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1. A PERSPECTIVA FUNCIONALISTA
O texto explora a perspectiva funcionalista, especialmente os argumentos de Émile Durkheim
(conhecido como o "pai da sociologia”), em sua obra "Regras do Método Sociológico",
publicada em 1895. Ele enfatiza a importância da análise dos fenômenos sociais a partir de suas
funções na sociedade. Ele argumenta que cada elemento social desempenha um papel específico
para manter a coesão e estabilidade social. Isso implica que as instituições sociais têm uma
função positiva para a sociedade, mesmo que nem sempre sejam percebidas individualmente.
Para Durkheim, o método sociológico deve buscar compreender como essas funções sociais
contribuem para a ordem e coesão social, enfatizando a interdependência entre os diferentes
aspectos da vida em sociedade, propõe uma perspectiva funcionalista que enfatiza a objetividade
e a exterioridade na análise dos fenômenos sociais.
Em resumo, Durkheim propõe uma abordagem metodológica objetiva e científica para o estudo
dos fenômenos sociais, buscando entender suas causas e funções dentro do contexto mais amplo
da sociedade.
Traz também informações sobre a tradição empirista de Bacon e o positivismo de Comte, duas
correntes filosóficas que influenciaram significativamente a abordagem científica de Durkheim
na sociologia.
Francis Bacon, um dos principais representantes do empirismo, defendia a importância da
observação e da experimentação na obtenção do conhecimento. Ele acreditava que a verdade
deveria ser buscada por meio da coleta sistemática de dados empíricos e da análise objetiva dos
fenômenos naturais.
Por sua vez, Auguste Comte, considerado o fundador da sociologia e um dos precursores do
positivismo, enfatizava a aplicação dos métodos científicos das ciências naturais no estudo da
sociedade. Comte defendia a ideia de que a sociedade poderia ser compreendida e explicada por
meio da observação dos fatos sociais objetivos, buscando leis gerais que regem o funcionamento
da sociedade.
É relevante citar que Durkheim se inspirou nessas tradições ao desenvolver sua perspectiva
sociológica. Ele adotou uma abordagem empirista, baseada na observação dos fatos sociais, e
incorporou elementos do positivismo de Comte ao buscar aplicar métodos científicos na análise
dos fenômenos sociais. Assim, buscou estabelecer a sociologia como uma ciência empírica,
capaz de identificar padrões e regularidades na vida social.
2. A INFLUÊNCIA DO IDEALISMO
O texto aborda a influência do idealismo na abordagem sociológica, destacando como essa
perspectiva enfatiza o papel do sujeito sobre o objeto. Kant e Hegel são citados como
importantes filósofos idealistas que influenciaram essa visão, que enfatiza que a realidade é
moldada pelo pensamento, desconsiderando as condições objetivas. No entanto, Marx, mesmo
influenciado por Hegel, combateu o idealismo.
O historicismo alemão do século XIX, representado por Dilthey e Rickert, distingue duas formas
de ciência: os naturais, que buscam causas e leis, e as do espírito, que focam nas motivações e
formas de vida. Max Weber é apresentado como um autor que adotou uma abordagem
compreensiva, focando nas intencionalidades e ações dos sujeitos, mas também postulou a
neutralidade axiológica das ciências sociais.
Weber desenvolveu a metodologia do tipo ideal, que descreve uma ação racionalmente
direcionada a um fim e contrasta com a realidade, permitindo formular hipóteses explicativas.
Sua obra também abordou temas como sociologia das religiões e a constituição de autoridade e
legitimidade no Estado.
No debate sobre política social, a influência de Weber é percebida na construção de tipos ideais e
na análise das formas de dominação legítima, como a racional-legal, a tradicional e a
carismática. A política social é vista como um mecanismo institucional típico da racionalidade
legal contemporânea.
3. A CONTRIBUIÇÃO DA TRADIÇÃO MARXISTA
Nesse tópico é explorada a contribuição da tradição marxista para a análise das políticas sociais,
destacando seu método crítico-dialético como uma abordagem complexa e inovadora que foge
do empirismo positivista, do funcionalismo e do idealismo culturalista.
Ele argumenta que as políticas sociais não podem ser entendidas apenas como respostas do
Estado às demandas sociais ou como mecanismos de cooptação para a legitimação do sistema
capitalista. Em vez disso, devem ser analisadas como processos contraditórios que surgem das
relações de classe e da luta de classes no contexto da produção e reprodução do capitalismo.
A perspectiva marxista destaca a importância de situar e analisar os fenômenos sociais em seu
contexto histórico e totalidade concreta, considerando múltiplas determinações e relações. Isso
envolve compreender as políticas sociais em sua relação com a economia, política e cultura,
reconhecendo que são partes estruturais de uma totalidade complexa.
Argumenta que a análise das políticas sociais deve considerar sua relação com a questão social,
a economia política, a luta de classes e a cultura dominante. Além disso, destaca a importância
de identificar as forças políticas em jogo e suas relações com os interesses de classe.
Por fim, enfatiza que a política social, embora seja uma conquista civilizatória, não pode resolver
a desigualdade intrínseca ao sistema capitalista. Assim, a luta em defesa dos direitos sociais e da
cidadania é crucial, mas é necessário um projeto de transformação social que vá além do mundo
do capitalismo.