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Curso: Serviço Social

Disciplina: Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social l


Docente: Prof. Mestre Maria Lucia
Discente: Alessandra Floriano Baldini Santos
INSTITUIÇOES ASSISTENCIAIS E SERVIÇO SOCIAL
Questões centrais dos serviços existentes na época: 1.O Estado Novo e o desenvolvimento das
grandes instituições sociais; 2.O Conselho Nacional de Serviço Social e a LBA
Referencia:
IAMAMOTO, Marilda V. e CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil –
Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 2008
1. O ESTADO NOVO E O DESENVOLVIMENTO DAS GRANDES INSTITUIÇÕES
SOCIAIS
Contexto Político e Econômico:
O golpe de estado por Getúlio Vargas em 1937 marca o início de uma política econômica voltada para o
incentivo da industrialização e acumulação de capital no setor.
Aliança política entre burgueses industriais e grandes proprietários rurais, visando a manutenção do
status quo, com o pólo industrial como centro motor da acumulação capitalista.

1.1. Política Econômica do Estado Novo:


A política econômica de Getúlio Vargas, voltada para a industrialização e a acumulação de capital,
provavelmente influenciou o desenvolvimento das grandes instituições sociais ao criar um ambiente
econômico mais estável e próspero, o que pode ter permitido um maior financiamento e apoio para
essas instituições.

1.2. Relação entre Desenvolvimento Industrial e Políticas Sociais:


Durante o Estado Novo, a política de industrialização influenciou o desenvolvimento das grandes
instituições sociais ao buscar incentivar a acumulação de capital no setor industrial.

1.3. Aliança entre Burgueses Industriais e Proprietários Rurais:


A aliança entre burgueses industriais e grandes proprietários rurais durante o Estado Novo teve o papel
de manter o status quo, com o polo industrial como centro motor da acumulação capitalista.

1.4. Crescimento do Proletariado Urbano:


O crescimento do proletariado urbano na estrutura social e econômica do Brasil durante o Estado
Novo , juntamente com elementos autônomos e revolucionários entre os trabalhadores, levaram a uma
maior demanda por serviços sociais e a uma maior conscientização sobre as questões sociais,
decorrente da capitalização interna da agricultura visando uma adaptação à lógica do trabalho urbano-
industrial, o que pode ter influenciado a estrutura social e econômica do Brasil.
1.5. Legislação Trabalhista:
A legislação trabalhista pode ter servido como um instrumento de integração e legitimação do regime
ao fornecer proteções básicas para os trabalhadores e ao tentar equilibrar as relações de poder entre os
empregadores e os empregados.

1.6. Legislação Trabalhista como Instrumento de Controle:


A legislação trabalhista durante o Estado Novo foi utilizada como instrumento integrador e legitimador
do regime, controlando a força de trabalho, assume ainda um papel integrador e legitimador do regime,
representando a forma social de exploração da força de trabalho.

1.7. Fetichização dos Direitos e Ideologia da Outorga:


A noção fetichizada dos direitos, promovida pelo varguismo, obscureceu a verdadeira natureza da
legislação social, impedindo a classe operária de perceber seu papel na legitimação da dominação
capitalista.

1.8. Falsificação e Burocratização das Reivindicações do Proletariado:


Durante o Estado Novo, as reivindicações históricas do proletariado foram falsificadas e burocratizadas
por meio de políticas assistenciais, servindo aos interesses hegemônicos do Estado. Os interesses de
classe hegemônicos no Estado, como acumulação e enquadramento da força de trabalho, são elementos
centrais ocultos.

1.9. Repressão e Política de Massa: Como a repressão física e a política de massa foram usadas
para controlar e moldar a classe trabalhadora?
A repressão física e a política de massa, combinada com o populismo de Getúlio Vargas e a legislação
sindical, podem ter sido usadas para controlar e moldar a classe trabalhadora ao limitar sua capacidade
de se organizar e protestar contra as condições de trabalho e de vida. E impactando assim
negativamente as formas autônomas de organização da classe trabalhadora durante o Estado Novo.
O crescimento do proletariado urbano é impulsionado pela mão-de-obra liberada pela capitalização
interna da agricultura, o regime busca canalizar esse crescimento para fortalecer seu projeto,
neutralizando a força e organização da classe.

