Você está na página 1de 11

Silvicultura Tropical

Aluno: Sebastiana Braga Matrícula: 1719020049

Estudo dirigido aula 02

1. Elabore um resumo, com no mínimo 150 palavras, sobre o papel da


silvicultura tropical para a conservação das florestas tropicais.

Silvicultura tropical pode ser definida como a orientação de um ecossistema


florestal tropical de encontro aos interesses da sociedade e de uma forma sustentável.
Assim, a prática da silvicultura tropical é de grande importância na conservação de
ecossistemas florestais, uma vez que ajuda na regeneração natural e condução de
povoamentos florestais sem gerar impactos futuros. Desse modo, a silvicultura se torna
um componente fundamental do manejo florestal sustentável.
Entende-se por manejo florestal sustentável, o conjunto de atividades para
produzir um fluxo contínuo de bens e serviços florestais sem reduzir os valores inerentes
e a produtividade futura da floresta, e isento de efeitos indesejáveis sobre o ambiente
físico e social.
O que leva adoção da silvicultura tropical no processo de exploração de madeira
para fins econômicos, é o seu papel indispensável no processo de reflorestamento,
atuando contra a erosão, a desertificação e o enfraquecimenro do solo, além de operar
diretamente na diminuição das consequências negativas que a extração de madeira
causa na floresta através da exploração de impacto reduzido.
Silvicultura Tropical

Estudo dirigido aula 03

2. Explique, detalhadamente, quais são os fatores que determinam as


variações nas tipologias de florestas tropicais.
As florestas tropicas basicamente se diferenciam em estrutura, composição e
diversidade de espécies. Geralmente essas diferenças acontecem por fatores
hierarquicos, que são eles: História biogeográfica, regime de distúbio e ambiente fisíco.
A história biogeográfica das florestas tropicais começa a partir da evolução, quando
ocorre a separação da pangeia (único continente) em vários continentes a milhares de
anos atrás, com isso as florestas tropicais foram evoluindo em diferentes regiões com
características diversas, distribuídas hoje em dia na região neotropical, África,
Madasgascar, Áia, Austrália e Nova Guiné.
Outro fator que pode diferenciar as florestas tropicais uma das outras, é o regime de
distúrbio, que acontece em ampla escala e pequena escala. Pode ser considerado um
regime de distúrbio em ampla escala, aqueles que deixam um um efeito devastador na
floresta, como furacões, tornados e o caso do fenômeno de terras caídas que são
erosões laterais dos rios, que ocorrem na região amazônica. Além disso, existe o
desmatamento que também pode ser considerado um regime de distúrbio de ampla
escala, embora não seja de origem natural mas que pode gerar grandes diferenças na
composição das floretas, e existe também o fenômeno natural conhecido como
blowdown caracterizado por fortes correntes de ar que induz uma explosão de ventos
fortes resultando em grandes clareiras causando danos na floresta.
Já os distúrbios de pequena escala espacial, podemos citar a abertura de clareiras que
acontecem frequentemente na amazônia, ocasionado pela queda de árvores ou parte
delas promovendo mudanças importantes na composição da floresta.
No entando, quando os regimes de distúrbios em pequena escala que são
predominantes em uma floresta, como é o caso da floresta amazônica, o que também
pode determinar sua característica é o ambiente físico, que engloba a sazonalidade e
precipitação, que se refere ao períodos úmidos e secos, que ocorrem em determinadas
áreas e em outras não. Saturação de água no solo que também pode diferenciar a
composição da floresta, como por exemplo a floresta de várzea e a floresta de igápo,
além da altitude, topografia e o solo.
Silvicultura Tropical
Estudo dirigido aula 04

1. Defina distúrbios de florestas tropicais?


Distúrbio é um evento que causa uma mudança na estrutura física do ambiente, e
quando acontece na floresta, causa um desequilibrio que influência diretamente na
densidade de árvores, biomassa e distribuição espacial da floresta.
2. Cite um distúrbio que ocorre em grande escala espacial, outro que é
duradouro e um que é frequente?
Distúrbio
Grande escala espacial Vulcão.
Duradouro Agricultura industrial.

