. O Responsável Técnico
pela elaboração do PMFS pode ou não ser o mesmo responsável por
sua execução. Sendo ou não, cada POA tem de apresentar a ART do
responsável pela execução.
É exatamente o que o nome diz. Uma área com situação fundiária definida, com cobertura
florestal apta à produção de madeira e topografia favorável deve ser selecionada, e
mapeada, inclusive rios, igarapés, estradas existentes, infraestrutura etc.
Aspectos
gerais
Aspectos
gerais
Aspectos
gerais
O PMFS de Baixa Intensidade para a produção de madeira não utiliza maquinário (skidder)
para o arraste de toras, tem um ciclo de corte de 10 anos e uma intensidade máxima de
exploração de 10 mꢃ/ha/ano. O PMFS pleno para a produção de madeira prevê a utilização de
máquinas para o arraste de toras, tem um ciclo de corte mínimo de 30 anos e uma extração
máxima de 0,86 mꢃ/ha/ano.
O macrozoneamento pedido para o plano de manejo pleno é um pouco mais complexo: Áreas
produtivas para fins de manejo florestal;
Áreas reservadas (por exemplo: Áreas de Alto Valor para Conservação; reserva absoluta);
Tipologias florestais;
Para uma determinada área, deve-se levar em consideração a estimativa da produtividade anual
da floresta manejada (m3/ha/ano), para o grupo de espécies comerciais, com base em estudos
disponíveis na região; o ciclo de corte inicial de no mínimo 25 anos e de no máximo 35 anos para o
PMFS Pleno e de, no mínimo, 10 anos para o PMFS de Baixa Intensidade; a estimativa da capacidade
produtiva da floresta, definida pelo estoque comercial disponível (m3/ha), baseado nos resultados
do inventário florestal da UMF, dos critérios de seleção de árvores para o corte, previstos no PMFS
e de como será definido um número mínimo de árvores adultas deixadas no campo para cada
espécie, de modo a garantir a reprodução das espécies exploradas e a integridade das áreas de APP.
O órgão licenciador deve analisar a intensidade de corte proposta no PMFS Pleno, considerando
a capacidade do detentor de manter uma equipe treinada e em número adequado para a
execução de todas as atividades previstas do PMFS e POA, bem como a capacidade de utilizar o
maquinário necessário para a execução do manejo.
Pela ausência de dados e/ou análise da informação já disponível, o diâmetro mínimo de corte
continua sendo o padrão de 50 cm ou maior.
https://www.hnt.com.br/agrohiper/93-das-areas-exploradas-legalmente-em-mt-sao-com-
planos-de-manejo/90350
O PMFS deve prever procedimentos que possibilitem a rastreabilidade dos produtos extraídos,
inclusive dos resíduos, quando for o caso, e as medidas de proteção da área de manejo, contra
incêndios, invasões e outras ocorrências danosas.
Cada órgão licenciador tem exigências próprias para a entrega dos documentos relativos tanto ao
PMFS e ao POA. Para o Ibama, estes documentos devem ser entregues em via digital (CD-ROM) e
impressa (com exceção das planilhas com os dados de campo dos inventários florestais). Caso o
órgão ofereça sistema para a entrega do PMFS pela internet, pode fazê-lo.
Importante
É importante notar que, assim que o PMFS for aprovado, e antes de qualquer ação de
execução do mesmo, o detentor deve apresentar ao órgão ambiental competente o
Termo de Responsabilidade de Manutenção da Floresta, que está disponível no Anexo
III da IN n°06.
Plano
Operacional
Anual
Uma vez aprovado o Plano de Manejo, que vai guiar todo o processo de exploração, durante
todo o tempo do manejo, o Plano Operacional Anual – POA deve ser elaborado e aprovado. O
POA é feito a partir do mapa da área de exploração anual e do inventário amostral, definindo a
área total que vai ser explorada naquele ano, qual o volume de madeira ou lenha esperado, o
mapa da área de exploração, com todas as atividades previstas, como abertura de estradas etc.
Somente com a aprovação dele no órgão ambiental competente – a Emissão da Autorização de
Exploração – AUTEX exploração pode começar.
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Relações dendrométricas são as relações entre as medidas de uma árvore, neste caso, a
principal é a medida entre o comprimento do tronco e o diâmetro da árvore.
13
São as fórmulas para calcular o volume de madeira extraído.