1.10. Discurso Governamental durante a Guerra e suas Consequências Sociais:


Como o discurso do governo brasileiro durante a guerra mobilizou a população, e quais foram as
consequências sociais, especialmente em termos de salário, condições de vida e exploração?
O governo usa um discurso para mobilizar a população durante a guerra, mas isso é acompanhado pela
queda do salário real, piora nas condições de vida e intensificação da exploração. A impopularidade do
governo cresce, fortalecendo a oposição e o movimento operário.
1.11. Condições de Vida e Trabalho Durante a Guerra:
A guerra pode ter afetado as condições de vida e de trabalho no Brasil ao criar instabilidade econômica
e social, o que pode ter influenciado a popularidade do governo e o movimento operário.

1.12. Contexto Sócio-político dos Anos 40 e Desenvolvimento do Serviço Social:


Na década de 40, as grandes instituições sociais e assistenciais contribuíram para a criação de um
mercado de trabalho e para o rápido desenvolvimento do ensino especializado do Serviço Social,
legitimando e institucionalizando a profissão. Mas para garantir um trabalho eficaz e eficiente fez se
necessário clamar por:

Políticas Assistenciais: E de que maneira as reivindicações históricas do proletariado foram


incorporadas por meio de políticas assistenciais? Quais foram os efeitos dessa incorporação?
As reivindicações históricas do proletariado podem ter sido incorporadas por meio de políticas
assistenciais ao fornecer apoio material e serviços para aqueles em necessidade, o que pode ter tido o
efeito de aliviar algumas das tensões sociais e econômicas existentes.
Legislação Sindical: Qual foi o objetivo da legislação sindical? Como ela afetou a organização da
classe trabalhadora?
O objetivo da legislação sindical pode ter sido controlar e regular a organização da classe trabalhadora
para evitar a perturbação da ordem social e econômica. A repressão física acompanha uma política de
massa (populismo de Getúlio Vargas).
A legislação sindical tem como objetivo o enquadramento da força de trabalho para garantir a
acumulação do capital.
Legislação Social: Como a legislação social contribuiu para a dominação do capital? Como ela
afetou os direitos dos trabalhadores?
A legislação social pode ter contribuído para a dominação do capital ao estabelecer as regras e normas
que regem o comportamento econômico e social, o que pode ter afetado os direitos dos trabalhadores ao
determinar quem tem acesso a quais recursos e oportunidades, coibindo excessos na extração de
trabalho excedente, mas, em última instância, reafirma a dominação do capital.
Desenvolvimento de Instituições Sociais e Assistenciais: Como a implantação e o desenvolvimento
de grandes instituições sociais e assistenciais na década de 40 criaram as condições para a existência de
um crescente mercado de trabalho e permitiram um desenvolvimento rápido do ensino especializado do
Serviço Social?
A implantação e o desenvolvimento de grandes instituições sociais e assistenciais na década de 40
podem ter criado as condições para a existência de um crescente mercado de trabalho e permitido um
desenvolvimento rápido do ensino especializado do Serviço Social ao fornecer treinamento e
oportunidades de emprego para aqueles interessados em entrar nesse campo.
Essas questões permitem uma compreensão mais aprofundada do contexto histórico e social, sobre o
papel do Estado Novo no desenvolvimento das instituições sociais e assistenciais no Brasil.

2. O CONSELHO NACIONAL DE SERVIÇO SOCIAL E A LBA


2.LBA - (1942 – Engajamento do Brasil na 2ª Guerra Mundial) rentabilidade política para o
governo, surge mediante do contexto que o “esforço de guerra” propiciaria. Sua criação se deu a partir
da iniciativa privada, sendo posteriormente, encampada pelo governo.

2.1. Objetivos da LBA:


Os principais objetivos da LBA eram prover as necessidades das famílias cujos chefes foram
mobilizados para a guerra e prestar apoio ao governo em tudo que se relacionava ao esforço de guerra.

2.2. Impacto da LBA no Serviço Social:


A LBA teve um grande impacto no Serviço Social no Brasil. Ela contribuiu para a implantação,
institucionalização e expansão do Serviço Social, organizando, expandindo e interiorizando a rede de
obras assistenciais e consolidando e expandindo o ensino especializado de Serviço Social e o número
de trabalhadores sociais.