Frequente Clareira de árvores.

3. Qual o principal distúrbio em florestas tropicais em nossa região? Por


quê?
O principal distúbio que acontece na floresta amazônica é a formação de clareiras,
que são aberturas no dossel de uma floresta, podendo ser causados pela queda de
uma árvore ou parte dela, este distúrbio ocorre devido a descargas elétricas (raios)
que geralmente são frequentes em nossa região, além do desenraizamento e morte
de árvores565666 em pé (senescência).
4. Como ocorre a dinâmica de florestas tropicais e qual a importância da
dinâmica para a diversidade de espécies?
Na floresta, existe o mosaico de clareiras, que são regiões dentro da floresta onde
acontece a queda de uma árvore ou parte dela, formando uma clareira, com essa
formação, muda a disponibilidade de recurso, resultando no surgimento de novas
espécies. E todo esse processo pode ser chamado de dinâmica de clareiras que
consequentemente se torna a dinâmica da floresta em um todo. Essa dinâmica é
importante, pois ela possibilita o surgimento de um novo grupo de espécies,
chamados de ninchos, ocasionando assim a sucessão florestal.
5. Defina clareira, com suas próprias palavras.
Abertura no dossel de uma floresta ocasionado por queda de uma árvore ou parte
dela, gerando assim um aumento na disponibilidade de luz no interior da floresta que
consequentemente ajudará no surgimento de novas espécies.
6. Quais as mudanças que ocorrem no microclima quando uma clareira é
formada? Dessas mudanças, qual é a mais destacável?
Ocorrem mudanças na termperatura do ar, umidade relativa do ar, umidade de
superficie do solo, decomposição e disponibilidade de nutrientes. A luz é o principal
fator que muda, pois no interior de uma clareira a luz pode ser 26x maior, sendo ela,
responsável pelas demais alterações no microclima.
Silvicultura Tropical
Estudo dirigido aula 05

1. Descreva os mecanismos de regeneração em clareiras pequenas (<100


m2) e clareiras grandes (>400 m2).
Mecanismos de regenaração em clareiras pequenas (<100m2)
(1) Crescimento Lateral das copas , que pode ser definida como a expansão lateral
da copa das ávores, que contribui para o fechamento do dossel.
(2) Rebrotas – Rebrotamento de topos de árvores que pode também contribuir para
o fechamento das clareiras.
(3) Banco de plântulas – Na formação de uma clareira, aquelas sementes que
conseguiram germinar em sombra, conseguem se desenvolver até atingir o dossel.
Mecanismos de regeneração de clareiras grandes (>400 m2)
Estes já são diferentes, por serem clareiras maiores, não vão conseguir fechar o
dossel através do crescimento lateral da copa.
(1) A regeneração por rebrotas pode auxiliar na cicatrização da clareira.
(2) Banco de sementes, pois em clareiras grandes aumenta a quantidade de luz e
temperatura do solo, induzindo assim a germinação das sementes, contribuindo
para o fechamento dessas clareiras.
(3) Chuva de sementes, que acontece através do mecanismo de dispersão de
sementes, que ocorre pelo vento ou por animais.
2. Quais os critérios de definição da dicotomia dos grupos ecológicos
estabelecida por Swaine e Whitmore 1988?
São estabelecidos por Swaine e Whitmore (1988) dois grupos, sendo elas:
Espécies pioneiras – aquelas que germinam em pleno sol, necessitando de alta
disponibilidade de luz para sobrevivência e crescimento;
Espécies não pioneiras/clímax – aquelas que germinam sob sombra, raramente
em pleno sol. As plantas jovens podem sobreviver e crescer sob sombra.
3. Faça um quadro resumo dos grupos ecológicos estabelecidos por Finegan
1992, Turner 2001 e Poorter 2006. Cite duas espécies em cada grupo.