Plano
Operacional
Anual
Plano
Operacional
Anual
Sim, juntamente com o cronograma, inclusive as atividades que serão realizadas na UMF, como
manutenção de estradas principais e secundárias, indicação de equipe e equipamentos.
Essas atividades devem estar agrupadas em atividades pré-exploração, atividades de
exploração e atividades pós-exploração florestal. Quando previsto no PMFS, as atividades
complementares, como avaliação de danos e outros estudos técnicos, treinamentos e ações de
melhoria de logística e segurança do trabalho também devem estar descritas.
a. os mapas de uso de solo atual na UPA, com escala mínima de 1:10.000 para áreas
de até 5.000 ha, contendo os limites da UPA, tipologias florestais, rede hidrográfica,
rede viária e infraestrutura, áreas reservadas, áreas inacessíveis e áreas de
preservação permanente;
O relatório de exploração precisa conter o resumo dos resultados da exploração para cada
UT, contendo as seguintes informações: área de efetiva exploração (ha), volume explorado
(mꢃ e mꢃ/ha), número de árvores exploradas(n e n/ha), volume romaneiado (mꢃ e mꢃ/ha),
volume selecionado para corte (VS) e volume explorado (VE).
Nas Exigências específicas para o PMFS Pleno, também devem constar: o volume e o número
de árvores autorizadas (mꢃ), volume e número de árvores exploradas (mꢃ), e respectivos
saldos em pé (mꢃ), o volume e número de árvores derrubadas e não arrastadas, o volume e
número de toras arrastadas mas não transportadas, deixadas em pátios ou na floresta, um
resumo da produção da madeira explorada e transportada à indústria, contendo espécie,
número de árvores exploradas e número e volume de toras transportados. Caso o POA tenha
atividades complementares previstas, a execução ou não das mesmas também deve constar
aqui.
Para se conseguir a renovação do POA no ano seguinte, é necessário apresentar ao órgão
licenciador o relatório de exploração. Este relatório deve conter os mesmos dados de
identificação do POA. Além disso, deve conter o resumo das atividades planejadas e
executadas no ano a que o relatório se refere, pré-exploração, de exploração e pós-exploração
florestal.
Manejo da Caatinga
O manejo florestal na Amazônia é geralmente feito para a retirada de madeira em tora, de
árvores muito grandes, com um tronco reto, maciço, e que não têm a capacidade de rebrotar
depois de cortadas. Na Caatinga, a madeira é retirada principalmente para o fornecimento de
lenha, de árvores pequenas e de tronco mais fino, podendo ser cortadas até com machado.
Na Caatinga, onde a lenha é muito importante para a matriz energética e na economia, por
ser usada na produção de gesso e cerâmica, o manejo para este fim tem tido mais sucesso. É
um bioma diferente, e as árvores dele possuem a capacidade de rebrotar depois que forem
cortadas. A legislação reflete isso, sendo mais simples, e a produção de lenha manejada
tem gerado renda para muitas comunidades rurais.
Parte das florestas brasileiras são públicas, isto é, pertencem à União, aos estados e/ou aos
municípios. As Unidades de Conservação são um exemplo de florestas públicas. Das florestas
públicas, algumas são cedidas para uso das populações que residem no local, por vezes,
sendo criadas exclusivamente em função delas. Esse é o caso das Reservas Extrativistas
(RESEX), algumas Florestas Nacionais (FLONAS), Terras Indígenas (TI) e Assentamentos da
Reforma Agrária (alguns assentamentos são florestais por vocação, e não agrícolas, como os
Projetos de Assentamento Agroextrativistas e Projetos de Assentamentos Florestais). Ainda
existem as terras tituladas pela Secretaria de Patrimônio da União em nome de ribeirinhos.
As Terras Quilombolas, embora sejam privadas, são de uso comunitário também.
As terras indígenas são aquelas áreas ocupadas pelos povos indígenas do Brasil, habitadas
em caráter permanente e utilizadas para as suas atividades produtivas. São imprescindíveis
para a reprodução física e da cultura destes povos, de seus costumes e tradições, pois
dependem intimamente dos recursos naturais.