2.3. Abrangência e Responsabilidades da LBA:


A Legião Brasileira de Assistência, presente em todo o território nacional, assumiu a responsabilidade
por toda a estrutura assistencial do governo, incluindo programas para creche, idosos, gestantes,
demonstrando uma abrangência significativa.

2.4. Importância da LBA na Implantação e Institucionalização do Serviço Social:


A LBA desempenhou um papel crucial na implantação e institucionalização do Serviço Social ao
contribuir para a organização, expansão e interiorização da rede de obras assistenciais. Também
consolidou e expandiu o ensino especializado de Serviço Social.
2.5. Manipulação de Verbas e Subvenções pelo CNSS:
O Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS) caracterizou-se pelo clientelismo político, manipulou
verbas e subvenções o usou o controle desses recursos para ganhar apoio político.

2.6. Influência do CNSS no Desenvolvimento do Serviço Social:


O CNSS não teve uma influência real significativa sobre o desenvolvimento do Serviço Social. Embora
sido responsável pela centralização e organização das obras assistenciais públicas e privadas, suas
funções foram exercidas, na prática, pela LBA, indicando uma limitação em sua efetividade e impacto
na área.

2.7. Iniciativa Privada e Encampação pelo Governo


A iniciativa privada teve um papel na criação do Conselho Nacional de Serviço Social e da Legião
Brasileira de Assistência. Posteriormente, essas instituições foram encampadas pelo governo, indicando
uma transição do setor privado para o controle estatal.

Universidade: Faculdade de Petrolina - FACAPE


Curso: Serviço Social
Disciplina: Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social l
Docente: Prof. Mestre Maria Lucia
Discente: Alessandra Floriano Baldini Santos

INSTITUIÇOES ASSISTENCIAIS E SERVIÇO SOCIAL

Questões centrais dos serviços existentes na época: 3. O Senai e o Serviço Social; 4. O Sesi e o
Serviço Social; 5. Fundação Leão XIII e Serviço Social

Referencia:
IAMAMOTO, Marilda V. e CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil –
Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 2008
3. O SENAI E O SERVIÇO SOCIAL
Criação do SENAI e Necessidade de Qualificação da Mão-de-Obra:
O SENAI foi criado em 1942 para atender à crescente demanda de qualificação da mão-de-obra
necessária pela indústria, substituindo formas anteriores de formação nas empresas e a importação de
mão-de-obra.

3.1. Atividades Desenvolvidas pelo SENAI:


O SENAI desenvolvia diversas atividades, incluindo saúde bucal e geral, alimentação, asseio corporal,
fornecimento de sopa, leite, organização de colônia de férias, dentistas, medidas assistenciais e
educativas.

3.2. Teorização do Serviço Social pelo SENAI:


O SENAI foi uma das primeiras grandes instituições a incorporar e teorizar o Serviço Social não apenas
como serviços assistenciais, mas como "processos postos em prática para obtenção de fins
determinados", utilizando técnicas de caso e grupo.

3.4. SENAI como Instrumento do Empresariado:


O SENAI é considerado o principal instrumento de atuação coletiva do empresariado, sob o comando
de sua fração dominante, beneficiando a adequação da força de trabalho às necessidades da produção.

3.5. Subordinação do SENAI à Racionalidade Econômica Capitalista:


O SENAI está diretamente subordinado à racionalidade econômica e empresarial capitalista, sendo um
instrumento que visa atender aos interesses econômicos e produtivos.

3.6. Qualificação da Força de Trabalho e Processo Histórico:


O SENAI combinou dois processos históricos de qualificação da força de trabalho: a reprodução da
força de trabalho enquanto tal, a violência simbólica do sistema escolar com a coerção e o autoritarismo
das unidades de produção.

3.7. Papel do Assistente Social no SENAI:


O assistente social no SENAI, apesar do número reduzido, desempenha um papel destacado,
envolvendo a ação ideológica de ajustamento e a coordenação da utilização dos serviços assistenciais,
contribuindo para a integração da força de trabalho.
Essas questões proporcionam um ponto de partida para uma análise mais aprofundada do papel do
SENAI na formação da mão-de-obra e na incorporação do Serviço Social como parte de suas práticas
institucionais.