Parcialmente tolerantes à sombra Pioneiras de vida longa


Podem se estabelecer na sombra Requerem elevada disponibilidade
porém requerem clareiras para de irradiância para regenerar com
atingir o dossel da floresta. sucessso e vivem além de 30 anos.
Altura reprodutiva

Ciclo de vida

Ex: Bertholletia excelsa Ex: Cedrela fissilis


Carapa Guianenses Goupia Glabra
Totalmente tolerante à sombra Pioneiras de vida curta
Podem se estabelecer, sobreviver e Requerem elevada disponibilidade
atingir a maturidade na sombra. de irradância para regenerar com
sucesso e vivem até 30 anos.

Ex: Theobrama sp. Ex: Vismia Sp.


Guarea guidonia Cecropia Sp.

Exigência de luz para a regeneração


4. Defina os grupos ecológicos estabelecidos por Denslow 1980 e faça um
paralelo com os grupos da questão anterior.
Existem três grupos ecológicos estabelecidos por Denslow (1980):
Especialistas de clareiras grandes – quando as sementes germinam somente em
condições de elevada irradiância solar e temperatura, as mudas são altamente
intolerantes à sombra.
Especialista de clareiras pequenas – quando as sementes não precisam de luz
para germinar, conseguindo germinar sob sombra, no entanto, as mudas necessitam
de pequenas clareiras para atingir o dossel.
Especialista de sub-bosque – espécies que não necessitam de clareiras para
germinação e crescimento, completando seu ciclo de vida somente através da luz
que atravessa o dossel da floresta.

Denslow (1980) Finegan (1992), Turner (2001) e Poorter


(2006)