As RESEX são áreas onde habitam populações tradicionais que já moravam há alguns anos
neste local e utilizam da floresta, dos rios e demais recursos o seu sustento. Os proprietários
particulares que estiverem dentro de uma RESEXs deverão sair da área, com direito à
indenização do governo. As Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) são áreas
onde a população tradicional tem o direito de residir. A diferença entre RESEX e RDS é que
quando existir alguma terra particular legalizada dentro de uma RDS, esse proprietário não
precisa deixar a área, desde que o mesmo garanta que a terra e as atividades dele não irão
prejudicar os moradores da RDS nem seus bens e se comprometer a respeitar o PLANO DE
MANEJO da Unidade. Se o proprietário não colaborar, ele deve se retirar, com recebimento
de indenização do governo. As FLONAS também não permitem terras privadas, mas as
Existem florestas de uso comunitário em todas as regiões e biomas do país, mas observa-se
que estão principalmente na região Norte, com participação de 89% na distribuição total
das florestas por regiões. As florestas públicas municipais têm crescido recentemente. Entre
os anos de 2012 e 2013, a presença de florestas públicas municipais passou de quatro para
quatorze estados.
As comunidades, tanto as que englobam áreas públicas tanto as que envolvem as áreas
particulares, podem se organizar na forma de associações e cooperativas. Essa forma de
se organizar permite que as comunidades e produtores familiares realizem um manejo
de acordo com suas necessidades e sua realidade, onde serão participantes de todo o
processo, definindo a melhor forma de executar o manejo florestal sustentável.
Encerramento do módulo 4
Manejo
1. Floresta – a cadeia produtiva da madeira na Amazônia se
inicia pela floresta. Nela são demarcadas as áreas de manejo e 4. Unidade de processamento
feito o planejamento para a retirada da madeira com o menor
impacto possível.
Processamento/Industrialização
1. Processamento primário – As toras podem ser destinadas para serrarias ou
laminadoras. Nas serrarias as toras são transformadas em pranchas, ripas, tábuas
e outras formas de dimensões variadas. Nas laminadoras as toras são
“desenroladas” em lâminas para montar chapas laminadas, como compensados.
1. Processamento primário
2. Processamento secundário
Comercialização
2. Consumidor final
Agregar valor a um produto é torná-lo diferente, de uma forma que faça o produto aumentar
de preço ou se destacar no mercado. No caso da madeira, o processamento é uma forma de
agregarvalor.Noentanto,oprocessamentodemadeirarequertecnologiase/ouequipamentos
que muitas vezes não são muito acessíveis aos pequenos produtores – embora existam alguns
produtores que conseguem fazer o beneficiamento primário com motosserra.
Isto é um problema na medida em que apenas uma parcela do volume de resíduos de madeira
gerados tem atualmente algum aproveitamento econômico, social e/ou ambiental. A geração
excessiva de resíduos, associada ao baixo aproveitamento da tora, resulta em danos ambientais,
além de perda significativa de oportunidade para a indústria, comunidades locais, governos e
sociedade em geral, especialmente em regiões remotas, dependentes de fontes energéticas
externas. No entanto, os resíduos de madeira gerados no processamento que não são utilizados
podem deixar de ser um passivo ambiental, sendo processados como matéria-prima para
diversos fins, incluindo o uso energético, gerar lucro para a iniciativa privada e reduzir problemas
ambientais de interesse da sociedade.
Parte dos resíduos da indústria madeireira (serraria) é destinada para a produção de PMVA
(produtos de maior valor agregado), como carvão, cabos, briquete, embalagem etc. Na região
Norte, muitas vezes não há sequer o conhecimento sobre produtos como o briquete14 ou pélete15
de madeira, além de informações gerais sobre oportunidades de aproveitamento, o que contribui
para a problemática da utilização de resíduos que muitas vezes ainda é visto apenas como um
problema e não como fonte de renda para a empresa.
14
Briquete é um bloco denso e compacto de materiais
energéticos, geralmente feito a partir de resíduos de
madeira.
15
Pélete de madeira são biocombustíveis sólidos que
usam, como matéria-prima, resíduos de biomassa
vegetal como a serragem, maravalha de madeira,
bagaço de cana-de-açúcar, entre outros. Têm geometria
regular no formato de pequenos cilindros
A cadeia produtiva do manejo florestal enfrenta vários desafios, não importa a escala do
manejo. Dentre eles estão o elevado grau de ilegalidade na cadeia produtiva de madeira nativa,
dificuldades fundiárias, logística e infraestrutura deficiente, variações cambiais, dificuldades
no licenciamento, baixo aproveitamento da madeira e pouca presença de indústrias de
transformação próximas às áreas de manejo.