4. O SESI E O SERVIÇO SOCIAL


SESI (1946) –Surge decorrente de uma institucionalização do estado diante da iniciativa burguesa
industrial, da sua fração dominante para que essa se organize e gerencie mecanismo assistenciais
unificadoras das iniciativas já existentes em inúmeras empresas num grande complexo assistencial

4.1. Objetivos do SESI:


O Serviço Social da Indústria (SESI) foi criado em 1946 com o objetivo de estudar, planejar e executar
medidas que contribuíssem para o bem-estar do trabalhador na indústria. Isso incluía a valorização do
trabalhador e o incentivo à atividade produtora.

4.1.2. Objetivo Estatutário do SESI:


O objetivo estatutário do SESI era “destruir elementos propícios à germinação de ideologias
dissolventes” por meio de mecanismos assistenciais. Isso sugere que o SESI visava neutralizar
ideologias que poderiam ameaçar a ordem social e econômica estabelecida.

4.1.3. Objetivos do SESI e Bem-Estar do Trabalhador:


Os objetivos do SESI de estudar, planejar e executar medidas para o bem-estar do trabalhador na
indústria extrapolam o controle interno das unidades fabris ao direcionar suas ações para o cotidiano
dos proletários, buscando valorizar o homem e incentivar a atividade produtora.

4.2. Influência do SESI na Vida dos Proletários:


O SESI extrapolou o controle interno das unidades fabris para o cotidiano da vida dos proletários ao
implementar programas que abordavam aspectos da vida diária dos trabalhadores, como saúde,
alimentação e asseio corporal.

4.3. Institucionalização da Iniciativa Burguesa pelo Estado:


O Estado institucionaliza a iniciativa burguesa industrial ao adotar o SESI, uma organização
inicialmente privada ao permitir que essa fração dominante organize e gerencie mecanismos
assistenciais. Isso permitiu que a burguesia industrial se organizasse e gerenciasse mecanismos
assistenciais de forma unificada. Estendendo se além das unidades de produção, impactando o cotidiano
da vida do proletariado.

4.3.1. Incorporação e Institucionalização do Serviço Social pela Burguesia:


A incorporação e institucionalização do Serviço Social pela burguesia industrial durante períodos de
liberalização política e crescimento do movimento operário podem ser vistas como estratégias para
gerenciar as tensões sociais, promover uma imagem mais favorável da classe dominante e manter a
estabilidade social, enquanto, ao mesmo tempo, limita desafios mais amplos ao sistema
socioeconômico existente .O Serviço Social foi reconhecido como um processo posto em prática para a
obtenção de fins determinados, utilizando técnicas de caso e grupo e desempenha um papel relevante
nesse cenário, sendo utilizado como instrumento de controle e adaptação.

4.4. Funcionamento do SESI como Instrumento Político-Repressivo:


O SESI como instrumento político-repressivo, está vinculado aos objetivos estatutários de destruir
elementos propícios à germinação de ideologias dissolventes. Essa abordagem ocorre por meio de
mecanismos assistenciais, consolidando a influência do SESI na vida dos trabalhadores.

Essas questões proporcionam um ponto de partida para uma análise crítica sobre o papel do SESI, sua
relação com o Serviço Social, e como suas ações extrapolam o âmbito fabril para influenciar a vida
cotidiana dos proletários, bem com desenvolvimento das instituições sociais e assistenciais no Brasil.
5. FUNDAÇÃO LEÃO XIII E SERVIÇO SOCIAL
A extrema precariedade material e moral dessa população, expunha à influência do comunismo,
segundo avaliação das autoridades; Serviço Social na Fundação: o “problema da favela” é o problema
da educação/casos individuais, lazer educativo, educação popular e formal”.

5.1. Criação da Fundação Leão XIII e Foco nas Favelas:


A Fundação Leão XIII, criada em 1946 por meio de decreto-lei, direcionava sua atuação para os
habitantes das grandes favelas, fenômeno crescente decorrente do êxodo rural. Esse enfoque era
especialmente nas favelas da cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.

5.2. Precariedade Material e Moral da População Atendida:


A extrema precariedade material e moral da população atendida pela Fundação Leão XIII a expunha à
influência do comunismo, segundo a avaliação das autoridades da época.

5.3. Atuação do Serviço Social na Fundação:


O Serviço Social na Fundação Leão XIII abordava o "problema da favela" por meio de ações voltadas
para educação, casos individuais, lazer educativo, e educação popular e formal.