Especialistas de clareiras grandes Pioneiras de vida curta ou Pioneiras de


vida longa

Especialista de clareiras pequenas Parcialmente tolerantes à sombra

Especialista de sub-bosque Totalmente tolerante à sombra


Silvicultura Tropical
Estudo dirigido aula 06

1. As árvores na Amazônia morrem mais devidas falhas fisiológicas


(senescência, secas, pragas) ou falhas estruturais (tempestades e queda de
outras árvores)? Explique. Qual a taxa média de mortalidade de árvores nos
trópicos e aqui em nossa região da Amazônia Central?
A taxa de mortalidade na região tropical como um todo varia de 1 - 2% por ano-
1, se em uma área existe 500 – 600 árv ha-1, morrem cerca de 5 – 12 árv há-1
por ano. E na Amazônia Central varia em média, 0,86% por ano-1 , em torno de
4-5 árvores por há- 1 ao ano .Estudos mostram que essa mortalidade acontece
devido a falhas fisiológicas, por ataques de pragas, seca prolongada e
senescência, e também por conta de falhas estruturais, fatores físicos como
tempestades e quedas de outras árvores
2. Em uma escala local, considerando uma área de manejo florestal, explique
quais os principais fatores que afetam o crescimento das árvores?
Identidade (espécie): Como por exemplo espécies pioneiras, que são espécies
mais exigentes por luz, possuem um metabolismo mais acelerado, elevada
fotossíntese, maior concetração de nutrientes nos tecidos foliares e
consequentemente apresentam um crescimento rápido. Para o manejo florestal
a madeira dessas espécies são menos densas do que as espécies não pioneiras
que possuem características opostas, que apresentará madeiras mais densas.
Ontogênia: Estágio de desenvolvimento da árvore. Em um determinado
momento a árvore irá atingir seu crescimento máximo, até chegar um ponto de
estabilidade que posteriormente decrescerá, chegando na fase de senescência.
Geralmente a altura atinge seu máximo tamanho quando a árvore atingir a
metade de seu diâmetro máximo.
Ambiente local: que está relacionado a disponibilidade de luz, que vai depender
da posição das copa das árvores, a presença de lianas e cipós também afeta o
crescimento das árvores.
3. Como pode ser mensurada a dinâmica florestal? Inclua na resposta as
variações nas modalidades de inventário.
A dinâmica florestal pode ser mensurada através do Inventário florestal contínuo,
onde a cada ano se faz na mesma área medidas sucessivas, utilizando parcelas
permantes (parcelas fixas) ou temporarias (a cada inventário, uma nova parcela é
instalada e analisada). Geralmente, a mensuração é feita somente em parcelas
totalmente permanentes ou totalmente temporária.
4. . Como são as mudanças estruturais e de diversidade que ocorrem ao longo
da sucessão florestal (dinâmica de florestas secundárias)?
As mudanças estruturais e de diversidade ocorrem através da regeneração da
vegetação que se instala após eventos naturais ou de origem antrópica, tendendo à
restauração da cobertura original da área. Essas mudanças ocorrem na altura do
dossel, densidade de árvore e cobertura do dossel, sendo estas, as que se
recuperam rapidamente, e a área basal, cuja recuperação é mais lenta. No que se
refere a diversidade de espécie, a riqueza se recupera rapidamente, enquanto a
diversidade se recupera de forma lenta, pois depende da quantidade de espécies e
como elas estão distribuídas na área.
5. Escreva, com um exemplo, como você aplicaria métodos baseados nos
mecanismos atuantes na sucessão florestal na recuperação de áreas
degradadas?
Dentro da sucessão florestal podem atuar três mecanismos, são eles:
Facilitação – as espécies pioneiras são capazes de alterar o ambiente, deixando-as
mais favoráveis para as seguintes espécies que se estabelecerão durante a
sucessão. Um exemplo, são as espécies leguminosas, que podem atuar na
recuperação de áreas degradadas devido a associação com bactérias fixadoras de
nitrogênio.
Inibição – algumas espécies são capazes de inibir o surgimento de outras espécies
até completarem seu ciclo de vida. As espécies invasoras, por exemplo as Vismias,
alguns estutos relatam que essa espécie tem um alto potêncial de sombreamento
que inibe o crescimento de outras espécies, e para melhorar uma região com
dominância de Vismias, será necessário aplicar tratamentos silviculturais eliminado
algumas espécies para que a floresta volte ao seu ciclo natural.
Tolerância - mecanismo que mais ocorre, em que as espécies podem ocupar o
mesmo local sem ser facilitada ou inibida, ou seja, espécies pioneiras que
necessitam de muita luz estão em seu espaço com condições ambientais ideais para
seu desenvolvimento, ao passo que, nos sub-bosques aparecem espécies que não
estão sendo influenciadas, nem de forma negativa e nem de forma positiva pelas
pioneiras e vice-versa.
Silvicultura Tropical
Estudo dirigido aula 07
1. Quais informações sobre a vegetação devemos levantar durante uma
ánalise silvicultural ?
É necessário levantar as seguintes informações:
(1) Número de individuos (abundância);
(2) Distribuição horizontal (Frequência);
(3) Dimensão (DAP – H – área basal – volume);
(4) Qualidade do fuste;
(5) Posição e forma das copas;
(6) Regeneração.
2. Qual a importância de avaliarmos as condições da regeneração natural em
diversas classes em uma análise silvicultural de floresta nativa.
A regeneração natural de uma floresta nativa está ligada a condição futura desta
floresta, dessa forma, é importante realizar avalições de diferentes extratos de
regeneração, desde árvoretas (H>30 cm: DAP <10), árvores jovens (H:30 – 130
cm) e plântulas (H:0 – 30 cm).
3. Qual a importância de avaliarmos a qualidade e exposição da copa das
árvores em uma análise silvicultural de floresta nativa.
Se eventualmente em uma análise silvicultural, for observado muitas árvores
comerciais sob muita competição, será necessário aplicar alguns tratamentos
silviculturais para remover as árvores que não são comerciais que estão
competindo por luz, sendo importante a avaliação da qualidade e exposição das
copas, pois isso levará a um indicativo da quantidade e tipo de tratamento
silvicutural que será necessário aplicar dentro da floresta para promover então o
crescimento das árvores de interesse comercial.

Você também pode gostar