5.4. Educação Popular como Instrumento Principal:


A Educação Popular se tornou o instrumento principal de atuação do Serviço Social na Fundação Leão
XIII, incorporando elementos diversos. Seu objetivo era atender uma população carente e abandonada
de infraestrutura social ou assistencial, frequentemente vivendo em níveis diversos de pauperismo.

5.5. Percepção do Analfabetismo como Causa:


Devido o índice de analfabetismo, existia uma população carente e abandonada de qualquer
infraestrutura social ou assistencial vivendo em níveis diversos de pauperismo. Tal “questão social” era
percebida como uma causa relevante no contexto da Fundação Leão XIII, influenciando as ações de
educação e lazer para a população das favelas?

5.6. Objetivo do Empreendimento de Educação e Lazer:


Tinha como objetivo a educação e lazer para os habitantes das favelas, especialmente no que diz
respeito à ocupação do tempo livre para neutralizar possíveis conteúdos de autonomia e relativa
liberdade, resgatando-os do capitalismo e mantendo os habitantes sob controle.
Universidade: Faculdade de Petrolina - FACAPE
Curso: Serviço Social
Disciplina: Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social l
Docente: Prof. Mestre Maria Lucia
Discente: Alessandra Floriano Baldini Santos

INSTITUIÇOES ASSISTENCIAIS E SERVIÇO SOCIAL


Questões centrais dos serviços existentes na época: 6. Previdência social e Serviço social; 7.A
institucionalização da prática profissional dos assistentes sociais.
Referencia:
IAMAMOTO, Marilda V. e CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil –
Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 2008
6. PREVIDÊNCIA SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL

6.1. Implantação do Serviço Social na Previdência Social:


A primeira experiência oficial de implantação do Serviço Social na estrutura burocrática do seguro
social ocorreu em 1942, no IPAC (Instituição de Pensões e Aposentadoria dos Comerciários).

6.2. Ampliação do Seguro Social a partir de 1930:


A partir de 1930, houve uma acelerada ampliação do seguro social, vinculada progressivamente a uma
política global de Estado para a classe operária. As CAPs foram substituídas pelos IAPs, abrangendo
categorias profissionais e grande parte dos assalariados urbanos do setor privado e estatal.

6.3. Desigualdades na Estrutura e Desenvolvimento da Previdência Social:


O Serviço Social atuou de maneira heterogênea e lenta na Previdência Social, refletindo desigualdades
na estrutura, desenvolvimento e benefícios prestados por cada instituição. O Seguro Social e a
Legislação Trabalhista eram vistos como outorgas do Estado paternalista e autoritário.

6.4. A visão do Estado em relação ao seguro social e à legislação trabalhista:


O trabalhador, devido ao monopólio estatal da previdência, é descrito como "despejado" e se torna um
"servil pedinte" de uma burocracia fria e despreparada.

6.5. O Papel do Assistente Social na Previdência Social:


O assistente social foi introduzido como elemento que oferecia uma face humana à burocracia da
previdência social. Recomendava-se a obrigatoriedade da formação em Serviço Social para
funcionários de maior responsabilidade e a organização do Serviço Social nos conjuntos residenciais e
em todas as seções de assistência dos institutos.

6.6. Vantagens Econômicas e Atuação nos Conjuntos Habitacionais:


Pioneiros do serviço social na previdência apontavam vantagens econômicas, destacando o interesse do
seguro social na vida do contribuinte para prolongar a higidez 1da vida humana. A atuação do serviço
social nos conjuntos habitacionais relacionava-se à defesa do patrimônio e ao aconselhamento dos
orçamentos domésticos para evitar falhas no pagamento das prestações.

7. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL DOS ASSISTENTES


SOCIAIS.
Desde antes das consequências decorridas dos acontecimentos durante os sec. XIX e sec. XX referentes
as “questões sociais”, tornam cada vez mais urgente e evidente a necessidade da institucionalização da
pratica profissional dos assistentes de maneira que possa garantir com eficiência e significativamente o
atendimento das reais necessidades das classes trabalhadoras. Porém este foi um processo longo e

1
Dic. online- Característica da pessoa saudável, de quem se apresenta em bom estado de saúde físico ou
mental
complexo. Assim é relevante conhecer um pouco dessa conjuntura histórica no Brasil.
Dentro do contexto apresentado, Vargas promoveu ações de cunho trabalhista e previdenciário que
contribuíram para a expansão do seguro social. A criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões
(IAPs) foi uma dessas iniciativas, ampliando a cobertura previdenciária para diversas categorias
profissionais. Esse movimento proporcionou o surgimento de demandas sociais que requeriam
intervenções específicas, dando espaço para a atuação dos assistentes sociais. A presença do Estado
como agente regulador e provedor de serviços sociais, aliada à necessidade de lidar com as
complexidades trazidas pelo crescimento industrial e urbano, contribuiu para a consolidação do Serviço
Social como profissão, durante o Estado Novo, estabeleceu as bases para a institucionalização e
profissionalização do Serviço Social, integrando essa prática às políticas sociais e previdenciárias que
demanda da classe trabalhadora e consolidando o papel do Estado como provedor de serviços sociais.

As Protoformas do Serviço Social e as instituições LBA, CNSS, SENAI, SESI, Fundação Leão
XIII:
O centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAs), Associação das Senhoras Brasileiras (1920)
no Rio de Janeiro; Liga das Senhoras Católicas (1923), em São Paulo, e diversas instituições, como a
Legião Brasileira de Assistência (LBA), CNSS, SENAI, SESI criadas na década de 40 e Fundação
Leão XIII (1925), desempenharam papéis significativos na institucionalização do Serviço Social.

7.1. Principais Pontos sobre a Institucionalização da Prática Profissional dos Assistentes Sociais:

7.1.1 Institucionalização da Prática Profissional dos Assistentes Sociais:


Ocorreu a partir de 1930, coincidindo com a expansão do seguro social no Brasil. Esse processo
envolveu a transformação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) em Institutos de
Aposentadorias e Pensões (IAPs), abrangendo categorias profissionais e urbanos assalariados.

7.1.2. Ampliação do Seguro Social a partir de 1930:


A partir de 1930, houve uma rápida expansão do seguro social, progressivamente vinculada a uma
política global de Estado, refletindo a expansão das políticas sociais voltadas para a classe operária
7.1.3. Transformações nas Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) e Surgimento dos IAPs:
As CAPs evoluíram, deixando de ter âmbito nas grandes empresas, surgindo os IAPs, abrangendo
grande parte dos assalariados urbanos do setor privado e estatal.

7.1.4. Implantação do Serviço Social na Estrutura Burocrática do Seguro Social (1942):

A primeira experiência oficial de implantação do Serviço Social ocorreu em 1942 no IPAC (Instituição
de Pensões e Aposentadoria dos Comerciários).

7.1.5. Desigualdades na Implementação do Serviço Social:

A implementação do Serviço Social foi heterogênea, lenta e caracterizada por desigualdades estruturais,
refletindo-se na oferta de benefícios por diferentes instituições.

7.1.6. Percepção do Seguro Social e Legislação Trabalhista:

O Seguro Social, assim como a Legislação Trabalhista, era visto como uma outorga do Estado
paternalista e autoritário, transformando o trabalhador em um "servil pedinte."

7.1.7. Papel do Assistente Social na Humanização da Burocracia:

O assistente social passou a desempenhar um papel importante na mediação entre o Estado e a


população, esclarecendo sobre direitos previdenciários, atuando nos conjuntos habitacionais e
desempenhando funções que buscavam amenizar as desigualdades sociais e econômicas, humanizava a
burocracia do órgão, oferecendo uma face humana ao serviço social.

7.1.8. Recomendações sobre Formação em Serviço Social:

Recomendava-se tornar obrigatória a formação em Serviço Social para funcionários de maior


responsabilidade, visando à organização do Serviço Social nos conjuntos residenciais.

7.1.9. Vantagens Econômicas Apontadas pelos Pioneiros do Serviço Social na Previdência:

Pioneiros do serviço social apontavam vantagens econômicas, relacionando o interesse do seguro social
a todos os aspectos da vida do contribuinte, visando o prolongamento da higidez da vida humana.

7.1.10. Atuação do Serviço Social nos Conjuntos Habitacionais:


A atuação do Serviço Social nos conjuntos habitacionais estava relacionada à defesa do patrimônio e ao
aconselhamento dos orçamentos domésticos.

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